domingo, 15 de maio de 2011

Crisalida9


CAPÍTULO 9 - O QUE ELE QUIS DIZER COM ISSO?
POV BELLA
A cara da minha mãe deixava bem claro o que estava pensando: QUAL A NOVA ESQUISITICE QUE VOCÊ APRONTOU, BELLA?”
Resolvi ignorá-la. Não estava com saco para discutir... Ou estava?
- Bella, minha filha, que idéia foi essa de fugir pela escada. Ficou louca?
- Mãe, eu não fiquei, eu já sou louca, lembra?- Falei ironicamente.
- Não começa, Bella. Como está se sentindo, querida?
- Estou bem. Mãe, me dê minhas roupas que quero sair daqui o mais rápido possível - falei sem paciência.
- Não seja ingrata, Bella. Edward cuidou muito bem de você.
- Não fez mais que a sua obrigação, afinal ele é meu médico e deve estar recebendo muito bem para isso.
- Bella, está sendo injusta com ele.
- Injusta... - repeti calmamente. - Mais um adjetivo pra minha coleção. Como devo classificá-lo, mãe, antes de “psicótica” ou depois de “sinistra”? - Perguntei sarcasticamente.
Já que estava com a língua solta, ia aproveitar para falar umas verdades que estavam entaladas.
Renée não respondeu. Me entregou as roupas e saiu.
Troquei-me rapidamente. Ainda me sentia tonta, mas conseguia me manter em pé. Queria sai dali o quanto antes.
Edward estava sentado no sofá quando entrei na sala. Senti uma pontada no peito ao vê-lo. Algumas horas atrás tinha chegado a pensar que estava sentindo algo por ele... E ele por mim. Como tinha sido idiota!!
Evitei olhar em sua direção. Sentia meu rosto enrubescendo só de lembrar do meu chilique no quarto.
Fui saindo pela porta sem me despedir, até que senti uma mão quente segurar meu braço.
- Isabella, fique aqui para conversarmos, depois eu te levo em casa. Não quero que vá embora magoada comigo. - Sua expressão era de tristeza.
- Isso, filha, converse com Edward, ele pode te explicar o que aconteceu. Você entendeu tudo errado.
- Não, eu vou embora - respondi secamente.
- Por favor, Isabella, ouça o que tenho a dizer. - Edward parecia meio desesperado.
Deixei ele e minha mãe falando e fui até o elevador. Não tínhamos mais nada o que conversar.
Não olhei para trás para ver como ele ficou.
Conservatório, quarto e estúdio. Meu mundo voltou a se resumir basicamente a estes três lugares.
Se troquei três palavras com minha mãe, foi muito. Com Carmem, falava o necessário.
Berta tentou defender o neto, mas deixei claro que não queria conversar sobre o assunto, nem sobre o que quer que fosse. Assim, usando um pouco de falta de educação, mantive as pessoas afastadas de mim. Enfim só, pensei.
Sozinha eu me sentia segura. A solidão me protegia.
Queria esquecer aquele maldito jantar, mas era impossível. A toda hora as lembranças do sorriso de Edward vinham a minha mente. Estava doendo mais do que previ, e isso me preocupava. Geralmente eu me curava rápido de minhas desilusões, mas desta vez estava demorando. Para ser mais exata, estava piorando com o tempo.
Ele bem que ligou algumas vezes, mas sempre me recusava a atendê-lo. Fazia três dias que ele não me procurava mais. Parece que eu finalmente tinha conseguido o que queria: Afastar Edward da minha vida.
Naquele dia a aula de violino tinha sido perfeita. Tinha tocado minha música preferida e sentia-me com a alma lavada.
Saí do conservatório um pouco aérea, ainda entorpecida pelo prazer de tocar.
Senti alguém puxar meu braço e quando me virei vi que era Edward.
A beleza dele era impactante. Demorou um pouco para o meu cérebro processar o que estava acontecendo. Na verdade acho que ele usava de hipnose comigo, pois meus olhos tinham uma dificuldade enorme de afastar-se dos seus.
Seus dedos apertavam meu braço e já estava começando a doer.
- Você está me machucando, Edward - reclamei.
Ele afrouxou um pouco o aperto, mas não me soltou.
- Isabella, entre no carro que preciso falar com você. - Sua voz era autoritária.
- Edward, me esquece. Tchau! - Falei, me virando para outra direção, na esperança que ele me soltasse.
- Você não vai em porra de lugar nenhum, Isabella. Entre neste carro ou eu não respondo por mim! - Olhei assustada para ele. “Quem é você?”, pensei.
A atitude de Edward me deixou tão pasma que quando vi estava sentada no banco do carona de seu carro.
- Fala logo que preciso ir embora. - Tentei fingir que ainda tinha o controle da situação, mas a verdade era que eu estava totalmente à mercê dele.
Já que estava alí, desabafei.
- O que foi, Dr. Cullen, veio me trazer o diagnóstico? Ou quer me fazer mais perguntas? Que tal aquela que sempre me fazem: Seu pai colocava a mão na sua calcinha quando você era criança? Ou aquela clássica: Já sentiu atração por garotas? Vamos lá, doutor, invente uma que ainda não me fizeram! Apesar que não posso subestimar sua criatividade, foi o primeiro que cozinhou para mim. - Meu desabafo saiu junto com as lágrimas.
Edward ficou me olhando por alguns segundos, com uma expressão indecifrável. Seus olhos me fitavam intensamente.
- Só vou falar uma vez, Isabella, então é bom que preste bem atenção.
Ele respirou fundo e começou...
- Nunca, em momento algum, tive a intenção de avaliá-la como paciente, muito menos pretendi ser seu médico. Sua mãe realmente conversou comigo sobre suas preocupações quanto a você, mas discordei dela em achar que tem algum problema. Acho você perfeitamente normal.
Edward segurou meu rosto com as duas mãos e se aproximou, quase colando seus lábios nos meu. Parei de respirar.
 - Você não precisa de médico, Isabella - continuou com a voz mais baixa, agora. - Você precisa é de um “homem”. Um homem que a faça tremer de prazer em seus braços, que te mostre de uma vez por todas que debaixo dessas roupas de menino esconde uma mulher. - Sua boca estava a pouco mais de um milímetro da minha. Seu hálito me provocava arrepios e suas palavras me faziam corar. - Se me quiser como este homem, e eu adoraria sê-lo, sabe onde me achar. A única coisa que posso fazer por você como médico é curar sua fobia de chuva, mas se ainda houver uma possibilidade de você pular em meu colo só de calçinha, acho melhor deixar como está.
 Ele me deu seu sorriso torto e se afastou.
- Agora pode ir - falou normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Saí daquele carro muda, parecia um robô. Tudo em mim tremia, meus rosto queimava pelo rubor e suas palavras ecoavam em minha cabeça.
Ouvi seu carro acelerando e saindo.
Respirei fundo tentando recobrar a capacidade de raciocinar.
Edward tinha realmente dito que queria ser meu “homem”? O que isso significava?
Voltei pra casa e corri para meu quarto. Aquele homem estava bagunçando toda minha vida. Que direito ele tinha de fazer isso?
“Você não precisa de médico, Isabella. Você precisa é de um homem!”
Essa frase não saía de minha cabeça. Me virei na cama a noite toda. Ainda podia sentir o calor de seu hálito em minha pele, sua boca tão perigosamente perto da minha...
Meu corpo estava em brasas. Por que ele me deixava assim? Por que não pensava mais em Jacob?
Eram tantas perguntas sem respostas... Ou talvez eu apenas não quisesse aceitar o fato de que eu sabia o porquê: Eu estava completamente apaixonada por Edward Cullen!!

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