terça-feira, 1 de março de 2011

A Herdeira 35 Julgamento Parte 2

35 Julgamento Parte 2

Ness estava nervosa, em uma sala fechada, aguardando o seu depoimento. Tinha que ficar incomunicável até a hora de finalmente falar. Aquilo estava acabando com ela e deixando a ainda mais estressada.

Não sabia o como foi o depoimento das outras pessoas e nem como estava a situação de Jacob. A única coisa que tinha em mente, era que falaria tudo o que aconteceu desde que conheceu Jacob e deixaria o júri comovido.

Fez uma refeição, que fora levada por um funcionário do tribunal e continuou sentada, suando frio e pensando em como contar tudo na frente de todos.

Horas se passaram e finalmente a porta de abriu, indicando que o momento do seu depoimento havia chegado. Olhou o homem parado na porta e esperou que a chamasse.

- Senhora Black, está na hora do seu depoimento. Pode me acompanhar, por favor¿ - Chamou o homem e ela caminhou em direção a porta. Saiu, seguiu pelo corredor, onde haviam várias pessoas e repórteres querendo uma palavra e depois entrou na sala.

Viu a tribuna com muitas pessoas, entre elas a sua família, e o corpo de jurados. Olhou para Jasper, que tentava passar um pouco de tranqüilidade, e seguiu para a cadeira dos depoentes.

Sentou-se na cadeira e viu o rosto pálido de Jacob. Um frio percorreu a sua barriga e o coração começou a bater rapidamente... Havia chegado o momento crucial.

- Senhora Black, pode nos contar como conheceu o seu marido e como foi que começaram a se relacionar¿ - Jasper pediu.

- Conhecei Jacob quando ainda era uma criança. Todas férias e fins de semana ia para Forks ficar com o meu avô Charlie Swan. E ele me levava para La Push. Meu avô era muito amigo do falecido senhor Cleawater e costumavam  pescar. Então eu ficava brincando com Seth e seus amigos. Mas como era pequena sempre ficava para trás. Foi nessa época que eu me apaixonei por Jacob, mas ele era um pouco mais velho e nunca me notou. Para ele era apenas uma pirralha. O tempo passou e houve um acidente que vitimou os pais. A mãe morreu e eles se mudaram de La Push. Pouco tempo depois, meu avô decidiu romper a sociedade com o pai dele. Assim os Blacks foram embora e nunca mais o vi. Sempre perguntava a Seth sobre ele, e ele falava algumas coisas. A irmã de Jacob tinha uma paquera com Paul e assim mantinham contato. Por isso Seth sempre tentava me dar notícias dele.- Um funcionário do tribunal colocou um copo com água, Ness o pegou e bebeu um gole antes de continuar o seu testemunho.

- Quando estava terminando o colegial, meu avô me chamou para uma conversa em família. Naquele dia ele contou que estava doente e precisava se afastar da empresa. Contudo não queria deixar o maior patrimônio da família nas mãos de estranhos. O meu pai e meus tios não queriam  assumir a empresa e naquele momento a única solução seria eu me casar. – Ness olhou para a família que assistia o julgamento e depois olhou por um momento para Jacob antes de continuar. – Eu concordei em casar, mas o noivo teria que ser Jacob Black. Não havia a mínima possibilidade de casar com outro. Por isso, mesmo relutante, meu avô aceitou. Meu pai ficou meio estranho e minha mãe não queria de jeito nenhum. Mesmo assim permitiram que eu fizesse a proposta para Jacob.

- Conversei com Seth no dia seguinte e pedi para ele conseguir o email de Jacab. Depois eu mandei um email com uma foto para ele. E a resposta me deixou muito triste. Ele disse que não podia casar sem amor, porque não daria certo. A carta foi muito poética e suspirei com ela. Mas a melhor parte foi a que contou sobre a vinda para Seattle, para uma entrevista de emprego.

- Quando nos encontramos eu pensei que fosse morrer. Meu coração parecia que não agüentaria naquele momento e tenho certeza que o dele não sentiu diferente. Nós ficamos encantados em um primeiro momento e logo começamos a namorar. O namoro a distância ficou complicado e ele quis terminar comigo. Meu avô se meteu na história e arrumou um emprego para Jacob na empresa e ele se mudou com suas irmãs. – Ela olhou novamente para Jacob e os seus olhos encheram de água. Estava prestes a chorar, mas precisava ser forte e conter as emoções. Lembrar de tudo que passou era ao mesmo tempo bom e ruim. – Ficamos noivos em poucas semanas e o casamento foi marcado para janeiro. Tudo parecia bem e perfeito até aquele momento.

- Como foi que a senhora descobriu que Jacob não era bem o que pensava¿ Quando as coisas mudaram¿ - Jasper perguntou.

- No dia do casamento eu estava muito nervosa, mas segura do que queria. Então Seth apareceu no quarto para uma última conversa e confessou que me amava. Aquilo foi muito doloroso e ali eu vi que sempre gostei dele. Não era a mesma coisa que sentia por Jacob, mas havia um sentimento. Minha mãe e minhas tias tentavam  me convencer de não casar. O que podia fazer¿ Largar Jacob no altar porque estava com dúvidas¿ Não era justo com ele e nem comigo. Eu o amava muito para desistir na última hora e nada poderia me fazer voltar atrás. Então nos casamos e cumprimos todo o protocolo que aquilo requeria. Depois fomos para a nossa casa em La Push. – A voz ficou embargada e ela começou a chorar com as lembranças. Jasper lhe deu um tempo para se recompor e continuar a falar.

- Na noite de núpcias eu estava cansada, estressada e magoada com a conversa que tive com Seth. Jacob e eu acabamos nos desentendendo, e depois que consumamos o ato... – Ela parou mais uma vez e abaixou a cabeça. Jacob não conseguia olhá-la mais. Ficou de cabeça baixa sentindo as lágrimas rolarem em seu rosto. Era muito difícil aquilo tudo na frente de todos. – Depois ele estava com raiva e despejou tudo. Falou coisas horríveis e me magoou muito. Saiu do quarto e me deixou despedaçada. Eu me senti usada, envergonhada e humilhada naquele momento. Nunca pensei que ele fosse daquela maneira... nunca.

Na platéia que assistia o julgamento, Bella e Edward bufavam de raiva.

- Filho da “PU”! Como pode maltratar a minha filha¿ - Bella disse indignada. Tinha vontade de ir até ele e o esbofetear. A raiva era tanta que pensou que na suportaria ouvir tudo.

- Calma, Bella! Ele errou muito, foi um cafajeste e manipulador. Mas já se arrependeu disso tudo e está pagando o seu preço. – Edward disse mesmo sentindo a raiva o consumir. Seu corpo estava quente demais e suas mãos tremiam só de pensar no que a filha passou.

- Eu sabia que ele não era flor que se cheirasse... eu sabia. – Bella resmungou.

As pessoas ouviam o relato de Ness com pena de tudo o que passou.

- No dia seguinte, ele foi trabalhar sem se quer me esperar para o café. Passei o dia inteiro no quarto chorando. Não entendia o motivo da mudança de atitude dele. E quando voltou para casa, me humilhou diante da Sue e do Seth. Praticamente ameaçou a me agredir fisicamente se não jantasse com ele. Eu estava apavorada, quase chorando e ele percebeu que havia me assustado. Então foi para o quarto e começou um jogo de sedução que mais parecia uma brincadeira. Eu acabei me esquecendo da noite anterior, da grosseira e humilhação e me entregue novamente. Só que ele fez o mesmo, esperando eu dormir para me abandonar sozinha no quarto. Na manhã seguinte, eu acordei furiosa e fui até o quarto onde dormia. Ele estava nu e parecia doente, mas eu não liguei para o seu estado. Disse um monte de desaforos e ameacei a contar a minha família que ele estava me maltratando. Ficamos um período longe sem nos falar... acho que dois meses. E eu resolvi pagar na mesma moeda. Eu seduzia e depois humilhava. Naquele momento as irmãs foram morar conosco e as coisas complicaram. Eu percebi que Rebecca estava ameaçando para conseguir o que queria dele. Ela se sentia a dona da casa e tentava me intimidar.

- Senhora Black, como estava a relação com Seth naquele momento¿ - Jasper perguntou de forma maliciosa. Ness sentiu muita vergonha de tudo o que ocorreu, mas sabia que precisava falar tudo para que o júri se convencesse que Jacob mudou e não seria capaz de matar Casy.

- Seth e eu mal nos falávamos. Eu não podia contar o que se passava entre Jacob e eu. Sabia que eles brigariam e não queria que se machucassem. Tinha que mentir para a família e fingir para todos que estava feliz. Foi bem difícil conviver com Seth depois que ele se declarou para mim. Eu ouvi Jacob falando com Casy no telefone e descobri o relacionamento. De tudo o que passei naquele momento, aquela foi uma das coisas mais complicadas. Discutimos feio naquele dia e fomos para o quarto aos berros. Acabamos transando naquele dia, mas eu o coloquei para fora e tranquei o quarto. Sentia raiva de mim por ceder aos seus encantos. Na manhã seguinte, eu ouvi Rebecca chantageando Jacob. Mas fingi só ter ouvido o final da conversa.

- Ahh! Ahh! – Ness chorava muito e tentava enxugar as lágrimas enquanto relatava. – Eu me senti tão humilhada naquele momento. Saber que todos os seus planos e sonhos foram pisoteados da forma mais cruel foi duro. Mesmo ouvindo Jacob dizer a irmã que me amava e queria salvar o nosso casamento... – Ãn Ãn foi tão difícil...

Jacob chorava muito ouvido aquele relato, Bella estava quebrada e era amparada por Edward, que tentava não chorar. Os Cullens, pasmos, tentavam encontrar uma forma de perdoar tudo aquilo. Era difícil digerir cada palavra de Ness. Sentiam vontade de matar Jacob por todo o sofrimento que ele havia causado.

- Senhora Black, o que a senhora fez¿ Foi por isso que transou com Seth Cleawater¿ - Ness não conseguia abrir a boca para falar e todos começaram a cochichar no tribunal, causando um verdadeiro alvoroço. A juíza precisou pedir que as pessoas silenciassem para que Ness continuasse o seu depoimento.

- Sim... – Ness disse envergonhada. – Eu... eu... queria me... sentir amada... de verdade... queria alguém... que não gostasse de mim... pelo dinheiro da minha... família... que não me... roubasse... que não me... traísse... embaixo do meu nariz. – Ela chorava copiosamente. Não conseguia se conter e o assistente do tribunal levou outro copo com água e lhe entregou um lenço de papel. Ela pegou o lenço e secou as lágrimas. Depois bebeu lentamente a água e tentou se acalmar para continuar.

- Seu marido sabia¿ - Jasper perguntou. – Ele soube da traição¿ - Insistiu.

- SIMMM! Simm! – Ela praticamente gritou. – Eu fiquei grávida e não sabia... quem... era... o pai... quase morri... de desespero... Jacob estava... tão... mas tão... feliz... God! Mas eu perdi... o meu... bebê... foi horrível... eu sofri com a perda... – Ela enxugou as lágrimas novamente. – Sofri com...a mentira... e com ele...sendo o melhor homem... do mundo... Ele mudou... completamente...depois da ... gravidez...e eu me sentia um lixo... por mentir...

- Senhora Black, como seu marido soube¿ O que ele te disse¿ - Jasper insistiu, sabendo que Jacob pareceria um santo depois daquilo. Jacob não conseguia parar de chorar com o depoimento da Ness.

- Quando nós saímos do hospital. – Ness enxugou as lágrimas e tentou continuar. – Ele estava tão arrasado com a perda do filho. – Parou mais uma vez para tomar ar. – Queria tanto aquela criança e estava destruído. Estava tão feliz com a possibilidade e ser pai. Era uma chance para ele recomeçar e se tornar uma pessoa melhor. Mas ai eu perdi o bebê, depois de brigar com Rebecca,  e estraguei tudo. Quando nós voltamos para casa, antes de irmos dormir, Jacob se sentou ao meu lado e contou tudo. – Ness soou o nariz com outro pedaço de lenço de papel e encarou a platéia na tribuna. – Ele contou tudo desde a sua infância, todos os erros que cometeu, sobre os seus pais, sobre o plano de vingança e os motivos para me maltratar, e sobre Casy. Ele chorou muito, mas abriu o coração para mim. Ali eu vi que não poderia continuar a mentir. Não teria paz se não contasse a verdade. – Ela olhou para Jacob por alguns segundos e depois encarou a tribuna novamente. – Quando eu contei a verdade, ele disse que já sabia... Eu falo dormindo. – Ness riu naquele momento. – Eu falei tudo dormindo desde o primeiro momento. Mas ele disse que não se importava, porque amou tanto a possibilidade de ser pai. Já estava tão apaixonado pela criança, que não se importaria se não fosse dele. Ali nós nos perdoamos. Dissemos um para o outro o que sentíamos e nos perdoamos de verdade.

- Senhora Black, como foram as coisas com Casy¿ - Jasper perguntou.

- Ela começou a importunar um pouco antes disso tudo. Ligava o tempo todo, fez um despacho de macumba e colocou na porta da minha casa, mandou bombons envenenados, temos quase certeza que o atentado que sofremos também foi culpa dela, fez escândalo em um restaurante, pagou para me matar, entrou na nossa casa e destruiu todo o meu closet e deixou escrito ameaça  no espelho, no Box havia uma boneca com gato morto entre as penas e uma faca no coração... Aquela mulher fez tantas coisas que nos obrigou a fugir do país. Eu quase morri, se não fosse Jacob a entrar na frente da bala. Mas o pior de tudo foi ameaçar a criança que esperava... Aquela mulher era totalmente maluca. – Ness disse de forma segura.

- Acha que o seu marido a matou¿ - Jasper perguntou.

- Não! Jacob teve muitas oportunidades para matar a Casy, mas ele não fez isso. Apesar dela me ameaçar e a nossa filha, ele não fez isso. Jacob mudou e eu vi a mudança ocorrer. Vi cada etapa dessa mudança e não acredito que foi ele. Ele arrumou um emprego na Itália e nem queria voltar. Não aceitou o emprego de diretor que meu avô ofereceu e se sujeitou a um emprego simples para os seus padrões. Estávamos vivendo com o dinheiro que ele ganhava trabalhando. O meu avô só pagava os seguranças. Sinceramente eu não acredito que Jacob a matou. Eu confio cegamente no meu marido.

- Mesmo depois de tudo o que a senhora sofreu¿ - Jasper perguntou.

- Mesmo depois de tudo. Como disse, eu o vi mudar dia após dia. Vi se tornar uma pessoa melhor. Jacob não matou Casy e se o condenarem, estarão cometendo um grande erro. Impedirão de um pai ver a filha que tanto ama crescer. Ele poderia ter fugido e vocês não achariam. Mas ele só voltou por causa de mim e da filha. Nunca perderia o seu nascimento.  – Ela olhou para o júri e com os olhos cheios de lágrimas pediu por ele. – Por isso eu suplico que não condenem o meu marido. Não o impeçam de ver a nossa filha crescer.

- A testemunha está dispensada. – Disse Jasper.

- O promotor deseja interrogar a testemunha¿ - A juíza perguntou.

- Sim, meritíssima. – Disse e se levantou da cadeira onde estava.

- Senhora Black, seu marido é violento¿ -Perguntou com tom presunçoso.

- Ele é temperamental e às vezes perde a cabeça, ficando violento. Mas ele...

- Ele já a agrediu fisicamente¿ A senhora admite que ele lhe bateu¿

- Não! Jacob nunca bateria em mim... Não! – Ela negou de forma firme.

- Gostaria de lembrar que estar sob juramento. – Disse firme para ela.

-Ele nunca me bateu! As agressões que sofri não foram físicas, senhor promotor. – Ness tinha vontade de gritar com ele, mas se controlou.

- A senhora ouviu seu marido dizer alguma vez que queria matar Casy¿ - Ele tentava fazer com que Ness produzisse provas contra Jacob.

- Sim, mas...

- Então seu marido disse que queria matar Casy. Ele era violento com a amante e  a senhora sabia¿

- Eu sabia que eles sempre brigavam. Rachael deixou escapar uma vez que ela gostava de apanhar. Era um fetiche dos dois, mas...

- É notório que seu marido batia na amante e lhe ameaçara de morte várias vezes. Ele não teria perdido a cabeça no calor da discussão¿ Ele não seria capaz de matar no calor da discussão¿

- Não! Não!

- Protesto! O promotor está constrangendo a testemunha. – Jasper disse. – Está colocando palavras em sua boca.

- Protesto aceito. – Disse a juíza. – Apenas faça as perguntas de forma sucinta e não tente conduzir as respostas da testemunhas.

- Sim, meritíssima.

-Quando seu marido lhe deixou no hospital, o que ele disse¿

- Que iria resolver a nossa vida definitivamente¿ - Ness respondeu.

- Quando ele disse definitivamente, a senhora poderia supor que ele mataria a amante¿

- Ela não era amante dele! – Respondeu indignada. – Não! Eu não pensei que ela poderia se matar para incriminar o meu marido. Ele só foi conversar e tentar fazê-la partir. Foi levar dinheiro para ela, promotor.

- O que o seu marido disse quando fugiu do local do crime¿ - Perguntou o promotor.

- Protesto! O local não pode ser chamado de crime até que seja comprovado o assassinato. Até o que se sabe, a senhorita Maccalister se matou.

- Protesto negado! Responda, senhora Black. – Disse a juíza.

- Ele ligou para Alice, não para mim. Estava nervoso com o acontecido, falava tudo muito rápido e dizia que ela havia se matado. Afirmava ser inocente e quando eu pedi para voltar, ele desligou a ligação.

- Por que ele ligou para sua tia¿ - Ness não entendia o motivo daquele tipo de pergunta.

- Foi ela quem lhe deu o dinheiro. O meu avô bloqueou os meus bens há uns meses e controlava a minha conta corrente. Não havia como ele tirar dinheiro da conta sem pedir ao meu avô. Por isso Alice fez o empréstimo. Ele ligou para ela porque sabia que eu estava mal e corria o risco de entrar em trabalho de parto. Só que Alice estava no quarto e eu pedi para colocar no viva voz.

- Estou satisfeito! – Disse o promotor.

- A testemunha está dispensada. Tem mais alguma testemunha defesa¿ - Perguntou para Jasper.

- Gostaria de chamar para depor o meu cliente Jacob Black. – Disse Jasper.

- Tudo bem! Pode se dirigir a cadeira de interrogatório, Senhor Black. – A Juíza disse, Jacob se levantou e caminhou lentamente. Sentou-se confortavelmente e olhou para as pessoas que assistiam ao julgamento.

- Senhor Back, jura dizer a verdade, somente a verdade e nada além da verdade¿ - Jacob colocou a mão sobre a bíblia que estava sobre o apoio da cadeira e fez o juramento.

- Eu juro! – Disse de forma segura.

Jasper se levantou, seguiu até a cadeira e parou há alguns metros de distância. Encarou o seu cliente e começou o interrogatório.

- Senhor Black, qual a sua relação com Casy Maccalister¿ - Perguntou olhando diretamente para ele.

- Fomos amantes. – Respondeu de forma suscita.

- Pode nos falar como ele a conheceu¿ E como era o relacionamento de vocês dois¿ – Pediu

- Eu conheci Casy quando comecei a trabalhar como gerente de vendas em Londres. Era uma grande empresa e cheguei lá até através de um amigo do meu pai. Ela era secretária do meu chefe e caiu de encantos no primeiro dia em que me viu. E para mim era conveniente manter o caso, para saber o que se passava. Era como uma informante para mim e durante um bom tempo, acho que mais de um ano e meio, mantive o caso. Veja bem, eu nunca a amei e ela sabia disso. Tinha certeza que só estava com ela por conveniência. Mas nunca se sentiu ameaçada, apesar de todas as mulheres com que sai nesse tempo. Tínhamos um relacionamento quente e às vezes brigávamos por besteiras. Casy sempre foi muito burrinha e isso me irritava as vezes.

- O senhor batia na sua amante¿ - Jasper perguntou.

- Sim! – Todos começaram a falar no local por um momento. – Nós fazíamos alguns jogos e ela gostava de apanhar na cama. Algumas vezes perdi a cabeça e nos saímos na “PO”.

- Como e por que o relacionamento entrou em crise¿ - Continuou a interrogar.

- Como já disse, ela nunca se sentiu ameaçada até eu conhecer minha esposa. Estava comigo quando eu recebi o seu email. Demos boas gargalhadas juntos e achamos a coisa toda bizarra. Mas quando vi a foto dela algo mudou. Por mais excitado que estivesse com a possibilidade de me vingar dos Cullens e mudar a minha vida. Era muito ganancioso e não perderia a oportunidade de tirar bom proveito da situação. Mas Casy percebeu que ela havia mexido comigo e ali começaram as ameaças.

- Como o senhor procedeu daquele dia em diante¿ - Eu fingia não sentir nada e tentava mentir o máximo que podia. Mas ela me conhecia bem e percebeu que eu estava diferente. Depois que voltei de Seattle, as coisas entre nós esfriaram e eu nem conseguia transar com ela. O seu ódio de Ness só aumentava e ela ameaçava acabar com meus planos. Resolvi que teria que cozinhar em banho Maria até o casamento e depois dar um jeito de descartá-la. Foi isso que fiz, mas as coisas não saíram bem como esperava.

- O que quer dizer como as coisas não saíram como esperava, Senhor Black¿ - Jasper perguntou.

- Ela me ligava sempre e todas as vezes fazia ameaças. Dizia que viria para os Estados Unidos para ficarmos juntos e muitas das vezes ordenei para que não viesse. Ai, depois que casei, com minha vida um inferno, ela simplesmente apareceu e a coisa piorou.

- Pode detalhar mais. – Jasper pediu.

- Eu estava sofrendo muito naquela época e vivendo um terrível conflito entre o amor que sentia e a vingança que havia prometido ao meu pai. Ela apareceu em um momento péssimo e foi me procurar. Mandei minhas irmãs irem para minha casa e a acomodei no apartamento onde estavam morando. Fui me encontrar com ela e para o seu desespero, simplesmente não consegui transar. Ali as ameaças ficaram mais violentas, pois ela se deu conta que não conseguia dormir com ela. Que realmente amava a minha mulher e não queria continuar com o relacionamento. Então ele começou a ameaçar bater na minha porta e contar tudo para Ness. Pode imaginar o meu desespero¿ - Jacob perguntou.

Ness, que já estava acomodada junto com a família, assistindo o julgamento, estava mal com tudo o que ouvia.

- Imagino. E o que o senhor fez¿ - Jasper perguntou.

- Tentei cozinhar em banho Maria. Dava dinheiro,fazia agrado, comprava presentes, só que...

- O quê¿ - O outro perguntou.

- Ela gostava de luxo. Gostava muito por sinal, mas o que queria não era dinheiro. Ela queria a mim na sua cama e eu até tentei para evitar um escândalo. Mas...

- Mas o quê¿

- É vergonhoso falar sobre isso... – Jacob não conseguia falar sobre as intimidades e as vezes que brochara ao tentar transar com Casy. Diante de tantas pessoas aquilo lhe constrangia muito e mesmo sabendo que era para o seu bem, não conseguia falar tudo com todas as letras.

- Senhor Black, o senhor não está em condições de negar informações. O que deixou a sua ex-amante furiosa¿ - Jasper disse de forma severa, mas Jacob não respondeu. – O quê, Jacob¿ - Perguntou novamente.

- Eu brochei “PO”... várias vezes! Satisfeito! – Ele se esforçava para não gritar de tanta raiva que sentia. As pessoas no local começaram a falar novamente, deixando um ar de tumulto. A Juíza precisou intervir para resolver a situação.
Ness estava satisfeita, mesmo que fosse humilhante para ele, porque sabia que ele não dormira com a ex-amante desde que veio morar nos Estados Unidos.

- O senhor não está em casa, Senhor Black! Veja bem o palavriado que usa no “meu” tribunal. Se não houver ordem nesse tribunal, entraremos em recesso novamente. – Disse de forma severa, olhando para as pessoas sentadas cadeiras de madeira. Jacob assentiu com a cabeça e Jasper voltou a interrogá-lo, satisfeito, por ter conseguido o que queria. O cliente conseguiu não se passar por adultero ao menos.

-O senhor brochou¿ - Não teve como não rir e Jacob o olhou com fúria. Ness se sentiu péssima pela forma como Jasper falou com marido. Afinal ela havia pedido para ele arriscar tudo e agora a vida dos dois estava exposta diante de todos.

- Sim! – Abaixou a cabeça para não encarar as pessoas.

- Quando foi que as coisas se complicaram¿ - Ele perguntou.

- Não lembro direito quando foi. Só sei que de uma hora para outra, ela começou a infernizar. Acho que durante a gravidez. Não sei ao certo. Mas um belo dia ela fez um despacho de macumba na porta de casa. Sue quase teve um troço e Ness só chorava. Eu peguei uma vassoura e quebrei as taças, as garrafas, galinha morta e ainda com a foto de Ness. Eu fiquei louco naquele dia e fui trabalhar. Tentei esfriar a cabeça para não fazer besteira. A verdade é que queria matá-la naquele momento. – Jasper deu um olhar perverso para ele quando disse aquilo. – Depois ela mandou bombons envenenados para minha casa. Ness pensou que fossem meus e deixou em cima da bancada da cozinha. A caixa caiu acidentalmente e o cachorro comeu um deles. Depois o pobre animal morreu estrebuchando. Eu perdi a cabeça e fui até o local onde estava. Brigamos feio naquele dia e dei um basta em tudo.

- Você bateu nela¿ - Jasper perguntou, pois já sabia que o promotor faria a pergunta depois.

- Sim! Bati e ameacei matá-la para ver se desistia. Disse para não chegar mais perto da minha família. E depois disso tudo ficou mais confuso, porque ela foi para a imprensa contar toda a história e tivemos que nos expor publicamente. Os paparazzis não saiam da nossa porta e não nos davam mais paz. Mesmo assim ela continuou a ligar e a me importunar. Ai veio um escândalo em um restaurante, depois um atentado quando estávamos no carro, o tiro que quase me matou. Sei que vocês podem dizer que não há provas de que foi Casy, mas só quem chamava Ness de Vadia Cullen era ela. E se o assaltante atirou chamando minha esposa assim, tenho certeza de que foi ela. Sei bem disso! Ela estava totalmente doida e tinha alguém a ajudando. O hospital foi invadido e o quarto onde eu deveria estar foi metralhado. Os bandidos morreram e nós fugirmos para casa. Mais uma vez encontramos vestígios dela. Nosso closet foi destruído, todas as roupas de Ness rasgadas, ela deixou fotos dela sobre a cama, no banheiro havia uma ameaça de batom no espelho, sangue no chão, uma boneca deitada no chão do Box com um gato morto e ensangüentado entre as pernas, e uma faca no peito. Tivemos que fugir para longe e mesmo no Canadá tentaram nos matar e um dos seguranças foi ferido. Só tivemos um pouco de paz na Europa, onde ninguém sabia o nosso paradeiro. Mas quando voltamos, a tia da Ness deixou escapar para uma amiga, os jornalistas publicaram. E na noite de natal, a doida mandou uma caixa de presente com uma boneca esfaqueada e com recado agourento para nós. Ela teve a coragem de ameaçar uma criança que nem havia nascido.

- O que aconteceu quando o senhor foi ao encontro da sua ex-amante¿ - Jasper perguntou.

- Eu subi as escadas e quando ia bater na porta, ela estava aberta. Ela me pediu que entrasse e veio tentar me seduzir. Eu a segurei e tentei dialogar, mas ela não parou e começou a ameaçar. Eu bati com vontade quando ela ameaçou a minha filha. Estava com tanto ódio, que bati muito e depois apertei o seu pescoço. Quase que a estrangulei com a raiva que sentia. Só que ouvi uma voz, bem parecida com a da minha mãe, dizendo que não valia a pena e a soltei. Disse que tinha nojo dela e que amava a minha esposa. Que estava apaixonado pela minha filha e que nunca mais dormiria com ela. Acho que as palavras ditas de forma tão claras a fizeram enlouquecer de vez. Ela começou a chorar e foi andando de costas para a porta, que permanecera aberta, até chegar na grade que cercava a varanda. Foi subindo e ficou sentada de braços abertos. Depois me disse que se não fosse dela, não seria da minha mulher e que aquilo era uma armadilha. Deu um impulso para trás e caiu de braços abertos. Eu fiquei desesperado e corri até a grade, debrucei para olhar e a vi morta. Fiquei desesperado e fugi.

- Por que o senhor fugiu, senhor Black¿ - Jasper perguntou.

- Tive medo de ser preso injustamente e perdi a cabeça. Tudo aconteceu muito rápido e de uma hora para outra. Nunca pensei que ela chegaria o extremo de se matar para me afastar de Ness. Mas ela cumpriu a promessa de me mandar para a cadeia para esse fim.

- Senhor Black, você teria coragem para matar Casy Maccalister¿ - Jasper perguntou.

- Sim! – Todos começaram a murmurar alto. – Se ela colocasse em risco a vida da minha mulher e da minha filha nada me impediria. Vocês são pais e mães.- Apontou para o júri. – Se uma mulher maluca colocasse uma arma ou uma faca em seus filhos. O que faria¿ - Olhou para Jasper e continuou. – Qualquer um perderia a cabeça, mas aquele não foi o caso. Eu não matei Casy! Não fiz aquilo e não é justo pagar por um crime que não cometi. Amo a minha família e não faria algo que a prejudicasse. Não faria uma coisa que me impediria de ficar anos sem a minha esposa e a minha filha. Eu juro pela vida da minha filha que não a matei. Essa é a única verdade que tenho.

Jasper fez mais algumas perguntas sobre Casy, o seu sentimento doentio e depois cedeu a vez para o se colega promotor, que fora bem malévolo no seu interrogatório, para tentar deixar claro que muitas vezes Jacob agrediu e ameaçou a vida da mulher.

Enquanto o interrogatório seguia, um dos assistentes de Jasper entrou na surdina e sentou-se ao seu lado. Cochichou em seu ouvido e lhe mostrou algo no celular. Ele deu um sorriso satisfeito e ao fim do interrogatório de Jacob anunciou que tinha mais uma testemunha.

- Meritíssima, temos uma testemunha que pode comprovar a inocência do meu cliente. Peço-lhe recesso por algumas horas para eu falar com ela. E permissão para interrogá-la diante do júri.

- Isso é inadmissível. – Disse o promotor. – Todas as testemunhas que forma solicitadas já falaram. Não pode colocar uma pessoa de uma hora para outra ao seu bel prazer

- Meritíssima, é claro que nós recorreremos da sentença se ele for condenado. Acho que essa testemunha pode ser decisiva para veredicto do júri. Por isso solicito autorização para o depoimento. – Jasper insistiu.

- Acho que todas as tentativas são válidas. Entraremos em recesso e o senhor tem duas horas para preparar o interrogatório.  – A juíza disse.

- Também peço autorização para colocar um vídeo para todos assistirem. Ele será de grande ajuda para o esclarecimento do caso.  – Disse Jasper.

- Providenciarei uma Televisão e um aparelho de DVD. Espero que isso não se prolongue. – Respondeu.

- Obrigada, meritíssima. – Jasper disse e se afastou.

- Senhores, entraremos em recesso. Depois disso ouviremos uma nova testemunha para esse caso. – Bateu o martelo, levantou e depois caminhou até a saída.


Nota Glau
Jasper para tentar provar que Jacob mudou e não seria capaz de matar jogou toda a “M” no ventilador. Coitado desse casal. Já imaginou tudo exposto dessa maneira¿ A Ness apesar de tudo foi bem corajosa. Ela disse tudo diante de todos. Colocou o marido em primeiro lugar e se esqueceu do orgulho.
Se a Ness, a Rebbeca, o Seth e a Bella admitem que Jacob é inocente, mesmo depois de tudo o que ele fez de ruim, será que o Juri levará isso em consideração¿ Será que ele será condenado¿
Gente a autora é totalmente doida, então não duvidem do que eu possa fazer nesse final, heim!


Gostaria de agradecer por todos os comentários maravilhosos e pelas 33 recomendações que a fic recebeu. Vcs sabem que não seria nada sem as minhas leitoras queridas.

Estou sentindo falta de uma galeria. Cadê vcs¿ Será que resolveram me abandonar¿ Sniff Sniff Snifff.
Gente, eu ainda não fiz o restante do Cap (quarta parte), porque ando lendo umas sacanagens que estão ocupando o meu tempo. Kkkk Prometo até sábado terminar o capitulo final herdeira para a postagem.

Quem ainda não votou no concurso de Short fic ainda da tempo. Eu pedi ao moderador até sábado para excluir a fic. Mas ainda não tive uma resposta e vou deixando no ar até lá. Peço que votem na fic Say Love, que ainda não teve nenhuma nota para eu apurar
Agradeço também aqueles que prestigiaram deixando suas notas.


Guerra dos Sexos já está bombando e cheia de confusão. Já tivemos inclusive “PO” no cap anterior. Quem ainda não leu, não sabe o que esta perdendo.


BRIGADU!!

N/Heri: ai meu Deus! To ansiosa por resultado do juri. E  a ultima testemunha quem será? Que é isso? Um julgamento ou confessionário total aberto ao publico?...hsuahsuahsu. Jasper ta tirando casquinha de mau...........Mas isso é coisa de Glau. Meninas comentem que já solto a parte 3...



3 comentários:

Anônimo disse...

adorei e estou super louca para ver a parte3 e saber quem e essa testemunha misteriosa que vai savar o meu jake dessa confusao toda que ele foi colocado coitado ja foi humilhado demais nesse jugamento alem de corno foi brocha coitadinho do meu jake ja foi humilhado demais
agora e hora dele ser feliz com a nessie ea sarah filhinha dele que ele nao ver ha dois meses so viu ela no parto e ele amam tanto ela merecer fica com a pricesinha dele.

Margarida Teixeira disse...

coitadinho do jake eles foram tão injustos!
bjs

Polly disse...

To atrasada mais a tempo
Adorei quero saber quem a outra testemunha
acho que o Jake merece, mas ele ja sofreu demais coitado.
Ele merce ficar com a filha dele né gente?!
Amei!!!
Bjs!

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