quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A encarnação do Pecado Por Edward Cullen10



                                                         Capítulo final – Minha vida

Passamos uma semana escondidos na pequena capela do meu primo, padre Emmett, e depois seguimos viagem para o vilarejo de Levegi, onde nasci, cresci e ainda tinha minha irmã Esme e alguns primos.

Estava preocupado com o estado de Isabella e sabia que seguir viagem a cavalo seria muito perigoso. Mas dado ao fato de os nossos perseguidores não terem encontrado rastro de cavalos, provavelmente estavam a nosso procura pelas margens dos rios.

O assunto foi amplamente discutido entre padre Emmett, Jacob e eu e chegamos a um consenso que eles acreditariam que nos encontrariam em alguma margem. Por isso, mesmo sendo mais cansativo e perigoso para o nosso bebê, teríamos que seguir a cavalo e fazer uma viagem bem tranqüila, para que Isabella não sentisse o impacto que os solavancos do animal poderia causar-lhe.

Partimos em uma madrugada muito fria, nevava muito e víamos as cópulas das enormes árvores da floresta cobertas por flocos de neve. Aqueles dias foram os mais complicados, porque não era só no meu frio e estado que pensava. Quando via a minha “esposa” tremendo sobre o cavalo, com o olhar triste, temeroso e ao mesmo tempo distante, sentia o peso dos meus pecados me afligir.

Ela estava com o rosto abatido, muito pálido, o corpo frágil e trêmulo; olhava para mim como se sentisse medo não por ela, mas pela minha vida. Evitava dizer algo que me deixasse mais abalado. Quando a olhava, sentia o coração apertado e tentava me arrepender dos motivos que nos levaram aquela situação. Outrora, em uma época em que ainda tinha o meu compromisso com o Senhor e com minha castidade, conseguiria me arrepender de tudo e desejar que aquilo fosse um sonho. Mas olhar Isabella,  minha Bella, às vezes me dava a convicção que o nosso amor não poderia ser um erro. Apesar da situação caótica em que vivíamos, era ela que eu queria e que tanto precisava.

Naquela viagem silenciosa, onde nem mesmo Jacob abria a boca para dizer algo que pudéssemos nos desanimar, tentava me concentrar para entrar em harmonia com o meu Senhor, mas não conseguia... O fardo que carregava nas costas pelos meus pecados eram grandes demais e a vergonha que tinha de me prostrar diante dele para admitir que era frágil e precisava Dele não me deixavam entrar naquela harmonia

Certa madrugada, Isabella e eu dormíamos abraçados sobre um grosso cobertor. Tudo estaria muito escuro se não fosse as labaredas queimando na fogueira que Jacob havia feito. Beijei o topo de sua cabeça, contemplei o seu pálido rosto por alguns instantes. Sentia o meu coração aflito e precisava conversar com Deus... precisava voltar a minha comunhão.

Levantei-me lentamente, tomando cuidado para não acordá-los, vi Jacob virado em um canto, dormindo em sono profundo, caminhei alguns passos e parei diante de uma árvore. Fechei os olhos e cai de joelhos, sentindo o peso dos meus pecados em minhas costas. De joelhos dobrados, inclinei o meu corpo, colocando o meu torso sobre as pernas dobradas. Deixei toda a angustia vir a tona e chorei... Como eu chorei aquela noite... precisava desabafar.

Pai,

Sei que não sou merecedor de Ti. Que os meus feitos não foram bonitos diante dos Seus olhos. Que rompi o nosso compromisso e permiti que o meu corpo falasse mais alto.
Não sou digno de estar na sua presença, Ó Senhor! Mas por favor não me abandone!
Preciso de Ti, ó Pai! Preciso de Ti como do ar que respiro e não suporto mais o peso da culpa afligindo o meu coração.
Senhor, amar não pode ser tão errado assim. Acreditas ser um erro amar¿ Se é desse jeito, porque em tão grande amor pela humanidade Destes o seu único filho¿ Eu não daria o meu filho... Não teria coragem,  Ó Pai!
Mas o Senhor na sua infinita misericórdia, Destes o seu único filho para pagar pelos nossos pecados. E nos comprou a um alto preço... O sangue do seu cordeiro.
Não acredito que o amor que sinto seja pecado. Acredito que o meu pecado foi romper os meus votos e fornicar fora do casamento. Mas amar¿ Como o amor pode ser pecado, se Tu me amas, Ó Pai¿
Perdoa as minhas dívidas, ensina-me a ser um bom cristão e pregar a sua palavra independente do clérigo... Eu preciso de Ti!Preciso estar em Sua presença, sentir a Tua força, as Suas palavras me iluminando e me conduzindo pelos ermos caminhos.
Não nos abandone, Ó Senhor! Proteja o meu filho e a minha esposa! Por favor eu vos rogo! Proteja também ao Jacob, que tem se mostrado um grande amigo.
Ele acreditas que tem uma missão e seja lá qual for, está sendo conduzido pela sua misericórdia.
Obrigado por me ouvir, Ó Pai!

Lentamente me levantei, sentindo as lágrimas correrem pelo meu rosto, meu coração parecia mais aliviado pela primeira vez, meu corpo parecia mais leve e o fardo não parecia tão pesado. Fechei os olhos e ouvi uma voz falar comigo.

Não tenhas medo, meu filho, porque sou contigo!
Guiarei os seus passos e grandes serão os seus feitos nessa terra.
Seu filho será abençoado e sua adjuntora o auxiliará nas tarefas que tens para realizar.
Não te aflijas! Eu nunca o abandonei e quando achavas que estava sós, caminhava em silêncio ao seu lado, esperando que chamasse por mim.

Abri os olhos e vi uma luz forte em minha frente. Parecia a claridade do céu em dias de sol radiante. A luz aos poucos foi sumindo e quando tudo voltou a ficar escuro, meu coração radiava felicidade... Eu não estava sozinho.

Voltei ao lado de minha doce Bella, deitei lentamente, tomando cuidado para não acordá-la, acariciei o seu rosto e beijei a sua bochecha. Puxei o seu corpo para junto do meu, fechei os olhos e finalmente consegui dormir.

Viajamos mais quadro dias, o dobro do tempo necessário, com os passos lentos dos cavalos pela florestas, enfrentando o frio e a escuridão. E quando finalmente chegamos a Levegi, seguimos para a casa da minha irmã, sendo recebidos com muito carinho por sua família.

- Edward! – Esme correu para os meus braços e me abraçou forte assim que desci do cavalo. Era reconfortante senti o abraço e o doce cheiro de minha linda irmã. Sentia uma emoção muito forte e não consegui conter as minhas lágrimas.

Ela olhou para o lado e viu Jacob ajudando Isabella descer do cavado. Franziu o cenho, sorriu e depois me olhou com expressão confusa em sua face. E era até compreensível, afinal ela não sabia quem eram e o motivo de estar ali com eles. Seu único conhecimento sobre a minha vida, após cinco anos morando no vilarejo ao redor de Paris, era que eu ensinava na catedral e me preparava para ser um padre.

- Esme, essa é Isabella... Minha esposa. – Disse e vi a expressão ainda mais confusa. Depois abriu um largo sorriso e caminhou em sua direção. Ela a abraçou ternamente, como se há conhecesse de longa data.

- É um prazer, minha querida! – Disse sorridente e minha Bella retribuiu o sorriso.

- É um prazer, Esme! Pode me achar de Bella. – Mesmo abatida e cansada da viagem, Isabella ainda tinha aquele rosto fascinante e era difícil não se encantar ou se perder em seu olhar. E foi justamente isso que aconteceu. Esme ficou tão encantada, que não conseguia tirar os olhos do rosto de Bella, que corou imediatamente, provavelmente constrangida com a forma de minha irmã a fitá-la.

- Esme, esse é Jacob. Ele é um dos meus discípulos e grande amigo. – Disse, cortando o clima, e ela pareceu despertar de seu fascínio por Bella.

- É um prazer, Jacob. Os amigos do meu irmão são meus também. – Caminhou até ele e estendeu a mão para que beijasse. Jacob a pegou gentilmente, depositou um beijou e depois a cumprimentou.

- O prazer é todo meu Milady! – Assentiu com a cabeça.

- Esme, minha querida, tivemos uma viagem muito longa. – Comecei o meu breve relato. – Isabella está grávida e precisa tomar um banho, comer algo e depois descansar. Eu preciso lhe colocar a par de toda a situação, para que não se assuste depois.

- Tudo bem, meu irmão. Levarei a sua esposa para se limpar e cuidarei dela. Temos tempo para conversar sobre os motivos de estar aqui. Carlisle vai gostar muito de conhecê-lo. – Disse, caminhou até Bella, pegou a sua mão e caminhou com ela para dentro do casebre.

Depois que nos limpamos e fizemos uma refeição quente e saborosa, Isabella se acomodou na cama de minha irmã e eu me sentei com ela, Jacob e meu cunhado, Carlisle, para contar-lhes o que havia acontecido.

Contei tudo sobre o meu relacionamento com Bella, a fuga, a gravidez, o casamento escondido e a perseguição do cardeal Swan. E após ouvirem atentamente o meu relato, colocaram a casa a nossa disposição e ofereceram um pedaço de terra para começarmos a construir o nosso casebre.

Os dias que se seguiram, a comunidade, na maioria de amigos e parentes, nos ajudaram na construção do nosso novo lar e em pouco tempo tínhamos o nosso próprio teto para morar.

Conversei com Jacob sobre a sua estadia e ele insistia que não poderia voltar. Segundo ele, um anjo lhe falara durante a viagem que sua missão ainda não havia acabado e que deveria ficar ao nosso lado até o seu coração se sentir liberto.

Ele era muito mais que um amigo, praticamente um irmão e sabia que se dizia que tinha uma missão e que um anjo havia lhe falado, que não poderia simplesmente expulsá-lo de nossas vidas. Assim ficou morando conosco por alguns meses e foi muito útil nas tarefas que começamos a desempenhar no vilarejo.

O lugar, apesar das pessoas terem sempre algum tipo de parentesco, não havia um espírito cristão verdadeiro e muitas famílias só pensavam nos seus próprios bens.
Conversando com Bella e Jacob, decidimos dar aquele povo um espírito de solidariedade e assim começamos a construir uma casa, que teria a função de uma pequena igreja e de sala de aula.

Em meses de trabalho, Bella, Jacob e eu começamos a ensinar as pessoas a escreverem, ler e a ter o conhecimento real da palavra de Deus.  Aos poucos as famílias se rendiam em nossas pequenas reuniões e aprendiam a ter um senso crítico sobre as coisas. E nisso Bella era ótima, aquecendo as discussões sobre vários assuntos e deixando as pessoas preocupadas com a ignorância em que viviam.

Os temas religiosos eram mais complicados para mim. Porque matemática, filosofia, poesia e literatura não geravam muitas discussões. Mas quando o assunto era teologia, Bella sempre deixava tudo mais quente e as pessoas ficavam na dúvida sobre as interpretações da palavra.

Ela era a mais terrível das minhas discípulas e um debate público sempre gerava risos dos ouvintes, que aprendiam como criticar e a interpretar as coisas de acordo com a consciência crítica, não com o falso moralismo com que viveram toda a vida.

Pouco a pouco a pequena comunidade foi aprendendo não somente conceitos cristãos. Mas ensinamos como partilhar o que  plantavam, como fazer as trocas, chamadas de escambos, de forma correta e justa sem passar a perna em ninguém. Que os bens que as vastas terras davam poderiam ser repartidos em comunidade. E que a vida seria mais simples sem tanta ambição e egoísmos. E assim o povo daquele vilarejo, que cresceu e ganhou fama em poucos meses, começou a desfrutar da verdadeira felicidade que o espírito cristão oferecia em uma vida de solidariedade.

Padre Emmett se mudou para a pequena casa que construímos e o local se torno uma grande paróquia. E a fama do vilarejo, outrora chamado de Levegi, cresceu e começou a ser chamado de Cullen.

A vida seguia tranqüila e Bella estava prestes a dar a luz ao nosso filho. Já havíamos esquecido as perseguições, vivendo de forma feliz e despreocupada naquele lugar, quando de repente tudo mudou  e nossas vidas sofreu uma grande reviravolta.

Era verão, o céu parecia um tecido de seda azul, poucos raios de sol irradiavam o vilarejo, as pessoas caminhavam felizes e faziam os seus afazeres e nada denunciava que a tempestade estava prestes a desabar sobre as nossas cabeças.

Estava na capela com Bella e Jacob, falando sobre poesia para os alunos daquela classe, quando ouvimos o barulho do cavalgar de muitos cavalos. Todos olharam assustados e ouvimos gritos de crianças. Corri imediatamente para a porta da Capela, seguido pelos outros, quando vimos soldados de armaduras, com o símbolo da coroa francesa em suas vestes. Vi também que atrás da comitiva, haviam homens com túnicas de clérigos e reconheci o Cardeal Swan entre eles.

- Vocês estão presos em nome do Rei. – Disse o comandante da comitiva, olhando para nós na porta da capela.

- E sob qual acusação¿ - Bella perguntou com tom altivo. Mas senti o seu tremor quando pegou a minha mão e apertou forte. Instintivamente pedi ao Senhor que nos tirasse daquela situação difícil.

Ó Pai, nos ajude! Não permita que nenhum mal nos ocorra!

- Desordem,  feitiçaria e formicação! – O homem enorme, com armadura, capa e o símbolo da cora falou e fez sinal com a cabeça para os soldados, que vieram em nossa direção e  começaram a nos acorrentar.

- Isso é um absurdo! – Disse com a voz áspera.  – Vocês não têm prova de nada. Como podem nos acusar e nos levar sem provas¿ - Questionei mas continuaram as nós prender- NÃO TOQUEM NELA! NÃO TOQUEM! – Comecei a gritar quando começaram a acorrentar Bella.

- Edward! Edward!  - Bella chorava muito, mas devido ao seu estado não lutava.

- Bella! Soltem ela!! Soltem! – Vi de soslaio que padre Emmett e Jacob se debatiam

- Isso é uma covardia! Não podem fazer isso! – Padre Emmett Gritava.

- CALEM-SE! Vocês serão levados ao castelo do Duque de Levegi e serão julgados por ele. O comandante da tropa disse e vi o sorriso estampado no rosto do Cardeal Swan. Sabia que ele havia nos denunciado, mas não tinha nada que pudesse nos levar a forca e certamente inventaria algo para nos acusar.

Fomos colocados em uma carroça e o povo olhava espantado, sem conseguir reagir aquela agressão. Minha irmã gritava e chorava muito. Crianças corriam atrás da carroça e os homens tinham a expressão de derrota, por não terem coragem de enfrentar os guardas do Duque de Levegi.

Algum tempo conduzidos pela trilha até o castelos, fomos levados diante do Duque e os cardeais sentaram ao redor, formando um circulo a nossa volta, no que seria o nosso julgamento.

Vi a expressão altiva do Duque de Levegi, primo e representante do rei naquelas terras e depois de pensar, parecendo ponderar suas palavras, começou a falar sobre as acusações

- Vocês foram acusados de promover a discórdia, inflamar o povo contra o rei, causando a total desordem nessas terras. Também são acusados de formicação e feitiçaria. Enfeitiçaram o povo e estão acabando com os valores cristão que lhes foram ensinados. Eles não acreditam mais na palavra de Deus e fazem as próprias interpretações da bíblia. Isso é verdade¿ - Percebi que o Duque estava nos dando a opção de contestar as acusações. Juntou as mãos, como se estivesse rezando, e ficou nos olhando com curiosidade.

- Isso não é verdade! – Começou Isabella com o seu discurso. Temi pelas suas palavras, mas sabia que seria difícil lhe manter de boca fechada.

- Mulheres não têm o direito a falar em julgamentos. – Ele advertiu.

- E por que não¿ Fomos tirados de nosso lar, acusados de infâmias e ainda diz que não tenho direito de falar. Nunca provemos a desordem naquele lugar.

- Bella... – Sussurrei.

- Não, Edward! – Disse exasperada. – Isso tudo é uma vingança dele. – Apontou o dedo para o seu tio. – Ele é meu tio e quer se vingar. Acredita mesmo que somos feiticeiros e que levamos a desordem ao povo¿ Ele é um mentiroso, que falsifica as relíquias para ganhar dinheiro sobre o povo. Pega ossos de animais, tecidos velhos, pedaços de madeira velhas e diz que foram tiradas da cruz, das vestes de Jesus. Acredita mesmo nesse impostor, que ganha dinheiro com a ignorância dos outros¿ Ele é um farsante e só me queria em sua casa, para me vender a algum nobre. E hoje se recente por eu ter fugido e me casado com Edward Cullen. Se meu esposo tivesse posses, duvido que estaria fazendo isso. Na certa negociaria a nossa paz. É nesse farsante que prefere acreditar¿ - Dizia apontando o dedo para o tio, que estava vermelho de raiva e tentou se devender.

- Ela é uma bruxa! Uma Jezebel! Vai acreditar em uma cortesã ao invés de um homem santo como eu¿ - Rebateu olhando para ela e outro cardeal o segurou. – São calúnias!

- São calúnias¿ E como consegue tantas relíquias da Terra Santa¿ Acho que as vestes de Jesus já deve ter se esgotado, de tanto que as vendes. Sem falar nos pedaços da cruz... Haja madeira! Não acha¿ - Ela o questionou e o homem só faltava soltar faísca dos olhos.

- Sua ingrata! Eu cuidei de você quando seus pais morreram! Eu te alimentei, sua cobra! – Gritou apontando para ela.

- Você só queria ganhar dinheiro as minhas custas! – Bella rebateu.

- CALEM-SE!! – O Duque gritou, levantando-se da sua  cadeira. – Mestre Cullen, o que tem a nos dizer sobre o caso¿ - Perguntou franzindo o cenho.

- Isabella e eu nos amávamos resolvemos fugir juntos quando ficou grávida. Fui expulso da catedral e saímos do vilarejo. Depois padre Emmett nos casou e viemos para Levegi. – Disse olhado para Padre Emmett e Jacob, que pareciam nervosos com os soldados os cercando. – Nos instalamos no vilarejo de Levegi e construímos uma pequena casa, que hoje é uma capela. Lá nos ensinamos valores cristãos, baseados na bíblia e na palavra de Deus. Ensinamos matemática, astronomia, filosofia, poesias e teologia para as pessoas. Não chegamos a introduz o Latim, porque as pessoas precisam primeiro aprender o básico antes de conhecerem o latim. A comunidade vive em harmonia. Fazemos as nossas orações e adoramos somente a Deus.
Todos se ajudam e assim pagamos os devidos impostos ao Senhor, sem nenhum tipo de atraso ou reclamação. Essa é toda a verdade que temos para contar e se alguém disser o contrário, que apresente provas plausíveis. – Disse com a voz calma e ele parecia ponderar as palavras.

- Em uma coisa o mestre tem toda a razão. – Começou o discurso. – Aquele é um povo civilizado e não atrasa os seus impostos. As colheitas são sempre fartas e não temos preocupação como em demais vilarejos.

 - Ensinamos o povo a respeitar o seu soberano e a pagar os impostos. As famílias se ajudam e todas as colheitas são fartas. Não há necessitados, porque vivemos em uma comunidade onde tudo é dividido. As pessoas se amam e se respeitam. Agora quero entender qual é o mal disso¿ Há problema em fazer caridade¿ - Perguntei  encarando.

- Eles preferem pessoas ignorantes para facilitar o seu julgo. Se as pessoas aprendem o que é o certo e o errado, começam a contestar o poder. Esse é o problema! Ou estou errada nisso¿ - Isabella perguntou com raiva e o Duque arqueou a sobrancelha, encarando o seu rosto.

- É uma mulher admirável, mestre Cullen! Pena que tem a língua afiada demais. – Respondeu. – Agora quero saber sobre as acusações de feitiçaria e fornicação. Alguma prova¿ - Perguntou aos cardeais.

- Eles vivem maritalmente e não são casados aos olhos de Deus. – Cardeal Swan acusou. - Essa mulher o enfeitiçou e carrega o fruto do demônio em seu ventre. – Apontou para Isabella.

- NÃO SE ATREVA A CHAMAR MEU FILHO DE DEMÔNIO – Ela começou a gritar e espernear nos braços do soldado.

- Bella... Bella... Por favor! Não pode ficar nervosa... nosso filho! – Tentei acalmá-la, mas parecia uma guerreira gritando e se debatendo.

- Eu os casei aos olhos de Deus. Essa acusação é absurda! – Padre Emmett disse de forma calma.

- Você foi expulso da igreja e o casamento não tem validade. – Cardeal Swan gritou.

- Eu os casei antes de armarem para me expulsar... meses antes! Nem o papa pode anular esse casamento, meu caro Cardeal!

- Está vendo! Ele faz os sacramentos e não é mais padre. – O Cardeal acusou.

- Eu não realizei nenhum cerimônia desde que cheguei ao vilarejo, meu caro cardeal. A única coisa que faço e falar de Deus. Ele na sua infinita misericórdia não me proibiu de falar do seu amor! – Padre Emmett rebateu e o cardeal se calou.

- Estou vendo que as acusações são infundadas e posso dar esse julgamento por encerrado. – Disse o Duque de Levegi e fez final para que os soldados nos soltassem.
Eles obedeceram e começaram a tirar as correntes de nós, enquanto os cardeais cochichavam baixinho.

Isabella me abraçou por trás e colocou a cabeça em meu ombro. Naquele momento, ouvi o seu grito de pavor e um de dor de Jacob atrás de mim.

- NÃO!!!!!!

- AHHHHHH!!!

- PRENDAM ELE! – Era  voz do Duque e eu não entendia o que estava acontecendo. Vire-me e vi Jacob caído no não, com uma adaga em seu peito. Isabella chorava muito e foi amparada por Padre Emmett, que a abraçou, impedindo que caísse.

- Não... não... não..não – Bella choramingava.

Olhei para cardeal Swan e vi os olhos vermelhos me encarando, enquanto era preso pelas mesmas correntes que nos acorrentavam outrora. Ajoelhei diante de Jacob, lentamente tirei a adaga do seu peito, vi seus olhos cheios de lágrimas e um sorriso se formando em seu rosto. Ajoelhei diante dele, coloquei-o em meu colo, passei a mão em seu rosto. Senti um aperto forte em meu coração, uma dor comparada a que senti na morte dos meus pais.
-A missão está cumprida, mestre. – Disse com a voz muito baixa, que mais parecia um sussurro, gemeu uma vez e senti sua respiração falhar. Seu corpo estava frio, duro e não havia sinal de vida. Os olhos arregalados, ainda me olhando com  a mesma admiração de sempre. Passei a mão em seus olhos e os fechei. Ouvi os gritos de Bella e o falatório dos cardeais e do Duque ao redor.

- Não, meu amigo! Não era para ser assim... não era. – Comecei a chorar sobre o seu corpo, ouvindo o choro de Bella e de Padre Emmett.

- Levem o corpo para o vilarejo e providencie tudo para o seu velório. – Era a voz do Duque falando com alguém. Ouvi passos em minha direção e levantei a cabeça, vendo o capitão da guarda.

- Eu os levarei de volta para casa. – Disse em tom solene.

Eu me levantei e vi quando os guardas pegaram o seu corpo, como se fosse um saco de roupa suja e levaram para fora do castelo. Vimos o cardeal no canto, preso pelas correntes e o Duque dizendo a sua sentença.

- O cardeal será enforcado ao amanhecer. – Declarou para ele.

Tomei Bella em meus braços e deixei que chorasse, enquanto olhava para o tio, que era levado pelos soldados.

Saímos do castelo e voltamos para a vila, com uma tristeza enorme nos consumindo. A minha dor era muito grande e sabia que Bella e Emmett se sentiam da mesma forma.

Fizemos o velório de Jacob e toda a comunidade chorou o seu corpo naquele dia. E os dias que se seguiram, foram só de muita tristeza pelo luto.

Uma semana depois, Isabella começou a passar mal e entrou em trabalho de parto.
Fiquei na sala da casa com meu cunhado e o padre Emmett, enquanto Esme e a parteira faziam o parto de Bella.

Era consumido pela angustia e tinha medo que não resistisse ao parto ao ouvir os seus gritos.

Chorei a maior parte do tempo e silenciosamente orei ao Senhor que trouxesse meu filho bem ao mundo. Naquele momento me lembrei das suas palavras na floresta:

Seu filho será abençoado e sua adjuntora o auxiliará nas tarefas que tens para realizar... Não te aflijas

Meu filho nasceu um menino grande, forte e muito tranqüilo. Foi a nossa felicidade e a certeza de um futuro melhor para todos nós.

Nunca em minha vida senti uma emoção tão forte como aquela, com ele em meus braços, corpo pequeno, pele branquinha, pequenos olhos verdes como os da mãe, bochecha rosada e os cabelos loirinhos. Meu coração batia forte e naquele momento, com ele em meu colo, inconscientemente agradeci a Deus pelo anjo chamado “Jacob” que colocou em nossas vidas. Sabendo que sem ele, certamente não estaria ali com meu filho, provavelmente morto ou ferido. Lembrando-me de tudo o que fez por mim e por Bella, da vida que abriu mão, das dificuldades que passou, da lealdade extrema que nem um irmão teria comigo.

Com o pequeno em meus braços, olhando para Isabella sobre a cama, com o rosto pálido, expressão cansada e ao mesmo tempo feliz, chorei mais um pouco e sussurrei o nome do nosso bebê.

- Jacob... Você se chamará Jacob – Passei a mão em seu rostinho, vi o tentar abrir os olhos e os pequenos olhos verdes brilhando para mim. Ri com a felicidade me invadindo e vi o lindo sorriso de Isabella.

- Sim! Ele se chamará Jacob.

O pequeno Jacob começou a crescer rápido com o passar do tempo e logo Isabella estava grávida novamente. Ela engravidou logo após o período do resguardo e me dizia que não entendia como eu conseguia sentir desejo  por ela naquele estado. Mas o fogo que nos consumia era grande e mesmo grávida, nunca deixaria de olhar com desejo.

Tivemos quatro filhos e vivemos uma vida plena juntos, aprendendo a lidar com as nossas dificuldades, a viver com comunhão com os irmãos, a ensinar os valores e a palavra de Deus. Ensinamos as pessoas pensarem de forma racional,  para terem as suas próprias opiniões e interpretar a palavra de acordo com o seu julgamento.

A nossa comunidade cresceu e mesmo nos momentos de dificuldades,secas, pestes ou calamidades, conseguimos lidar com as situações de forma a favorecer a todos. E Bella teve um papel fundamental na vida da comunidade, orientando as mulheres a serem boas esposas e a respeitarem os maridos, ensinando as crianças, assim como ensinava as nossas.

Ela deixou de ser a encarnação do meu pecado, para se tornar a minha esposa, o amor da minha vida e eterna auxiliadora em minha vida. E hoje, olhando para ela assim tão calma, nem parece que era aquela menina de língua afiada, que adorava causar polêmicas e desafiar as convenções. Parece mais  meu anjo, o que sempre esperei ver, mas que só apareceu para mim em sonhos. Minha esposa é toda a minha vida, é a minha felicidade e os nossos filhos são o reflexo do grande amor que sentimos um pelo outro.

FIM

nota
Glaucia


Gente, essa foi a minha primeia EdwardxBells mas com certeza não foi a última.

Espero realmente que tenham gostado e que não me matem pelo final do Jacob.

Ele não é o nosso lobo totoso, se camisa, com os gominhos tirando a nossa sanidade, os lábios carnudos e o nariz que eu AMO!!! Por isso fiz uma descrição bem diferente, para não me manterem no final da fic. Kkkkk

Tentarei arrumar tempo para fazer uma crepúsculo inverso, chamado 100 anos de solidão, com a visão da transformação do Edward, até o seu encontro com a Bella.

Mas não sei quando terei tempo para isso.

Para as que não conhecem as minhas fics, mesmo sendo JakexNess, são lindíssimas e valem apena ler.

Hoje eu tenho um pequeno grupo de leitoras Team Edward que acompanham as minhas fics e sem que as que ainda não leram, não irão se arrepender.

Obrigada pelo carinho e consideração de todas.



Amanhã eu postarei mais um cap da Song fic Vento no litoral e no final de semana, se a Tata terminar a terceira parte do cap mascaras, o cap da Herdeira.

Já fic o PVO da Ness depois do casamento e ta muito MARA!! A BICHINHA FICOU TRAUMATIZADA COM O JACOB! KIKKK Mas isso é outra história.



OBRIGADA POR TODAS AS RECOMENDAÇÕES MARAVILHOSAS!!! SE QUISEREM ME DÁ MAIS EU NÃO RECLAMO!!!



ELIS, obrigada pela ajuda nessa fic! foi um prazer em tê-la como beta



Agora deixa eu voltar ao trabalho, que já deu a hora de ir embora e ainda não terminei as minhas tarefas.



PS

REGRA PARA RECOMENDAR UMA FIC

5. Não são aceitas indicações com todas as letras em maiúsculo ou contendo revelações do enredo, partes do enredo e/ou sinopses e palavrões.





Bjus no core



--xx--

N/B: Ainnnnn... Que coisa mais linda!!!!

Glau vc como sempre arrasou, terminando com chave de ouro mais uma de suas fic.

Vc tem o dom... o dom da escrita... O dom de encantar com suas palavras... O dom de divertir as pessoas... O dom de distrair-nos... Enfim vc consegue iluminar o nosso dia com histórias fascinantes, por isso lhe imploro não deixe isso de lado, não ligue para o q algumas pessoas, invejosa sim, dizem ou fazem. Levante a sua cabeça e continua, não perde o tesão não... vc descreve tão bem o tesão dos seus personagens é pq vc tem esse mesmo tesão pelas suas histórias.

Amei o final da fic (apesar de vc ter matado o Jacob), tudo foi muito bonito.

O q eles fizeram no vilarejo foi espetacular... Se isso pudesse ser feito na sociedade atual seria maravilhoso, estamos precisando disso, mas acredito q algo parecido ainda vai acontecer, tenho esperança.

O Jacob falando da missão dele... Ai, sem palavras foi tudo tão maravilhoso!!!!

Galera vê se não vale a pena comentar, fazer recomendações, dar estrelinhas e pontos POSITIVOS a nossa autora. Com certeza ela fica muito feliz e animada a nós proporcionar histórias mais e mais lindas. Então por favor façam isso!!!

Aqui me despeço de vcs com um grande beijo e um abraço bem apertado,

Bjkasss, Eli



0 comentários:

Postar um comentário