sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Galope para Felicidade 7









Capítulo 5 - Sentimentos




Cavalgamos de volta para o castelo, sentia a brisa fria batendo em meu rosto, os meus cabelos soltos alvoroçavam se na direção oposta, meu corpo pequeno era arremetido por uma sensação gostosa em cada galope de princesa. E por mais que me sentisse triste pela rejeição de Lord Jacob, meu marido, sabia que no fundo ele tentava ser legal e carinhoso comigo. Que estava zelando por mim, sabendo que era incapaz de me amar como que precisava.
Eu o olhava cavalgar e ficava ainda mais apaixonada por aquele homem lindo, exótico e misterioso, que usava pouco as palavras e que me deixava ainda mais ansiosa ao me olhar de forma preocupada.
Sentia que suas palavras viam como espadas cortantes em meu coração, mas a forma como me olhou e me tocou, sempre muito gentil, foi um refrigério para minha alma ferida.
Sabia que a paciência seria a minha aliada enquanto esperasse por ele. Mas meu corpo começava a sucumbir e arder desejosa de seus toques.
Refazia em minha mente a forma como me tocou, como me ajudou a descer do cavalo, os olhos penetrantes cravados nos meus, meu corpo reagia a tudo aquilo de forma inesperada e misteriosa, sentia um calor abrasador e uma falta de ar que me fazer resfolegar ao olhá-lo.
Aquele era o meu marido, o meu senhor e ao mesmo tempo o meu algoz cruel, negando me o amor que tanto precisava e ansiosamente aguardava por um gesto mais significativo.
- Chegamos! – Disse abrindo um sorriso lindo, que já estava me deixando mal acostumada por ver aqueles dentes branquinhos em extremo perfeccionismo ao se encaixar na boca carnuda e desenhada no rosto simétrico e exótico que me encantava tanto. – Espera que eu a ajudarei descer. – Pulou do seu cavalo pérola negra e correu para me ajudar.
- Julgas que eu seja tão frágil que não possa descer da égua sem ajuda¿ - Perguntei arqueando a sobrancelha e o vi rindo de mim.
- Apesar de parecer uma criança travessa, você é uma Lady e não posso permitir de forma alguma que se machuque. O que seus pais diriam sobre isso¿ Certamente achariam que estou te maltratando e esse não é o meu intuito. – Caminhou rapidamente até a égua, pegou minha mão de forma gentil, com a outra apertou minha cintura e puxou meu corpo, deslizando o sobre o seu, enquanto me descia. Por alguns centímetros nossos rostos ficaram, que podia sentir a respiração forte que exalava. Meus olhos penetraram os seus querendo enxergar a sua alma. Tive vontade de beijá-lo, mas senti minhas bochechas arderem de vergonha no momento em que tive esse pensamento. Ele me olhava de forma estranha, parecendo analisar minhas expressões, mordeu levemente os lábios enquanto fitava me no fundo dos olhos, senti seu corpo estremecer por uma fração de segundos antes de me colocar no chão e se afastar de mim.
- Ela diria: Renesmee modos!! Você está acabando com os meus nervos! Enquanto isso pegaria o seu leque Frances e se abanaria de forma nervosa, repreendendo me por fazer travessuras. Mas agora sou uma mulher casada e não mais uma criança... uma “mulher”. Enfatizei a palavra enquanto o encarava.
Jacob se afastou e foi levar o cavalo para sua baia, enquanto eu, ainda com falta de ar e sentindo meu coração acelerado demasiadamente, levei princesa para a sua e depois que tirei a sua sela comecei a escovar os seus pêlos.
- Você gostou realmente dela¿ - Ouvi a voz rouca e sensual falando atrás de mim e senti um calafrio momentâneo.
- Eu amei princesa... é linda como tudo nesse lugar. – Sussurrei tentando controlar a minha respiração.
- Então ela é sua. – Respondeu se aproximando de mim. Senti sua mão tocar a minha e conduzindo a na escovada do pêlo do animal. – É assim que se faz. – Pegou minha mão gentilmente e começou a conduzir. Senti novamente o meu corpo estremecer ao seu toque e tive que me conter para não cometer um desatino.
- Está falando... sério¿ - Gaguejei ao me dá conta que acabava de receber um presente. E o melhor, era o presente que certamente daria para a outra. Senti me vitoriosa naquele momento, por mais que isso pareça infantil, foi muito importante para mim.
- Estou lhe devendo um presente de casamento. E juro que daria uma jóia linda. Cheguei a pensar em uma esmeralda, que combinaria perfeitamente com seus lindos olhos, mas agora vendo como é, sei a jóia nem ficaria por muito tempo em seu pescoço. Já a égua, sei que já a ama e se dedicará todos os dias a ela. Então ela é toda sua... – Disse sorrindo, afastou se de mim e encostou sobre uma das paredes de madeira da baia.
- Obrigada, Milord! Não sabe como me faz feliz me dando um presente tão maravilhoso como princesa. Ela é tão linda que se não fosse pela falta do chifre, diria ser um unicórnio. - - Mordi os lábios e o observei sorrateiramente. Percebi que me observava de forma estranha, talvez me analisando ou talvez pensando no que faria comigo, com olhos enigmáticos e inquietos.
- Acho que não é mais válido certo tipo de formalidade entre nós. E já conversamos sobre a nossa forma de tratamento. Eu concordei em chamá-la de Ness se me chamasse de Jacob. – Ele disse com tom altivo para mim. Depois deu um breve sorriso e caminhou em direção a mim.
- Tudo bem... – Respirei fundo e disse com satisfação. – Jacob... – Ri para ele como uma menina travessa e mordi os lábios.
- Agora vamos para o castelo, que Mary servirá a refeição e meu pai não gosta de cear sozinho. – Pegou a minha mão, beijou brevemente, depois tirou a escova da outra mão, caminhamos até a porta e ele deixou a escova na caçamba.
Caminhamos de mãos entrelaçados até a porta da cocheira, sentia o calor de suas mãos sobre a minha, meu estomago começava a se revirar com aquela estranha sensação, que era ao mesmo tempo gostosa e me deixava ainda mais nervosa.
Saímos no momento em que um cachorro enorme, acho que um São Bernardo, via em nossa direção se atirando em Jacob.
- HOO Amigão! – Jacob soltou a minha mão e começou a brincar e a fazer carinho no cachorro.
- Esse cachorro é seu¿ - Perguntei observando os dois brincarem e percebendo que apesar dos seus dezenove anos, a carga de responsabilidade e a expressão sempre muito séria e enigmática, ele não passava de um menino, assim como eu, que estava começando a viver e não sabia direito como conduzir a sua vida no rumo que tomou.
Jacob ria, rolava no chão com o cachorro, fazia carinhos e o apertava. E depois de um tempo naquela farra, o animal pulou sobre mim e me derrubou no chão. Comecei a fazer carinhos e ele lambia minha mão, depois o meu braço e cheirava a minha perna. Senti me ruborizada com Seth e outros homens observando a cena engraçada, mas consegui descontrair ao ver como Jacob parecia feliz por seu cachorro me aceitar e brincar comigo.
- Qual o nome dele¿ - Perguntei passando as mãos sobre o seu pêlo.
- Duque. – Ele me responde se colocando de pé.
- Vocês têm a mania de colocarem nomes nobres nos animais. Isso tem algum significado¿ - Perguntei rindo para ele, que estava com expressão zombeteira em sua face totalmente descontraída.
- Se acha assim. – Rir como criança para mim.
- Jacob, mamãe está chamando para cear. Sabe que seu pai não gosta de almoçar só. – Era a outra moça que vi no café da manhã.
- Já vamos Leah. Obrigada! – Respondeu e me deu a mão, puxando me do chão.
- Temos que nos apressar, Ness. – Disse após me colocar de pé ao seu lado.
- Nossa! Estou horrível, suja e meus cabelos desgrenhados. Como cearei com seu pai desse jeito¿ De certo achará que sou realmente uma selvagem e me devolverá para a minha família. – Disse olhando o estado do vestido, que estava sujo de barro. Também meus braços e mãos sujas, meus cabelos completamente despenteados.
- É impossível você ficar horrível. Porque é a criatura mais linda e meiga que já conhecei. – Passou a mão delicadamente na maçã do meu rosto. E as senti queimar de vergonha. Certamente estava vermelha com aquele elogia e com o seu toque gentil em minha face.
- Obrigada, meu senhor. – Respondi abaixando a cabeça e tentando desviar os olhos dele.
- Já falamos sobre isso. – Segurou o meu queixo, ergueu o meu rosto e depois de olhar brevemente em meus olhos, beijou a minha testa. Senti meu corpo inteiro se arrepia e a estranha sensação voltar ao meu corpo. – Agora vamos, Ness. – Entrelaçou os dedos entre os meus e caminhou comigo de mãos dadas até o castelo.
Quando entramos pela porta principal, Mary colocou as mãos na boca tomada de susto.
- Nossa!!! Venha comigo, criança! Vamos dá um jeito nisso antes de cear com seu sogro. Não queremos assustar o homem logo no primeiro dia. – Disse rindo, pegou a minha mão e me conduziu por um longo corredor. Enquanto andava, olhei para trás e vi Jacob rindo de mim.
Entremos em uma casa de banho, ela pegou um gomil (jarro) e começou a lavar as minhas mãos e os meus braços.
- Como foi sua manhã¿ Vejo que você e seu marido já começam a se entender. – Disse sorrindo enquanto me ajudava a me limpar.
- Ele é gentil, adorável, cavalheiro, bonito por dentro assim como por fora... é tão incrível. – Disse entusiasmada. – Ele me deu uma égua linda de presente e estou feliz com isso.
- Você está apaixonada¿ - Perguntou encabulada, fitando me nos olhos e senti o rubor de minha pele.
- Sim... Mas ele disse que sou criança para ele e... – Segurei para não chorar ao me lembrar daquelas difíceis palavras.
- Jacob passou por uma fase difícil e não queria se casar. Mas o fez para aquietar o coração do pai, que não agüentava mais ver a sua tristeza. Tenho certeza que ele amará você, menina... se já não ama. – Ficou me observando, hesitou por um momento e continuou. – Ele não sorri a meses e hoje o vi sorrindo como antes. Acho que isso se deve a você e sei que com o tempo ele aprenderá a te amar. Vocês são jovens e ainda terão muito a viver, e principalmente a aprender. Então não se angustie e dê tempo ao tempo. Deixe ele se curar de suas feridas e um dia será seu. – Fez um breve carinho em meu rosto. – Agora vamos! O Senhor não gosta de esperar. – Disse puxando-me pela mão.
- Mas e os meus cabelos¿ - perguntei preocupada.
- Deixa eu dá um jeito nisso. – Começou a arrumar os meus cabelos e quando percebi, estava fazendo uma enorme trança.
- Pronto! Perfeita... agora vamos! – Caminhamos rapidamente para fora da casa de banho e fomos para a sala de jantar.
Cheguei atrasada, como já previa e todos estavam lá devidamente posicionados.
- Boa tarde! Desculpem o atraso. – Fiz um gesto de reverencia com a cabeça e Jacob se levantou, puxou a cadeira e me ajudou a sentar. Dessa vez ficou ao meu lado na mesa. Vi que Billy nos encarava com certa inquietação, mas não teceu nenhum tipo de comentário.
Mary começou a nos servi e Rachael começou a tagarelar.
- E como foi sua manhã¿ Gostou do castelo¿ Leah disse que conheceu a cocheira¿ Conta tudo o que fez! – Ria e me encarava com aquele rosto encantador.
- Eu me divertir, conhecei o Seth, os cavalos, cavalguei com Jacob, ganhei uma égua linda que mais parece um unicórnio, fomos até o rio... conheci o duque.... – Comecei a falar tudo ao mesmo tempo e rir. – A minha égua é a coisa mais linda e perfeita... é o meu presente de casamento e pretendo cuidar dela todos os dias.
- Uma égua¿ - Lord Billy perguntou encarando Jacob. – E a jóia que compraste¿ Acho que uma égua não é um presente de casamento apropriado. – Ele o admoestou com austeridade [advertência severa]

- Milord, não há melhor presente do que princesa. Além disse não gosto muito de jóias. Acho que são apenas para demonstrar poder. E não terei muitas oportunidades de usar uma esmeralda aqui. Ou acreditas que passarei os meus dias sentada cosendo com o meu pescoço enfeitado por jóias¿ Acho que esse não será o tipo de coisa que farei. Se pretendes me dá uma jóia, aceito de bom grado. Mas devo lhe advertir que não gosto muito. E o presente que ganhei de Jacob foi simplesmente o mais fantástico que já recebi em toda a minha vida.
- Eu disse, meu pai! – Jacob abriu um sorrindo lindo e acariciou a minha mão por debaixo da mesa. Quase fiquei sem ar e tive que disfarçar a emoção que senti com o seu toque gentil.
- Se pensas assim... – Fez se de zangado, mas depois abriu um sorriso e começamos a comer. E a todo momento, sentia o seu olhar sobre nós dois, como se tentasse entender ou prever algo.
---- xxx ----
Os dias passaram rapidamente depois do meu casamento e consegui me adaptar perfeitamente a rotina do castelo.
Jacob e eu estávamos cada vez mais amigos, conversamos muito, quando queria passear fora dos muros do castelo ele sempre me levava. E a todo momento parecia disposto a atender os meus caprichos, mesmo quando eu teimava em subir nas árvores para pegar alguma fruta, deixando o preocupado. Acabávamos subindo junto e aproveitando para saborear o fruto no pé
Para tomar banhos de rios era mais complicado, porque ele tinha que esperar eu tirar aquele monte de roupas e entrar. Ficava de costas e evitava de me observar, apesar de eu pedir aos céus para ele dá uma espiada enquanto me despia.
Depois ficávamos nadando juntos e até brincávamos de nos afogar. Quando voltávamos para casa, galopando em nossos cavalos, corridas sempre era a diversão da vez. Por mais que o seu cavalo fosse extremamente veloz, sempre me deixava ganhar por ver como eu ficava feliz com aquilo.
Quando não estávamos fazendo essas coisas, eu o ajudava a banhar ou a escovar os cavalos, que não eram poucos, e ficava ouvindo as histórias que ele e Seth contavam, rindo como uma boba com todas as coisas engraçadas.
Seth geralmente saia para nós dá privacidade e acabávamos deitados sobre a palha nas cocheiras vazias, conversando sobre os livros que eu conhecia, em como era tocar um piano, nas poucas viagens que fiz para Londres e nas coisas que havia aprontado quando criança. Então o mais absurdo aconteceu e acabamos virando grandes amigos e companheiros de corridas.
Mas as minhas noites eram sempre solitárias e passava um bom tempo olhando para a porta a sua espera. Só que ele nunca via ou visitava o nosso quarto, continuava a me rejeitar como mulher e eu ficava lá abandonada, solitária, muitas vezes chorando pela sua ausência, sentindo meu coração apertado e uma imensa vontade de sentir o seu abraço, o calor do seu corpo e o toque das suas mãos sobre mim. Tinha a necessidade da presença dele como do ar que respirava e a noite, quando ficava sozinha, era a pior hora do dia, porque tinha a exata noção que apesar de ter virado o meu amigo, não era meu marido, o amante que desejava, o companheiro na medida certa que precisava.
Algumas vezes enquanto caminhávamos juntos, começava a pensar sobre isso e ficava muito triste, sentindo meu coração apertadinho pela sua rejeição. E ele vendo o meu estado, tomava me em seus braços e me abraçava forte, considerando que aquela tristeza era devido a saudade que sentia de casa, da minha família e de tudo o que vivi no lugar que amava.
Não conseguia julgar que a minha tristeza era pela sua rejeição, era por saber que eu não o atraia como mulher e que apesar de tê-lo tão perto, sabia que ele estava longe demais.
Em alguns momentos, principalmente quando passeávamos pelo rio, percebia uma tristeza tão forte em seu olhar e mesmo que tentasse ocultar a dor que sentia, sabia que algo o incomodava e que estava acometido de uma profunda saudade. Aquilo me feria o coração e ficava sem ação diante daquela circunstância, então deitávamos a margem do rio e ali ficávamos vendo o céu coberto pelo tom cinzento das nuvens, enquanto procurávamos não dizer algo que pudesse magoar um ao outro.
De certa forma, ele sabia que eu gostava dele. Por isso media as palavras ao falar de alguns assuntos. E quando estava afundado em sua tristeza, procurava não falar nada, sabendo que me magoaria e se magoaria também. Por isso não era necessário dizer que sofria por um amor não correspondido, para eu saber exatamente o que acometia o seu coração sofrido. Porque era exatamente o que eu sentia todos os dias, quando entrava na penumbra do meu quarto e me dava conta que ele não era meu e não dormiria comigo.
Assim passamos o nosso primeiro mês de casados e vivi momentos alegres ao seu lado durante os dias e momentos imersa em uma grande solidão durante as minhas noites solitária, em um quarto escuro, deitava encolhida em uma enorme cama, sentindo a sua falta e necessidade de seus abraços.
Um dia acordei cedo e após me banhar e me arrumar para o desjejum com ajuda de Claire. Corri para a cozinha na esperança de pegar pães quentinhos feitos por Mary. Foi nesse dia, que soube o nome da mulher que roubara o coração do meu marido, antes mesmo dele ser meu.
- Acreditas que Jacob se esquecerá de Caroline¿ - Rachael perguntou para Mary.
- Ele está bem próximo de Ness. Mas ainda sim percebo que continua triste e que sente falta dela.
- Sim! Ele tem pesadelos a noite e quando corro para acudi-lo, tenho a oportunidade de conversar sobre isso. Vejo que ele gosta de Ness. É claro que o gostar dele não é da forma como deveria. Ele a vê como uma irmã. Mas nas conversas que tive sobre Caroline, percebo que ele ainda a ama. Ou pelo menos acha que a ama. Acaba sofrendo por isso e não consegue se libertar. – Senti um coração rasgando como se um punhal fosse cravado sobre ele com aquelas palavras. Cada vez mais tinha certeza que Jacob não me via como mulher e não tinha nenhum tipo de malicia em relação a mim. Mas o pior de tudo, era perceber que ele amava outra e não seria capaz de ter o mesmo sentimento por mim. As lágrimas rolaram pelo meu corpo, quando corri percebi alguém me chamando.
- Ness¿ É você¿ - Era a voz de Rachael que corria para me alcançar.
- Pode me deixar só¿ Preciso pensar um pouco... – Corri para o meu quarto, subindo as escadas com pressa. Não queria encontrar Jacob e deixar que me visse chorando daquele jeito. Cheguei ao corredor e corri em direção a porta do meu quarto. Entrei, tranquei a porta e cai na cama derrotada... completamente derrotada.
Por quê¿ Por que ele não pode me amar¿ Eu não mereço isso...
Deus, eu amo tanto esse homem que chega a doer a alma. E agora descubro que ele me vê como sua irmãzinha mais nova... Nãooo!!! Não quero isso para mim... não suporto mais viver desse jeito...
Jacob se você me desse uma única oportunidade de te amar... Uma única oportunidade de te fazer feliz... Mas você não abre o seu coração para mim e não me deixa entrar nele.
Eu te amo tanto que chega a me doer isso...
Duas batidas na porta.
- Ness, você está bem¿ - Era a voz rouca e sensual de Jacob a me chamar. - Querida, abre a porta! O que se passa com você¿ Por que não desceu para o desjejum¿ Está sentindo alguma coisa¿ - Sua voz era tensa e preocupada.
- Estou bem, meu senhor... Deixe me em paz, por favor! – Respondi com a voz embargada de tanto chorar.
- Estarei no estábulo e tentarei domar Nefasto hoje. Pensei que quisesse ver. – Disse ainda com tom preocupado.
- Outro dia... Hoje não estou bem. – Respondi sem forças, quando na verdade queria gritar para ele que o amava e que sofria demasiadamente com tudo aquilo.
- Tudo bem, querida! Deixarei você em paz. Mas se quiser me ver, sabe onde me encontrar. – Disse e a sua voz desapareceu.
Fiquei o resto da manhã na cama chorando minhas magoas com o meu travesseiro. Até que Mary bateu na parta.
- Ness, menina, abre a porta! Trouxe alimentos para você. – Disse com a voz preocupada.
Levantei me da cama, fui até a porta, abri e a deixei entrar.
- Você não pode ficar o dia inteiro sem comer, menina. Assim ficará doente e feia. Como quer conquistar o seu marido desse jeito¿ - Disse rindo enquanto caminhava com uma bandeja.
- Obrigada, Mary! Você é um anjo que caiu do céu. – Disse deitando novamente na cama.
- Trouxe uma sopa quentinha para você ficar bem forte. Afinal essa disposição toda que tem para ficar correndo por ai, necessita de uma boa alimentação. – Colocou a bandeja sobre a cama. – Coma tudo, criança.
- Tudo bem! Eu estou mesmo com fome. – Comecei a tomar a sopa calmamente.
- Você quer conversar sobre o que ouviu¿ - Ela perguntou receosa.
- Não... hoje não. – Respirei fundo. – Estou bem triste para conhecer os detalhes hoje. De pronto o que me basta saber é que ele ama outra chamada Caroline. Isso já é muito para mim. – Disse olhando para as velas no castiçal.
- Quando estiver pronta para conversar, estarei a sua disposição. Agora deixa eu ir cuidar da vida, que daqui a pouco terei que servir a ceia. – Levantou se da cama, beijou a minha testa e caminhou em direção a porta. Deu uma breve olhada e saiu.
Fiquei mais algumas horas deitada na cama e depois levantei para me para sair do quarto. Afinal precisava andar um pouco e espairecer as idéias. Refletindo sobre as informações que tinha e tentando encontrar uma maneira de contornar tudo aquilo.
Comecei a andar pelo castelo, Graças a Deus não cruzei com Rachael ou Lord Billy, porque a última coisa que queria era explicar os motivos da minha ausência. Sai e comecei a andar pelos arbustos e pátio até chegar a cocheira. Ouvi gritos e rios estridentes vindos do cercado do pasto e corri para ver o que ocorria.
Jacob estava montado naquele cavalo negro, que chamavam de Nefasto, que pulava furioso tentando derrubá-lo. Enquanto isso os serviçais do castelo riam e se divertiam com aquilo.
Aproximei me da cerca e fiquei ao lado de Seth, que perecia bem empolgado com a coragem do amigo, rindo como criança e falando gracinhas junto aos outros.
Foi então que o cavalo o arremessou para longe, derrubando o de forma brusca na grama e o meu instinto protetor me fez correr em sua direção sem ao mesmo me dá conta do que fazia.
- JACOOOBB!! – Gritei o seu nome correndo em sua direção. Ajoelhei ao seu lado e coloquei a sua cabeça em meu colo, nervosa e com medo que houvesse se machucado com a queda.
- Calma, querida! Estou bem! Foi só uma queda e estou acostumado. – Senti meu corpo se arrepiar ao passar as mãos pelos ombros desnudos ferido. Ele estava sem camisa, deixando aquele corpo perfeito, lindo, maravilhoso e muito desejoso a mostra, o que era mais do que uma tentação para mim. Fiz um carinho em seus cabeços, depois de um tempo ele se levantou do meu corpo e correu em direção ao animal.
- Uma hora ou outra ele vai se render a nós. Pode ter certeza. – Disse para Seth, que tentava acalmar o bicho que parecia soltar fogo pelos olhos.
Levantei, cruzei os braços e fiquei de longe os observando com o cavalo arisco. Mais precisamente ao Jacob, somente com calças negras, sem camisa, deixando aquele corpo forte e perfeito a mostra. Mordi os lábios, senti um calor em meu corpo, meu estômago se revirar e uma vontade de correr para seus braços. Ai lembrei que ele não me amava e me tinha como uma irmãzinha mais nova. Fiquei com raiva e sai batendo pé, caminhando em direção a cocheira para escovar a minha égua.
Fiquei por um bom tempo na baia com princesa, escovando a enquanto pensava na vida. E quando sai, percebi que tudo estava estranhamente calmo, não havia ninguém do lado de fora e calculei que estavam no pasto.
Caminhei para o pasto, mas só vi o lindo cavalo negro caminhando tranquilamente. Senti algo me chamando para ele e resolvi tentar uma aproximação.
Pulei a cerca e entrei no pasto, caminhando lentamente em direção ao animal arisco que todos temiam. Quando cheguei perto o encarei por um momento, seus olhos negros estavam inquietantes, ele bufou duas vezes e depois se aquietou. Passei a mão sobre a sua cabeça, mesmo que temerosa, fiz lhe um carinho e comecei a conversar com ele, olhando no fundo dos seus olhos.
- Você é um menino muito lindo. Sabia disso¿ Heim¿ Lindo! Perfeito! Altivo! Um cavalo digno de um rei... Eu gostaria tanto de montar você... Será que me permitiria¿ - O cavalo me olhava com calma, parecia hipnotizado com meus olhos. Então aproveitei, peguei as rédeas e subi no bichano, sentindo me vitoriosa.
Comecei a cavalgar em Nefasto, sentindo uma sensação de liberdade e o forcei a correr.
- IAAAA!! Vamos Nefasto! – Puxei as rédeas, dei um leve tapa em seu peito, de forma a não machucá-lo, e o animal acelerou, correndo muito rápido em direção a cerca. Então a pulou e ouvi Jacob gritar desesperado. Tudo aconteceu muito rápido e quando percebi já estava do outro lado.
- NESSS!! OH MEU DEUS! NESS! – Nefasto pulou a certa e começou a correr em direção aos muros do castelo, saiu pelo portão e me conduziu em direção à floresta. Corria mais rápido do que podia e eu tentava me segurar, sentindo minhas mãos, que estavam sem as habituais luvas, cortada pela corda grossa das rédeas. Não consegui segurar e senti meu corpo sendo arremessado para longe do cavalo.
- AAAIIIII!! – Gritei ao senti o impacto violento do meu corpo contra a grama do pasto. – AHH!! Aiiii – Estava toda dolorida e não conseguia me mover, por causa da forte pancada. Ouvi o barulho de cavalos cavalgando em minha direção, em seguida Jacob estava ao meu lado.
- Minha pequena... O que você fez¿ Como você conseguiu montar esse demônio¿ - Passou a mão pelo meu rosto, pegou me no colo com gentileza e ficou me olhando com preocupação.
- Desculpa.... eu não resisti... eu... – Gaguejei.
- Você é uma menina travessa e não sei como ele a deixou montar. Muito menos correr naquela velocidade. – Jacob riu, depois arqueou a sobrancelha e olhou para o lado. – A carruagem já está chegando e eu a levarei para cama. Vou cuidar de você, meu anjo. – Beijou a minha testa com carinho.
- Obrigada. – Recostei a minha cabeça sobre o seu peito e fechei os olhos. Passei a mão sobre o seu ombro desnudo e comecei a me sentir estranha novamente com aquela aproximação toda. Ele me abraçava de forma carinhosa, o contado dos nossos corpos só acendeu mais o desejo que tinha e o seu cheiro amendoado tão forte me deixou completamente inebriada... eu o queria mais do que tudo e não desistiria do seu amor tão fácil.


N/h : Então ele tem pesadelo por causa dessa tal?....e deprimido?

Aí, ALGUEM QUER CUIDAR DO GAROTO?......hsuahsuahushua...

Deus do céu! Que incendiou tudo agora!!!! Ele sem camisa? E o cheiro? Kkkkkk....tortura!!!! ó autora cruel...GENTE a menina é corajosa....montou e correu!...caiu e ficou no colo....esperta!

Mas ta rolando sentimento aqui, so pode....ele ta sentindo o que Glaucia? E pensando o que dela?.....QUERO SABER.....kd o POV dele?.....kokpokokok.....sou leitora tbm...

Gente posso fazer merchan?....please.....



Uma fic com enredo diferente....ousado...eles adultos e separados por traumas e cada um com filho..porem a filha dela é dele e ele nunca soube!!!depois de anos se encontaram...

http://fanfiction.nyah.com.br/historia/88277/Vivendo_De_Novo

da passadinha e uma força nossa amiga ta meio desanimada...mas a historia é boa....bjs

1 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, o cavalo gostou mesmo dela em?!

Postar um comentário