sábado, 25 de setembro de 2010

Doce Vingança escrita por mica_black, leticiasilveira 2


Capitulo 2

by Mica Black



No castelo dos Cullen, ouvia se gritos para todos os lados. Emmett Cullen parecia o próprio demônio ao descobrir que sua irmã sumiu.



Emmett tem o trono dos Cullen por ser o filho mais velho. Ganhou vários torneios e havia comentários que ele era o próprio diabo por ser temperamental e bruto. Ele guardava sua irmã Renesmee a sete chaves, impossibilitando ainda de ela não se casar com qualquer um.



— Rosalie, quando viu Renesmee pela última vez? - Perguntou com o tom de voz muito alterado a sua esposa.



— Ontem de manhã. - Ela respondeu.



Emmett gemeu.



— Como estava Renesmee quando a viu?



Rosalie olhou para o teto.



— Como sempre: melancólica, distraída e frustrada.



— Mas você acha mesmo que ela tenha fugido? Renesmee não teria essa coragem. Será que ninguém a seqüestrou? - Comenta Rosalie.



— Sim. É o que temo.



— Talvez enviem um pedido de resgate.



— Se as pessoas que a levaram desejam viver, é melhor que esse pedido de resgate apareça rápido.



Quando Emmett saiu, Rosalie começou a rezar para que quem tivesse levado Renesmee soubesse quem havia capturado.

Se a identidade dela fosse conhecida, duvidava que qualquer homem fosse estúpido a ponto de desonrar a irmãzinha dos Cullen.

Mesmo preocupada com Renesmee, sabia que Emmett e os irmãos fariam de tudo que estivesse em seu poder para encontrar a irmã.

E assim que conseguissem, cuidariam para que a menina encontrasse um marido o quanto antes.



(***)



Passou quase uma semana, Jacob e seus seguidores sigilosamente seguiam os passos dos seqüestradores de Renesmee.

Embry, um de seus homens, informou a Jacob que Renesmee seria disputada em um jogo de baralhos: quem ganhava poderia levar Renesmee, pois os ladrões ficaram horrorizados em saber quem eles seqüestraram e queriam dispor dela.

Jacob foi ao lugar onde lhe informaram, ele não poderia perder aquela chance.



— Sua vez, milorde.



Ele tomou as cartas e beijou. Tudo se resumia àquele último lance. O silêncio era pesado. Quase podia ouvir as batidas dos corações daqueles que assistiam… e esperavam.



Entregou a cartada mesa par ao seu adversário.



Todos os homens gritaram. Alguns de desespero, outros felicitando Jacob.



Jacob se ergueu, aceitando as felicitações em silêncio. Mas por dentro, seus gritos de vitória ecoavam-lhe no peito. Aquela carta não só lhe garantira o prêmio desejado, mas também o poupara de ordenar que seus homens tomassem a irmã dos Cullen à força.



— Seu prêmio está ali, milorde.



Antes que o homem terminasse de falar, Jacob tinha atravessado metade da distância até a tenda erguida no canto da clareira. Parou por um instante, saboreando sua vitória.



Um pequeno braseiro de metal clareava levemente o interior, iluminando seu prêmio no canto mais afastado da tenda.



Mesmo suja, a irmã dos Cullen o fazia desejar que as circunstâncias fossem diferentes. Tendo os cabelos tão negros, ela era mais alta que a maioria das mulheres. Mas levando a altura dos irmãos em consideração, a família deveria achar sua estatura irrelevante.



O súbito desejo de ter aquelas pernas longas expostas ao seu olhar, fez seu coração bater erraticamente. Uma reação que sua futura esposa não acharia nada aceitável.



Só ficara na companhia de Leah poucos dias, mas testemunhara seu temperamento de explodir com freqüência suficiente para saber que ela não aceitaria calmamente que seus pensamentos estivessem ocupados com outra mulher. Para acalmar a pulsação, Jacob ergueu os olhos para o rosto da jovem.



Mas ao olhar aqueles brilhantes olhos verdes, pouco fez para aliviar seu crescente desconforto. O que havia de errado com ele? Além de estar comprometida com outra, aquela mulher encantadora era irmã de seu inimigo.



Contudo, ela era inocente. Um instrumento para seu objetivo, um peão num jogo do qual não escolhera participar.



Aproximou-se devagar, não querendo deixá-la mais atemorizada do que já devia estar. Renesmee mantinha a atenção naquele novo estranho. Sentindo raiva de si mesma e dos homens que a levaram de Cullen, já tinha aceitado o fato de que talvez não sobrevivesse.



— Não tema, Renesmee Cullen. Só quero ter certeza de que não está machucada antes de devolvê-la ao seu irmão.



Tal preocupação por parte de um estranho a surpreendeu. A voz profunda ecoava em seus ouvidos com a mesma suavidade de uma calma brisa de verão.



— Nós nos conhecemos?



Ela mirou novamente seu salvador, se é que isso era mesmo verdade. O medo que sentira constantemente nos últimos dias voltou com plena força. Ele dizia não constituir ameaça. Podia acreditar nele? Embora não parecesse tão cruel quando os homens que a tinham capturado, ainda era um estranho. Um estranho cuja falta de cerimônia a deixava alarmada.



Com uma pequena reverência, acompanhada de um sorriso arrasador, ele se apresentou:



— Jacob Black, muito prazer.



O nome atinou algo em sua mente. Felizmente, a sensação impediu que o sorriso maravilhoso dele lhe roubasse o fôlego.



— Black… Black… Conheço esse nome.



Uma ruga na testa desfez o sorriso. Ao invés de oferecer uma explicação, ele se aproximou.



— Precisamos sair rápido daqui.



Algo estava errado. Renesmee contraiu os músculos para o caso de precisar se defender. Embora não tivesse feito nada contra ela até o momento, não tinha razão para confiar nele.



Apontou com a cabeça para o vestido esfarrapado.



— Também quero sair desse lugar… e por bom motivo. Mas por que a pressa, milorde?



— Não gostaria de perder meu prêmio tão rápido. —Jacob olhou para o local onde estavam os homens e continuou a falar— A não ser que prefira a companhia deles a minha.



Renesmee se esforçou para não ficar boquiaberta.



— Prêmio? — Falou com um traço de humor no rosto e na voz, Jacob esclareceu:



— Você é o prêmio.



Ela piscou certa de que não tinha ouvido direito.



— Eu sou o prêmio? Você me ganhou?



— Sim. Num jogo de baralhos.



— Jogo de baralhos? — Renesmee não sabia se ria ou chorava. Tinha sido oferecido feito um cavalo.



Certamente imaginando pegá-la desprevenida, Jacob deu mais um passo.



— Não. Fique onde está. Então, em vez de pedirem resgate, esses imbecis decidiram me oferecer num jogo?— Disse Renesmee.



— Parece que queriam alguém menos importante que a irmã do conde Emmett… Ficaram com medo de exigir um resgate.



Renesmee mordeu o lábio. E quem era a grande imbecil?



— Eles descobriram isso graças a mim. - Disse Jacob rindo.



— Tenho certeza de que andar pela aldeia à noite, sem uma escolta, deve ter sido meu passo mais insensato. Seus irmãos perderam o juízo?



— Não são culpados. Fui eu que quis fugir e não sou criança para ser controlada por minha família.



Jacob deixou o olhar vagar por seu corpo. Os olhos brilhavam e um pequeno sorriso brincava nos lábios quando fixou os olhos nos dela.



— Não, Renesmee Cullen. Você não é criança.



O desejo que surgia nos olhos dele fez o coração de Renesmee disparar no peito.



Jacob tentou levar Renesmee para o acampamento onde eles e seus homens estavam, mas o que ele não pensou era que Renesmee tentava fugir. Ela o driblou e começou a correr no meio da mata, mas logo Jacob conseguiu agarrá-la.



— Tolinha — ele resmungou.



Jacob estendeu o braço e a agarrou com força. Ergueu-a e apertou-a de encontro ao peito, fazendo com que seus pés dançassem acima do solo. Ela sentiu as batidas irregulares de seu coração combinar com as dele.



Quando Jacob baixou a cabeça, soube que iria beijá-la. Tentou afastar o rosto, mas a advertência nos olhos dele a paralisou. Sentiu a boca cobrir seus lábios, vigorosa e exigente, machucando-a. Permaneceu passiva, esperando que o beijo acabasse logo.



E, então, ele suavizou o toque, pegando-a desprevenida. O medo afastou-se de seu cérebro e ela se esqueceu de quem Jacob era. Envolveu-o pelo pescoço e agarrou-se a ele, enter­rando os dedos na pele que recobria os ombros largos. A língua ávida penetrou seus lábios entreabertos, fazendo-a estremecer e desejar que o beijo nunca mais acabasse. Porém, tão abrup­tamente como havia começado, tudo terminou. A boca de Jacob parecia dura e os olhos implacáveis.



— Minha paciência sempre se esgota com facilidade diante de uma mulher com ares de esperta.



Renesmee assentiu em silêncio. Parecendo satisfeito com a reação, ele semicerrou as pálpebras e correu o olhar do rosto bonito para os seios. Com as faces queimando de vergonha, ela baixou os olhos, temendo os pensamentos dele.



— Seu porco! — Ela acertou a mão no rosto dele.



Ignorando o ardor na face, Jacob agarrou o pulso dela.



— Tente isso novamente e se arrependerá. - Disse a Renesmee.



— Pare. — Ele a puxou com força, chocando o corpo dela contra o seu. — Deixe de estupidez.



Erguendo-lhe a mão, Jacob a fez segurar o punho da faca. Então se afastou e apontou para a floresta.



— Está livre para ir.



Mal Renesmee se virou na direção sugerida, ele acrescentou:



— Esteja avisada, os homens que a capturaram estão bem atrás de nós.



Renesmee congelou.



— Terá de fazer uma escolha. Ou fica vagando pela floresta ou volta para o cavalo se quiser sair daqui.



— Vai! Entre na sua cabana que logo vai começar a chover.



Renesmee assentiu com a cabeça e entrou.



Quando refletira sobre as dificuldades em seu plano, Jacob não imaginara que ela lhe causaria problemas. Tão impetuosa e valente quanto os irmãos, Renesmee estava se tornando sua maior dificuldade… A menos que conseguisse tomar o controle da situação.



A chuva cessou, e as nuvens se afastaram para revelar o sol. Renesmee não tinha tempo para se deleitar com as belezas da floresta que despertava. Estava ocupada analisando os homens diferentes que tinham se juntado com o bando do Jacob.



Era um grupo de aparência feroz, que lembrava os guerreiros de tempos antigos. Fortes e altos como torres.



Passavam garrafas de vinho entre si, os rostos duros e sem sorrisos, a conversa grosseira sobre os acontecimentos do dia.



Dentre todos, era Sam quem Renesmee mais temia. Era um belo demônio, o braço direto de Jacob, embora as feições de Sam fossem mais agra­dáveis aos olhos, havia algo nele que a deixava desconfortável. Fitou os lábios do guerreiro e, sem surpresa, viu que estavam curvados em um sorriso irônico.



Enquanto Jacob era carrancudo, Sam era sarcástico. Sem dúvida, preferia Jacob. E, diante de tal pensamento, franziu a testa, assustada por sequer achá-lo atraente.



— Jacob desafiou o grande senhor. — Disse o homem ao lado de Sam.



— Sim, Harry, dessa vez ele foi longe demais. Charlie não vai ficar satisfeito. Jacob comandou os homens por conta própria para verificar as vilas destruídas. — Declarou Sam.



Paul estreitou os olhos.



— E a moça que você titulou ser seu prêmio. É isso, então? Você a quer? — Uma imagem tentadora surgiu diante dos olhos de Jacob.



— Vou devolvê-la aos irmãos! — Respondeu.



Paul franziu a testa, como se não acreditasse na expli­cação ou não tivesse aprovado as intenções do líder.



— Ela é uma linda moça. Creio que qualquer homem gostaria de domá-la. — Sorriu com malícia. — Talvez ela goste do meu instrumento.



— Vai deixá-la em paz. — Retrucou Jacob, cerrando os den­tes. — Ela é minha.



O sorriso de Paul se transformou em risada.



— Ah! Então você deseja a garota. — Jacob se apegou a um fio de paciência.



— Ela será de pouca utilidade se for ferida ou violentada.



Quando estava prestes a virar as costas, Paul o deteve, e já não sorria.



— Amigo, por mais que brinque com você, devo lembrar que a moça é inocente... Uma dama. Não pertence a essa guer­ra embora seja irmã de quem é e precisa se casar com um lorde... Não deixe que o instrumento que tem entre as pernas fale mais alto que seu juízo.



— Já fiz isso uma vez e não farei de novo — resmungou Jacob.



Jacob se esforçou para lembrar de que ele e Paul eram amigos a vida toda.



— Ficaremos no acampamento esta noite? — Disse Sam.



— Sim.



Jacob se levantou e avistou Renesmee espiando a conversa.



Renesmee sem perceber que foi pega olhou para os cavalos. Nenhum deles estava selado. Mesmo o de Jacob estava sendo escovado por um de seus homens.



— Tire esse pensamento da cabeça, mi lady. — Jacob a encarava com seriedade.



Como ele sabia o que lhe passava na mente? Depois de fechar os olhos e respirar fundo, Renesmee o fitou.



— Não estava pensando em nada. Só…



Quando ela não soube como continuar, Jacob improvisou:



— Só se perguntava a melhor maneira de fugir.



— Então sou uma prisioneira?



— Você é meu prêmio… conquistado em jogo de cartas. — As palavras suavemente ditas lhe causaram nova onda de medo. — Você está sob meus cuidados. Até ser devolvida aos seus irmãos, cuidarei de sua segurança, gostando você ou não.



— Sei cuidar da minha própria segurança.



— Sem dinheiro ou arma, como terá segurança? — Jacob se aproximou, baixando a cabeça. — Sua roupa está rasgada. Você está descabelada. O que outros viajantes imaginarão ao vê-la? — Ele ergueu as sobrancelhas. — Pensarão estar diante de uma dama?



Para seu desapontamento, Renesmee concluiu que Jacob estava certo.



— Então sou obrigada a ficar sob sua proteção? Uma prisioneira por necessidade?



— Diz isso porque está cansada. Uma refeição decente e uma boa noite de sono a farão perceber a situação de maneira diferente.



A presunção de Jacob a irritava. Achava que ela era idiota? Já a havia chamado de prêmio mais de uma vez. Ordenara que os homens a vigiassem. Não proteger, mas vigiar. Mesmo estando furiosa, sabia que era melhor guardar sua opinião para si mesma. Ao invés de discutir, assentiu.



Ao voltar para aonde estavam seus homens, Jacob reparou que só restaram os três: Paul, Sam e Quil.



— É óbvio que a Cullen já lhe lançou seus encantos. Já assinou o acordo de casamento? — Murmura Paul.



— Não, mas irei. Em breve. A irmã dos Cullen é mero instrumento da minha vingança. Não tem qualquer influência no meu compromisso com Leah. - Disse Jacob levantando os ombros.



— E você? Quer vingança melhor que roubar o coração e a lealdade da irmã dos Cullens?



— É apenas uma menina inexperiente.



— Menina? — Outro grunhido irritante pontuou a pergunta de Sam. — Ficou cego? É claro que não é uma menininha. Inexperiente talvez, mas é uma garota crescida. A menos que ela deseje devotar a vida à Igreja. Logo deixará a família quando encontrar um marido. Por que não ser esse homem?



— Eu… — Havia inúmeras razões para não ser tal homem. A mais óbvia de todas lhe veio à mente. — Quando descobrir quem sou e o que planejo, ela me matará.



— Não se o coração dela já lhe pertencer, além do mais ela é seu prêmio. Você a ganhou em um jogo de cartas.



Jacob mentiu para Sam. Desejava aquela jovem e perceber isso o deixava inquieto. Por que isso acontecia? Ela não passava de uma mulher.



Sam tinha razão. Ela era seu prêmio por direito. Poderia possuí-la, satisfazendo seu desejo, e ninguém o dete­ria. Ansiava pelo calor de uma mulher. Não fazia sexo havia alguns meses. Então, por que não se satisfazer com Renesmee e acabar com a agonia?



Um som muito leve chamou sua atenção. Virou a cabeça a tempo de ver Paul e seus homens deslizarem na escuridão, empunhando facas. Segurou o cabo de sua espada com força.



Pouco depois, o som abafado de homens lutando chegou aos seus ouvidos. Ficou tenso, esperando, pronto para agir. Um gri­to irado seguido por um gemido perturbou o sono de Renesmee, que despertou, e saiu da cabana.



- O que foi? Alguém está lutando?



Jacob ficou aborrecido ao perceber com que facilidade ela o fizera esquecer-se do perigo iminente.



— Volte a dormir.



— Mas ouvi alguma coisa... —Renesmee parou de falar ao escutar a risada de um homem.



Jacob riu. Quil sempre fazia isso quando vencia um emba­te. Mais uma risada se seguiu. Renesmee se inclinou para um lado.



— O som vem de lá — informou.



O movimento fez sua camisola de dormir se agarrar ao corpo, delinean­do os seios, o que o excitou ainda mais.



— Não ouviu? — ela insistiu.



Afastando o olhar do corpo tentador, ele conseguiu murmurar:



— Sim, agora volte a dormir.



— Não vai investigar? — pressionou Renesmee.



Sabendo que só havia um modo de silenciá-la, Jacob se incli­nou, puxou-a para si, e a beijou. Assim que os lábios carnudos se suavizaram, ele virou-se até ficar sobre ela e ergueu a cabeça.



— Quer que continue ou prefere dormir? — perguntou, com voz rouca.



Ela demorou um pouco para responder, pois ainda respirava com dificuldade. Isso não deveria tê-lo agradado, mas agradou.



— Dormir — sussurrou ela, por fim.



— Você dá muito trabalho, mi lady.



Renesmee voltou para cabana, deitou abraçando o travesseiro e se perdeu em seus pensamentos:



O que será que Jacob vê quando me olha? E por que me im­portaria com isso? Será que sou tão fraca que me devo sentir lisonjeada por causa do primeiro homem que me dá atenção como mulher?



Quem é você de verdade, Jacob Black? Perguntou-se. E o que quer de mim?

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