domingo, 15 de maio de 2011

Pena de anjo FINAL


CAPÍTULO FINAL

BY VALENTINALB


POV ANJO ABEL
Olhei em volta não acreditando que aquilo tinha realmente acontecido. No banco da frente do Aston Martin o corpo sem vida de Edward ainda segurava a mão de Bella, que resistia à morte por um fio. As fracas batidas de seu coração pareciam que se calariam a qualquer momento.
Uma de minhas tarefas era ajudá-lo na transição deste plano para outro. Eu precisava tocar em Edward para que se desprendesse de seu corpo morto e viesse comigo, mas, inexplicavelmente, me faltava coragem para fazê-lo.
Eu era anjo há tantos e tantos ciclos que nem conseguia mais me lembrar quantos anos tinham se passado. Os sentimentos humanos já estavam completamente esquecidos e adormecidos em mim... Isso era o que eu pensava... Mas quando olhei aqueles dois ainda de mãos dadas, lembrando-me do quanto lutaram para finalmente serem felizes juntos, uma lágrima solitária rolou por minha face. Centenas de anos depois de ganhar asas eu estava sofrendo... Sofria pelo trágico fim daquele casal apaixonado.
- Qual deles é seu protegido? – O anjo da guarda do motorista do outro carro me perguntou.
Nem tinha reparado sua presença.
- Os dois – respondi.
- Os dois? – Se mostrou surpreso. - Nunca vi isso – ele falou abismado.
- É uma longa e triste história, irmão. Foge a tudo que acha que conhece e entende.
- Vai levar ambos?
- Não, só ele – Aquela constatação fez outra lágrima rolar de meus olhos. Disfarcei para que meu companheiro não visse. Ele não entenderia...
Nunca pude contar a Edward que eu era seu anjo da guarda... Fazia parte das regras. Se bem que tantas tinham sido quebradas em relação a ele.
Toquei levemente seu ombro, sentindo o peso do céu sobre minhas costas.
Edward se materializou do meu lado, fitando atônito seu corpo e o de sua amada, machucados e cobertos de sangue, unidos até na hora da morte.
Ao fundo os policiais e paramédicos começavam a chegar, mas nenhum som alcançava nossos ouvidos, assim como também não podíamos ser vistos nem escutados.
- E Bella? – Edward perguntou. Ao contrário do que os humanos acreditavam, o desprendimento do corpo depois da morte era fácil e rapidamente assimilado.
- Ela nã... não irá conosco, Edward. Bella sofreu menos impacto. Ainda está agüentando e provavelmente sobreviverá. – Minha voz falhou nesse momento.
Edward me olhou nos olhos e naquele segundo eu relembrei perfeitamente o significado da palavra dor. Era impossível não ver e sentir o quanto ele sofria. Seu corpo pendeu para frente e, sem forças, ele caiu de joelhos. Os sentimentos terrenos ainda se manteriam nele até que a passagem fosse feita completamente.
- Por que isso? – sussurrou, Indagando-me, buscando uma resposta que eu não sabia dar.
Antes que eu falasse algo, se é que eu seria capaz de dizer alguma coisa naquela hora, ele elevou as mãos para o céu e clamou, mergulhado em uma agonia sem fim.
- NÃO FAÇA ISSO COMIGO, DEUS!!
Toquei-o novamente, tentando lhe passar um pouco de conforto e expliquei:
- “Ele” não provocou isso, Edward. Foi uma fatalidade. Vocês só estavam no lugar errado, na hora errada. Se alguém tem culpa disso, é aquele bêbado infeliz que dirigia o outro carro.
Ele não me deu ouvidos.
- NÃO ME SEPARE DELA, SENHOR! NÃO ME CONDENE À DOR TE TER DE DESEJAR SUA MORTE. É ISSO QUE QUER DE MIM? QUER QUE EU SEJA EGOÍSTA A PONTO DE LHE PEDIR QUE ELA MORRA? – Havia tanto sofrimento naquela pobre alma que desejei não ser anjo, para não ter de estar ali naquela hora.
- Edward, amigo, vem comigo – disse, segurando seu braço. – Você a esquecerá... Esquecerá esse amor – tentei consolá-lo.
Ele me olhou indignado.
- Esquecê-la? Por acaso acredita mesmo que isso seja possível? Pode prometer-me que isso acontecerá?
Fiquei sem palavras. A regra dizia que sim. Em tese toda essa vida seria completamente apagada até que outro ciclo recomeçasse. Mas se tratando de Edward e Bella, e do amor inexplicável que os unia, eu não poderia afirmar nada. Esse amor já tinha ultrapassado um ciclo e podia muito bem ultrapassar outros. Definitivamente eu não acreditava que a morte teria forças para separar aqueles dois.
- Aceite as coisas como são, Edward. Ficará mais fácil para você. “Ele” não pode interferir no livre arbítrio, já te expliquei isso. Quando aquele motorista bêbado saiu do bar e dirigiu seu carro, os acontecimentos seguiram seu próprio curso. É uma pena que justamente você dois estivessem naquele cruzamento. Eu também lamento muito isso e tenho certeza que “Ele” também lamenta.
Edward me olhou e sorriu levemente, num breve momento de felicidade por eu não ter insistido na infame possibilidade de que ele seria capaz de esquecê-la.
- EU OREI, DEUS, - continuou bradando para o alto - EU PEDI TANTO QUE NÃO NOS SEPARASSE... NÃO FAÇA ISSO COMIGO. EU A AMO!! FOI VOCÊ MESMO QUE NOS ENSINOU A AMAR! NÃO ME CONDENE POR ISSO! NÃO A TIRE DE MIM, POR FAVOR! – Suas lágrimas cobriam seu rosto. Só existia no mundo uma força capaz de acabar com aquele tormento...


- Eu te amo, Edward.
- Também te amo, Bella.
- Me beija, amor – ela pediu com sua voz doce e apaixonada.
Ele se virou e olhou o rosto lindo da mulher que amava. Segurou gentilmente em sua nuca e a beijou com paixão.
Quando ia acelerar o carro, o barulho que fez tremer o chão o paralisou.
- Viu aquele carro furando o sinal? Meu Deus, ele devia estar a uns duzentos por hora! – Edward comentou indignado.
- Ainda bem que estávamos nos beijando, senão ele poderia ter nos atingido. – Bella falou, assustada com o que poderia ter acontecido.
- Viu, nosso amor nos salvou! – falaram juntos, rindo em seguida da coincidência.
Em toda minha vida de anjo eu jamais tinha visto “Ele” interferir daquela forma na vida terrena. O que acabara de acontecer era algo que eu, ou qualquer outro anjo, nunca vira antes... Acredito que foi a primeira vez que “Ele” voltou o tempo para conceder uma graça. Sua misericórdia neste caso fora digna de aplausos, mas apenas nós dois seríamos testemunhas deste fato. Ninguém mais saberia que ele tinha quebrado sua própria regra, a de não interferir no livre arbítrio e suas conseqüências.
Confesso que tínhamos dado uma forcinha para que Edward e Bella se encontrassem nessa vida, mas nada que ferisse o regulamento.
Unir Emmet e Edward também tinha sido um presentinho “Dele” para aquela família. O sangue do casal corria nas veias de Emmet. Ele era descendente de Edward e Bella, dos filhos que tiveram no ciclo passado. Era uma pena não podermos ter contado isso a eles, mas Ethan se encarregou de reviver esses laços, se apegando a Bella com a força invisível do amor fraternal. Vê-los juntos era uma alegria sem tamanho para nós.
Desde que Deus criara o homem a sua imagem e semelhança e dera a sua criação o dom de amar, nunca tinha se visto uma manifestação de amor tão forte e pura como a de Edward e Bella. Só quem conhecia a história e a pureza de sentimentos que unia aquele casal seria capaz de entender “Sua” atitude... Só quem tinha presenciado a forma apaixonada como eles se olhavam podia compreender que uma regra era nada diante da força daquela paixão sublime.
Eles mereceram aquele milagre!!!!
(FIM POV ANJO ABEL)

Assim que chegamos ao apartamento, levei Bella para nosso jardim. Tinha decidido no carro que faríamos amor ali, como tínhamos feito há um ano atrás.
Abracei seu pequeno corpo junto ao meu e beijei seus lábios, que ainda causavam em mim os mesmos calafrios de quando demos nosso primeiro beijo.
- Bella, você me fez o homem mais feliz do mundo quando se entregou a mim, bem ali, naquela cadeira – sussurrei.
- Foi o dia em que me tornei sua esposa de verdade... Você também me fez a mulher mais feliz do mundo naquela noite, Edward.
Sorri, agradecendo-a por me amar.
Não me agüentava mais de vontade de possuí-la. Minha língua invadiu sua boca avidamente, buscando aquele gosto doce que me enlouquecia.
Enquanto a beijava, abri o zíper de seu vestido e deixei-o escorregar por seus ombros, expondo seu belo corpo, adornado com um lingerie preto de tirar o fôlego.
Foi então a vez de Bella me despir também, até que eu tivesse completamente nu.
O desejo nos dominava. Vê-la vestida daquela forma estava me fazendo subir pelas paredes.
Sentei-me na “nossa” cadeira e puxei Bella para meu colo, porém ela não veio. Antes que eu estranhasse seu comportamento, ela lentamente se ajoelhou no chão, de frente pra cadeira, afastando minhas pernas para se acomodar no meio delas e me olhou cheia de malícia.
- Se a Alice ligar, não vou poder atender... – falou brincando, mordendo os lábios sedutoramente.
Simplesmente parei de respirar. Se eu não estava delirando, Bella iria fazer algo que eu sonhava e desejava há muito tempo.
Eu nunca tinha pedido a ela que me tocasse daquela forma, respeitando sua timidez, mas era uma fantasia que alimentava desde que a conheci.
- Amor, você não está pensando em...?
 Um gemido alto e descontrolado saiu da minha boca, me impedindo de continuar a pergunta.
Eu já estava tendo minha resposta...
Joguei a cabeça para trás e me entreguei por completo àquela sensação luxuriante. A boca quente e úmida de Bella estava me levando ao paraíso!
Nossa noite foi alucinante. Nos amamos como se fosse a primeira vez... Ou talvez como se fosse a última...
Às vezes o simples pensamento sobre a fragilidade da vida me deixava cheio de temor. O medo de perder Bella me aterrorizava. Eu não viveria um minuto sequer longe da mulher da minha vida, nem no céu, nem na terra.
Mas eu tinha fé em Deus que ele nos manteria juntos para sempre. Bella tinha me levado de volta até “Ele” e eu confiava que “Ele” a traria de volta pra mim, caso algo ameaçasse nos separar.
E os dias se foram e os anos se passaram... Doces e felizes, como só podiam ser, tendo Bella ao meu lado.
Pouco depois de completarmos quatro anos de casados, Renesmee nasceu.
Depois de quase me descabelar com o sofrimento de Bella durante o parto, a enfermeira nos trouxe um pacotinho cor de rosa. Dentro havia a coisinha mais fofa que eu já tinha visto. Segurei a mão de Bella e choramos de emoção, felizes com a família que começávamos a formar.
Quando aquele pequeno serzinho foi colocado em meus braços e meus olhos fitaram pela primeira vez seu rostinho meigo e delicado, eu entendi quais eram os planos de Deus para mim: Ele havia me dado o dom de amar! Definitivamente era isso o que eu fazia melhor. Quando pensei que era impossível amar alguém mais do que eu amava Bella, aquela menininha preencheu espaços que eu nem sabia que estavam vazios em meu coração. Fui apresentado a um amor avassalador e incondicional, diferente de tudo o que já sentira antes, mas tão intenso quanto o sentimento que eu nutria pela mãe dela.
Era amor de pai...
Naquela noite fiquei velando seu soninho, deitadinha junto de Bella, que também dormia, cansada pelo esforço de dar à luz e amamentar.
Rezei a oração do anjo da guarda, pedindo a ele que cuidasse bem de minha princesinha e que de forma nenhuma se apaixonasse por ela. Confesso que me incomodou aquela possibilidade. Ri sozinho dos meus medos. Ninguém acreditaria se eu contasse. Eu era pai em menos de doze horas e já estava com ciúmes da minha filha... E com um anjo, ainda por cima!!!
Minha história com Bella tinha começado em outra vida e não terminaria nessa. De alguma forma desconhecida e inexplicável nosso amor driblou as regras terrenas e celestiais e criou seu próprio jeito de amar: Eternamente, sem limites, sem reservas e agora, sem medos. E que a terra e o céu entendessem de uma vez por todas que viveríamos juntos por todas nossas vidas... Com as bênçãos de Deus!!!

POV ANJO ABEL
Eu e Jacob, o anjo da guarda de Renesmee, rimos depois da oração de Edward.
Era tão absurdo ele achar que a história poderia se repetir.
Jacob se apaixonar por Renesmee?... Impossível!!!!!

FIM

     She
(Charles Aznavour)
She may be the face I can't forget,
A trace of pleasure or regret,
May be my treasure or
The price I have to pay.

She may be the song that summer sings,
May be the chill that autumn brings,
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She may be the beauty or the beast,
May be the famine or the feast,
May turn each day into a
Heaven or a hell.

She may be the mirror of my dream,
A smile reflected in a stream,
She may not be what she may seem
Inside her shell.

She who always seems so happy in a crowd,
Whose eyes can be so private and so proud,
No one's allowed to see them
When they cry.

She may be the love that cannot hope to last,
May come to me from shadows of the past,
That I'll remember till the day I die.

She may be the reason I survive,
The why and wherefore I'm alive,
The one I'll care for through the
Rough and ready years.

Me, I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be.
The meaning of my life is she, she, she--.



Ela
Ela pode ser o rosto que eu não consigo esquecer
Um traço de prazer ou de arrependimento
Talvez meu tesouro ou
O preço que eu tenho que pagar

Ela pode ser a música que o verão canta
Talvez o frescor que o outono traz
Talvez uma centena de coisas diferentes
No espaço de um dia

Ela pode ser a bela ou a fera
Talvez fartura ou a fome
Pode transformar cada dia em um paraíso
ou em um inferno

Ela pode ser o espelho do meu sonho
O sorriso refletido no rio
Ela pode não ser o que parece ser
dentro de sua concha

Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão
Com os olhos tão pessoais e tão orgulhosos
Mas que não podem ser vistos
quando choram

Pode ser o amor que não espera que dure
Pode vir das sombras do passado
Que eu irei me lembrar até o dia de minha morte

Ela talvez seja o motivo para eu sobreviver
A razão pela qual eu estou vivo
A pessoa que cuidarei através
dos difíceis e imediatos anos

Eu, eu pegarei as risadas e as lágrimas dela
E farei delas todas minhas recordações
Para onde ela for, eu tenho que estar lá
O sentido da minha vida é ela

1 comentários:

elaine disse...

Oi eu fiquei apaixonada pela fic parabéns ela e encantadora emocionante enfim linda...

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