quinta-feira, 10 de março de 2011

A Herdeira 36 Penúltimo capitulo – Crime e Castigo.

36 Penúltimo capitulo – Crime e Castigo.

Houve um recesso para que a defesa pudesse averiguar as novas informações surgidas. Nesse meio tempo, Jacob continuou isolado e pensando sobre os seus erros. Jurou para si que se saísse daquela situação seria uma pessoa melhor e capaz de dar bom exemplo para a filha. Esperava que ocorresse um milagre e a sua inocência fosse provada. Mas só Havaí 10% de chances daquilo ocorrer e ele tinha medo do que viria.

Os Cullens foram para casa, para descansar um pouco, e Ness teve um pouco de tempo para ir até o hospital ver a filha, que a casa dia estava mais forte e saudável. Esperava ansiosamente pelo dia de tirá-la  do hospital. A pediatra havia lhe dito que se tudo desse certo, sairia na semana seguinte. E pelo menos aquilo era um motivo de alegria diante de tantas coisas ruins que estavam ocorrendo nos últimos tempos.

O tempo que passou em casa, preferiu se isolar. Não queria falar com os pais, tios ou avós sobre o seu depoimento. Não queria ter que dar explicações sobre tudo que escondera no período de casada. Ficar só era mais do que uma necessidade. Sua mãe bem tem tentou uma conversa franca, mas pediu para deixá-la quieta em seu antigo quarto.

Nesse meio tempo, Jasper conversou com a testemunha para tentar preparar um bom interrogatório. Pois com os novos fatos que ela lhe contara, poderia provar a inocência de Jacob e o livrar da cadeia. Nem acreditava na sorte de aparecer uma testemunha no último momento e esclarecer todos os fatos ocultos. Aquilo era muito mais sorte do que ele poderia supor. Voltou para o tribunal triunfante com a certeza de uma absolvição.

O julgamento recomeçara e todos estavam ansiosos para o último depoimento. Sabiam que era algo de estrema importância para a juíza permitir uma testemunha de última hora. Acomodaram se em seus lugares e esperaram o recomeço do julgamento.

Jasper por usa vez pegou o DVD que a testemunha havia lhe entregado e seguiu para o seu lugar. Logo depois Jacob veio conduzido por um policial, que retirou as suas algemas antes de se sentar. O promotor já estava a postos e os jurados acabaram de se acomodar. A juíza adentrou o local, todos se levantaram e esperaram até que se sentasse em sua ostentosa cadeira, depois se sentaram aguardando o início dos trabalhos.

- Senhor Hale, apresente a prova, por favor. – A Juíza pediu a Jasper, que caminhou até um assistente do tribunal e entregou o DVD. Ele foi até a juíza, que pediu que trouxesse o aparelho de DVD e uma televisão. Alguns minutos se passaram e o dois funcionários do tribunal entraram com os aparelhos e os ligaram. Após isso, colocaram o DVD e se dirigiram para a juíza, que autorizou a projeção da prova.


- Está acontecendo alguma coisa. – A voz de uma mulher dizendo para um  homem. – Já to gravando. Parece uma briga boa.

- Para que você está gravando isso¿- O homem disse de forma brusca para ela.

A imagem na tela era tremida e só dava para ver uma janela. Depois a imagem se deslocou um pouco e mirava o quarto em frente. Dava para ver um casal discutindo aos berros


- CHEGA! CHEGA! CHEGA! – A mulher pulou de algum lugar e parou na frente do homem. – EU ODEIO A SUA MULHER! ODEIO A SUA FILHA!! QUERO MATAR ESSA CRIANÇA JUNTO COM A MÃE!! ELA FEDE TANTO COMO TODOS OS OUTROS CULLENS! VOCÊ É MEU!SÓ MEU! SÓ MEU – EU VOU MATAR A SUA FILHA! – Ela parecia descontrolada e batia no homem a sua frente e o ameaçava. Ele perdeu o controle e de um tapa forte no rosto dela, que cambaleou para trás.


- SE VOCÊ CHEGAR PERTO DA MINHA FILHA, EU TE MATO! – O homem descontrolado gritava, enquanto batia novamente na mulher.


- EU VOU ENFIAR UMA FACA NO CORAÇÃO DA SUA MULHER E VOU ESTRANGULAR A SUA FILHA, JACOB. EU JURO QUE VOCÊS NUNCA TERÃO PAZ NA VIDA... EU JURO!

Os dois sumiram da imagem, mas dava para ouvir os gritos.

- SHHHHH!!

- CALA A BOCA, PIRANHA!!! EU VOU MATAR VOCÊ!! COMO SE ATREVE AMEAÇAR MINHA FILHA? –  O homem caminhava pelo quarto com a mão na cabeça, enquanto gritava furioso.

- Ja...cob! – A mulher surgiu na imagem de repente, enquanto o homem a olhava.

- EU NÃO VOU DESISTIR DE VOCÊ. QUANDO ELAS MORREREM... – Ela gritava e chorava de forma histérica para ele.

- CALA A BOCA! Eu nunca mais vou “Tr...par” com você. Nunca! ENTENDEU? QUER QUE EU DESENHE? VOCÊ NUNCA MAIS ME TERÁ NA SUA CAMA. E SE VOCÊ TIVER O ATREVIMENTO DE SE APROXIMAR DA MINHA FAMILIA... MATO VOCÊ! - Ela se levantou e ficou chorando enquanto me olhava. – EU TENHO NOJO DE VOCÊ, CASY! NOJO! N...O...J...O! SABE O QUE É ISSO? NÃO ME IMPORTA O QUE FAÇA E O QUE DIGA, NÃO VOLTAREI PARA VOCÊ. NÃO SE ATREVA A CHEGAR PERTO DA MINHA FAMILIA NOVAMENTE! LEVE A “PO” DESSE DINHEIRO E VÁ PARA O RAIO QUE A PARTA. – O homem bateu no rosto dela novamente, atirando a longe enquanto gritava furioso.

- V...o...c...ê – A mulher começou a caminhar de costas em direção a porta e começou a sair do quarto. Chegou até a grade e se apoiou.


- Sabe, Jacob, eu tinha esperanças de resolvermos da melhor forma. Chamei o aqui porque achei que ainda havia chance de um entendimento. Mas em todo o momento, tinha a certeza que seria a sua última chance. Se você não fosse meu, nunca seria dela e teria paz na vida. – Ela apoiou se costas sobre a grade e abriu os braços.

- O que você quer dizer? O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO, “KA”? – O homem gritou com raiva para ela.

- SE VOCÊ NÃO FOR MEU, NÃO SERÁ DE MAIS NINGUÉM! É ISSO QUE TO DIZENDO! EU CHAMEI VOCÊ AQUI PARA UMA CONVERSA DEFINITIVA. ESTOU DISPOSTA A SACRIFICAR A MINHA VIDA POR ISSO, MEU CARO. RARARA – Ela gargalhava e gritava ao mesmo tempo.

- CASY, PARA DE BRINCADEIRA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Ela continuava sentava de braços abertos, gozando do homem a sua frente, que parecia apavorado.

- EU NÃO ESTOU BRINCANDO, AMOR! EU TE DEI TODAS AS CHANCES DO MUNDO! TODAS! MAS SE VOCÊ NÃO PODE SER MEU, NÃO FICARÁ COM ELA. PREFIRO QUE PASSE ANOS NA CADEIA SERVINDO DE MULHERZINHA PARA OS OUTROS. SIMPLES ASSIM! – Parecia louca enquanto falava aquelas coisas. A imagem tremia o tempo todo.


- VOCÊ ESTÁ LOUCA? ARMOU UMA ARMADILHA PARA MIM? CASY, NÃO! VAMOS CONVERSAR, POR FAVOR! – O homem parecia desesperado e implorava aos berros para ela não fazer aquilo.

-Exatamente! – Ela se jogou para trás de braços abertos.

- NÃO! NÃO! – O homem correu para a grade, segurou com força e olhou para baixo. Sua expressão era desesperada naquele momento. Correu para o quarto, pegou sua mala e saiu disparado pela escada.

- Meritíssima, eu gostaria de chamar para depor a senhora Megan Weasley. – Jasper disse para ela.

- Pode mandar entrar a testemunha. – Ela disse para ele.

Uma mulher alta, com longos cabelos loiros até a cintura entrou e todos se viraram para olhá-la. Ninguém sabia exatamente quem era aquela mulher e qual a sua importância. Alguns deduziam que seria a pessoa que gravara o vídeo, mas tudo era incerto naquele momento.

Ela caminhou até a cadeira dos jurados, sentou-se e fez o juramento. Depois Jasper começou a interrogá-la.

 - Senhora Weasley, por que decidiu falar ao júri¿ Qual o seu conhecimento do caso¿ - Jasper perguntou e todos assistiam apreensivos.

- Eu vi o desespero da esposa. Tenho acompanhado as coisas que aconteceram com esse casal e confesso que torci por eles na ocasião do atentado. Mas o importante não é o que acho, sim o que testemunhei.

- E o que a senhora testemunhou¿ Onde exatamente estava no dia que Casy Maccalister morreu¿ - Ele continuou a interrogar.

- Eu estava no hotel Beautiful com um... – A mulher hesitou um momento e o seu constrangimento era óbvio. Todos perceberam que falar sobre aquilo era difícil para ela. Jasper esperou por um momento e receou que ela desistisse. Ele sabia que ela era casada e estava com um amante. Aquilo se tornaria publico após o seu depoimento e a sua vida ficaria complicada. Mesmo sensibilizado pela mulher, teve que insistir no interrogatório.

- Onde a senhora estava¿ - Insistiu.

- Eu... bem, eu... é complicado. – Abaixou a cabeça e tentou tomar coragem. As pessoas cochichavam no local sobre o que ela estaria fazendo ali. Muitas chegaram até acertar nas suas suposições. – Estava com um amante... eu sou casada e é complicado... sabe... meu marido e meus filhos, mas... – Seus olhos estavam cheios de lágrimas e não conseguia terminar. A voz lhe faltava e falar tudo era bem complicado.

- A senhora afirma que estava com um amante naquele mesmo hotel que  Casy Maccalister morreu¿ - Jasper perguntou.

- Sim... – Sua voz era quase que um sussurro.

- E o que a senhora viu¿ - Insistiu.

- Estávamos nos arrumando para ir embora. Ouvimos gritos e fui até a janela. Quando vi o casal brigando resolvi filmar. Sabe, muitas pessoas filmas cenas bizarras e colocam na internet. Mas ai a coisa ficou séria e achei melhor deixar registrado. A mulher estava um pouco louca, ela foi para ele e ele não a quis. Os dois gritavam e ela ameaçava a família dele. A briga foi feia e por mais de um momento ele bateu nela. Fiquei com pena, mas ao ver as ameaças que ela fez a família dele, percebi que era desequilibrada. Ele ficou fora de si quando ela fez as ameaças. As coisas que ele disse, como sentir nojo dela, a fez perder a cabeça. Ela foi andando de costas, sentou se na grade, abriu os braços, disse que era tudo uma armação e se ele não ficasse com ela, não ficaria com a outra. Depois ela se jogou para trás e ele ficou completamente desnorteado, correu para o quarto, pegou a mala e saiu correndo desesperado.

- Então a senhora confirma que ela se jogou para incriminar o senhor Black¿ - Jasper perguntou.

- Confirmo. – Ela respondeu.

- Estou satisfeito. A testemunha está dispensada.  – Disse para a juíza.

- O senhor promotor que interrogar a testemunha¿ - A juíza perguntou e ele negou.

- Não, obrigado!

A testemunha se levantou e saiu constrangido do hospital. Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Estavam chocados com o vídeo que fora mostrado e o testemunho corajoso da mulher. Era realmente muita coragem arriscar um casamento para depor a favor de uma pessoa.

A juíza pediu para o corpo de jurado examinar as provas e entrou em recesso novamente. Nova audiência foi marcada para três após aquele testemunho. Nesse meio tempo, Jacob e Ness tiveram poucas oportunidades de conversar. Ela foi apenas duas vezes visitar Jacob, porque não agüentava vê-lo atrás das grades. Chorava o tempo todo e o deixava ainda mais arrasado.

Aqueles três dias foram bem longos, mas não só para eles. A família inteira estava angustiada esperando pelo veredicto. Sabiam, no entanto, que ele seria absolvido. Isso não diminuía a angustia de ver Ness arrasada com todo aquele processo.

[...]

- O júri já tem o seu veredicto¿ - A juíza perguntou e eles assentiram. O assistente foi até o representante dos jurados e pegou uma folha de papel dobrada, depois caminhou até a juíza e a entregou. Ela abriu o papel, fez uma leitura silenciosa e depois começou a leitura.

Ness sentia seu coração bater muito rápido. Não agüentava mais aquela terrível espera. Estava completamente esgotada e queria que o pesadelo acabasse logo para viver a sua vida ao lado do marido e da filha.

Jacob sentia que algo poderia dar errado. Por mais que houvesse uma prova contundente da sua inocência, algo lhe dizia que as coisas não seriam exatamente como esperava. Estava nervoso e sentia receio. Tudo o que mais queria era sair daquele lugar, beijar a sua esposa, sentir o calor do seu corpo e o cheiro da sua pele. Depois ir ao hospital visitar a sua filha. Ansiava pela liberdade de forma desesperada.

- Levando-se em consideração as provas apresentadas diante desse tribunal, o júri considera o réu Jacob Black inocente da acusação de assassinato. – Jacob soltou um grande suspiro e sorriu. Seus olhos se encheram de lágrimas e o coração só faltou sair da boca. Ness já estava chorando de emoção, quando o restante da leitura a fez levar um grande choque. – Contudo, levando-se em consideração a acusação de agressão, o júri o considera culpado. – Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Jacob se sentiu torpe e um medo lhe tomou naquele momento. Precisava ouvir o restante da leitura para saber qual seria a sua pena.

- Silêncio, por favor! – Pediu quando os múrmuros ficaram mais altos.

- O júri o considera culpado e o réu terá que cumprir uma pena de seis anos de reclusão. – Todos estavam pasmos com aquela pena e não entendiam com tanto rigor. –Sei que podem achar um exagero, mas não seria nada sábio deixar que as pessoas vissem que um homem violento sem pegar pelo seu crime. O réu demonstrou instabilidade e um temperamento muito forte. Deixá-lo livre seria estimular a violência contra mulheres. Ele servirá de exemplo para os homens que acham que a violência contra mulheres não é um crime e agem com a certeza da impunidade. Terá muito tempo para repensar as suas atitudes e acalmar os nervos. Tenho certeza que nunca mais levantará a mão para bater em nenhuma outro, mesmo diante de circunstâncias atenuantes. – A Juíza bateu o se martelo, levantou-se, sendo acompanhada por todos os que assistiam o julgamento, e saiu.

- Isso não é justo. – Jacob reclamou com Jasper.

- Iremos recorrer da sentença e se ela não voltar atrás, você poderá sair com um terço da pena cumprida. Ficará no máximo dois anos preso, Jacob. Farei o que for possível para reduzir a sua pena.


Ness saiu de seu lugar chorando muito e caminhou até ele. Eles se abraçaram e se beijaram entre muitas lágrimas. As pessoas assistiam a cena com dó do casal que sofria tanto. O policial os interrompeu e pegou a mão de Jacob para algemá-las.

- Eu prometo que esperarei por você todos os dias. – Ela disse de forma emocionada. Seus olhos azuis pareciam afundados em um poço profundo naquele momento. A dor era tanta que chegou a ficar sem ar. Jacob não agüentava ver tanto sofrimento e se culpava pelos seus erros. Se fosse mais prudente nada daquilo estaria acontecendo. – Eu amo você, Jacob. – Ela o abraçou já algemado, segurou o seu rosto com as duas mãos e beijou os seus lábios.

- Eu também amo você, Ness. Cuida bem da nossa filha, ta¿ Dá carinho a ela por mim e não esqueça que vocês são as coisas mais importantes que tenho na vida. Perdão por toda a dor que causei. Por ser um idiota e não ter dado todo o amor que merecia. Se eu não estivesse tão cego com a coisa da vingança... Eu me arrependo tanto dos meus erros. Prometo que no dia que a minha pena acabar, eu a amarei como você nunca foi amada...

- Você não tem que pedir perdão, Jacob... – Ela continuava a segurar o seu rosto com as duas mãos. Eles se olhavam de forma intensa e tentavam superar aquela dor. O fato de ficar tanto tempo separados estava acabando com os dois. Ele não conseguia se imaginar sem a sua amada e ela sem ele.

[...]

Jacob foi conduzido para uma cela dentro do tribunal, para aguardar a escolta até o presídio onde cumpriria a sua pena. Enquanto isso, Jasper pedia autorização à juíza para que ele pudesse ficar uns instantes com a sua esposa.
Ela vendo que não haveria nenhum inconveniente, permitiu que tivessem dez minutos para conversarem antes dele ser levado.

Ness, ainda muito abalada e chorando muito, ficou com os parentes do lado de fora da tribuna. Os jornalistas tentavam uma entrevista, mas ela não tinha a menor condição de conversar sobre o que havia acontecido. Na verdade a ficha ainda não havia caído e ela não acreditava que ele que fora condenado agredir Casy.

Todos falavam ao mesmo tempo e tentavam acalmá-la, mas não havia palavra que fosse capaz de diminuir a sua dor. A saudade que sentia já era tão grande, que fazia o seu corpo inteiro sofrer com a separação.

Jasper se uniu a Ness e a família alguns minutos depois, dando a notícia sobre a permissão da juíza.

- Ness, a juíza autorizou uma visita rápida. Vocês poderão conversar uns dez minutos e depois ele será levado ao presídio. – Jasper disse com a voz calma. –Só quero que se acalme e pense que ainda haverá recursos. E mesmo que ele perca, ainda pode sair com 1/3 da pena para cumprir o restante em liberdade. Tentarei tudo o que for possível para que seja liberado em breve. – Concluiu e ele assentiu com a cabeça. Enxugou as lágrimas e seguiu com ele até a cena onde estava preso.

Foi a primeira vez que o viu atrás das grades. Nas visitas que fizera anteriormente, os dois se encontraram em uma sala reservada. Agora, no entanto, estava em uma cela e aquilo a fez sofrer mais ainda.

Pensar em Jacob em um presídio, com pessoas perigosas e sob condições nada confortantes, a deixava ainda mais desesperada. Queria gritar de raiva e dor, mas tinha que se controlar.

Quando entrou ao local, foi conduzida até a cela, que se abriu e pode entrar para ficar com ele. Os dois ficaram sentados frente a frente e por instantes não falaram nada. Ela, não conseguindo conter as lágrimas, começou a chorar novamente de forma compulsiva. Ele a abraçou  forte e pôs sua cabeça sem seu peitoral definido.

Naquele momento não havia necessidade de palavras. Os dois já estavam quebrados demais com aquela situação. A separação emitente os desesperava e não imaginavam como seria o período longo de afastamento. Entretanto, Jacob sabia que a vida de sua esposa não deveria parar por causa de seus erros. Sua filha dependia de sua força e coragem para seguir sem ele. Precisava ser mais calculista do que nunca e permitir que ela vivesse ao menos nos anos de separação. E por mais que lhe doesse a sua decisão, seria melhor para os dois naquele momento.

- Renesmee... – Sussurrou com tom cerimonioso, mas não a encarou nos olhos. Tentava não chorar mais e se manter frio diante daquela circunstância. – Eu quero te pedir uma coisa. Para mim o único futuro nos próximos anos será a cela de um presídio. Para você, no entanto, a vida continua e quero que você não deixe de viver por mim. Por isso preciso te pedir uma coisa.

- Peça o que quiser, amor – Ela sussurrou chorosa, tentando secar as lágrimas de seu rosto vermelho e inchado. Ele não agüentava ver a mulher tão acabada daquele jeito. Doía-lhe bem mais do que pensar na pena que cumpriria.

- Eu quero que vá para a Itália e termine o seu curso de arte. Você ainda tem quatro semestres para cursar e precisa aprender muito para ser uma artista de sucesso.

- Mas... – Ela tentou se negar, mas ele colocou o dedo em seus lábios.

- Não tem mais, Renesmee. Não quero você vindo para presídio toda semana. Não a quero se humilhando na revista. Sei bem como é horrível e vergonhoso essa coisa. Eles tocam até a parte intima da mulher para ver se ela não escondeu algo dentro da vagina. Não permitirei que passe por esse tipo de humilhação, amor. Você irá para a Itália para estudar. Tenho certeza que Sue não se negará ir com você para cuidar de Sarah. E que sua mãe, tias e avós passarão mais tempo lá com você do que aqui em Seattle. Isso é importante para mim, Renesmee. Eu errei toda a minha vida e estou pagando por isso. Não é justo que pague por mim nesse período.

- Jacob eu não posso. – Disse apertando o seu corpo contra o dele. Ela não conseguia se ver longe do marido. Já se imaginava nas visitas semanais na prisão. Saber que para ele aquilo seria humilhante dói-lhe o coração.

- Você pode e vai! – Ordenou severamente. – Promete¿ - Perguntou. – Eu não ficarei bem sabendo que deixou de viver por mim. Eu a amo demais para isso. Além disso, tem aquela sua irmã doida. O que aconteceu com ela¿

- Os advogados do meu avô conseguiram provar que ela não estava no seu juízo perfeito quando cometeu o crime. Ela está internada em um hospital psiquiátrico e recebe o melhor tratamento possível. Meus pais a visitam toda semana e às vezes os meus avós,  e tios vão lá também. Meu pai acha que em pouco tempo ela receberá alta e poderá ir para casa.

- E você acha que acredito em papai Noel¿ - Ele perguntou de forma sarcástica. – Aquela mulher é doida e quero vocês duas longe dela. Mesmo que receba alta, não quero vocês ao alcance de suas mãos.

- Tudo bem, Jacob. Michelle é a menor preocupação que temos nesse momento. Ela está presa e não pode me fazer mal onde está. OK¿ Você pode me prometer uma coisa também¿ - Ela perguntou.

- O que você quiser.- Ele lhe respondeu. Os dois se acariciavam durante aquele abraço e choravam baixinho. Tentavam não fazer daquele momento ainda mais difícil.

- Que não vai arrumar confusão na cadeia¿ E não vai virar mulherzinha de vagabundo¿ - Ela disse rindo para descontrair um pouco o clima.

- Bumbum que mamãe passou talquinho vagabundo não coloca a mão. Mas pode deixar que não arrumarei confusão. Tentarei me comportar o máximo que possível.

- Jacob você é estourado demais e tudo parte para a briga. Se você não se comportar bem, não terá redução de pena ou qualquer outro benefício. Então por favor tente se comportar.

- Ness eu sei dos meus erros. Sei que vão me fazer um exemplo para homens que batem em mulheres. E também tenho ciência que preciso me comportar bem para sair antes do prazo. Ficar tanto tempo preso, sem sexo, sem seu cheiro e os seus beijos vai me deixar completamente louco. Nem quero pensar nisso agora para não me desesperar.

- E mesmo assim você se nega a receber minhas visitas¿ Por favor, Jacob! – Ela implorou.

- Visita íntima em presídio não faz parte dos meus planos, amor. Você acha que vou fazer amor com você em um lugar daqueles¿ Por favor, digo eu! Não dá para pensar nisso agora, Ness.

- O que importa onde esteja¿ Importa é que estaremos juntos. – Ela teimou.

- Eu já disse não! Você vai para a Itália estudar e não terá como me visitar sempre. E mesmo que não fosse, não a faria passar por esse tipo de coisa... É degradante... Você é uma princesa e não pode passar por isso.

- Isso quem escolhe sou eu. – Ela continuou insistindo.

- Não mesmo! Eu me recuso a esse tipo de coisa. Entendeu¿ Agora só quero que me prometa que me mandará fotos da nossa filha sempre. Que vai gravar todos os momentos dela, registrando tudo o que for possível para mim. Eu já sinto o desespero me consumir por saber que não estarei com ela quando começar a andar, comer papinhas, falar as primeiras palavras. Não verei as suas gracinhas de bebê... Ai como isso me dói. – Os olhos de Jacob encheram de lágrimas e ele chorou como criança. – Se eu pudesse voltar no tempo... se pudesse fazer as coisas diferentes... eu não teria magoado tanto você... não teria te machucado da forma que fiz... Deus como isso me dói agora. Eu penso em como machuquei você na nossa primeira noite e... – Jacob não conseguia parar de chorar e Ness o acompanhou naquele momento melancólico - ... era para ter sido especial... eu estraguei tudo e te marquei para sempre... Por favor me perdoa, amor. – Seguro o seu rosto com as duas mãos e começaram a se beijar de forma desesperada. O beijo era molhado pelas lágrimas, cheio de intensidade, parecia eu o mundo acabaria naquele momento. A saudade que já sentiam um do outro machucava de forma cruel. Eles não conseguiam pensar em como seria a vida longe um do outro.

- Eu esperarei por você... – Ela sussurrou entre beijos.

- Eu contarei cada dia naquele lugar... OH  Ness!

- Eu te amo, Jacob!

- Eu te amo muito mais, neném!

O policial os interrompeu e pediu que Ness saísse da cela. Depois disso Jacob foi algemado e conduzido para a viatura que o levaria para o presídio.

Na saída ainda enfrentou os jornalistas que faziam perguntas absurdas e tentavam tirar muitas fotos daquele momento.

Ness um dia disse para Sue que Jacob tinha que aprender a ser gente. E ele estava aprendendo aquilo da forma mais dura possível. Ele começou a colher toda tempestade que semeou durante toda a sua vida. Mesmo que indiretamente, pagaria por todos os pecados cometidos e teria tempo para repensar sua postura e o modo como viveu até aquele momento. Teria uma chance única para se redimir e virar gente de verdade.


Nota Glau
Gente, primeiro eu quero pedir desculpas por eventuais erros. Esse cap não foi betado e fiz uma leitura rápida para ver se tinha algo errado. Se alguém encontrar algo me manda uma mensagem, por favor. A Heri está viajando e não queria deixá-las esperando.
Bem, ainda temos muitas páginas para acabar o final da fic. Mas como ficaria cansativa a leitura, resolvi postar esse pedaço agora.
Espero que entendo o que fiz, pelo contrário estaria estimulando a violência como mulher. Jacob começou a fic um monstro e errou muito. Agora é hora dele virar gente e pagar pelos seus erros. Depois ele pode começar a vida do zero, com a consciência tranqüila e tudo pago com a sociedade.
Vcs viram como ele mudou durante a fic¿ Se fosse em outra época ele pediria visitas todos os dias, sem se importar como é degradante uma revista nos presídios. Mas ele primeiro está pensando na mulher.

Vou deixá-las ler o cap e depois eu posto a parte final junto com o epilogo.

AH A vencedora do concurso de fanfics foi a Kelly, com a fic Meu destino é vc. E ela pediu os livros Sussurro e Crescendo.... Foi uma ótima escolha. KELLY (http://www.fanfiction.com.br/kellysolsticio), parabéns!

OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES. Quem achar que mereço mais, pode continuar a recomendar.

BJUS NO CORE

2 comentários:

Polly disse...

Amei! Ja tou com pena do Jake coitado ele ja sofreu demais ne!
Mais mesmos assim espero que passe logo pelo menos a Megan foi esperta e gravou tudo tem sempre um que recebe a graça divina!
BJs
Amei

Anônimo disse...

ai eu nao gostei coitado do meu jake nao merecia isso nao foi muito injunto eu sei que ele erro mais a nessie que foi a pricipal vitima ja perdoou
ele nao e justo ele tem pegando 6 anos de prisao
coitado foi vitima daquela louca passou mais de 2 meses preso pelo crime que nao comenteu ele ja pagou mais do que deveria ja que era para ele vira uma pessoa melhor a pena devia ser trabalho comunitario nao prisao que nao ajuda niguem a fica melhor pelo contrario revolta cada vez mais a pessoa pricipalmente sedo inocente.olha nao gostei do que tu fez com meu jake coitado ja sofreu muito nem a sarah que ele ama tanto ele vai poder ver os primeiros momentos da vida dela as primeira palavrinhas e tudo que e importante na vida de uma criança desse tamainho ele vai ser quase um estranho para a propria filha.nao gostei dessa injustiça. mais eu gosto da historia e vou continuar ledo

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