O destino19

POV. Jacob Black
O próprio sol não vê até que o céu clareie
Willian Shakespeare


– Renesmee...– sussurrei querendo reverter o erro que tinha cometido, o ataque de ciumes desnecessário que tinha feito.


– Olha aqui Jacob Black! Eu só tenho três palavras pra você: VAI SE FERRAR! - ela disse. E apesar de toda a sua raiva estar estampada em sua face, como eu nunca vira antes, suas palavras doíam milhões de vezes mais do que a bofetada que havia me dado segundos atrás.

– Olha aqui...– eu disse, sendo interrompido.

– Olha aqui você, nunca mais torne a falar assim comigo!!– ela disse, deixando as lágrimas escaparem de seus lindos olhos castanhos. Uma dor profunda abateu o meu coração e quando Renesmee se virou e foi embora, não tive reação de ir atrás. Eu queria gritar, espernear, fazer o que fosse possível para ela voltar e nós nos acertaríamos. Mas não tive reação.

– Renesmee me espera! - gritou o idiota.

– Me esquece, Nahuel!– ela gritou sem olhar para trás e continuou andando.

Eu continuei a encarar a direção em que Nessie havia seguido. Minhas pernas estavam trêmulas, nós nunca havíamos discutido assim.

Eu tinha medo.

Medo de que ela não me perdoasse pelos ciúmes exagerados, por não ter dado uma chance a ela se explicar. Enfim, a minha covardia de não ter pedido para que ela ficasse. Quando sai do transe, Renesmee não estava mais ali. Somente Leah, paralisada, olhando a cena.


– O que eu faço?– eu perguntei sem encará-la. - Não quero ficar sem ela. Eu a amo. Me ajuda Leah...

– Já é tarde Jacob, você a perdeu– disse Leah, ferindo-me com suas palavras. – Não há nada que possa fazer. Eu se fosse você...

– Leah, você não está ajudando– eu disse, sem conseguir me mover.

– Tudo bem Jacob, sei de uma coisa que realmente vai te fazer esquecer de tudo– ela disse, colocando a mão em meu braço. Olhei-a por um instante, analisando se eu devia mesmo segui-la.


[...]


Eu já estava no meu décimo terceiro... Não, com certeza eu não bebi tanto.

– Leeeeaah, cadê a minha Nessiê?– eu perguntei, mal conseguia dizer e bati o copo cheio na mesa, molhando-a completamente.


Leah começou a gargalhar e eu não a entendia. Porra, porque tá rindo? Pensei comigo.


– Eu quero a minha Nessiê! CADÊ A MINHA NESSIÊ?– perguntei gritando e levantando para todos do bar ouvir. - EU QUERO A MINHA NESSIÊ! PORRA LEAH, VOCÊ NÃO É A MINHA NESSIÊ!


Por um momento, no lugar de Leah, vi os seus olhos castanhos, sua pele macia e branquinha, seus cabelos sedosos e sua expressão meiga e gentil. Seus lábios rosados se aproximavam dos meus, mas uma mão que tentava abrir o zíper da minha calça, me fez voltar a realidade. A uma realidade sem Renesmee.


– Não me beija Leah, sua caçadora de passarinhos– eu disse sério, olhei para os lados e tudo rodava. Eu só queria Nessie. Subi em cima da mesa e algumas garotas gritaram. Nenhuma delas era a Nessie. - EU QUERO A MINHA NESSIÊÊ! – eu gritei com raiva, mas logo trocando de expressão, que mudou para um choro extremo. A dor havia voltado - CADÊ A MINHA NESSIÊ? QUEM ROUBOU ELA DE MIM?

– Ei casalzinho feliz– disse um senhor que se aproximava de Leah, desci da mesa para encará-lo - Aqui não é um circo. Leve esse infeliz daqui, por favor.

– Levo sim, levo sim– disse Leah me empurrando.

– Eu quero a minha Nessiê, você sabe onde ela tá?– eu perguntava chorando para cada pessoa que passava na minha frente. Saímos do bar e eu continuei a gritar - NESSIÊ? CADÊ VOCÊ ? RENESMEE? MEU AMOR? CADÊ VOCÊ?

Encostei-me na parede da rua e me agachei até o chão, abraçando os joelhos. Porque a minha Nessie não está aqui? Pensei comigo.


– Jacob, meu amor, eu estou aqui – disse uma voz feminina ao meu lado. Seu timbre era diferente ao da Nessie, mas algo dentro de mim, talvez o meu coração, estava implorando para que fosse.

– É você Nessiê?– perguntei chorando, sem olhar para a dona da voz - se não for, então se foda. Eu quero a minha Nessiê!

– Jake meu amor... Sou eu!– sussurrou a voz suavemente, mas não parecia nada com a voz da minha Nessie, mas por algum motivo eu me deixei levar.


[...]


Eu não sei como fui parar em casa, mas quando abri os olhos eu estava lá. Deitado em minha, minha cabeça doía demais e meu estomago também. Levantei lentamente meu corpo, para encostar na cabeceira da cama, então notei que estava nu, totalmente nu.

Mas estava despreocupada, não havia ninguém ali, então não tinha que me preocupar. Puxei o lençol e dele fiz algo para tampas minhas coisas, levantei da cama e me dirigi ao banheiro para tomar uma ducha gelada, para ver se curava a ressaca.
Será que aquilo tinha sido real? Eu me perguntava Aquele pesadelo onde eu me encontrava bêbado e desorientado junto de Leah e de repente eu achava que Nessie estava comigo? E então... Então O QUE? O que aconteceu logo depois que Nessie apareceu? E isso se ela realmente apareceu!
Ao abrir a porta do banheiro, me permito rir de mim mesmo:

– Isso só pode ter sido um sonho... - digo pensando alto.

– Sonho Jakezinho? Não, não! Foi pura realidade Eu praticamente fico imóvel. Ah não...! Não pode ser...
– Leah?– ela sai do banheiro embrulhada em uma toalha sorrindo e então pula em meu braços.

– Que foi meu amor?
– Le-leah? O que você pensa que esta fazendo?
– O que eu...?– ela não termina e faz um cara de indignação com uma mistura de ofensa Jacob Ephraim Black, você não...? – ela então me empurra e sai correndo segurando o nó de sua toalha e com a outra pega umas peças de roupas que estão no chão e abre a porta do carro.

– Le-leah, espera! O que aconteceu...?

– Aconteceu simplesmente Jacob Black que ontem quando você ai se lamuriando pela briga com a sua empregadinha, eu. EU! Jacob Black, fui a única que consegui fazer você esquecer, durante uma longa noite!

– Leah, você não esta querendo dizer que...

– Sim Jacob.

Não, não pode ser! É castigo, só pode ser castigo! Como eu pude fazer isso?

– Mas a gente... Se preveniu, não é?

Ela soltou um riso irônico.


– Tchau Jacob!– ela disse e então foi fechando a porta.

– Leah, Leah espera!


Ela soltou uma piscadela e rapidamente fechou a porta. Sacudi a cabeça e corri atrás de Leah que já descia as escadas da mansão.

– Espere Leah, eu te levar ao médico. - ela se virou e arqueou a sobrancelha.

– O que? Pra que?

– Vamos fazer o teste.


[]

O teste de gravidez duraria três dias para sair o resultado, pois tinha de esperar 24hs para o espermatozóide fecundar o óvulo e então poderíamos recolher a amostra de urina de Leah e dois depois sairia o resultado. Leah dizia que não havia necessidade de fazer o teste pois tinha certeza que ela não estava grávida, dizia que era intuição de mulher e tudo mais. Mas eu queria tirar esse peso de minhas costas, para então eu tomar coragem e ir pedir desculpar a mulher de minha vida, Renesmee Cullen.

Durante esses intermináveis dias, eu não conseguia colocar a cara para forte de casa, nem mesmo de meu quarto, me tranquei em meu quarto esperando que o tempo passasse rápido para descobrir talvez a coisa que poderia simplesmente mudar minha vida do dia para a noite.

Na sexta-feira, pela tarde eu e Leah fomos até o médico pegamos os exames e graças a Taha Aki, deu: NEGATIVO. Eu estava tão feliz, agora as portas tinham se aberto para eu finalmente corre atrás do meu grande amor, sai do hospital correndo, deixei até Leah sozinha, sem ter como voltar.

Cheguei na mansão em torno de 20:00hs desesperado, sem ar, como se tudo dependesse do tempo em que eu chegasse. Bati na porta dos Cullen e nada. Bati novamente e nada de novo, olhei para trás e vi Lauren me encarando, indiferente e então a gritei:

– La-lauren eu estava sem fôlego Lauren, onde esta Renesmee? Onde estão os Cullen?

– Ér... Os Cullen se mudaram Sr. Black.

Meu coração parou.

– Se mudaram? Como? Quando? Para onde?

– Não sei Sr. Black.


Eu estava ficando irritado. Como ela não sabia? Ela era amiga de Bella. Então peguei Lauren pelos ombros e a sacudi esperando que ela tivesse uma resposta.

– Você tem que saber, anda desembucha!– eu grite.
– Jacob, Jacob! - era Rachel Pelo amor de Taha Aki, solte ela!– ela disse tirando meus braços de Lauren e a pobre garota saiu correndo.
– Rach, Rach ela sabe, ela sabe! Ela sabe e não quer me contar!– eu dizia freneticamente

– Sabe do que Jacob? - perguntou Rachel.

– Onde ela esta, onde minha Renesmee esta!– eu então olhei para Rachel e notei que ela estava com a chave de seu carro e sua bolsa nas mãos Onde você estava?

– Ér...

– Você estava com ela! Rachel me diz, por favor!

– Jacob, você pisou na bola e feio.

– O que?

– Tome! – ela abriu sua bolsa e me entregou as alianças e o colar da promessa Quileute que ambos dei a Renesmee e juntos com eles um pedaço de papel Esqueça-a, é o melhor que você faz. - então ela saiu.

Abri o papel lentamente e nele estava escrito exatamente essas palavras:

Devolvo a ti algo que não me pertence. Espero que o espírito Quileute não seja amaldiçoado.

Foi bom, enquanto durou.

Renesmee

Ela se foi mesmo. Se foi sem se despedir. Mas não a culpo, eu fui um idiota. E agora vou viver em um mundo sem ela, um mundo sem Renesmee.


Falando Com a Lua - Bruno Mars

Eu sei que você está em algum lugar lá fora
Em algum lugar longe
Eu quero você de volta
Eu quero você de volta
Meus vizinhos pensam que
Eu sou louco
Mas eles não entendem
Você é tudo que eu tenho
Você é tudo que eu tenho

À noite, quando as estrelas
Iluminam o meu quarto
Me sinto sozinho
Falando com a lua
Tento chegar até você
Na esperança de que você esteja
No outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que fica sentado sozinho
Conversando com a lua

Estou me sentindo como se eu fosse famoso
O assunto da cidade
Eles dizem
Que fiquei louco
É, eu fiquei louco
Mas eles não sabem
O que eu sei

Porque quando o
Sol se põe
Alguém está falando de volta
Yeah, eles estão falando de volta

À noite, quando as estrelas
Iluminam o meu quarto
Me sinto sozinho
Falando com a lua
Tento chegar até você
Na esperança de que você esteja
No outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que fica sentado sozinho
Conversando com a lua

Você já me ouviu chamando?
Porque toda noite
Eu estou falando com a lua
Ainda tentando chegar até você

Na esperança de que você esteja
No outro lado
Falando comigo também
Ou eu sou um tolo
Que fica sentado sozinho
Conversando com a lua

Eu sei que você está em algum lugar lá fora
Em algum lugar longe




[]

SEIS ANOS DEPOIS

Trim! Trim!
O telefone toca pela milésima vez e eu já não agüento mais e dou um berro:

– Pelo amor de Taha Aki, Victória atende essa porra de telefone!


Victória é a nova empregada da mansão de meu pai, uma completa lesada. Não se acham mais empregados como antigamente. A lesada sai correndo pela sala de estar até chegar ao telefone que esta na mesa de centro a minha frente.

– Residência dos Black, Victória falando... Sim um momento, vou verificar se ele esta srta. Clearwater... – Faço sinal negativo com a cabeça para Victória e então ela retorna a falar ao telefone Ele não esta no momento Srta. Clearwater... Não, não sei informá-la... Mil desculpas srta.!... Sim, sim assim que ele chegar eu peço que ele retorne.

Ela então olha para mim, e eu arque-o a sobrancelha e ela sai, quando esta prestes a entrar na cozinha o telefone toca novamente, eu então faço um sinal para ela que eu irei atender ao telefone.

– Alô?– eu atendo.
– É da residência dos Black?

– Sim, sim é Jacob.
– Oh Sr. Black, aqui é Jessica.– Disse ela com sua voz sexy. Jessica é minha secretaria na Corporação, logo depois que meu pai ficou doente, descobriu que tinha um aneurisma cerebral eu tive de assumir a presidência da Corporação, sem experiência alguma.
– O que ta fazendo ligando para minha casa garota?– pergunto rapidamente. Eu e Jessica tínhamos uma espécie de, como posso dizer? Relacionamento extra profissional, ela era uma coisa... De outro mundo.

– Calma, Sr. Black disse ela com a voz provocante só te liguei por que um negociante esta aqui, querendo conversar com o senhor.

– Agora?– pergunto.

– Sim!

– Afs! Não posso descansar um só segundo, é véspera de natal, mas que porra! Ah fala para ele aguardar meia hora, que já estou chegando!

– Sim, Sr. Black diz ela numa risadinha e então desligo o telefone.


Arrumo minhas coisas e sigo para aquele inferno chamada Black Corporation Inc.

[]


Já eram 20h00min da noite e pilhas, pilhas e pilhas de relatórios de negociantes da corporação ocupavam minha mesa. É assinatura para cá, assinatura para lá, eu simplesmente me pergunto. O que eu estou fazendo aqui? Minha vida perdeu o sentido totalmente, eu só vivo para esta corporação.

Tudo isso por causa dela, toda noite quando encosto minha cabeça no travesseiro à única imagem que me ronda é dela, na ultima vez que a vi, triste. Tudo que eu prometi a mim mesmo nunca deixá-la ficar.

– Sr. Black?– Alguém me chama pela porta e só dizer que aquela voz sexy só podia ser da minha secretariazinha gostosa.

– Sim, Srta. Stanley? - eu digo levantando da minha mesa para observá-la, ela esta mais gostosa ou é impressão minha? Mordo o lábio excitado, ela então vai se aproximando, ela encosta o corpo no meu, sorri e então eu vou aproximando o meu rosto do seu quando ela enfia uma pasta entre nós e diz.

– Vim trazer a pasta de Leopold!


Oh sagrada pasta de Leopold! Esse e o ápice do meu dia, era um código entre Jessica e eu, isso queria dizer que todos da Corporação já tinham ido e apenas haviam nós, que claro, iríamos fazer hora extra. Sorrio e então apenas tiro a pasta de minha frente e aproximo meu rosto, quando de repente:

– Jakezinho, meu amor!

Ah morre diabo!


– Leah?– pergunto e então não sei como, Jessica vai parar do outro lado da sala.

Leah agora era minha noiva. Na verdade já é a quatro anos, eu estou a enrolando o quanto posso, por que eu não agüento ouvir a palavra casamento. Depois que Renesmee se foi, eu entrei em uma depressão profunda, fiquei um ano e meio dentro do quarto, trancado, comendo male má, catatônico. E graças a Leah, eu saí da depressão e voltei a viver, ela me levou para sair e aos poucos eu ia me soltando, voltando a rir, a brincar e tudo, então decidi dar uma chance a ela.

– O que estava acontecendo aqui?– pergunta ela olhando para mim e para Jessica

– Ela só estava me mostrando relatórios, baby!– eu dou uma piscadela para ela. - pode ir Srta. Stanley, esta dispensada então Jessica sai da sala emburrada e então puxo Leah a agarrando pela cintura O que você quer baby?

– Enfim eu te achei, liguei para sua casa você não estava. Fiquei desesperada.

– Diz logo Leah!– eu disse.

– É véspera de natal, você vai passar a noite toda aqui?

– Leah... – eu disse me queixando.

– Que tal irmos fazer uma surpresa a Rachel?

– Surpresa? Para Rachel?

– É meu benzinho, faz tempo que você não vê Rachel e Seth foi convidado para a ceia de natal e me disse que Rachel estava contando que Rebecca estava vindo para o natal, que tal você chamar seu pai e a família fica toda reunida?

– Leah, não acho uma boa idéia...

– Ah Jake, vamos? – ela insistiu.

Puta que pariu, viu? Além de estragar meu lance com Jessica, a vadia quer que eu me reúna com a família? É brincadeira!

– Tá, tá, tá! Vamos! - eu disse.

Depois que saímos do prédio da corporação, Leah foi até a sua casa, se arrumou e logo depois fomos a mansão eu me troquei, Leah pediu para Laurent, ou novo cozinheiro para preparar um coisa rápida para levar para o apartamento de Rachel.

Chamamos o meu velho e seguimos até o apê de Rachel. Chegamos lá, quem nos atendeu foi Paul Humprise, o marido de Rachel, que é vice-presidente da corporação. Paul me ajudou muito quando assumi a presidência da empresa.

– Jacob?– perguntou Paul ao abrir a porta.

– E aí, Humprise?– eu disse o cumprimentando.

Eu entrei, depois Leah e por fim Sue guiando papai com a cadeira de rodas.

– Onde esta Rachel? - perguntou papai.

– Foi buscar Rebecca e a amiga.

No apartamento de Rachel apenas estava Seth e Paul, esperando Rachel, Rebecca e sua amiga. Todos ficaram surpresos com a minha presença, a de Leah, papai e Sue, mas, agiram estranho no começo mais depois tudo ficou normal.

Estávamos sentados no sofá, tomando um vinho que Paul nos serviu, quando ouvimos a porta de entrada se abrir. Rachel entrou, logo depois Rebecca, e uma garota de cabelos castanhos, magra que acredito ser a amiga de Rebecca e por último e inesperadamente entrou uma pequena princesinha pulando feliz, todos nós olhamos confusos, nos permitindo refletir sobre quem era aquela pequenina.