sábado, 22 de janeiro de 2011

A Herdeira 27 Escândalo

Segure-se na cadeira. kkkk

27 Escândalo – PVO Jacob

Ela me olhava com os olhos arregalados. Parecia ter medo do que eu falaria. Certamente pensava que o motivo daquela conversa era a paternidade do bebê. Era muito complicado pensar sobre aquele assunto. Mas desde o momento que soube a verdade, a que me feriu terrivelmente, entretanto me mostrou que poderia me tornar um homem melhor. Eu poderia passar por cima daquilo pelo amor que sentia por ela.

Ser pai era tudo o que queria naquele momento, mas desde que a ouvi falando, enquanto dormia, soube que a amaria do mesmo jeito e amaria também aquela criança... Sim! Naquele momento soube que seria pai para ele, mesmo que houvesse a possibilidade de não ser meu filho.

Pai é quem cria, dar amor, educação e tudo o que uma criança precisa para crescer feliz e saudável. Não me importava o fato dele não ter o meu sangue. Será meu filho da mesma forma. Só não admitiria dividi-lo com outro homem, mas isso era outro assunto.

O que me atormentava naquele momento não era a sua traição e a possibilidade do bebê não ser meu filho. O que realmente me afligia era o tamanho do segredo que guardava. E mesmo sabendo que Ness sabia o mínimo daquela história pobre, precisava contar a verdade para ela. Não poderia conviver harmoniosamente com mentiras entre nós.

Um dia eu jurei destruir a família Cullen e acabar com a vida da minha pequena e frágil esposa. Fui cruel, manipulador e maldoso ao extremo. Entretanto havia prometido para mim mesmo, depois de ter causado um grande trauma, que me tornaria um novo homem e a faria feliz, mesmo que para isso precisasse me afastar dela. Estava disposto a tudo para dar um pouco de alegria aqueles olhos azuis, que outrora brilhavam tanto e foram simplesmente cobertos por uma nuvem cinzenta.

Para levar o meu casamento adiante, não poderia mais conviver com mentira. Certamente um dia ela descobriria sobre o meu plano de vingança e me odiaria pelo resto da vida.

- Jacob... – Ela engoliu seco e prendeu as lágrimas naquele momento. Estava a ponto de desmoronar e a minha intenção não era tortura psicológica. Aproximei dela e puxei o seu corpo para o meu.

- Eu preciso te contar muitas coisas. Só peço para você me ouvir e depois pode despejar toda a raiva sobre mim. – Ela se afastou alguns centímetros e me olhava ainda muito assustada. Sabia que era o pior momento para despejar tudo. Contudo não podia correr o risco de Rebecca ou Casy despejasse a verdade sobre o seu colo. – Quero te contar a história da minha vida. Acho que você já conhece um pouco dela. – Ela assentiu e continuou a me olhar. Tive muito medo, mas prossegui.

- Eu tinha uma família perfeita, uma vida perfeita, meus pais se amavam, tinha duas irmãs lindas e uma casa maravilhosa. Por sinal essa que estamos morando. Eu via o quanto meus pais se amavam e era feliz por minha mãe ser uma mulher feliz. Eu tinha 13 quando minha mãe morreu. Acho que você se lembra disso. Não é¿ - Ela assentiu novamente. – Pouco antes da minha mãe morrer, as coisas começaram a mudar e ela brigava muito com o meu pai. Eu não sabia exatamente o motivo naquela época. Os dois chegaram a se separar por alguns dias e ela foi para a casa de uma prima na reserva de Maca. Depois os dois reataram, mas as brigas continuavam. Então uma tarde nós estávamos em Seattle. Lembro que minha mãe havia me levado ao dentista e marcou com meu pai para nos levar para casa. Minhas irmãs na época ficaram com a nossa empregada Lian Young. Durante o caminho meus pais discutiam muito e entendi o motivo daquela briga, da separação e de minha mãe estar sempre chorando pelos cantos. Ela havia descoberto que meu pai estava roubando o seu avô. Não aceitava que meu pai fosse um ladrão desonesto e tinha vergonha. Ela gostava dos Cullens, acho que mesmo que não gostasse agiria da mesma forma, e tomou partido deles. Queria que meu pai devolvesse o dinheiro que havia desviado e o ameaçou. Ao que me lembro ela disse que havia escrito uma mensagem para Carlisle. Meu pai ficou furioso e os dois brigaram feio. Eu estava assustado no banco de trás do carro e só me lembro da luz vindo sobre o carro, tudo rodando e depois tudo escureceu.

Eu estava chorando muito ao me lembrar daquilo tudo. Ness me abraçou e colocou a minha cabeça em seu colo.

- O resto você já deve saber. Não é¿ - Ela assentiu e pulei a parte desagradável do hospital, enterro e do reencontro com meu pai – Não vou entrar em detalhes, porque simplesmente não consigo falar sobre isso. Pensar e falar sobre minha mãe me doe muito.

- Jacob, não precisa... – Coloquei o dedo sobre os seus lábios.

- Preciso falar tudo... Preciso. – Disse e ela se calou, olhando-me com pena. – Os dias que se seguiram foram terríveis. Lembro-me que me pai praguejava o tempo todo. Xingava os Cullens de todos os nomes que conhecia. Foi naquela época que aprendi a xingar. Minha mãe sempre me corrigia quando falava algo mais vulgar. E repreendia o meu pai quando dava mau exemplo para nós. Meu pai, ao contrário, tinha a boca suja. Ele só se continha no trabalho. Eu assistia ele encher  cara enquanto jurava se vingar dos Culens. Não sabia exatamente o que estava acontecendo. Só me dei conta quando fomos obrigados a sair da nossa casa. O lugar que havíamos nascido e passado parte da nossa vida. Eu amava esse lugar e era feliz com meus amigos aqui na reserva. Não estou me desculpando, mas acho que as coisas teriam sido diferentes se não fossemos embora.

Estava ficando sem ar. Um nó prendia a minha garganta. A dor era tão grande que pensei  não conseguir seguir a diante. Deitei sobre a cama e posei a minha cabeça em seu colo. Ela ficou fazendo carinho em meus cabelos enquanto tentava me recuperar.

- Naquele momento meu pai disse que os Cullens haviam tirado tudo de nós. E que nos mudaríamos para Londres. Eu já tinha idade para entender as coisas e ele despejou toda aquela sujeira sobre mim. Apesar de saber que estava errado, que era o culpado pela morte da minha mãe e do nosso destino, foram os Cullens que odiei. – Continuei o meu relato enquanto ouvia a sua respiração pesada. Ela estava muito nervosa e tinha medo do que eu ainda tinha  dizer. – Nos mudamos para Londres, passamos um tempo em uma casa modesta, mas as coisas não foram bem e tivemos que nos mudar para um apartamento pequeno, apertado e sem conforto. Tinha que cuidar das minhas irmãs e aturar o mau humor do meu pai.

- Ele começou a beber muito, fumar charutos caros e jogar. Isso fez com que gastasse o único patrimônio que havia sobrado. Ele tinha uma pequena fábrica de tecidos em Londres e perdeu tudo. Naquela época, eu já estava na faculdade e cursava o segundo período. A nossa ruína só fazia com que sentisse mais ódio da sua família. Eu tinha que trabalhar e estudar para ajudar em casa. Meu pai arrumou um emprego de taxista. Rarara Não durou muito tempo. Acabou se afundando em dívidas e ficamos sem nada. Ele não agüentou e...


- Jacob, você não precisa falar mais nada. Por favor... – Ela implorava. Não tive coragem para olhar em seus olhos. Já havia começado e iria até o fim.

- Uma tarde, eu tinha quase vinte um anos, quando voltava do trabalho na biblioteca da Universidade. Eu odiava aquele lugar. Odiava os filhinhos de papai que me humilhavam porque era pobre e fracassado. Odiava tudo e todos. As únicas pessoas que conseguia sentir um pouco de afeto eram as minhas Irmãs. Minha vida era um inferno e quando saia do trabalho não tinha a menor vontade de ir para casa. No entanto, sabia que elas precisavam de mim. Tinha medo de deixar as duas sozinhas com meu pai. Elas eram adolescentes e começavam a apresentar corpos bonitos. Meu pai era um bêbado inconveniente e eu não confiava nele com elas. Por isso mesmo de saco cheio voltava para casa. Eu sempre voltada...  – Um filme de terror passou em minha cabeça naquele momento. Chorei como crianças nos braços de Ness. Aquilo me fazia mal, mas ao mesmo tempo me aliviava o coração. Nunca havia desabafado com ninguém. Era bom botar aquela coisa para fora.

- Eu abri a porta do apartamento. Tudo estava escuro e silencioso. Senti uma estranha sensação naquele momento. Ao chegar na sala ouvi choro baixo. Corri para o quarto das meninas e a porta estava trancada. Bati e chamei pelas duas. A porta se abri e Rachael se jogou em meus braços. Soube que algo estava errado. Ela me olhou assustada e pediu que fosse ao meu quarto ver papai. Nós dividíamos o quarto, porque no apartamento só havia dois.As meninas ficavam com um e meu pai e eu com outro. Corri para o quarto, a porta estava aberta, só havia a luz da luminária, o ambiente era soturno. Vi os pés dele no chão e corri para lá. Ajoelhei... – Parei o relato e continua a chorar muito. Fechei os olhos e sentia como se estivesse vivendo aquele momento terrível. Meu coração doía tanto, rasgando o meu peito de forma a fazer o meu coração sangrar. Ergui o meu corpo e me agarrei a Ness. Chorei muito em seus braços. Aliás, choramos muito. Ela também estava desaguando naquele momento.

Ficamos em silêncio por um tempo e depois continuei o meu relato

- Ajoelhei diante dele, coloquei a sua cabeça em meu corpo, levantei o seu punho e vi a marca da faca encharcada com sangue. Ele ainda estava vivo, seus olhos esbugalhado, a boca trêmula e tentava falar...Os Cullens, Jacob... Os Cullens... Ele começou a falar. Não quero repetir tudo o que disse. OK¿ A parte importante daquilo foi que ele morreu. Eu jurei diante dele me vingar da sua família. Jurei destruir até o último membro da família. Não teria paz até que os Cullens pagassem materialmente e moralmente. Jurei cuidar das minhas irmãs e ser o pai que ele não foi.

- Jacob... – O corpo dela tremia em meus braços e chorava muito. Ela não esperava ouvir aquilo, mas eu precisava que soubesse toda a verdade.

- Nós ficamos na miséria, quase fomos despejados, fiquei sem rumo e sem chão. Tinha duas irmãs entrando na adolescência, precisava manter o apartamento e terminar a faculdade. O tempo passou e a duras penas eu consegui terminar os estudos. Um amigo do meu pai, das antigas, me encontrou um dia e se compadeceu da minha situação. Ele me encaminhou para a empresa de um amigo e comecei a trabalhar como vendedor de rua. Em poucos meses eu já era gerente Junior. Foi nessa época que conheci Casy. Eu havia me tornado um homem duro, frio, amoral, inescrupuloso e cafajeste. Conseguia a maioria dos meus clientes seduzindo mulheres. Era um bom trapaceiro e Casy uma boa cúmplice. Ela era secretária do chefe e através dela eu sabia tudo e acabava conseguindo bons clientes.

- Isso tudo é... – Ela não conseguiu dizer. Parecia perplexa com tudo o que contava.

- Eu era um “FU” na vida. Tinha mania de grandeza e me aproveitava das mulheres para ter roupas boas, celular, relógios, perfume entre outras coisas. Casy não se opunha porque eu sempre voltava para ela. Éramos bons no que fazíamos, mas tudo mudou. – Sentei-me diante dela, segurei o seu rosto com as duas mãos e encarei os seus olhos azuis cheios de lágrimas. Foi duro ver o que vi naquele olhar, mas era necessário saber  que ela sentia. Não era ódio, pelo contrário, parecia mais pena.

- Quando você me enviou aquele email, eu ri, debochei e vibrei com aquilo. Era a chance da minha vida e Casy me apoiou. Nós planejávamos roubar tudo o que tinha e deixar todos os Cullens na miséria e humilhados. Meu plano era de fazer você sofrer o que eu sofri. Mas o feitiço virou contra o feiticeiro. Depois que vi a sua foto, fiquei louco. E fingi vir para os Estados Unidos para uma entrevista. Na verdade era para te conhecer e te seduzir. Meu plano era simples, deixar você louca e fingir amor a primeira vida. Depois eu terminaria de forma teatral e obrigaria de certa forma o seu avô a me dar um emprego. Só que não imaginava que me apaixonaria perdidamente. Foi o que aconteceu naquele aeroporto. Eu quase enlouqueci de amor ali. Foi algo surreal e o meu conflito interno me infernizou. O meu lado racional queria vingança, mas o meu coração queria viver aquele amor.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, tomando um fôlego para continuar.

- Eu consegui tudo o que queria. Eu te seduzi e consegui o emprego. Dei o pé na Casy, mas ela não aceitou. Depois fiquei cozinhando em banho Maria. Só que ela não era burra e quando percebeu que eu te amava, começou a me ameaçar. Tivemos brigas feias e nesse meio tempo eu morria de ciúmes do seu amigo. Não sabe o quanto foi difícil e como tive medo de te perder. Apesar disso, estava disposto a seguir com o plano de vingança. Eu fiz isso, amor. Perdão.-  Voltei a chorar novamente e me abraçou forte.

- Eu te perdôo... Não fala mais nada. – Ela implorou.

- Eu te manipulei, te magoei, fiz sofrer não somente emocionalmente. Eu fui um monstro com você. Estava com tanta raiva e ciúme do seu amigo, que praticamente de violentei. Nunca vou me perdoar por aquilo. Não tenho como esquecer as suas lágrimas. Aquela noite eu quis morrer, mas fui fraco. Tive com uma faca em meu punho e não consegui. Só cortei a mão. OH, Ness, eu... eu...

- Chega! Chega! Por favor, chega! – Ela implorava.

- O seu ódio me feriu e não tive como me desculpar. Acho que nunca terei, mas quando me dei conta que te perderia eu cai na real. – Eu dei uma risada histérica. – Era tarde demais, porque você já me odiava. Eu quase enlouqueci e minha vida virou um inferno. Fui chantageado pela minha irmã e pela Casy. Você nem olhava para mim direito. Mas quando descobri que estava grávida tudo mudou. – Ela arregalou os olhos e se encolheu.  Sabia que estava com medo que eu descobrisse.  – Eu te amo, Ness. Amo com todas as minhas forças e é por causa desse amor que estou mudando. Quero me tornar digno de você. Quis ser melhor pelo nosso filho. Tivemos pouco tempo para curtir a gravidez, porém pude ver que eu seria para ele o que meu pai não foi para mim. Eu não daria o mau exemplo para essa criança. Nós perdemos esse bebê e eu sinto muito por isso. E é por isso que estou dizendo a verdade. Teremos outra chance de ser pais e quando isso acontecer, serei o melhor pai do mundo. Quero ser um herói para o nosso filho. Por tudo isso eu te peço perdão, amor. Não quero mais saber de vingança. Pro inferno com promessas. Meu pai nunca foi digno disso. Sempre foi um trapaceiro. Não deixarei que mesmo morto acabe com a minha vida.

- JACOBBBB AHHHH HHHH – Ela começou a chorar descontroladamente e me calei para que se recompor. O choro foi diminuindo e em meus braços foi se acalmando aos poucos. Quando conseguiu falar, ela disse algo que me surpreendeu.

- Jacob, eu preciso te dizer a verdade. Estava morrendo de medo. Não agüentava a idéia de te fazer sofrer e temia que fosse embora. Mas agora não dar mais. Você abriu o seu coração e agora é a hora de eu abrir o meu.- Ela encarou os meus olhos e soube que me contaria tudo naquele momento. – Eu ouvi você no telefone com sua amante e você foi atrás de mim. Nós transamos e eu estava muito magoada com tudo. No dia seguinte ouvi a sua irmã te chantageando. Soube que se casou comigo por interesse e que estava me roubando. Eu me senti um lixo. Estava muito mal e me via como uma mulher que não era capaz de ser amada pelo que era. Uma mulher que só conseguiu o homem que amava por causa do dinheiro. Sabe o que é isso¿ De todas as coisas que você me fez, aquilo foi a pior delas. Nem a nossa noite de núpcias me fez sofrer tanto. Olha que foi horrível demais. – Ouvir aquilo era cruel demais para mim. Mas eu merecia cada palavra que dizia. –Aquela manhã eu sai com Seth para passear. Ele e eu andamos muito. Fomos para a casa dele e eu pedi ele para fazer amor comigo. – Fechei os olhos e tentei prender as lágrimas. – Desde o dia do casamento, quando ele se declarou para mim, eu descobri que o amava de forma diferente. Não era como amava você. Mas era amor de certa forma. Ele foi a âncora que tive para não afundar.  Acho que se não fosse por ele, teria me matado naquele dia, Jacob. Sabe o que é você se sentir o coco do cavalo do bandido¿ Era assim que me sentia. Por isso pedi que me amasse e me mostrasse que podia ser amada pelo que era, não pelo dinheiro que tinha e que poderia dar. – Abri os olhos e a vi chorando muito. Os soluços aumentavam enquanto relatava. Sabia que a culpa era minha e não poderia julgá-la por aquilo. Na verdade eu a ouvi falando sobre aquilo muitas vezes enquanto dormia. Contudo, ouvir a verdade na cara, era terrível para mim.

- Eu me senti suja, chorei muito aquela tarde e depois que saímos, resolvi passar uma borracha. Foi quando encontramos o cachorro. Lembro que aquilo nos atrasou e você ficou furioso quando cheguei. Eu tentei parecer durona, mas em meu quarto eu desabei e chorei muito. Não tem noção de quantas vezes esfreguei o meu corpo me sentindo suja e indigna de você. Nunca mais consegui conversar com Seth direito. Acabei com a nossa amizade naquele dia. Quando descobri que estava grávida, implorei que fosse mais de dois meses. Infelizmente o tempo da gravidez me deixou receosa. Eu não sabia quem era o pai. Sofri tanto com isso. Por favor, pode me perdoa¿ Eu não quis enganar você. Simplesmente aconteceu.

Segurei o seu rosto com as duas mãos, beijei a sua testa e depois fui descendo os lábios até a sua boca. Ela pareceu não entender e se desviou do beijo.

- Eu não entendo... Você não deveria reagir assim. – Sussurrou incrédula.

- Eu sempre soube, Ness. – Nossos olhos se cruzaram e pude ver o choque em seu olhar. – Você fala dormindo. Desde o momento em que vim para esse quarto, ouço você falar dormindo. Presenciei o seu desespero por não saber quem era o pai e o arrependimento por ter me traído. – Fiz um carinho em seu rosto e fiquei analisando as suas expressões. – Eu o amei do mesmo jeito, amor. Mesmo que não fosse o meu, eu continuaria amando essa criança. Seria o pai dela e nunca falaria nesse assunto. Pai é quem cria e dá amor. Não quem faz, Neném.

- Jacob, eu não...

- Shiii! – Coloquei o dedo sobre os seus lábios. – A única coisa que não aceitaria, seria que ele soubesse. Não sou tão altruísta assim, amor. Mas acho que agora podemos começar do zero. Não precisamos mais falar de passado. Podemos viver o nosso futuro da melhor forma. Prometo mudar e “virar gente”, como você mesma disse para Sue. É tudo que quero nessa vida. O resto é o resto. – Só quero ficar agarradinho com você. Sinto como se houvesse tirado uma tonelada das costas. – Disse para ela.

- Eu também, Jacob... eu também.

Aquela noite dormimos abraçados e mesmo com toda a dor que sentíamos pela perda do bebê, era um alivio para mim aquele momento.

Na manhã seguinte, acordamos, tomamos banho, nos arrumamos e fomos tomar café. Estávamos sentados na sala de jantar quando Sue entrou apavorada nos chamando.

 - Vocês precisam ver isso! Venham! – Levantei apressado da cadeira e Corri para fora, seguido por Ness e Sue. Quando chegamos em frente a casa, na saída da garagem, havia um despacho de macumba. Fiquei chocado com aquilo. Por um momento a ficha não caiu e não acreditei que Casy fosse louca para fazer aquilo. Mas ali estavam duas taças de cristais com um liquido que parecia sangue, uma bandeja de inox com uma comida estranha, duas rosas vermelhas cruzadas, um garrafa de champanhe e uma galinha preta com uma corda apertando o pescoço. Embaixo das rosas havia um pedaço de papel branco. Ajoelhei diante do despacho, peguei o papel e havia escrito o nome Casy e Jacob. Observei que ao lado da galinha mora havia uma foto... OMG! Uma foto da Ness recortada de uma capa de revista. Congelei naquele momento.

- EU VOU MATAR AQUELA MALUCA! – Berrei e vi que Ness estava chorando abraçada a Sue. E o “Vi...nho” Estava imóvel como uma estátua.

- Tire isso daqui! – Ordenei para eles.

- Não vamos mexer nisso! Isso é magia negra.  – Sue disse com a voz nervosa.

- Você está com medo desse despacho¿ Fala sério! Eu não acredito nisso! Não tenho medo disso.  – Chutei o despacho com raiva, a garrafa e o copo caíram, e quebraram espatifando o vidro sobre a calçada, que ficou cheia do liquido vermelho. Ness tremia muito, seu rosto estava vermelho e as lágrimas escorriam pelo rosto. Não conseguia falar nada. Fui para dentro da casa, entrei na área de serviço, pequei o balde de lixo, uma pá, vassoura e luvas. Coloquei as luvas, com a vassoura eu juntei os cacos de vidro e peguei com a pá. Coloquei toda aquela imundice na lata de lixo e a fechei. Carreguei até o portão e coloquei de lado.

- Agora você pode lavar isso! – Ordenei para o “Vi...nho”. – Venha, amor! – Tirei as luvas e joguei sobre a tampa do lixo. Peguei Ness pela cintura e entramos.

- Aquilo... Aquilo...- Ela começou a gaguejar.

- Não precisa ficar com medo. Eu não acredito nessas coisas. OK¿ Eu vou tomar um banho para tirar o cheiro da galinha e depois vou para o escritório. Venha para o quarto comigo e pare de chorar. Nada vai te acontecer. – Caminhamos lentamente para casa, entramos e subimos as escadas. Entramos no quarto, fui para o banheiro, tirei as roupas e fui para o Box tirar aquele cheiro de galinha morta. Ness ficou sentada na cama, ainda chocada com tudo.

Depois que me arrumei, fui para o escritório e a deixei deitada sobre a cama.

O meu dia não havia começado nada bem, mas eu nem imaginava que a coisa só podia piorar.
Cheguei ao escritório e avisei que não queria falar com ninguém. Depois me tranquei e comecei a ver alguns contratos. Quando foi mais ou menos onze horas, o meu celular tocou e Ness estava chorando.

- Jacob, o meu cachorro... Ele... Ele... Oh Deus... foi horrível.

- Calma, amor! Calma! Passa o telefone para Sue. Por favor, você não tem condições de falar nada. – Ela estava nervosa, chorava muito e não falava coisa com coisa. Precisava de alguém que me dissesse o que se passava. Estava ficando apavorado.

- Jacob, chegou uma encomenda hoje. Um rapaz trouxe uma caixa bonita e com cartão. Achamos que você havia enviado. Era uma caixa de chocolates finos e Ness ficou feliz. O telefone tocou e ela saiu correndo para atender. Eu estava na área de serviço lavando roupas e quando ouvi os gritos corri para a cozinha. Quando cheguei, vi Ness ajoelhada diante do cachorro estrebuchando no chão. Ele comeu um bombom que havia caído no chão e morreu. Os bombons estavam envenenados. – Sue também chorava.  – Só de pensar que eu e Ness comeríamos aquilo eu começo a passar mal.  – Meu estômago revirou e meu sangue subiu.

- Cuida dela, Sue! Estou indo para casa em breve. – Desliguei o telefone. Coloquei no paletó e sai da sala o mais rápido possível. Passei pela secretária e vários funcionários como se não houvesse ninguém. Fui para o estacionamento, peguei o carro e o conduzi em direção ao apartamento onde Casy estava morando. Eu queria matá-la! Eu poderia fazer isso e não sentiria o menor remorso.

Deixei o carro na rua e nem me preocupei em estacionar. Bati a porta e sai correndo, subi as escadas, bati na porta como louco até que abrisse. Instante depois a porta abriu e eu vi a criatura com uma roupa de “PU” vermelha, uma maquiagem vulgar e um cheiro de perfume barato.

- EU VOU MATAR VOCÊ.  – Bati a porta com raiva, peguei o pescoço dela e a empurrei contra a parede. – EU ACABO COM VOCÊ, CASY! NÃO VAI ME IMPORTAR A CADEIA, PRISÃO PERPÉTUA OU TORTURA. ENTENDEU, SUA VADIA¿ SE MINHA ESPOSA CAIR, SE ELA SE MACHUCAR, SE FOR ATROPELADA, SE FOR PEGA POR BALA PERDIDA, SE FOR ENVENENADA... ATÉ MESMO SE UM RAIO CAIR SOBRE SUA CABEÇA. NÃO ME IMPORTA O QUE ACONTEÇA, EU VENHO ATRAS DE VOCÊ E NUNCA MAIS VERÁ A LUZ DO DIA. EU TE MATOOOO! SE ALGO ACONTECER COM ELA, VOCÊ NÃO SAIRÁ VIVA PARA CONTAR A HISTÓRIA. E VAI FAZER MACUMBA NA CASA DO “KA”!         - Eu a joguei longe, com toda violência e sai batendo a parta com raiva.

Dirigi como um louco até chegar em casa e quando a encontrei, estava deitava em nossa cama, completamente arrasada e abatida com aquilo. Começava a me preocupar aquela obsessão de Casy e sabia que ela não pararia tão cedo. Não cederia a nenhum tipo de ameaça. Aquilo realmente me preocupava.

Três dias se passaram e Ness estava mais calma. Estávamos tomando o nosso café quando  “Vi...nho” entrou na sala de jantar e me entregou uma pilha de jornais.

- Olha isso! – Disse para mim arqueando a sobrancelha. – Quando vi a manchete do primeiro jornal, quase surtei: JACOB BLACK UM FARSANTE. A segunda dizia: O GOLPE DO BAU DE JACOB BLACK. Comecei a folhear os jornais e revista e as coisas só pioravam.

- A porta da casa está cheia de repórteres. O que eu faço¿ - Ele perguntou com sorriso irônico.

- Peça para a sua mãe arrumar  sala e mande essa gente entrar. Nos espere na sala de star. – Disse e continuei a tomar o café tranquilamente.

- O que faremos¿ Meu avô não pode ler isso¿ - Ness perguntou apavorada.

- A essa altura, ele já leu. Então só nos resta negar. Casy se passará por uma doida abandonada e depois daremos queixa por tentativa de assassinato. Termine o café! É importante que esteja comigo na sala. Deixe que eu fale. Você só precisa concordar com tudo.

Fomos para a sala, cumprimentamos os abutres e começamos a nossa encenação.

Contei a eles sobre o namoro com Casy em Londres e o nosso rompimento. De como ela ficou arrasada e veio atrás de mim. Contei sobre as suas ameaças e chantagens. Depois sobre a ligação que fez para Ness e a ameaça de matar o nosso filho. Foi um relato comovente e convincente. No final falamos sobre a macumba na porta da casa e da caixa de bombom envenenada. Peguei o celular, liguei para a minha caixa postal e coloquei no viva voz. Toda a impressa viu e filmou a voz histérica de Casy implorando para eu voltar para ela. As suas ameaças a Ness e a chantagem de fazer um escândalo.

Ness deu um depoimento emocionado sobre o nosso amor. De como éramos felizes e como a insistência da ex namorada a aborrecia. No final todos saíram da casa com pena de nós.

Para completar toda a nossa farsa, fomos para a delegacia e demos parte de Casy. Pedimos um mandato de segurança que a impedisse de chegar menos de cem metros de nós. E foi um prato cheio para a impressa, que a deixou completamente desmoralizada.

Eu venci o primeiro round, mas sabia que ela não desistiria de nos infernizar. Pelo menos tinha tempo de ganhar fôlego, mas o que realmente me preocupava era a reação dos Cullens e a queda das ações na bolsa de valores.

Quando chegamos em casa no final da tarde, tivemos uma infeliz surpresa. Os Cullens chegaram mais rápido do que esperava em nossa casa e a discussão foi calorosa.

- Você é um interesseiro e cafajeste. – Dizia minha sogra narja cascacu. – Pensa que não sei que Renesmee está te acobertando.  Ela é tão cega por você que aceita tudo. – Apontou o dedo para mim e Edward a puxou.

- Mãe! Não tem o direito de falar assim com ele. É meu marido e eu o amo. Para com isso! – Ness disse com raiva.

- Gente, calma! – Tia baixinha pediu.

- Ela vai conosco para Seattle. – A cascacu continuava a falar com raiva.

-Ela é minha esposa. Pense o que quiserem e façam o que acharem melhor. Se quiserem a presidência da empresa,  fiquem a vontade. Mas ela não sai de perto de mim. Independente do que acontecer, ficaremos juntos para sempre. Entendeu¿ Você não gosta de mim, mas sua opinião não me interessa. – Disse com raiva para ela.

- Posso falar com Jacob a sós¿ - Calisle pediu com a voz abatida.

- Não! Eu quero ouvir. – Ness rebateu.

- Mesmo que esteja falando a verdade, Jacob, as nossas ações estão caindo e os investidores não gostam disso. Convocarei uma assembléia para decidir sobre a presidência. Estejam lá amanhã as oito. – Disse olhando para mim e Ness. Ela me abraçava, como se tivesse medo de alguém a tirar de lá.

- Mas ela vai conosco! – A mãe insistiu.

- Bella, por favor! Ela é esposa dele e não há o que fazer. Se tudo o que aquela moça disse for verdade, não temos como separar os dois. É a vontade dela.- Esme tentou acamá-la.

- Esse monstro só casou por dinheiro. Ele  não a ama! Queria ver se fosse pobre. – Estava chorando.

- Mãe, eu te amo, mas não aceito que fale do meu marido. Só quem pode falar dele sou eu. Por favor vá embora! Se a família não aprova a nossa união e quer nos separar, acho melhor que se afastem e mim.

- Filha, não faz assim! – Edward disse com olhos cheios de lágrima. – Só queremos o seu bem.

- Então me deixe com meu marido! Não tire a presidência dele. Só eu sei o quanto ele trabalha naquela empresa. Quantos finais de semana ele perdeu nesse escritório. – Ela apontou para o escritório. – Trabalhando. Agora acham que é justo! Por causa de uma mulher que  quer parecer. Vocês precisam escolher em que lado ficar. Se não aceitarem Jacob, fiquem longe de mim também. – Ness saiu correndo da sala chorando.

- Estaremos na empresa bem cedo. – Disse a Carlisle.

- Esperaremos vocês. – Ele respondeu desapontado.

- Jacob, essa mulher é perigosa¿ Ela pode fazer mal a minha filha¿ - Edward perguntou preocupado. Sua expressão era horrível.

- Ela é doente... eu tenho medo do que possa fazer. Mas terá que me matar primeiro.

- E QUER QUE MINHA FILHA FIQUE AQUI¿ ELA PRECISA DE SEGURANÇAS ARMADOS!- A narja estava gritando como louca.

- Bella se recomponha! – Carlisle ordenou.

- RECOMPOR¿ VOCÊS NÃO VÊEM¿ INFERNO, É MINHA FILHA!

- Eu a amo e a protegerei com a minha vida. – Disse para ela.

- É bom mesmo! Se algo acontecer com ela, você morre! Saiu da sala furiosa e os outros a seguiram.

Eu sabia que a manhã seguinte seria difícil e tinha a certeza que os Cullens me tirariam a presidência mas o que me preocupava realmente, era o medo que tinha de perder Ness. Sabia que Casy estava completamente doida e não mediria esforços em sua vingança. E para salvar a mulher da minha vida, estava disposto a matar ou a morrer.



Nota Glau
Vcs não pensaram nisso¿ Podem confessar! Kkkk Ficaram “P’ da vida com a traição dela e não imaginavam o motivo e eu fazer isso. MULHERES DE POUCA FÉ! Não sabem que não dou ponto sem nó! Kkk Eles tinham que se perdoar para a relação dar certo.Agora entenderam o que eu fiz¿
Bem, agora a fic começa acelerar. Quero acabar no início de fevereiro. E por isso teremos muitas coisas em poucos caps. Então se preparem para emoções fortes. E não tentem adivinhar o que se passa na minha cabeça. Kkk Vcs sempre erram e eu adoro isso. SHUAHSHAUSHAU
Já fiz o prólogo de Guerra do Sexo e já vou postar para adoçar a boca de vcs. Pretendo postar os caps em breve. Já fiz todo o mistério e agora estou pronta novas emoções.
Pretendo fazer um epilogo para a Song fic, mas ainda não tive braços e tempo para isso. Fiquei em casa quinta feira, foi feriado no rio, e fiz caps na quinta e na sexta. Por isso estou com um pouco de dor hoje.
Gente, ainda tem tempo para participar do concurso. Dê uma passada no meu perfil e leia o regulamento.

Nos vemos nos próximos caps e não deixem de comentar!!

Bjus no core

N/Heri: gente surtaram como eu com esse capitulo? Mellllllllllllldelllllllllsssssss...  nunca vi um cara mais arrependido e apaixonado, gente ele já tinha ouvido tudo e  perdoado.  Mas essa vadia da Casy , bombons com veneno? E as revistas, foi  bombástico Glaucia. Vala(cearense fala assim),  que piti foi esse da Naja cascacu? Eu até já sei o que vem..Mas vocês acham que Jacob vai até o inferno pela Ness?...e ela vai acreditar nele?... EU VOU RECOMENDAR DENOVO...E VOCÊS?......PLEASE COMENTARIOS...Ó Glaucia não abusa desses braço mulher!



4 comentários:

Polly disse...

GENTE MORRI E VOLTEI!!
Emoçoes de mais coitada da Ness e do Jake.
gente pode me chamar de burra mais eu nao entendi a do "vi...nho".
BJS ansiosa por mais

Anônimo disse...

Sempre confio em vc Glaucia amo suas fics sao demais essa então está demais da conta bjus

Daniela RC disse...

Bem, eu ja comentei no nyah, mas é sempre bom vir aqui comenta =D
ADOREI O CAPITULO, eu sabia que nao nos desiludirias querida! xD
Eu confio plenamente em ti para o futuro desses dois =D
PARABÉNS PELO MARAVILHOSO TRABALHO!
bjs

Anônimo disse...

o jake e mesmo lindo eu amo muito ele com a nessie e siceramente fique feliz que ela pedeu o bebe eu nao queria que ela tivese um filho do seth eu amo muito o jake com ela e quero que ela tenha filhos com o jake e espero que ela engravide logo dele e que eles possa ser muito feliz com o filho frunto do amor dos dois eu amo esse casal e eu sei que voce tambem ama e vai fazer o melhor para os dois .

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