sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Doce Vingança 16 By Mica Black e Letícia Silveira

Capítulo 16
By Mica Black
 
Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou Aqui!



William shakespeare
 
   Nos últimos meses, Aro remoía-se com o fracasso. Mesmo com um sorriso matreiro no rosto, quando via através de algumas árvores Jacob Black arrastarem-se triste pelos campos verdes em volta do Castelo.

Aro contentava-se com a dor de Jacob; este nunca apodrecera, no entanto. Continuava a controlar a economia do Castelo, pensando em sua pequena filha Selena e no filho que ele deveria ter, sem saber onde procurá-lo.

A solidão predominava na vida de Jacob. Apenas a bebida afogava-o em sua mágoa e fazia-o amenizar a sua dor. Porém não parecia ser o suficiente, pois uma dor no coração não era tão fácil de ser tratada. Não havia um médico que contestasse com aquela afirmação, afinal, quantas vidas já não sofreram por amor? Principalmente nesse caso, onde o amor é mútuo.

Renesmee, enquanto isso caminhava sem destino pelas terras que eram, agora, dela. Aquele lugar fazia-a lembrar tanto dos momentos ruins... E dos bons. Como o parto de seu filho, aquele que ela segurava nos braços.

Uma lágrima solitária escapou do seu olho cristalino. Não era uma dor de emoção ao lembrar o parto de seu filho, mesmo este momento tendo sido um dos mais emocionantes de sua vida. A dor era relativa à perda do pai do seu filho, pois tivera que fugir do seu amado. Ela não poderia voltar ao Castelo, mesmo querendo; pois o pai do seu filho, de acordo com Seth, havia se casado com outra. Teria ele amado outra com tanto fervor quanto amou Renesmee? Teria ele se entregado à paixão como se entregara à Renesmee? Teria ele... Amado outra?

- Mamãe, por que você saiu correndo do Mercado? - Indagou Brandom.

Renesmee suspirou, pensando em como contar para o seu filho sobre o paradeiro de seu pai. Porém ele gostava tanto do Seth que não havia por que contar sobre o verdadeiro pai da criança, o único o qual Renesmee já havia se entregado de corpo e alma.

- Em alguns momentos da vida, temos que evitar mudanças; pois, às vezes, elas não são muito positivas. - Renesmee respondeu de modo evazivo.

Brandon não entendeu direito o que ela queria dizer com aquilo, então apenas deu de ombros. O que ele não reparara fora na expressão angustiada de sua mãe. Porém ela, ainda, não havia se arrependido.

(***)

Sam calvagava hesitante pelos pastos verdes em volta do Castelo. Ele não sabia como dizer, exatamente, para o seu senhor que vira Renesmee, mas esta fugira. Ele temia o seu senhor acima de tudo, mesmo sendo amigo dele. Sam tinha um único amor e, caso ele perdesse ela, não conseguiria viver sem. Por isso ele entendia o amigo, mesmo não aprovando as suas ações imprudentes.

Uma das quais ele sempre refletia era o fato de ter uma filha, de ter entregado-se a outra pessoa. Por que ele teria feito aquilo? Apenas um gesto impensado não era uma desculpa boa o suficiente. O que Sam pensava realmente ser era o fato dele querer substituir o vazio em seu coração. Jacob poderia ter pensado ver a Renesmee, mesmo sendo a Leah... Ou talvez não. Fora apenas uma infração ao seu coração.

- Sam? - Uma voz ecoou no ambiente. Sam, que estava sem um Destino certo, apenas calvagando e refletindo, virou-se e fitou o seu patrão.

- Sim, senhor? - Respondeu Sam hesitante, sem saber o que realmente falar ao seu patrão a respeito de Renesmee.

- Você fora visitar a sua sogra. Então, como foi? - Jacob perguntou com uma garrafa de uísque em sua mão, que já era freqüente, além de estar em um estado um tanto depressivo de sua aparência.

- Ótimo. Aliás, tenho uma coisa para contar-lhe. Todavia é melhor acomodarmo-nos, pois as notícias prometem complicar-te a vida, senhor. - Sam ainda não havia pensando no que contaria ao seu patrão, porém sabia que tinha a obrigação de contar-lhe.

Jacob, mesmo sem compreender o amigo e serviçal, assentiu e locomoveu-se até o seu gabinete, dentro do Castelo. Andaram em silêncio, com uma tensão no ar por parte de Sam. Porém Jacob não estava muito preocupado, afinal, os seus enleios rondavam apenas uma pessoa... A qual ele preferia não pronunciar o nome.

- MiLorde, temo em contar-lhe uma suspeita que tenho. - Sam começou a falar, enquanto movia as mãos repetidamente.

Jacob arqueou a sobrancelha, esperando que o amigo prosseguisse. Porém o próprio não fê-lo. Então o patrão irritou-se, já alterado com o excesso de bebidas, e socou fortemente à mesa.

- Vai falar logo? Está ocupando o meu tempo.

- Que tempo, senhor? Desculpe o atrevimento, mas você apenas aproveita o tempo para lembrar da sua amada Renesmee! E beber às suas custas! - Sam resolveu retrucar, sabendo que era o único modo dele, realmente, escutar o que precisava falar.

Todavia Jacob não recebeu o comentário muito grato. Em resposta, levantou-se de sua cadeira e apoiou as mãos na mesa de mógno, cuja havia vários papéis atirados. Com um olhar demonstrando ira, fitou o amigo.

- Quem você pensa que é? Eu posso pensar em quem eu quiser e beber quando eu quiser! Sou um homem livro e, por isso, tenho direitos! - Declarou irritado.

Totalmente fora de si, Jacob andou ao redor da mesa e aproximou-se de Sam. Puxou-o pela gola de seu casaco, fitando o amigo nos olhos.

- Desculpe senhor. Não queria irritá-lo, apenas queria mencionar, justamente, o nome de quem viu hoje. - Sam disse com os olhos esbugalhados, e a fala pausada.

Seu patrão assustava-o quando bebia, pois agora tornava o hábito freqüente e isso apenas alterava rapidamente o seu humor.

Repentinamente, Jacob o soltou, recuando alguns passos até encostar-se na parede. Ali, ele apoiou-se com as costas e deslizou até sentar-se, com diversas lágrimas acumuladas nos olhos.

Ele sentia uma enorme dor no peito, o lugar responsável pelo infrator de nossas vidas: o coração.

- Re-Re-Renesmee? - Jacob gaguejou, a fim de perguntar o nome de sua amada, porém a dor o impedia de falar algo coerente.

- Tenho a impressão que a vi de longe, andando entre as pessoas da vila da minha sogra.
- Sam disse, impressionando-se com a cena que estava a ver: seu patrão indefeso.

- Mas era ela? Era ela mesma? E ela carregava algum menino? - Jacob perguntou em um fôlego só, com os olhos marejados e o coração arrebatado.

Seus devaneios logo se direcionavam ao seu filho, aquele que deveria aparentar seis anos de idade. Já deveria estar andando, falando, brincando... E Jacob havia perdido toda essa evolução de seu pequeno.

- Eu tenho certeza que era ela, senhor. - Sam respondeu a sua pergunta anterior.
Jacob ergueu-se de ímpeto.

- Então vamos para este vilarejo, caro Sam. - Jacob determinou, com, finalmente, após anos, um sorriso estampando-se na sua face.

- Mais creio que demoraremos uns dois dias para chegar até lá – advertiu.

- Não me importa Sam!

(***)
Jacob não esperara nem o sol se pôr que já partira em busca de sua amada. Apenas despedira-se, de modo decente, de sua filha Selena, que acabou contendo as lágrimas de decepção ao ver o pai correndo atrás de algo tão valioso a ponto de deixá-la. Afinal, não haviam contado a menina o motivo da saída repentina de Jacob. Como alguém conseguiria dizer a uma menina tão pequena que o pai fora em busca do verdadeiro amor e que a sua mãe fora apenas um passatempo?

Nem Leah conseguiu dizer; apenas evitou, sequer, um abano de mão quando soube que Jacob achara Renesmee. A notícia, afinal, havia se espalhado rapidamente pelas bocas dos serventes. Todos queriam ver, enfim, o lord Jacob Black contente novamente.
Ninguém mais o agüentava tão rabugento, de qualquer jeito.

Leah e Aro remoíam-se de raiva, porém Leah pensou que Seth cuidaria para que Jacob não levasse Renesmee. Só que ela não sabia que Seth nem estava mais entre eles.
Já Aro quase enlouquecera ao descobrir que, o seu triunfo de seis anos, fora por água abaixo. Entretanto, ambos tinham esperanças de ver Jacob voltar arrasado, sem ter encontrado Renesmee.

Enquanto alguns estavam contra o possível reencontro do, agora, rabugento Black; outros estavam a favor disso, como os seus amigos, que não agüentavam mais as bebedeiras e as lamentações de Jacob.

Quase todos no reino gostavam de Renesmee, era verdade. Porém havia exceções, coisa da qual a vida é feita. Exceções e razões. Não havia por que Jacob não acreditar no reencontro com o seu amor - o qual ele sonhara fazia tempo - se ele tinha tal razão para continuar a viver.

Ele tinha... Não tinha?

- Senhor, creio que chegamos, está onde a encontrei-indagou Sam

Jacob sentiu um aperto no peito, ao lembrar uma das noites em que passara com a sua amada nos braços. Lembrou-se da noite em que fora atrás dela, porém não podiam sair devido a uma tempestade. Lembrou-se de dormir apenas com o seu cheiro rondando-o, o suficiente para fazê-lo tremer. Lembrou-se da sua enorme barriga protuberante, a qual se mexia faceira. Como ele poderia esquecê-la se as memórias ainda estavam presentes?
Como ele poderia esquecê-la se o seu coração batia mais forte, sua respiração tornava-se irregular, e uma corrente elétrica passava pelo seu corpo apenas ao imaginar vê-la? Não era tocá-la, senti-la, tê-la. Apenas vê-la já lhe causava diversas emoções, das quais eram tão prazerosas que o fizeram permanecer vivo por seis longos e abomináveis anos, que foram os seus piores pesadelos. Estaria isso prestes a mudar?

- Tudo bem, o senhor prefere que descansem em uma pensão antes de irmos atrás dela? - perguntou Sam, que notara o quão absorto o patrão estava.

O que causava mais felicidade em Sam era ver que o patrão estava, pela primeira vez, com certo brilho nos olhos: o brilho da esperança.

- Vamos logo nesse mercado, preciso reencontrá-la Sam!.

Jacob entrou no mercado e avistou um moço.

- Por favor, o senhor conhece Renesmee Black? – indagou Sam ao moço.

- Renesmee Black? Eu conheço uma Renesmee, mais não tem esse sobrenome. – respondeu o moço fitando-o

- Renesmee Cullen, então? – interveio Jacob frustado.

- Não... Parece que também não tem esse sobrenome não!

- Ora, pois! Então essa Renesmee que você conhece onde mora? – Perguntou Sam

-Lamento Senhores mais não posso informá-los.

- Como não pode? – Esbravejou Jacob passando a mãos nos cabelos evitando pegar o moço pelo pescoço.

- Por que não! Ela é solteira e vocês são estranhos para nós.

- Talvez essa Renesmee quem você esteja falando seja a minha mulher!

- Não posso acreditar, desculpe.

Sam empurrou Jacob para fora do mercado para prevenir uma morte, pois seu patrão estava há ponto de atirar no moço do mercado.

(***)

— Eu diria que a senhorita sabe de quem se trata. Renesmee descerrou as pálpebras e nada disse. O olhar seu amigo Zac era perspicaz e tocou-lhe o braço, e Renesmee compreendeu a proteção que ele oferecia com o gesto.

— Posso fazer alguma coisa, srta. Renesmee? Não quero ninguém pelas redondezas que possa perturbá-la nem causar-lhe aborrecimentos.
Zac  suspirou e Reensmee fitou-o, à espera da resposta.

— O camarada afirmou que estava à procura de uma mulher chamada Reensmee Black ou Cullen. Esposa dele se entendi corretamente. Por cautela, eu lhe disse que não havia nenhuma pessoa com esse nome nas redondezas.

— A senhorita o conhece, não é mesmo? — Zac perguntou com tranqüilidade.

— Deixei meu marido no leste há muito tempo. Tive meus motivos e...

Zac ergueu a mão e a interrompeu:

 — Sra. Renesmee, não estou lhe pedindo explicações.

Ela teve a impressão de que Zac estava desapontado.

E saber que ela era casada na certa tivera o mesmo efeito de um banho em um lago gelado.

— A senhora tem medo dele? — Zac perguntou em voz baixa.

— O senhor está pensando que ele me batia? — Renesmee sacudiu a cabeça. — Não,
Jacob nunca foi um homem bruto. Pelo menos, quando se tratava de mulheres e crianças. Acredito que não se deve enganá-lo em seus negócios, mas, como mulher, sinto-me segura na presença dele.

Zac  cruzou os braços na altura do peito.

— E o que a senhora pretende que eu diga a ele? Devo dar-lhe o endereço ou a senhora quer ir até a cidade e encontrá-lo no mercado?

— Diga-lhe a verdade, Zac— Renesmee respondeu, desanimada pelo que teria de enfrentar. — Darei um jeito no assunto.

— Uma decisão inteligente.

Renesmee soube de imediato a quem pertencia aquela voz profunda, antes mesmo de virar-se. O que fez depressa, para não dar a impressão de covardia.

O recém-chegado aproximou-se da varanda, conduzindo um cavalo ainda arreado.

— Eu o segui, Zac. — Jacob .

— Isso é ato dissimulado

— Não cometi nenhum ato dissimulado, Zac — Jacob Black respondeu com tranqüilidade. — Apenas tive a impressão de que o senhor sabia mais do que procurava demonstrar, quando conversamos esta manhã. Achei que não haveria mal nenhum em comprovar a exatidão da minha desconfiança.

Zac murmurou uma imprecação e ficou vermelho ao admitir sua ineficiência em manter em segredo o paradeiro de Renesmee.

— Pode deixar, Zac — Renesmee interveio, quando Zac se aproximou dela com ares protetores. — Falarei com Jacob. Agradeço a sua preocupação, mas posso garantir-lhe que tudo dará certo.

Jacob anuiu com um movimento ligeiro de cabeça.

— Minha mulher conhece-me o suficiente para saber que nada lhe acontecerá.

Zac  fitou-a com olhar interrogativo.

— Tem certeza, senhora? — Relutante.

Renesmee afirmou.

Zac  montou em seu cavalo e girou o animal em meio círculo.

— Não vou tolerar nenhuma espécie de comportamento inadequado. Como moradora do condado, a sra. Renesmee encontra-se sob a minha proteção.

Jacob fuzilou o outro com um olhar sombrio que não deixou dúvidas. Não admitiria interferências em assuntos particulares.

— Zac, pensei ter ouvido minha mulher dizer-lhe que não sou um homem violento. Isso não é o suficiente para o senhor?

— Jacob... — A advertência estava implícita, quando Renesmee o chamou com um pedido implícito para que moderasse o ressentimento.

— Não se preocupe com minha esposa — Jacob afirmou, com desdém.
Jacob levou a montaria para a frente e soltou a barrigueira do animal com facilidade.
Renesmee surpreendeu-se.

— Não se preocupe com a minha esposa, Zac
Jacob repetiu pondo ênfase em cada palavra. — Ela não correrá perigo.
Zac resmungou sua concordância com extrema má vontade. Fitou Renesmee mais uma vez com um vinco na testa e, diante do aceno de anuência de sua protegida, incitou o cavalo em um trote rumo à cidade.

Renesmee notou que o homem com quem se casara havia mais de seis anos mudara um pouco. Jacob Black começava a mostrar a idade. Os cabelos ligeiramente grisalhos nas têmporas conferiam um ar de dignidade à aparência de homem vigoroso e atraente.

Jacob tinha um físico musculoso que poderia despertar a inveja dos menos favorecidos pela natureza. Os cabelos curtos e negros enfeitavam a cabeça bem-feita. As feições bonitas, que o tornavam alvo da cobiça feminina onde quer que estivesse, não haviam mudado.

Os olhos negros e profundos ainda conservavam o poder de atingi-la como um raio, deixando-a trêmula e consciente do efeito que o marido sempre tivera sobre ela.

Renesmee tremia sob o olhar analítico de Jacob fixo em seu corpo esbelto.

— Nós vamos ficar aqui fora durante toda a tarde? — Jacob perguntou.

__ Desculpe-me Entre!

Antes de ela entrar Jacob pegou na mão dela e a puxou para si e Renesmee perdeu o equilíbrio. O calor do corpo do marido irradiou-se através das roupas de ambos.
Renesmee encolheu-se. A intimidade da posição deles permitia avaliar exatamente o comprimento e a dureza das coxas de Jacob. E a perturbação aumentou diante do despertar inequívoco da masculinidade que lhe pressionava o ventre.

— Perdão. — Jacob estreitou os olhos. — Faz muito tempo que não tenho uma mulher junto ao meu corpo. Não pretendia ser tão grosseiro. — Ele sorriu com tristeza. — Bem, mas esse foi sempre o efeito que você provocava em mim, não é, Reensmee? Bastava um toque, um sorriso e eu ficava a sua inteira disposição.

— Porque ainda mente?. — Renesmee fez pressão no peito de Jacob, e ele a soltou.
Reensmee cruzou os braços e fitou o marido com raiva.

— Você acha que estou mentindo? – ele retrucou

— Eu sei que se casou denovo e que tem uma filha.-Renesmee inclinou a cabeça e procurou disfarçar o efeito da presença do marido sobre ela. As mãos estavam trêmulas.
O coração batia acelerado e o pior de tudo era o desejo de ser beijada por Jacob.

— Sim eu tenho uma filha de outra mulher mais também sou casado com você somente, mais como você soube disso? — Jacob declarou, sem se alterar.

— Apenas sei – ela cortou evitando não cont-lo sobre Seth, que o mesmo descanse em paz.

Jacob refletiu que os olhos dela lembravam um par de adagas, prontas para arrancar sangue. Teve de admitir que a mulher a sua frente mantinha pouca semelhança com a esposa que ele vira pela última vez havia seis anos. Reconheceu uma luz diferente brilhando nos olhos verdes de sua esposa. Mais madura e consciente. Renesmee parecia avaliá-lo como quem não chegava a uma boa conclusão. A trança comprida parecia ter sido feita braza de carvão.

— Porque fugiu Nessie? Fui um marido tão ruim assim?
Pelo franzir da testa de Renesmee, Jacob deduziu que sua mulher estava pensando em uma resposta. E, sem a menor sombra de dúvida, quanto mais ela pensasse, pior seria o quadro pintado a respeito dele.

_ Por Deus não!!!

— Foi você quem me deixou, sem uma palavra!

— Ah, quanto a isso, está errado. Senti muito mesmo. Mas, naquele momento, não tive escolha.

— Bem, agora não importa mais. O que houve entre nós con¬tinua vivo, como antes. É como uma tempestade cheia de relâmpagos, numa noite quente de verão. Você se lem¬bra, tanto quanto eu.

— Não. — Cobriu os ouvidos com as mãos, o corpo trêmulo.

— Sim. — Impaciente, Jacob segurou-a pelos ombros, mergulhando naqueles olhos que haviam preenchido seus sonhos durante anos. — Muita coisa mudou nesses anos, mas não isto.

E tomou os lábios macios com a boca exigente, desa¬fiando-a a negar.

Renesmee enrijeceu, mas logo tentou soltar-se.

Jacob provocava, desafiava os lábios fechados, sabendo que, por trás da resistência, havia um desejo que conhecia muito bem. Renesmee podia parecer forte e distante, mas era frágil e carente. De imediato ele suavizou a carícia, desculpando-se, e, em seguida, seduzindo.

As mãos delicadas tocaram o peito de Jacob, incertas sobre o que fazer, se deveriam empurrá-lo ou acariciá-lo.

Os lábios abriram-se com um gemido, enquanto Reensmee colava o corpo ao dele. Esse era o convite-que Jacob precisava. Passou um braço pela cintura fina, enquanto a outra mão acariciava o pescoço macio, aprofundando o beijo.

Renesmee não conseguia pensar. Todas as barreiras, er¬guidas com tanto cuidado, haviam desabado. A volúpia, contida havia tanto tempo, invadiu-a com uma força in-controlável, enquanto se entregava à sensação dos braços fortes a sua volta, do corpo másculo contra o seu, da boca que despertava todos os seus sentidos. Como o de¬sejava! Agora. Naquele instante...

Jacob afastou-se um pouco, passando a beijar o pes¬coço macio. O coração batia forte, no mesmo ritmo in¬tenso do dela.

—  Oh, esposa, eu sabia!

—  Não! — Com medo, e envergonhada de quase ter cedido, empurrou-o. — Vá embora!

Jacob afrouxou o abraço, mas não a soltou.

—  Renesmee?

—  Não. Reensmee virou-se de costas. — Não faça isso comigo.

"Não me faça sentir tudo outra vez!"

— Eu preciso, Nessie — Jacob abraçou-a. — Não sou homem de desistir sem lutar. E, por Deus, eu quero você! Tanto quanto sempre quis. Ou ainda mais!

— Não. - Reensmee tremeu nos braços dele, mas Jacob resistiu à vontade de apertá-la mais.

— As vezes a vida é muito cruel — Reensmee murmurou.

— Sim. Mas agora nos deu uma segunda chance, que só depende de nós.

Reensmee fechou os olhos por um momento, a tristeza revelando-se com intensidade no rosto delicado. Ao abri-los, viu que Jacob a observava. A expressão dele era tão parecida com a de Brandom quando queria muito fazê-la mudar de idéia sobre algo que desejava... Essa consta¬tação quase a fez perder a voz. O filho deles. O filho de Jacob.
Não poderia haver uma segunda chance. Não podia permitir que Jacob Black voltasse à vida dela. Não deixaria que encontrasse o filho e adivinhasse a verdade.

— Não posso.

Jacob sorriu, para esconder o desapontamento. A an¬gústia dela ao recusá-lo não lhe escapara. Havia algo oculto, alguma razão pela qual Renesmee tentava negar o que havia entre eles. E Jacob tentava adivinhar o que seria. Levá-la para o quarto, seduzi-la, aplacaria o desejo intenso que o dominava. Mas poderia custar-lhe a vitória final. E o prêmio tão desejado.

— Venha, Nessie. Vamos para dentro. Está tre¬mendo de frio.

Ela piscou, surpresa ao ver que ele não a pressionara.

— De repente a tarde ficou muito fria — Reensmee co¬mentou, num fio de voz.

— Mas não meu coração.

Nota Mica : Oieeeeee não demoramos né? hehe
Bem falta 2 capitulos para terminar a fic "/, mais tudo tem seu final neh?
sniffffff

1 comentários:

Anônimo disse...

ta otimo amei quando vc vai postar o restante curiosaaaaaaaa!!!

Postar um comentário