sábado, 9 de março de 2013

Voltar a viver3 by Bonno


Capítulo III – NOVOS ARES

No dia 18 de fevereiro de 2010, os Cullens comemoravam o quinto aniversário do pequeno Brian. A festa organizada por Alice também seria a despedida da família da cidade de Nova Iorque. Após terminar seu pós-doutorado em pediatria, Edward decidiu mudar-se com o filho para uma cidade menor. Queria proporcionar ao menino uma infância mais saudável, distante da poluição e da violência das cidades grandes.


Carlisle já havia providenciado a mudança da família para Edmonds, uma pequena cidade do estado de Washington fundada em 1890. A enorme casa que abrigaria todos os Cullens já havia sido devidamente reformada e decorada sob os olhos atentos de Esme. Brian não mais dormiria com o pai como vinha acontecendo desde o seu trágico nascimento. Já estava se tornando um homenzinho e seu quarto, ao lado do quarto de Edward, havia sido preparado de acordo com seu próprio gosto. Sim, o menino tinha a personalidade forte da mãe e sabia impor sua vontade quando preciso.

Antes de partir, Edward foi mais uma vez ao cemitério despedir-se de Isa. Embora tivesse mantido a promessa e voltado todos os dias com uma rosa vermelha durante aqueles cinco anos para contar-lhe orgulhoso as travessuras do filho, ele sabia que demoraria a voltar em Nova Iorque e precisava que ela compreendesse.

_ Oi amor! Amanhã partimos para Edmonds. Eu sei que você entende que é para o bem do nosso filho. Ele está mais parecido com você a cada dia. É corajoso, forte e tem a sua personalidade. Amor, eu não sei quando vou poder vir te ver novamente, mas eu quero que você saiba que vou te levar comigo no meu coração e nos meus pensamentos.


Edward depositou mais uma rosa vermelha sobre a sepultura de Isa antes de sair. Não estava muito seguro se partir com toda a família para uma nova cidade era a coisa certa a fazer. Sabia que eles estariam abrindo mão da vida que já haviam construído em Nova Iorque para embarcar em uma aventura que talvez não desse certo, mas Alice e Emmett, padrinhos de Brian, não passariam um dia sequer longe do menino. Esme e Carlisle também não.

O Hospital Regional Stevens era a mais nova aquisição de Carlisle. Logo que soube da decisão do filho de se mudar para Edmonds, tratou de procurar um lugar para montar uma clínica. Ficou sabendo, por intermédio de amigos, que o hospital da cidade passava por dificuldades financeiras e corria o risco de ser fechado. Não pensou duas vezes. Fez uma breve viagem à cidade, conversou com os proprietários e já retornou a Nova Iorque como o novo dono do hospital. Edward continuaria fazendo aquilo que mais gostava: pediatria. Alice, agora formada em psicologia, cuidaria dos recursos humanos e poderia clinicar se quisesse. Carlisle poderia voltar a cuidar dos corações dos pacientes. Havia se afastado temporariamente da cardiologia para cuidar da administração do hospital em Nova Iorque, mas agora que Emmett havia concluído seu MBA em Administração, tomaria conta das finanças e da administração do hospital em Edmonds.

A família chegou à cidade na sexta-feira. Brian já havia sido matriculado na Escola Primária Edmonds e teria sua primeira aula na segunda, quando a família começaria a trabalhar no hospital. Aproveitaram o final de semana para conhecer a cidade e suas redondezas. Alice adorou o Aurora Marketplace, um pequeno shopping center na Major Highway. Esme ficou encantada com a decoração do Arnies Restaurant e logo fez amizade com o proprietário que, assim como ela, era apaixonado por decoração de interiores.


Edward, Brian e Emmett passaram todo o domingo fora de casa. O menino adorou o Parque Yost e a praia de Marina Beach. Era a primeira vez que via o mar e ficou maravilhado com a cor azul que, segundo ele, era igual a dos olhos do pai. Emmett também adorou a praia, mas por motivos diferentes dos de Brian. Nunca havia visto tanta mulher linda de uma só vez. Encantou-se especialmente por uma deusa loura, alta, com um corpo de parar o trânsito. Ficou mortificado ao ver que ela estava acompanhada de um rapaz também louro e alto. “É claro que ela tinha que ter um namorado. Uma gata daquelas jamais ficaria sozinha”, pensou Emmett.

Os três voltaram para casa no final da tarde. Brian dormia no banco de trás quando Edward estacionou o carro na garagem. Mal acordou para o banho e para tomar a mamadeira antes de desmontar de vez na cama. Edward estava satisfeito com a animação do filho em relação à mudança. Temia que o menino se sentisse deslocado por não conhecer nenhuma criança na cidade nova. No entanto, ele havia feito diversas amizades na praia e brincado até a exaustão.

Na segunda-feira, Edward fez questão de acompanhar Brian e Esme até a escola. Queria conhecer a professora do filho e sentiu um enorme orgulho ao ver o menino entrar para a sala de aula sem chorar, de mãos dadas com a tia Ângela. Após deixar Esme novamente em casa, Edward dirigiu até o hospital. Logo pela manhã haveria uma reunião de apresentação com todos os médicos e funcionários.

A sala de reuniões já estava cheia quando Edward entrou. Todos estavam curiosos para conhecer os novos proprietários e, principalmente, para saber se eram verdadeiros os boatos de que haveria demissões. Não era segredo que o hospital, antes de ser vendido, passava por dificuldades financeiras e ninguém tinha certeza de que o novo proprietário pretendia manter o mesmo quadro de funcionários.

A reunião estava prestes a começar. Como proprietário do hospital, Carlisle começaria as apresentações e depois daria a palavra a Emmett para que ele pudesse explicar as medidas administrativas que seriam tomadas dali em diante. Emmett sentiu seu coração bater descompassado ao reconhecer a deusa loura que entrava vestida de branco na sala de reuniões. Deus deveria gostar mesmo dele para lhe dar numa nova oportunidade de conhecê-la. O enorme sorriso que estampava na face desmoronou ao ver o namorado louro que entrava logo atrás da moça.

_ Dr. Cullen, estes são a Dra. Rosalie Hale e o Dr. Jasper Hale. – disse Jessica Stanley, a secretária da diretoria.

Emmett fechou a cara. “Droga! São casados!” – pensou. ”Agora é que eu não tenho chances mesmo”.

 Carlisle os cumprimentou com um aceno de cabeça dirigindo-se a Jessica.

_ Falta chegar mais alguém?

_ Ainda faltam chegar o Dr. Black e a Dra. MacCalister. Eu já os bipei e devem estar a caminho.

Mais dez minutos se passaram e a porta da sala foi aberta. Por ela passou um rapaz moreno, de olhos negros penetrantes, cabelos pretos arrepiados e um porte atlético de dar inveja.

_ Bom dia! Dr. Cullen, eu sou Jacob Black, ortopedista aqui no hospital. Desculpe-me pelo atraso, eu estava acabando de atender uma paciente. A Dra. MacCalister me pediu para avisá-los que não poderá comparecer à reunião. Acabou de subir para a pediatria para uma cirurgia de emergência. Pediu que a desculpassem.

_ Não há problemas, Dr. Black. Teremos outra oportunidade de conhecer a Dra. MacCalister. – respondeu Carlisle com um sorriso no rosto.

Após apresentar a família para os funcionários do hospital, Carlisle passou a palavra para Emmett que explicou as novas regras que seriam implantadas e garantiu que não haveria demissões. A reunião durou uma hora e os enfermeiros e funcionários voltaram ao trabalho sentindo-se mais aliviados. As enfermeiras cochichavam pelos corredores a respeito da beleza dos dois filhos homens do Dr. Cullen. Não conseguiam entrar em um consenso sobre qual deles era o mais bonito. As opiniões estavam divididas. Algumas suspiravam pelos olhos azuis de Edward e outras se arrepiavam só de pensar em se perderem nos braços de Emmett.

Apenas os médicos permaneceram por mais alguns minutos na sala de reuniões com os Cullens. Alice havia planejado para o domingo seguinte um almoço de confraternização em sua casa para que eles e a equipe médica pudessem se conhecer melhor. Combinaram que, entre eles, as formalidades seriam deixadas de lado, a começar pela forma de tratamento. “Com tantos Cullen no hospital ficaria difícil saber de qual Dr. Cullen estaríamos falando”, havia brincado Emmett.

Ao final de quase seis horas de uma cansativa cirurgia, a Dra. MacCalister dirigiu-se à diretoria do hospital. Queria se apresentar ao novo diretor e renovar seu pedido de desculpas pela ausência durante a reunião daquela manhã. Após uma leve batida, Jessica abriu a porta da sala de Emmett para anunciar a chegada da Dra. MacCalister. Emmett, que lavava as mãos no banheiro privativo de sua sala, pediu a Jessica que a deixasse entrar.

_ Por favor, fique à vontade Dra. MacCalister. Eu já irei falar com a senhora. – disse Emmett ainda no banheiro.

_ Não se apresse, Sr. Cullen. – Respondeu a médica.

Emmett terminou de enxugar as mãos e sentiu-se congelar ao retornar para sua sala. Não podia acreditar na visão que estava tendo. Diante de sua mesa estava sentada uma moça de pele clara, cabelos longos castanho-avermelhados, lábios rosados e levemente carnudos. O coração do rapaz batia com força dentro do peito e sua respiração tornou-se acelerada. Emmett a fitava com os olhos arregalados sem nada dizer. A moça, percebendo que ele não estava muito bem, levantou-se da cadeira em que estivera sentada, caminhando em sua direção.

_ Sr. Cullen, o senhor está se sentindo mal?

_ ...

_Sr. Cullen? – insistiu a moça.

_ Emmett. – ele conseguiu dizer.

_ Desculpe-me. Como?

_ Me... chame de ... Emmett. – arfou o rapaz.

_ Certo. Emmett, o que você está sentindo? Você está pálido.

Emmett respirou profundamente, sentando-se em sua cadeira sob o olhar atento e preocupado da moça. Em alguns minutos sentiu-se capaz de falar sem gaguejar.

_ Me perdoe, Dra. MacCalister. Devo tê-la assustado. Não era essa a minha intenção. Mas entenda, foi um choque vê-la sentada aqui diante da minha mesa.

A moça franziu o cenho, confusa. Será que ele achava que ela não se apresentaria? Percebendo sua confusão Emmett tratou de se explicar:

_ Acho que lhe devo mais desculpas, Dra. MacCalister!

_ Isabella. – disse a moça – Meu nome é Isabella, mas todos me chamam de Bella.

_ Certo, Bella. Deixe-me explicar o que aconteceu comigo. Eu disse que fiquei chocado ao te ver porque você se parece muito com uma moça que eu conheci. Essa moça faleceu há cinco anos e quando eu te vi aqui sentada, parecia que ela tinha voltado. Vocês são idênticas. Pra falar a verdade, a única diferença é a cor dos olhos. Meu Deus! Se vocês fossem gêmeas não seriam tão parecidas.

Bella baixou os olhos lembrando-se da irmã com quem não falava havia sete anos.  A última vez em que se falaram, tiveram uma discussão que culminou no rompimento das duas.

Bella e a irmã estavam sentadas na sala de estar da casa dos pais. Haviam acabado de voltar do cemitério onde haviam acompanhado o sepultamento de ambos. Estavam caladas, cada uma tentando suportar a própria dor.  Bella olhava para o rosto da irmã esperando que ela dissesse algo. Não lhe havia dirigido a palavra desde que soubera do acidente que vitimara os pais. Bella dirigia o carro no momento do acidente e sabia que a irmã a estava culpando por tudo. Só estava esperando que ela pusesse tudo para fora.

_ Diz alguma coisa, por favor! – implorou Bella.

_ ...

_ Dorinha, fala comigo! – pediu mais uma vez com lagrimas nos olhos.

A ira, que até então havia permanecido sufocada, explodiu. Dorinha cuspiu na cara de Bella que ela tinha matado os pais e que jamais a perdoaria por isso. Bella chorava e tentava explicar que um carro que vinha na contramão a havia obrigado a dar uma guinada forte no volante e que ela não conseguiu manter o controle da direção quando o pneu dianteiro estourou causando o acidente. Mas a irmã não a ouvia mais. Descontrolada, partia para cima de Bella lhe dando uma bofetada no rosto e a chamando de assassina. A relação das irmãs havia atingido um ponto sem volta. As gêmeas, antes amigas tão inseparáveis, se separariam ali. Naquele ano, Bella havia concluído a faculdade de medicina e, magoada e sozinha, retornou para Edmonds, sua cidade natal. Desde então perdera completamente o contato com a irmã. Não a procuraria. Embora não guardasse magoa, sabia que ela não a receberia bem.

Bella foi trazida de volta ao presente pela voz grave de Emmett.

_ Bella? Você está bem?

A moça o olhou constrangida.

_ Desculpe-me, Emmett. Estou bem sim. Só estou muito cansada por causa de uma cirurgia longa e complicada, mas assim que chegar em casa e tomar um banho, vou me jogar na cama e só saio de lá amanhã. – disse sorrindo tristemente.

_ Seu turno já está quase no final. Vá para casa, Bella. Descanse. Meu irmão também é pediatra e ele pode cobrir o resto do seu turno.

Bella agradeceu e saiu. Correu até o estacionamento, ligando o carro e correndo para casa. E, assim como havia dito a Emmett, depois de tomar um banho prolongado e relaxante, desabou em sua cama em um sono profundo.



Muito tempo depois da partida de Bella, Emmett permanecia em choque sentado em seu escritório pensando em como iria dar a noticia a Edward. Tinha certeza de que seu irmão iria surtar. Interfonou para Jessica pedindo-lhe que chamasse Alice, mas ela já havia ido para casa. Edward ficaria de plantão naquela madrugada e Emmett aproveitaria para conversar com Alice em casa. Não queria que o irmão os surpreendesse. Precisava bolar um plano para prepará-lo para o choque.

Mais tarde naquele dia, Emmett foi ao quarto de Alice. Esperava sentado na poltrona que ficava perto da enorme janela do quarto quando a irmã saiu do banho. Fitava o vazio do lado de fora quando ela lhe tocou o ombro preocupada. Já sabia que algo de errado estava acontecendo, mas não imaginava a proporção do problema.

_ O que foi, Emmett?

_ Alice, precisamos conversar.

_ É tão grave assim? A última vez que você falou comigo nesse tom de seriedade foi quando Isa morreu!

Emmett baixou os olhos e mordeu o lábio inferior.

_ Por Deus, Emmett! Fale logo! O que está acontecendo? É alguma coisa com o Brian?

_ Não. Brian está bem. Não se preocupe com ele. O problema é com Edward.

_ Como assim? Não estou entendendo. Estive com ele hoje o dia todo e não vi nada de errado.

_ É que ele ainda não sabe. Quero dizer, ele ainda não viu...

_ Não sabe e não viu o que, Emmett? Você esta me confundindo!

_ A Bella.

_ Quem?

_ A Dra. Isabella MacCalister. A pediatra que não estava na reunião hoje pela manhã por causa de uma cirurgia de emergência, lembra?

_ Sim. O que tem ela?

_ Ela é idêntica à Isa, Alice. Edward vai pirar quando a vir.

_ Emmett, por mais que essa moça seja parecida com a Isa, eu não acho que nosso irmão vá surtar por causa dela. Ele está mais forte agora.


_ Alice, você não está me entendendo. Bella não é somente parecida com Isa. Elas são idênticas. A única diferença está na cor dos olhos. Os de Isa eram verdes e os de Bella são castanhos como chocolate derretido.

_ Qual é, Emmett? – disse Alice incrédula.

_ Alice, eu vou te explicar melhor. Lembra da Isa? Pele clara, cabelos castanhos avermelhados, lábios rosados e levemente carnudos e olhos incrivelmente verdes?

_ Claro que me lembro, Emmett! Ela era linda.

_ Pois então? Pega a Isa e pinta os olhos dela de castanho da cor de chocolate. É a Bella, Alice. Entendeu? Até o corpão é igual, a mesma altura, tudo!

Alice começou a compreender a preocupação do irmão. Se Bella fosse realmente tão parecida com Isa como Emmett estava dizendo, Edward poderia não reagir muito bem. Os irmãos combinaram que no dia seguinte contariam aos pais sobre a semelhança de Bella com Isa e juntos fariam um plano para preparar Edward para conhecê-la. Emmett também prometera a Alice que as apresentaria na primeira oportunidade no dia seguinte.

O dia amanheceu sem que Emmett ou Alice conseguissem pregar os olhos. Juntos, saíram mais cedo para o hospital. Tinham que evitar que Bella e Edward se encontrassem antes da hora, afinal os dois trabalhavam na pediatria e o encontro seria inevitável.

Assim que chegou ao hospital, Bella foi avisada para comparecer à diretoria antes de seguir para a pediatria. Cumprimentou Jessica e pediu que ela a anunciasse para Emmett. Ele veio recebê-la na porta da sala convidou-a para entrar dando ordens expressas a Jessica para que só permitisse a entrada de Alice e de mais ninguém. Bella achou a atitude de Emmett um pouco estranha, mas não se manifestou. Mais estranho ainda era o fato de ter sido chamada na sala do diretor que após quase vinte minutos de conversa fiada ainda não tinha dito a razão de tê-la chamado ali. Precisava visitar seus pacientes e ele a estava fazendo perder tempo.

_ Emmett, me perdoe, mas eu tenho que visitar meus pacientes. Eu realmente preciso ir. Podemos nos falar outra hora?

_ Bella, espere só mais um tempinho. Eu preciso te apresentar uma pessoa. É muito importante, por favor.

_ Certo. Enquanto isso, eu posso usar o seu banheiro?

Emmett assentiu e Bella encaminhou-se para o banheiro de onde podia ouvir uma voz feminina que falava com Emmett. A pessoa a quem ela seria apresentada finalmente havia chegado. Bella acabou de enxugar as mãos e abriu a porta que dava acesso à sala do diretor. Parou confusa quando uma moça que a olhava assustava soltou um grito antes de desmaiar.

Emmett correu até Alice, pegando-a no colo e deitando-a no enorme sofá de sua sala enquanto Bella pegava um copo d’água.

_ Emmett, por favor, me explique o que está acontecendo aqui. – pediu Bella assustada.

_ Bella, eu te disse ontem. Você se parece muito com uma pessoa que nós conhecemos e a semelhança é realmente assustadora. Por isso Alice desmaiou.

_ Quer dizer que eu ainda vou causar esse tipo de reação no restante da sua família?

Bella havia tocado no ponto. Emmett não sabia o que responder. Alice já voltava à consciência enquanto Bella ainda esperava uma resposta para sua pergunta. Tremendo, pegou das mãos de Bella o copo com água bebendo-a de uma só vez. Ainda sentia a garganta seca e seu coração parecia querer saltar do peito pela força com que batia. Ela encarava Bella sem acreditar no que seus olhos viam. Agora entendia com exatidão a preocupação de Emmett em relação a Edward.

_ Alice, esta é a Dra. Isabella MacCalister, mas ela prefere ser chamada de Bella. Bella, esta é a minha irmã Alice.

_Olá, Alice. É um prazer conhecê-la. Se sente melhor?

Alice nada disse. Apenas assentiu com a cabeça ainda encarando Bella com os olhos arregalados. Depois de alguns minutos, ela já conseguia balbuciar algumas palavras.

_ Meu Deus, Emmett! O que nós vamos fazer? – perguntou Alice.

_ Não sei, Alice, mas nós temos que fazer alguma coisa e rápido. Não vamos poder esconder a Bella por muito tempo.

_ Esperem aí. Por que eu teria que me esconder? – perguntou Bella confusa.

Foi Emmett quem começou a explicar.

_ Bella, você se lembra que eu te contei que você era muito parecida com uma moça que eu conhecia e que essa moça tinha morrido?

Bella assentiu com a cabeça.

_ Então... essa moça era a mulher do meu irmão. Quando ela morreu, ele quase perdeu a razão. Foi muito difícil trazê-lo de volta, entende? Nós não sabemos qual será a reação dele quando a vir. Pela forma como eu e Alice reagimos quando a vimos, você consegue entender a nossa preocupação?

Bella estava assustada e constrangida.

_ Emmett, o que vocês querem que eu faça? Eu não posso me esconder pra sempre. Eu entendo a preocupação de vocês, mas eu tenho meus pacientes pra cuidar e, pelo que eu entendi, seu irmão é pediatra também ... então ... nós fatalmente vamos acabar nos encontrando.

_ Nós sabemos disso, Bella. Só precisamos descobrir uma forma de contar pra ele, de tentar minimizar o choque, entende? A primeira coisa que temos que fazer é apresentar você para os nossos pais. Você pode almoçar conosco hoje? Vou pedir para que eles venham até aqui e vamos almoçar fora e conversar a respeito, ok? Eu preciso que você fique mais um tempinho aqui. O plantão de Edward já deve estar acabando e ele irá para casa. Aí você poderá visitar seus pacientes sem correr o risco de trombar com ele pelos corredores.

Bella levantou-se da cadeira, caminhou pensativa até a janela e aceitou o pedido de Emmett. Alice levantou-se andando em direção a Bella dando-lhe um forte abraço em agradecimento. Bella retribuiu o abraço, sorrindo. Nesse momento, a porta da sala se entreabriu levemente enquanto o sangue de Emmett congelava nas veias.

_ Emmett, posso falar com você? – a voz aveludada de Edward preencheu toda a sala.

0 comentários:

Postar um comentário