quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Jogos Vorazes




Jogos Vorazes
Autora Suzanne Collins

Olá miguxas! Bem vim falar de um livro que não faz muito o meu estilo de leitura. Todas vocês sabem que gosto de romances bem... Apimentados, se é que posso chamar assim. Kkkk Mas esse é um romance que não tem romance. Como assim, Glau? Vamos tentar entender os aspectos abordados pelo livro e depois vocês poderão tirar suas próprias conclusões. Apesar disso, sinto que meu comentário pode não ser fidedigno e você tenha que ler para realizar sua própria analise da obra.

O livro aborda basicamente as diferenças entre classes sociais. Só o assunto no livro é muito focado. Hoje vivemos em uma sociedade onde poucos têm muitos e muitos têm bem pouco. No livro em questão, os muitos não têm praticamente nada.  Quando digo nada, estou me referindo até mesmo à dignidade. Uma pessoa precisa do mínimo de condições para sobreviver de forma digna. Em circunstâncias poucos favoráveis, as pessoas podem mostrar o seu lado negro e fazer coisas, que não faria em situações normais, como matar por exemplo. Muitos vendem até a dignidade em troca de comida.

O que posso destacar no livro:
  • Os mais fortes acabam sobrevivendo à custa do sofrimento alheio;
  • Os mais fracos precisam encontrar formas para sobreviver diante das condições de vida miserável;
  • Uma vida torna-se insignificante quando matar significa sua própria existência;
  • O caráter de uma pessoa forte pode se manter mesmo diante da morte;
  • Algumas pessoas conseguem viver felizes e até torcer pela desgraça dos outros;
  • Uma pessoa pode tirar forças, mesmo quando não há vontade de sobreviver, com certo estímulo;
  • O amor é capaz de dar forças mesmo diante das situações mais adversas.

Eu poderia enumerar uma lista enorme de características que encontrei no livro, mas por essas vocês podem ver que a coisa é bem séria. E a autora aborda os fatos de forma tão fascinante, que o leitor simplesmente não tem vontade de parar de ler.

O livro me deixou com os nervos a flor da pele. O último que conseguiu me deixar assim foi Sussurro. Contudo, esse teve um diferencial. Não foi o romance e a vontade de ver as personagens juntas que me motivaram a ler. Foi o desejo desesperado de ver a protagonista sobreviver. Em certos momentos tive vontade de chorar e me senti vivenciando todas as emoções dela.

A autora aborda aspectos de sobrevivência na natureza com propriedade, detalhando os pormenores da mocinha na floresta e tentando sobreviver ao inimigo. Enquanto lia, eu pensava: “Será que conseguiria escrever com tanta riqueza de detalhes? Como ela conseguiu isso?”  Esse questionamento me deixou inquieta durante a leitura e em algumas cenas eu mal conseguia deslumbrar os acontecimentos. Foi algo que realmente me surpreendeu e me fez devorar o livro em menos de dois dias. Certamente ela fez uma ótima pesquisa para conseguir trabalhar esse tipo de aspecto.

Bem, eu falei muito da autora e do que me tocou na leitura, mas ainda não falei sobre a estória em si. Vou tentar ser  mais sucinta o possível e não contar muito sobre os acontecimento.

Depois de guerras e conflitos, um território no norte (pelo que me lembro onde ficavam os EUA. Agora não tenho certeza), após guerra e conflitos foi dividido em 14 territórios. Um deles a Capital Pamem e mais 13 colônias. A 13® se rebelou contra a capital e por isso foi praticamente aniquilada. As 12 coloninhas que sobraram, forneciam subsistência para a capital (pesca, carne, vegetais, carvão...).  E para lembrá-las dos tempos de conflitos e tentar mantê-las sob suas mãos, a capital fazia todos os anos uma festa da colheita, onde cada colônia tinha que “ceder” um casal de jovens entre 12 e 18 anos para os jogos comemorativos, chamados de Jogos Vorazes.

Ao ler sobre os jogos, eu me lembrei do império Romano e da política de pão e circo empregada pelos imperadores da época, atirando os gladiadores nas arenas para divertir o povo miserável, que se contentava em receber migalhas a troco de diversão e sangue. Acho que essa foi uma tática muito bem sacada da autora, que é importante frisar.

Por viver sob julgo e não terem condições de se rebelarem contra a capital, durante muitos anos as colônias passaram por esse terror. A autora relata com propriedade as emoções da protagonista,  nesse momento. Ela não tinha medo apenas por si, mas por sua irmã de 12 anos, que tem o nome inserido no sorteio a primeira vez.


 O livro é narrado por uma jovem muito intensa e determinada. Desde os 12 anos Katnis teve que lutar, não só pela sua sobrevivência, como pela da sua família. O seu pai, um minerador, morreu soterrado na mina e sua mãe ficou completamente catatônica nesse período. Com uma irmã pequena para cuidar, ela aprende como caçar, colher frutos e fazer trocas no mercado negro. A vontade de sobrevivência a tornou uma jovem muito forte e destemida, que junto com seu amigo Gale, sustentou a família em um período muito triste de sua vida. A autora relata a mágoa que ela sente da mãe e o amor pela irmã que a leva e se tornar essa jovem tão corajosa logo no início do livro. E nos faz pensar sobre muitas coisas. Eu me vi fazendo uma análise da minha própria vida nos primeiros capítulos e sinceramente não sei se teria sobrevivido ao que ela passou.

O que era improvável acabou acontecendo e a irmã de Katnis foi sorteada como prenda nos jogos vorazes. E em uma cena para lá de tocante, ela se oferece para ir de encontro com a morte do lugar da irmã. E nesse momento a nossa mocinha muda completamente o rumo da sua vida.

Junto com ela, Peeta, um jovem aparentemente muito tímido, mas que se mostra super inteligente no decorrer da trama, é sorteado para os jogos. E a primeira coisa que Katnis tem é medo. Não medo dele em si, mas de saber que ela pode ser sua assassina em um futuro bem próximo. Os dois não são amigos e não convivem, contudo no passado ele a ajudou em um momento muito crítico. O sentimento de gratidão acaba entrando em conflito com o de sobrevivência e o seu primeiro impulso é  de se afastar dele. Contudo, por mais que ela fizesse o possível, durante a viagem para a capital e os dias que sucederam, os dois acabaram se aproximando. E em uma jogada de marketing, acabaram recebendo o título de “amantes desafortunados do distrito 12”. Katnis entra em outro conflito, percebendo ali que há um sentimento forte, outrora desconhecido por Gale. E as coisas são complicadas quando ela começa a sentir afeição por Peeta e medo de magoar o amigo que deixou para trás. Ela sabe que em pouco tempo pode estar morta, mesmo assim seus sentimentos viram um turbilhão em poucos dias.


Durante as apresentações para o público na capital, Katnis acaba virando uma pessoa muito popular, atraindo a atenção do público e ira dos demais participantes. Isso torna a sua vida muito complicada quando chega a hora da verdade e é “atirada aos leões”. Ela é caçada por um grupo que fez alianças e para sobreviver usa todo o conhecimento aprendido nos anos de luta no distrito 12.

É no meio da carnificina, fuga e tentativa de não se tornar um monstro, matando outros participantes, que ela conhece Rue, uma menina de 12 anos que lembra sua irmã e vira a sua aliada.

A entrada de Rue na trama foi o fator diferencial para a reviravolta nos jogos vorazes. Sem saber, Katnis acaba tomando atitudes que levam as pessoas a pensarem suas ações e com isso se rebelarem contra a capital. Não posso relatar o que se passar, porque estragaria a sua leitura, mas devo dizer que foi o momento do livro que me fez chorar. O que posso contar, é que apesar de tudo, nossa corajosa mocinha tentou se manter exatamente como era, não deixando os instintos assassinos e a vontade de sobrevivência mudarem o que era, tornando-se uma pessoa mais corajosa, determinada e com um caráter admirável.

Bem, pelo que contei do livro da para ver que não é um livro comum. Esse não é mais um romance de “mulherzinha”. Ele nos faz refletir sobre vários assuntos, deixando o leitor vidrado na leitura e completamente apaixonado pela trilogia. Ao terminar o primeiro livro o leitor precisa, desesperadamente, de mais.

Se houvesse uma nota para dar ao livro, ele receberia a nota 1000 e a palavra que  uso para defini-lo é REFLEXÃO.

 Mal posso esperar para assistir ao filme, que tem estréia prevista para março. Acho que esse será o filme do ano.


Espero que gostem!

Bjus no core

1 comentários:

eu.publicitaria disse...

Tô doida pra ver o filme, Pelo que vi, no trailer, vai estrear dia 13/03. Mas antes vou tentar ler o livro.
bjks

Postar um comentário