terça-feira, 7 de setembro de 2010

Galope para Felicidade 3





CAPITULO 1 - ESCOLHA



- Acorda, filha! – Minha mãe disse com sua voz de fada, afagando os meus cabelos, enquanto tentava me despertar do meu sono profundo.

- AH! Está tão bom aqui na cama. Quem me dera ficar o dia inteiro sonhando¿ - Sussurrei e virei para observá-la.

- Renesmee, hoje teremos uma visita muito importante. Então quero que se banhe, coloque aquele vestido azul que está sobre o aparador e vista rápido. – Sua expressão era séria e havia certa cerimônia em suas palavras. Isso me deixou bem curiosa.

- Teremos visita¿ De quem se trata¿ Não acredito que meus avós finalmente vieram de Londres para nos visitar. – Disse sorrindo ao sentar-me na cama. Mas vi que minha mãe continuava com a expressão séria e de certo modo preocupada. Fiquei mais apreensiva e curiosa naquele momento.

- Lizzy já preparou seu banho. A água foi ligeiramente amornada e colocou dentro da tina pétalas de rosas para dar um cheiro mais agradável. Então, levante dessa cama, banhe-se, coloque o vestido, tratando de apertar bem o espartilho e desça para se alimentar antes que o nosso convidado chegue. Peço-lhe que comporte-se diante dele, não faça movimentos bruscos e tenta parecer uma jovem comportada. Essa visita de hoje é muito importante para o seu pai. Por isso, peço que não se comporte como uma criança minada ou um moleque selvagem. – Ela franziu o cenho e me observou com olhar inquieto. Senti um aperto no coração, pois não era casual minha mãe falar comigo daquela forma. Resolvi não contrariá-la e levantei-me para me arrumar antes que tivesse um colapso nervoso.

Caminhei para a casa de banho, coloquei o meu camisolão de banho, prendi os cachos dos meus cabelos cor de mel, entrei à tina e comecei a banhar meu corpo com a água morna, levada por Lizzy até o meu quarto, para me deixar mais apresentável ao nosso misterioso visitante.

Banho era algo bem complicado, ainda mais quando se tinha que subir muitos degraus de escadas com balde pesado de água. Não tínhamos o costume de nos banhar todos os dias. Mas eu adorava os banhos e ficava na expectativa para chegar o fim de semana, onde finalmente podia me deliciar dentro da minha tina, vinda direta de Londres como presente dos meus avós, Conde e Condessa Cullen.

Como minha mãe tinha urgência em minha presença, não pude aproveitar o meu banho e saí rápido para limpar os dentes, com aquela coisa horrível que inventaram para fazer a higiene da boca, sentindo o gosto nada agradável da coisa que mais parecia sabão. Eca!!!

- Renesmee, arrume-se logo! – Minha mãe ordenou ao adentrar à casa de banho.

- Mãe, uma moça precisa de tempo para se arrumar. Estou limpando os meus dentes, ainda tenho que me vestir e arrumar os cabelos. – Respondi de forma mal humorada.

- Por isso acordei você cedo... – Ela respirou fundo e fez um muxoxo. – Ainda tem que se alimentar. Então não demore a se preparar. Vou pedir para Lizzy te ajudar com a roupa. – Disse com tom nervoso.

- O que está acontecendo¿ Por que está nervosa dessa maneira¿ Tem algo incomodando¿ - Comecei a indagar enquanto colocava a ceroula e a calça bufante.

- A visita de hoje é importante, pois receberemos um pretendente a sua mão. Então não estrague tudo com infantilidade. Você acabou de completar dezesseis anos e muitas na sua idade já são até mãe. – Disse fazendo um muxoxo e me olhando desgostosa.

- Meu pai disse que eu poderia escolher o meu futuro esposo... – Respirei fundo e tentei não demonstrar a minha insatisfação com aquela situação. – Agora ele vai querer me casar com qualquer um¿ - Virei-me para o espelho e coloquei petticoats [tipo de saia de baixo, depois as armações de arame para o vestido.]

- Seu pai só quer o seu bem e não vai te casar com um rapaz que não te agrade. Sabe muito bem que a última palavra será sua. Mas tem que receber os pretendentes que desejam lhe fazer a corte. – Murmurou e saiu do quarto demonstrando a sua impaciência.

Continuei a me arrumar e coloquei o espartilho. Naquele momento, Lizzy chegou para me ajudar e começou a apertar bem forte. Senti minha respiração faltar e pedi que afrouxasse um pouco.

- Está muito apertado. Pode afrouxar um pouco esse espartilho¿ - Pedi docemente para ela.

- Sua mãe disse para apertar e deixar a sua cintura bem marcada. – Ela respondeu e percebi que estava silenciosa demais naquela manhã.

- Vou sufocar desse jeito... Solta só um pouco. – Pedi e a senti afrouxando as amarras do espartilho. – Sabe algo sobre esse pretendente que vem me ver hoje¿ - Perguntei curiosa para Lizzy.

- O pai dele é quem vem... – Ela respirou fundo e continuou. – Ele é muito rico, mas não tem boa reputação. E é por isso que sua mãe está tão tensa. – Lizzy disse. – Levante os braços para eu colocar o vestido. – Ela pediu.

- Mas se ele não tem boa reputação por que meu pai vai recebê-lo¿ - Perguntei inquieta enquanto me arrumava.

- Não sei responder. Mas ao que parece, tem a ver com negócios e o seu pai está muito nervoso. – Ela disse enquanto arrumava o vestido em meu corpo.

- Estranho isso. – Sussurrei fazendo uma careta.

- Sente-se para eu arrumar os seus cabelos. – Ela ordenou e me sentei na cadeira, diante do espelho, observando os meus olhos verdes inquietos, minhas expressões tensas enquanto Lizzy prendia os meus cabelos para arrumar os meus cachos. – Você é tão linda e parece uma princesa, com seu rosto de boneca. – Ela comentou.

- Meus pais são lindos e meus avós também. Acho que se fosse feia, minha família estranharia. – Disse rindo.

- Está pronta¿ - Minha mãe disse ao entrar no quarto, observando Lizzy arrumar os meus cabelos.

- Quase! – Ela respondeu.

- Ainda precisa comer algo antes de ele chegar. – Minha mãe disse, andando de um lado para o outro, com expressões preocupadas em sua face enquanto se abanava com o seu leque francês.

- Qual o problema, mãe¿ - Perguntei nervosa, já sentindo uma aflição horrível me consumindo pela sua atitude no mínimo suspeita.

- Filha, o homem que vem nos ver não tem classe... – Ela respirou fundo e começou a desabafar. – Sabe muito bem que em nossa sociedade casamentos são feitos por conveniências. Que os pais procuram o melhor partido para suas filhas, que as pessoas são preconceituosas e orgulhosas. Usam de seus status para sobrepujar os demais com sua arrogância, ostentando o que possuem. E você é uma condessa, neta de condes de uma linhagem muito especial. Sabe que os seus avós consideram a minha união com o seu pai um erro terrível. Eles nunca aceitaram o fato de seu pai ter se misturado a plebe. Nunca aceitaram o fato de ele não ter escolhido alguém de brasão para se casar. Mas agora... – Ela estava quase chorando, com olhar aflito e a voz trêmula ainda se abanando de forma nervosa.

- Agora o quê¿ Se o meu pretendente não está a minha altura, por que meu vai recebê-lo¿ O que realmente está acontecendo¿ - Estava com medo do que ouviria. Mas precisava saber a verdade. Toda a verdade!

- Seu pai teve um ano difícil e perdeu a última safra. – Respirou fundo. – Não sei se sabe disso. Mas o fato é que ele ficou sem pagar os impostos. E o rei colocou o nosso castelo a leilão. – Minha mãe chorava baixinho, demonstrando todo o medo e aflição que sentia em seu coração. – Esse castelo não nos pertence mais e foi comprado por um homem de má reputação... Não sei se os boatos são verdadeiros, mas dizem que ele veio do Novo Mundo, que traficava escravos, eu matou muitos e seus negócios são suspeitos... – Mais uma pausa. – Ele é muito rico e agora é o dono do nosso castelo.

- Por isso meu pai quer me casar¿ Para pagar uma dívida¿ - Senti um nó apertar a minha garganta naquele momento e uma aflição invadir o meu corpo.

- Seu pai não a obrigará a casar... Sabe que Edward nunca faria isso com você. Mas ele vai te dar a oportunidade de conhecer o filho desse homem, para fazer a sua escolha. – Disse de forma ressentida.

- Se for para salvar o nosso castelo e vocês, que tanto amo, não tenho nem o que pensar. – Lágrimas rolaram sobre o meu rosto naquele momento. Vi todos os meus sonhos passarem pela minha frente e fiquei calada.

- Termine de se arrumar e não demore. – Minha mãe saiu chorando do quarto e fiquei calada, chorando enquanto Lizzy terminava com os meus cabelos.

Imaginar minha vida como esposa de um homem de má reputação, um selvagem pelo que havia entendido, não era nada agradável para mim. Vou confessar que nunca pensei seriamente sobre o casamento, nunca conheci muitos rapazes além dos que vi nas duas festas que participei no ano anterior.

Era muito nova e meus pais não me permitiam ir para festejos nos castelos da vizinhança. Não conhecia rapazes, não tinha um amor, não pensava em romance além dos que li nos livros.

Minha vida se resumia em aprender a tocar piano, pintar, bordar, cuidar da casa como uma boa senhora deveria saber e dar ordens aos empregados. Mas o que gostava mesmo de fazer, era sair correndo pelos vastos campos, com meu velho cavalo, também presente dos meus avós Condes, tomar banho no rio que ficava próximo ao castelo, subir em árvores para pegar frutas, brincar com os cachorros, correr atrás das galinhas... Eu ainda era uma criança, aprendendo a ser uma dama e isso tirava a minha mãe do sério. Ela tentava me ensinar boas maneiras, virtudes que uma dama deveria ter, principalmente sendo uma condessa, mas eu não queria aprender nada daquilo.

Mal tivera a minha menarca e o meu corpo ainda era de uma criança. E mesmo sendo bonita demais, não tinha atrativos para que um homem me olhasse como uma mulher.

Minha vida era simples, feliz, gostava de viver livre, sentir o cheiro da terra molhada. E a minha maior paixão era o meu velho cavalo... Sentiria muita falta do meu cavalo e dos animais que havia no castelo. Mas sobre tudo, sentira saudade do colo agradável da minha mãe, que mesmo tentando ser severa e me ensinar a ser uma condessa, desmanchava-se ao olhar os meus olhos verdes, minhas bochechas rosadas sorrindo alegremente e dançando pelos campos verdejantes.

- Terminamos, querida. – Lizzy me levantou e fiquei observando o meu rosto no espelho, meus olhos tristes que reluzia todo o meu esplendor naquele rosto de boneca.

- Vamos descer antes que minha mãe tenha outro filho. – Tentei parecer animada, mas sentia o meu estômago revirando de tanto nervosismo. E na minha cabeça, uma pergunta me sondava o tempo inteiro: E se eu não gostar dele¿

Fiz o meu desjejum sendo observada pelos olhares apreensivos do meu pai, que estava claramente nervoso e desgostoso com a vida. Tentei não parecer triste ou desanimada, mas devo confessar que eu queria sumir naquele momento.

- Chegaram! – Lizzy, a nossa governanta falou e foi recebê-los. É agora! Pensei.

- Bom dia, Conde Cullen! – Um senhor alto, com a pele muito escura, um tipo de cor que nunca havia visto, suas sobrancelhas marcantes acentuavam os olhos negros, havia algumas rugas em sua testa, seu nariz levemente arredondado, a boca carnuda e um semblante que acentuava toda a sua rigidez. Atrás dele havia um rapaz, que não consegui enxergar em um primeiro momento. Mas soube que ele, provavelmente, seria o meu pretendente. Senti meu estômago revirando, uma sensação de desconforto invadir o meu ser, uma leve ansiedade me consumindo por inteira. Quis gritar, sair correndo e chorar. No fim, consegui conter os meus ânimos e continuar sentada, tentando demonstrar tranquilidade em minha face.

- Bom dia, Lord Black! – Meu pai o cumprimentou com um aperto de mão.

- Esse é o meu filho, o jovem de quem falei. – Vi o rapaz apertando a mão do meu pai. Senti meu coração disparar de ansiedade, borboletas voavam em meu estômago, um frio estranho percorreu todo o meu corpo e mal consegui respirar de tão tensa que fiquei naquele momento.

Eles caminharam até o salão, vindo em nossa direção e pude observar cada detalhe do seu corpo. Sua pele escura, suas maças do rosto arredondadas, covinhas no queixo, nariz levemente arredondado, os negros e marcantes sendo evidenciado pelas grossas sobrancelhas, assim como o pai. Vi que pareciam ligeiramente, mas alguns traços de seus rostos eram distintos, destoando a semelhança. Era alto, forte, musculoso, cabelos negros e lisos. Aquela primeira visão me fez lembrar pinturas indígenas que vi na casa da Duquesa, amiga de minha avó Esme, em Londres... Ele parecia com os índios daquela foto.

- Renesmee, Bella, esses são os Lordes Billy e Jacob Black. – Minha mãe e eu levantamentos lentamente do sofá, tentando fazer os nossos momentos sutis e demos as mãos para eles beijarem.

O primeiro foi o pai, que tomou minha mão com delicadeza e encostou levemente os lábios e depois repetiu os gestos com a minha mãe. Depois o filho tomou a minha mão, senti o seu calor, os calos em seus dedos, fiquei completamente arrepiada com o seu toque e um frio esquisito, misturado com uma sensação estranha tomaram conta do meu estômago, enquanto sentia o toque suave de seus lábios carnudos sobre ela. Meu corpo inteiro se arrepiou e percebi os meus pêlos eriçados. Não entendia aquela estranha sensação causada pelo seu toque e tive que me concentrar para não deixar transparecer o meu estado.

- Milady! – Ele assentiu com a cabeça, observando meu rosto pálido e senti uma quentura tomando conta das minhas bochechas, que deveria ser de vergonha e medo naquele momento. Não sabia o que me fazia sentir medo, mas ele exerceu um fascínio avassalador em mim desde o primeiro momento. Meu coração parecia um relógio, batendo ritmadamente enquanto o observava com curiosidade.

- Caro, conde. – O pai começou. - Como conversamos antes, tenho intenção de casar o meu filho. E tendo em vista a situação atual, creio que o Conde não negaria a mão de sua filha. – O pai foi direto ao assunto, sem rodeios, enquanto o filho observava tudo sem muito interesse.

- Sei que não estou em condições de negar. Mas a minha filha é o bem mais precioso que tenho. E não entregaria a sua mão a qualquer um, somente por uma conveniência. – Meu pai respirou fundo. Vi que minha mãe apertou a sua mão fortemente, demonstrando toda a sua aflição. – O Lord há de convir, que o seu filho não é o melhor partido para a minha filha. Também que sua família tem uma reputação no mínimo duvidosa. Isso me deixa seriamente preocupado e realmente prefiro entregar o meu castelo, que é apenas um amontoado de pedras, do que a minha filha. – Meu pai disse de forma decidida. – Por isso, pedi que seu filho o acompanhasse hoje. Pois a decisão de casar será dela e se me disser que não tem nenhum tipo de simpatia pelo seu filho, pedirei a gentileza de me dar um prazo para arrumar as coisas e partir com a minha família para Londres. – O homem olhou seriamente para o meu pai e deu um sorriso malicioso.

- Ouvi dizer que era um homem de fibra e caráter forte. Mas não podia supor que teria a coragem de colocar tudo o que tem em jogo. – Disse encarando o meu pai com olhar enigmático.

- Tudo o que tenho são minhas meninas e o que faço é por elas. Minha filha acabou de completar dezesseis anos e não conhece rapazes, nunca foi cortejada por ninguém e não tem nenhum tipo de malícia. Como pode observar é apenas uma menina. – Ele apontou para mim. – Nem sei se é capaz de julgar o que é melhor para sua vida. Por isso, eu colocarei a decisão nas mãos dela e lhe peço uns dias para dar a resposta.

- Não precisa! – Eu interrompi e minha mãe me olhou de forma severa. Vi que o jovem rapaz parou para prestar a atenção em mim.

- O quê¿ - Meu pai perguntou me observando de forma inquieta.

- Eu aceito... – Sussurrei de cabeça baixa.

- Está ciente que somos considerados selvagens, transgressores, que temos uma péssima reputação e que você sujaria o nome dos Condes Cullens casand- se com meu filho¿ - O Lord Black me encarou e eu o olhei pela primeira vez sem medo ou vergonha.

- Eu não me importo com nome, com reputação, com título e muito menos com a opinião alheia. – Respondi de forma decidida.

- RENESMEE!!- Minha mãe se exasperou aflita.

- Deixa! – Meu pai levantou a mão e pediu que me deixasse continuar.

- Só me importo com a felicidade dos meus pais... – Ri para ele. – Se tenho que me casar para a vida continuar tranquila, eu o farei de bom grado. Se acham que são selvagens e outras coisas, saberei com o tempo e quem sabe me acostumo com o modo de vida de vocês. Não tenho vergonha de me casar com alguém que não tenha nome, que não tenha título e educação. Só espero que seu filho tenha bons modos comigo. Só isso. – Eu o encarei, mas ele continuou com a expressão séria e não teceu nenhum tipo de comentário.

- Eu gostei da sua filha! Ela é o tipo de jovem que o meu filho precisa... – Ele riu para mim. – Não tenha nunca vergonha de dizer o que pensa.

- Pode marcar o casamento para breve. Eu realmente não me importo. – Respondi.

- Filha, você tem certeza¿ É a sua felicidade que está em jogo¿ Casamento é para a vida inteira e vai ter que conviver com seu esposo enquanto viver. – Minha mãe quase chorava naquele momento. Sabia que tentava se conter para não demonstrar fraqueza e o meu pai estava perplexo com a minha segurança.

- A minha felicidade depende da forma como eu vejo as coisas. Se eu for pensar no casamento como fim do mundo, tudo será ruim. Mas eu penso nele como uma nova fase na minha vida. Sei que ser feliz depende de mim, da minha alegria interior, da força que existe dentro de mim, do amor que tenho pelas pessoas e animais. Pelo contentamento que sinto todos os dias ao escutar o barulho dos pássaros cantando... – Respirei fundo lembrando-me do meu cavalo e dos animais da fazenda. – Eu só vou sentir falta do meu cavalo, dos animais, de correr pelos campos, nadar no rio, subir nas árvores...

- Renesmee, chega! – Minha mãe disse irritada.

- Nosso castelo é praticamente uma fazenda e não vão faltar animais, principalmente os cavalos. – O Lord Billy disse rindo.

- Então está tudo acertado! Só precisam me avisar quando é o casamento. – Disse sorrindo.

- Isso é inacreditável! Sua filha é simplesmente encantadora. – Ele disse. – Não acha, Jacob¿ - Ele olhou para o filho, que parecia impaciente com aquilo tudo.

- Realmente! – Disse fazendo uma careta e demonstrando total insatisfação com o acordo de casamento.

- Pai, posso me retirar¿ Tenho muitas coisas para fazer. – Disse para ele.

- Pode ir, filha. – Levantei me e ele beijou a minha testa.

- Milord! – Acenei com a cabeça.

- À vontade Milady! – Sorriu para mim.

Fui para o quarto e Lizzy em ajudou a tirar o maldito espartilho que estava sufocando. Então tirei o vestido, coloquei botas, um vestido mais leve e sem armações, e saí do quarto correndo para brincar com o meu cavalo.

O dia estava nublado como sempre, mas o cheiro da grama de causava uma felicidade, uma vontade imensa de correr pelos campos verdejantes. Isso me fez querer correr, correr muito até o rio.

- Flip! Você está bem garotão¿ - Passei a mão sobre o meu velho cavalo e fiquei observando o seu olhar, como se estivesse conversando comigo. Coloquei a cela, montei e sai da cocheira correndo com ele. Soltei os meus cabelos e os deixei esvoaçando ao vento enquanto corria.

Estava longe de casa, lembrando do encontro com aquele que seria o meu esposo, com quem dividiria os meus dias e teria que me amar. Já sentia meu coração bater forte por ele, lembrando o seu toque em minha mão, do beijo suave e olhar penetrante de homem forte e altivo que fez meu corpo inteiro se arrepiar com uma sensação que nunca havia sentido até aquele momento.

Estava no campo correndo com Flip, quando a carruagem passou por nós, a janela se abriu e vi o Lord Black acenar para mim. Então retribuí o aceno, envergonhada por tê-los deixado com meus pais para cavalgar, mas eu amava cavalgar e ele me conheceria mais profundamente os meus gostos quando me mudasse para o seu castelo.

Vi o rosto do seu filho me observando enquanto galopava pelo campo, como uma menina selvagem e sem modos, sem requinte, frescuras ou formalidade. Senti novamente a sensação estranha em minha barriga e não consegui parar de pensar em seu lindo e exótico rosto.




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