quarta-feira, 23 de novembro de 2011

HALO





Halo
Autora: Alexandra Adornetto


Amores de mi core, esse é um dos livros que mais me fascinaram no ano passado. Foi uma época em que surgiram vários livros sobre anjos e Halo foi um dos primeiros da linha. Mas ao contrário dos outros, não é um Thriller que deixa o leitor nervoso, desesperado e louco para saber seus mistérios. Esse livro trás coisas tão simples e básicas, que nas primeiras páginas conseguiu me cativar.

A autora é muito novinha, mas fiquei impressionada com a forma que ela expôs as primeiras impressões dos anjos com os aspectos terrestres. A sutileza nas sensações do tato, olfato, paladar e audição, conseguindo me fazer sentir exatamente como eles nos primeiros contatos. Isso foi o que mais me tocou logo no início da leitura.

No decorrer dela, a estória se mostrou tão envolvente e me prendeu completamente. Ela usou uma fórmula muito parecida das outras que escrevem livros para adolescente: uma escola, um aluno novo, um segredo e alguns mistérios. Porém o seu desenvolvimento foi muito pouco diferente. É como se ele pegasse uma receita de bolo e adaptasse. Assim você tem uma garota, ou uma anja linda, em uma escola nova, descobrindo como é viver como seres humanos, com uma missão de levar paz e introduzir valores de amor e solidariedade. Só que essa anjinha, Bethany, que é praticamente um bebê em seu mundo, está ávida por novas experiências e não consegue seguir a risca a sua missão, assim se apaixona por um rapaz super gente boa, com uma ótima família, um atleta e praticamente um líder na escola.

Como podem ver, a receita foi um pouco modificada, mas a essência primordial é a mesma. O que fez a diferença foi a forma como a autora trabalhou o livro, como ela introduziu os anjos Gabriel, Ivy e Bethany nesse mundo, como foi a interação deles com os seres humanos e o aprendizados inevitável que acabaram tendo.

No início os sentimentos que Beth nitriu por Xavier foi um fator complicador e Gabriel,  sempre muito protetor, tentou evitar essa relação e afastar os dois. Em vista do sofrimento de Beth e da experiência única que começou a viver, foi-lhe concedida à permissão para viver esses sentimentos, apesar dos perigos para os anjos quando o encantador Xavier descobriu a natureza deles.

Quanto mais o tempo se passa, mais crescem os sentimentos que eles sentem um pelo outro e maior a dificuldade em aceitar que um dia ela precisa partir e terão que seguir caminhos diferentes. Por isso em muitos momentos, Beth deseja ardentemente uma oportunidade de permanecer como humana, mesmo perdendo a sua divindade, e torna-se uma preocupação para os dois irmãos.

Tudo parece muito bem, muito bonito e o amor dos dois flui apesar das circunstâncias. Nesse momento surge uma figura misteriosa. Um rapaz lindo, atraente e muito perigoso. Beth sente que há algo errado, pois sua intuição lhe diz isso. Os irmãos, apesar de mais fortes e vividos  do que ela, não conseguem captar o perigo. E não podem nem imaginar que essa anjinha tão meiga está prestes a cair nas garras de um perigoso demônio.

Coisas estranhas começam a acontecer na cidade e Beth se vê envolvida em uma terrível armadilha, tornando-se presa fácil para Jake enquanto luta ao lado de Xavier para manter a sua humanidade.

Eu não posso contar mais. O que tenho a dizer que é uma leitura suave, cativante e delicada, prendendo o leitor desde o primeiro capítulo. Foi uma grata surpresa para mim, visto que foi escrito por uma menina de 18 anos e se tornou uma febre mundial. Agora estou louca de ansiedade para ler Hades, segundo livro da trilogia, que já está no formo quase, pronto para sair.

Na minha humilde opinião esse é o livro de anjo mais perfeito até o momento. Gostei dos outros que li, mas Halo não precisou enfeitar muito, inventar muitos dramas, estressar o leitor para envolvê-lo na estória. Uma fórmula simples e impecável. E eu gostaria muito que virasse filme. Acho que seria bem melhor do que Fallen. Espero que não me matem por isso, mas Fallen conseguiu me deprimir e nem li os outros livros.

Não tenho uma só palavra que definir esse livro. Poderia descrever como DOCE, SINGELO, SUAVE, CATIVANTE.

Eu AMEII!

Sinopse:

Três anjos são enviados à Terra com planos de se misturarem aos humanos para assegurar a paz e trazer a bondade. Gabriel, o Herói de Deus, um antigo guerreiro que se disfarça de professor de música; Ivy, serafim abençoada com poderes de cura; e Bethany, a mais nova e inexperiente do grupo, enviada como uma jovem estudante para aprender sobre a humanidade.

Após Bethany se encantar com a vida humana, ela começa a viver todas as experiências de uma adolescente normal, até se apaixonar por um rapaz e coloca toda a missão em risco. As forças do mal se aproveitarão dessa situação para pôr seus planos malignos em prática.
Um romance de tirar o fôlego, que responderá a pergunta: será que o amor é forte o suficiente para vencer as forças do mal?

Trecho:

“Nossa chegada não saiu exatamente como o planejado. Lembro-me de ainda não ter amanhecido quando pousamos, porque as luzes das ruas estavam acesas. Esperávamos que nossa descida passasse despercebida, e quase passou, a não ser por um garoto de 13 anos que entregava jornais.

Vinha de bicicleta com os jornais enrolados como canudos em sacos plásticos. O ar estava enevoado, e o garoto usava uma jaqueta com capuz. Parecia entretido em calcular o ponto exato onde queria jogar cada jornal. Os canudos caíam nas entradas e varandas com um baque, e o garoto sorria todo cheio de si sempre que acertava o alvo. Um terrier Jack Russel latindo atrás de um portão fez com que ele olhasse para cima, alertando-o da nossa chegada.
O menino ergueu a cabeça bem a tempo de ver uma coluna de luz branca atravessar as nuvens e deixar três estranhos indivíduos no meio da rua. Apesar da nossa forma humana, algo em nós o assustou — talvez o fato de nossa pele ser luminosa como a lua ou de nossas roupas largas e brancas de viagem estarem esfarrapadas devido à descida turbulenta.

Talvez fosse a maneira como olhávamos para nossos braços e pernas, como se não tivéssemos ideia do que fazer com eles, ou o vapor d’água ainda no nosso cabelo. Seja lá o que o tenha assustado, fez o garoto se desequilibrar na bicicleta, dar uma guinada e tombar na calçada. Ele conseguiu se levantar e ficou ali parado por alguns segundos, estarrecido, meio alarmado, meio curioso. Estendemos as mãos para ele simultaneamente, no que esperávamos ser um gesto tranquilizador.

Mas esquecemos de como fazer para sorrir. Quando lembramos, já era tarde: enquanto contorcíamos nossas bocas tentando fazer o movimento certo, o garoto se virou e deu no pé. Ter um corpo físico ainda era estranho para nós

— havia muitas peças diferentes que precisavam funcionar em sincronia, como uma máquina complexa. Os músculos da minha face e do meu corpo estavam rígidos, minhas pernas tremiam como as de uma criança dando os primeiros passos, e minha vista ainda não havia se adaptado à claridade suave da Terra. Como vínhamos de um lugar de luz resplandecente, as sombras eram novidade para nós. Gabriel se aproximou da bicicleta com a roda dianteira ainda girando e a endireitou. Encostou-a na cerca mais próxima sabendo que o menino voltaria para pegá-la.

Imaginei-o irrompendo casa adentro e relatando a história a seus pais estupefatos. A mãe lhe afastaria o cabelo da testa para verificar se ele tinha febre. O pai, com olhos sonolentos, comentaria sobre as peças que uma mente ociosa é capaz de pregar.

Encontramos a rua Byron e fomos andando sobre a calçada irregular procurando o número 15. Nossos sentidos já recebiam estímulos de todos os lados. As cores do mundo eram muito vivas e muito variadas. Tínhamos saído de um mundo branco imaculado para chegar a uma rua que mais parecia a paleta de um artista. Fora a cor, tudo tinha sua própria textura e sua própria forma. O vento roçava em meus dedos e me dava a sensação de ser tão vivo que eu me perguntava se poderia apanhá-lo. Abri a boca e provei o ar tonificante e seco. Eu sentia um cheiro de gasolina e pão queimado misturado com o odor de pinho e o perfume intenso do oceano.

A pior parte era o barulho. O vento parecia uivar, e o rugido do mar batendo nos rochedos era um tropel na minha cabeça.

Eu ouvia tudo que acontecia a meu redor: a ignição de um carro, uma porta de tela batendo, uma criança chorando, um balanço de varanda rangendo ao vento.

— Vocês vão aprender a ignorar os ruídos — disse Gabriel.

O som da voz dele me sobressaltou. Em casa, não precisávamos falar para nos comunicar. Descobri que a voz humana de Gabriel era grave e suave.

— Quanto tempo vai levar?

Contraí-me com o grito estridente de uma gaivota no alto. Podia ouvir minha própria voz, que era melodiosa como uma flauta.

— Não muito — respondeu Gabriel. — Fica mais fácil se você deixa de resistir a eles.”

Espero que gostem!

Bjus no core

2 comentários:

Nanda disse...

Eu tenho esse livro e já li. Tbm gostei bastante. Mas acho Sussurro muito melhor.
Achei ele meio fraquinho sabe?! Mas o mote é bem interessante!
Quero muito ler o próximo!

Daniela RC disse...

Uhh Glaucia anjos???
Não sei não, mas fiquei muito curiosa com as suas palavras, se lesse apenas a sinopse nao me iria interessar, mas as suas palavras sobre a obra me interessaram, vou ver se arranjo um espacinho na minha lista de livros futuros...pode ser que leia.
bjs

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