domingo, 15 de maio de 2011

Crisalida8


CAPITULO 8 - BOM DEMAIS PARA SER VERDADE
By ValentinaLB



PDV EDWARD
Enfim o apartamento ficou pronto. Já tinha uma semana desde a última vez que tinha visto Isabella, naquele dia perfeito em que ela tinha me levado ao supermercado.
A saudade era tanta que doía. Antes, quando era apenas eu e sua fotografia, sua imagem me bastava, mas agora, depois de ter sentido o calor do seu corpo, seu cheiro e o som da sua voz, era impossível ficar longe dela.
Lembrei-me do jantar que tinha lhe prometido. Seria uma boa desculpa para vê-la. Pensei em ligar para convidá-la, mas por telefone ficaria fácil ela recusar. Resolvi ir pessoalmente. O melhor era chegar de surpresa e não dar muito tempo para Isabella pensar.
Com meu plano traçado, peguei um taxi e fui até sua casa. Uma mulher com um sorriso um tanto assustado, porém simpático, me atendeu. Apresentei-me e pedi para falar com Isabella.
- Você quer falar com a Bella mesmo? Não é com a Dona Renée não?
- Não, é com a Isabella mesmo que eu quero falar - respondi.
- Tem certeza? - Ela parecia bastante confusa. Apesar de simpólria, era bem engraçada.
- Tenho - disse, segurando o riso.
- Espera só um pouquinho que vou chamar ela. Olha, moço, acho que ela não vai descer não.
- Vou arriscar - brinquei, dando uma piscada e um sorriso para ela.
Ela demorou um pouco e voltou toda sorridente. Isabella vinha logo atrás.
Como da outra vez, estava vestida de garoto. Sorri quando a vi. Até vestida com um saco de batatas Isabella ficaria linda. Levantei-me do sofá para cumprimentá-la.
- Oi! - Parecia envergonhada em me ver ali.
- Oi! Desculpe vir sem avisar, espero não estar atrapalhando. Vim te convidar para aquele jantar do qual falei, vai ser hoje. Venho te buscar às dezenove horas, falei, aparentando uma calma que não sentia.
- Hum... Eu não sei... - Ela perecia confusa com meu convite.
- Se está tudo certo, até mais tarde então. - Se o plano era no deixá-la pensar, o melhor era sair o mais rápido possível.
Dei um beijo em seu rosto e fui embora, ainda sentindo o gosto de sua pele em meus lábios.
Não sei quantas vezes olhei o reólgio até chegar a hora de ir buscar Isabella. As horas eram intermináveis.
Às sete horas em ponto o taxi estacionou na frente de sua casa. Senti o nervosismo tomar conta de mim.
A mulher simpática da tarde atendeu a porta, me recebendo com um sorriso quase maternal.
Assim que entrei, vi Isabella. Ela vestia a mesma roupa de antes, ou não?
Parecia que a blusa era de outra cor, mas o modelo era o mesmo. Na verdade o que importava que ela estava linda.
Sorri para ela na intenção de mostrar o quanto era bom vê-la.
- Vamos? - Falei.
- Vamos - ela respondeu timidamente.
Ao ver o taxi, sua expressão mudou.
- Eu podia ter ido no meu carro, no precisava vir me buscar.
Olhei pra ela verdadeiramente assustado.
Ela falou mais de duas palavras?
Isabella me fitou sem entender nada.
- Nunca te vi falar tanto - comentei rindo.
- Nunca sei o que dizer, então prefiro ficar calada.
 Era essa franqueza e pragmatismo que me encantavam em Isabella.
Sorri, balançando a cabeça levemente. Como podiam achar que uma pessoa tão resolvida como ela poderia ter algum distúrbio?
Entramos no taxi e fomos para meu apartamento.
Isabella se manteve calada. Meus olhos a procuravam como ímã. Tentei ser discreto, mas acho que não consegui.
Subimos o elevador em silêncio.
Isabella percorreu os olhos por toda a sala.
- Ficou bonito, Edward - elogiou.
Eu ouvi direito?
Virei-me rapidamente, sem acreditar no que tinha ouvido. Uma sensação maravilhosa tomou conta de mim.
- É a primeira vez que diz meu nome, Isabella - falei, sem me preocupar em esconder meu contentamento.
Recebi um sorriso em resposta. O silêncio de Isabella me dizia tantas coisas... Por isso ele nunca me incomodava.
Fui para a cozinha providenciar o nosso jantar. Já tinha deixado tudo preparado para fazer um risoto de funghi, minha especialidade.
Pedi que se sentasse no banco atrás do balcão, de forma que poderíamos conversar enquanto eu cozinhava. Ri mentalmente por cogitar a possibilidade de conversarmos. Eu já tinha tirado o máximo de Isabella trazendo-a aqui. Pedir que falasse já era exigir demais... Mas não custava tentar.
- Sabe cozinhar, Isabella? - Tentei iniciar uma conversa.
- Sei.
- Quer me ajudar? - "Não", claro que esta seria sua resposta, pensei.
- O que quer que eu faça? - Hoje definitivamente era meu dia de sorte.
- Vai colocando a água no risoto enquanto eu mexo. - Pedi.
Isabella deu a volta no balcão e se aproximou de mim, ficando ao meu lado, de frente para o fogo.
Estava tão perto que nossos braços se tocavam. Dava pra sentir o calor do seu corpo e seu perfume delicioso, que me tiravam o foco completamente.
"Esse risoto vai desandar", previ.
Não a via como uma paciente, nem sequer achava que ela precisava de médico, mas usar minhas técnicas de consultório para poder ouvir sua voz e conhecê-la melhor me pareceu bem apropriado.
- Bella, não sei quase nada de você. Importa-se de me responder algumas perguntas, afinal preciso conhecer melhor a mulher que vai jantar comigo. - Essa era a mais pura verdade.
- Também não sei quase nada sobre você - ela falou quase sussurrando. Dava pra perceber que se sentia bem ao meu lado, apesar da timidez.
- Tive uma idéia,-  falei enquanto comíamos  - vamos trocar figurinhas. Eu faço uma pergunta pra você responder, depois você faz uma para mim, e assim sucessivamente. Tudo bem? - Estava arriscando demais. Tinha uma grande chance dela se fechar por completo com minha proposta.
 - Acho que sim. - Estava um pouco mais fácil do que eu tinha imaginado.
Desliguei o fogo. O risoto já estava no ponto. Levei a panela para a mesa que já estava arrumada. Servi as taças com um vinho bem suave e convidei Isabella para sentar-se.
Começamos a comer. O cheiro estava muito bom, o gosto também. Modéstia à parte, eu cozinhava muito bem.
- Está delicioso - falou. Parecia sincera.
- Obrigado, Isabella. Bom que assim poder aceitar outros convites para jantar aqui -disse, fitando intensamente seus olhos. Era diífcil não deixar transparecer meu encantamento por ela.
Isabella ficou vermelha com minha encarada. Por segundos, vendo aquele rosto corado, fiquei imaginando o quanto não teria de ser paciente com ela se chegássemos a namorar. A menor intimidade que fosse deveria deixá-la completamente envergonhada. Com certeza ela era a garota mais pura que eu já tinha encontrado.
- Posso começar? - Perguntei, me referindo à brincadeira de perguntas e respostas. Estava ansioso.
- Tudo bem. - Ela estava bem receptiva, isso era bom.
- Ento vamos lá... O que você mais gosta de fazer? - Até sabia esta resposta, mas queria confirmar.
- Tocar violino e dançar - respondeu sem precisar pensar.
- Por sinal dança muito bem, Isabella, fiquei impressionado. - Sabia que tocar nesse assunto a deixaria encabulada, mas queria que ela soubesse o quanto tinha ficado maravilhado com sua forma de dançar. Mudei logo de assunto.
- Sua vez.
- Por que voltou aos Estados Unidos? - Achei a pergunta interessante, pois queria muito ter coragem de dizer a ela (e a mim mesmo) que tinha sido por sua causa. Que eu tinha mudado o rumo da minha vida por causa de uma paixão avassaladora que tinha me acometido ao ver seus olhos em uma foto.
- Ganhei uma bolsa para mestrado e não tive como recusar. Também queria ficar mais próximo da minha avó. - Esta resposta era mais segura e não faria com que ela saísse correndo.
- Dançaria para mim outra vez? - O que duas taças de vinho não faziam...
- Não abusa, Edward. - Falou enfaticamente.
Caí na gargalhada. Isabella era engraçada mesmo sem querer. Eu passaria o resto da minha vida ao seu lado se ela deixasse.
- Onde você quer estar daqui a cinco anos? - Suas perguntas me surpreendiam.
Hum... - Como gostaria de dizer que era ao seu lado!! Acabei arrumando um jeito de dizer isso de outra forma. - Jantando com uma mulher interessante - disse por fim.
Ela era inteligente o suficiente para juntar meu olhar apaixonado com a sutileza da minha resposta. Tinha dado um sinal e tanto das minhas intenções.
- Você tem namorado? - Perguntei. Andava em campo minado.
- Não, não tenho nem nunca tive. - Estava estranhando a desenvoltura de Isabella, só podia ser o vinho.
Como eu suspeitava, ela nunca tinha tido um relacionamento amoroso. Provavelmente nunca tinha sequer beijado na boca. Fiquei egoisticamente feliz.
- Você tem? - Quase caí da cadeira de susto. Por esta eu não esperava. Não sei se ela tinha uma doença, mas se tinha, o remédio era vinho.
- Eu tinha, mas terminamos quando me mudei pra cá. - Falei, me lembrando do meu namoro chato com Jane. Desde o dia que vi a foto de Isabella não me envolvi emocionalmente com mais ninguém. O mesmo não posso falar fisicamente, afinal eu era homem e tinha minhas necessidades.
- Quando você diz que nunca teve namorado quer dizer que nunca esteve apaixonada? - Depois que a vi dançando era difícil acreditar que Isabella não fosse apaixonada. Com certeza seu coração tinha dono, constatação que me deixava agoniado.
- Não, só quis dizer que nunca namorei mesmo - falou sem sequer me olhar nos olhos. Simples e direta. Isso era a cara dela.
Devia ser um amor platônico, como o meu, deduzi. Pelo menos tínhamos algo em comum.
- Então já esteve ou ainda está apaixonada por alguém? - Já estava doendo mesmo, não fazia muita diferença cutucar a ferida de vez.
- É a minha vez, Edward - ela me cortou, tentando desviar o assunto.
- Desculpa, pode perguntar.
- Qual a sua especialidade como médico?
Percebi todo meu corpo se contraindo. Algo me dizia que minha resposta iria mudar drasticamente nossa recém relação de amizade.
Por que ela tinha de perguntar isso logo agora, lastimei.
- Psiquiatria. - Senti-me pilotando o "Enola Gay". A bomba estava lançada, era só aguardar para ver os estragos.
Isabella mudou completamente suas feições. Uma máscara de dor cobriu seu rosto.
- Edward, isto aqui é um jantar ou uma consulta? - Ela jamais acreditaria na minha resposta. Como explicar-lhe que eu a estava cortejando por estar completamente apaixonado por ela há três anos?
- É a minha vez de perguntar, Bella. - Usei seu argumento na tentativa de ganhar tempo.
- Não Edward, a sua vez já durou muito, aliás, não sei nem quando ela começou, duvido que tenha sido hoje. E aí, vai me responder ou não? - Ela até podia se vestir como uma garota, ou garoto, para ser mais exato, mas suas colocações eram de uma pessoa madura, que sabia exatamente o que queria. Suas palavras me desmontaram. Eu estava agindo como culpado sem mesmo ser. O melhor a faz era contar minha conversa com Renée.
- Isabella, sua mãe realmente me pediu para ajudá-la, mas... - Ela nem me deixou terminar de falar, levantou-se da cadeira e correu para fora do apartamento. Fiquei sem ação. Minhas pernas no respondiam ao comando do meu cérebro. Enfim tive forças para correr atrás dela. Ela estava se dirigindo às escadas. Gritei para que parasse, mas ela não me atendeu. Antes que conseguisse alcançá-la, ouvi um barulho que me fez estremecer. Apesar de toda minha experiência como médico, me desesperei quando vi Isabella caída vários degraus abaixo. Uma poça de sangue já se formava embaixo de sua cabeça. Estava desacordada.
Com toda a segurana e técnica necessárias, examinei-a para ver a dimensão de seus machucados. Aparentemente se tratava apenas de um corte profundo na cabeça, mas que sangrava muito. Tirei minha camisa e apertei o tecido sobre o ferimento para estancar o sangue. Segurei-a em meu colo e a levei para o apartamento.
Precisava suturar aquele corte para que ela parasse de perder sangue.
Coloquei Isabella deitada no sofá e fui ao banheiro buscar toalhas limpas e úmidas para limpá-la.
Só liguei para Renée quando já tinha feito a sutura em Isabella. Também tinha lhe dado uma injeção para dor que a deixaria dormindo por mais tempo.
Suas roupas estavam muito sujas, tinha de tirá-las antes que Renée chegasse, ou ela se assustaria bastante.
Não sei por que, mas me senti constrangido em despi-la. Eu já tinha tirado a roupa de mulheres muitas e muitas vezes na vida, tanto profissionalmente quanto sexualmente falando, mas com Isabella era diferente, faltava coragem. Era quase como profaná-la. Então me vi fazendo algo que jamais imaginei. Levei-a para meu quarto e deitei-a em minha cama. Peguei um lençol e a cobri, enfiando a parte de cima por baixo de sua blusa, enrolando-a com ele de modo que cobrisse seus seios. Por mais incrível que pareça, fiz de tudo para não tocá-los. Só entã tirei sua blusa. Apenas seus braços e ombros ficaram expostos. A calça, retirei por baixo do lençol também. Enfim Isabella tinha se livrado de suas roupas sujas sem que eu a tivesse visto nua. Senti bem com o que fiz. Era tentador apreciar aquele corpo maravilhoso que eu já conhecia um pouco, mas apenas faria isso com o consentimento de Isabella.
Sua mãe chegou logo em seguida. Só se acalmou depois que expliquei que aparentemente no era nada sério.
- Como isso aconteceu, Edward? - Perguntou.
- Assim que soube que eu era psiquiatra, saiu correndo porta afora e caiu na escada de incêndio. Tentei, mas não consegui segurá-la.
- Ela achou que eu tinha contratado seus serviços?
- Parece que sim. Eu comecei a falar que tínhamos conversado, mas ela nem me deixou terminar.
- Eu queria entender minha filha, mas não consigo... - Disse, parecendo descrente.
- Não acho que ela vá querer falar comigo novamente. Ela se sentiu traída, humilhada - falei, sentindo a tristeza me dominar.
- Não duvido disso...
- Vou em casa buscar roupas limpas para ela se trocar. Fico despreocupada sabendo que está com um médico. Se ela acordar, diga que já estou voltando. Só espero que essa chuva que está armando não me pegue no trânsito.
Despedimo-nos e voltei para o quarto. Isabella dormia tranquilamente.
Pouco depois começou a dar sinal de que estava acordando. Sentei-me ao seu lado. Sua mão foi em direção à cabeça. Segurei-a para que não tocasse o curativo.
Isabella olhou em volta, se certificando de onde estava. Se me viu, fingiu não ver.
Tentou mais uma vez levar a mão à cabeça, mas evitei novamente.
- Me solta - reclamou, irritada.
- Calma, Isabella, só não quero que toque no curativo, vai provocar mais dor - falei baixo, tentando acalmá-la.
Ficou quieta, recolhendo-se em seu costumeiro silêncio.
Dava para perceber que estava muito chateada.
Para meu desespero, lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Quer fosse por dor física, quer fosse por mágoa, ver Isabella sofrendo me cortava o coração, ainda mais sabendo que era por minha culpa.
- Está sentindo muita dor, Isabella? - Perguntei, sem deixar claro a que tipo de dor me referia.
Após alguns segundos balançou a cabeça, acenando negativamente.
- Você sofreu um corte - comecei a explicar-lhe. - Tive de dar uns pontos. Agora preciso fazer um exame em você. Poderia acompanhar meus dedos com os olhos? -Falei, colocando o dedo indicador diante dela e movendo-o de um lado para o outro.
Isabella me acompanhou normalmente, deixando-me bem menos preocupado.
- Acho que não sofreu maiores danos, Isabella, mas mesmo assim vou pedir que faça uma tomografia quando sair desta cama. - Apesar de saber que estava bem, era praxe pedir este tipo de exame depois de um tombo como o que tinha levado.
Nem bem tinha acabado de falar, quando a vi de pé, na minha frente, apenas de calcinha.
"Tanto trabalho por nada!!"
Foi menos de um minuto, mas foi tempo suficiente para que meus olhos vislumbrassem seus seios perfeitos, suas coxas torneadas... Enfim, tudo o que eu tinha tentado esconder estava ali, diante de mim, me fazendo quase perder o juízo.
Isabella quase teve um ataque quando se deu conta que estava seminua. Seu rosto ficou em brasa e ela puxou o lençol rapidamente, na tentativa de se cobrir.
- Poderia, por favor, devolver minhas roupas para que eu possa ir embora? - Ela estava quase em choque.
Não sei se foi por causa do tombo ou por causa da vergonha, o fato é que Isabella desfaleceu-se, deixando o lençol escorrer por seu corpo. Só não caiu no chão porque fui mais rápido e a segurei pela cintura.
Quando minhas mãos tocaram aquela pele quente e macia descobri que nunca, nem se quisesse, poderia ser seu médico. Não tinha ética no mundo que evitasse a atração que aquela garota exercia em meu corpo. Um arrepio percorreu minha pele. Coloquei-a de volta na cama. Ao me abaixar para deitá-la, seus seios quase roçaram meu rosto. Era o inferno disfarçado de paraíso. Tudo o que sonhei... Mas na hora errada. Isabella era uma tentação proibida. Descobri que era muito mais controlado do que supunha. Cobri-a rapidamente, ciente de seu constrangimento.
- Desculpe-me, mas tive de tirar suas roupas, estavam encharcadas de sangue. Corte na cabeça sangra muito. - Expliquei. Pensei em contar como tinha feito, mas depois do que acabara de acontecer não fazia mais sentido.
Incomodava-me ver o quanto Isabella estava envergonhada. Para ela que era tão tímida, aquilo devia ser insuportável.
- Sua mãe esteve aqui enquanto dormia. Ela foi buscar roupas limpas para você - falei, procurando demonstrar naturalidade.
- Pegue minhas roupas sujas mesmo, por favor, e me deixe ir embora daqui. - Isabella implorou novamente. Sabia que tudo o que queria era sair de perto de mim.
- Não está em condições de se levantar, Isabella. Você levou um tombo grande, rolou vários degraus de escada. É provável que vá se sentir tonta por um bom tempo ainda. - Tentei falar como médico. Talvez assim Isabella se sentisse menos constrangida.
- Então me leve para um hospital. Sou maior de idade e tenho o direito de escolher meu médico - falou rispidamente.
Olhei cheio de tristeza em seus olhos. Isabella verdadeiramente estava me odiando. Precisava explicar a ela que não a tinha enganado, não no sentido que estava pensando.
- Sei que está magoada, Isabella, mas assim que estiver melhor quero te explicar o que aconteceu. Nem tudo é como você deduziu.
Não pareceu que ela tinha prestado atenção nas minhas desculpas.
- Não precisava ter tirado minha roupa - falou emburrada.
- Não se preocupe com isso, Isabella, sou médico. Já estou acostumado com isso. - E estava mesmo, mas minhas pernas ainda tremiam quando me lembrava de seus seios.
- Poderia me deixar sozinha?
Era justo seu pedido. Ele estava morrendo de vergonha de mim.
- Claro. Se precisar de alguma coisa e só chamar. Sua mãe deve chagar logo. Vou fazer algo para você comer. Preciso te dar um remédio, mas tem de estar alimentada para não passar mal.
Saí do quarto rapidamente, atendendo seu pedido.
Só então percebi a tempestade que caía.
Já estava terminando de fazer o sanduíche quando recebi o telefonema de Renée avisando que ia esperar a chuva passar para vir. Pediu-me também que ficasse ao lado de Isabella, pois ela tinha pavor de chuva e sempre entrava em pânico quando ouvia trovões.
Corri para junto dela, levando seu lanche comigo.
Assim que entrei no quarto, um raio caiu próximo e o barulho fez Isabella cobrir a cabeça de medo. Fobias era uma de minhas especialidades e entendia seu sofrimento.
Deixei a bandeja sobre o criado e sentei-me do seu lado, na cama.
- Isabella, me dê sua mão - pedi calmamente.
Com alguma relutância ela foi tirando lentamente a mão debaixo do lençol. Segurei-a firmemente. Estava gelada. Senti pena de seu desespero.
- Isabella, olhe para mim, por favor - pedi.
Estava puxando lentamente o lençol para destampar seu rosto quando outro raio caiu ali por perto. Ela mais uma vez se cobriu, em pânico.
- Isabe...
Neste exato momento um raio atingiu o para-raios do prédio e a luz se apagou. O barulho foi estrondoso.
Isabella pulou em meu colo, passando os braços em volta do meu pescoço e apertou tão forte que quase não conseguia respirar.
Eu estava perdido!! Seu cheiro invadiu meu nariz. Podia sentir seus seios pressionarem meu peito. Eu estava pagando todos os meus pecados, até os que ainda não tinha cometido.
- Tudo bem, Isabella, no precisa ficar nervosa. Já vai passar - falei baixinho, passando meu braço em volta de sua cintura, procurando transmitir-lhe segurança. Com a outra mão, afagava seus cabelos carinhosamente.
A escuridão era minha salvação. Tentava focar apenas na tentativa ajudar Isabella a superar seu medo, mas meu corpo tinha outros planos. Senti o fluxo de sangue invadir meu pênis e a excitação tomar conta de todas minhas células. Isabella estava sentada em meu colo só de calcinha e, por mais que tentasse, era impossível esconder este fato do meu cérebro.
Minha esperança era que ela não sentisse o volume que se formara entre minhas pernas, apesar de achar isso era muito difícil, uma vez que a mãe natureza tinha sido bastante generosa comigo.
Deixei o promíscuo do meu corpo de lado e me concentrei em ajudar Isabella. Ela continuava a me abraçar forte, mas sua respiração já parecia mais regular. Os raios e trovões diminuíram e antes que Isabella voltasse para a cama, a luz voltou, para nosso desespero e constrangimento.
Isabella saiu rapidamente do meu colo, voltando para debaixo dos lençóis. Não sabia onde enfiar minha cara. Sentia-me um devasso por me aproveitar de um momento de desespero dela para ficar excitado daquela maneira.
- Desculpa - ela sussurrou timidamente.
- Você só entrou em pânico, Isabella. Não tem problema.
Peguei a bandeja e coloquei na sua frente para que se alimentasse. Sai do quarto logo em seguida.
Sentei-me no sofá e respirei fundo. Parecia que eu tinha lutado em uma guerra. Todo meu corpo doía, inclusive meu "amigo" desobediente que ainda não tinha entendido que o momento não era para festa.
Enchi uma taça com vinho e virei-a de uma vez. Na falta de veneno um porre era bem vindo.
A campanhia me lembrou que minha noite ainda não tinha acabado.

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