domingo, 15 de maio de 2011

Pena de anjo15


CAPÍTULO 15
By ValentinaLB

... “- Eu nunca vou deixar de te querer, meu amor – falei, acariciando seu rosto. - Você é perfeita para mim, Bella. Só te peço que se esta angústia voltar e pensar em acabar com sua vida novamente, que converse comigo para que eu possa ajudá-la. Não faça nada sem nos dar a chance de lutarmos pelo nosso amor, por favor.
- Eu não farei, Edward, prometo.
Ela me beijou aliviada e eu, sentindo o peso do mundo nos ombros.
O meu segredo, que antes era um problema, agora tinha virado um problemão.”

A primeira coisa que fiz ao acordar, na manhã de segunda-feira, foi me certificar de que tudo o que estava acontecendo não tinha sido um sonho meu.
Mandei uma mensagem para Bella.
BOM DIA FUTURA ESPOSA. TE AMO
Não demorou muito e meu celular tremeu em minhas mãos.
BOM DIA FUTURO MARIDO. TE AMO MAIS
Não, não era uma alucinação, eu e Bella iríamos realmente nos casar... E tinha algo importantíssimo que eu precisava providenciar o mais rápido possível: o anel de noivado e as alianças para o dia do casamento.
Nunca me senti tão feliz em ser rico como quando entrei na Tiffany & Co. Eu queria comprar o que houvesse de mais lindo para a mulher da minha vida... E podia.
Escolhi um anel com um diamante lapidado em forma de coração e alianças em ouro branco. A minha era lisa e a de Bella era contornada com pequenos diamantes. Mesmo sendo peças lindas, não se comparavam a sua beleza.
Alguns milhares de dólares mais pobre, o que não significavam nada perto da minha considerável fortuna herdada dos meus avós, fui dar entrada na documentação do casamento civil.
Era perto do meio dia quando passei na casa de Bella para pegá-la para almoçarmos. Tinha pedido que o almoço fosse servido na minha suíte, pois tínhamos muito que conversar sobre o casamento. Na parte da tarde iríamos visitar alguns apartamentos.
Bella estava radiante quando entrou no carro. Já me esperava no jardim da frente. Seu sorriso me deixava desnorteado. Eu me sufocava em tanto amor quando seus olhos verdes se encontravam com os meus.
- Oi amor! E aí, ainda quer casar comigo ou pensou melhor e desistiu? - Bella falou brincando, assim que entrou no carro.
- Quero mais do que ontem e menos do que amanhã – respondi, retribuindo seu sorriso com outro maior ainda.
Beijei seus lábios levemente e me surpreendi quando suas mãos seguraram minha nuca, puxando-me para mais perto. Bella queria um beijo mais intenso e foi o que lhe dei. Por alguns minutos esquecemos que estávamos na porta de sua casa, e nos entregamos ao desejo de nossas bocas ávidas. Não tinha como deixar de notar que Bella também sentia desejo por mim. Seus gemidos baixos e sua respiração ofegante me deixavam esperançoso de que em breve ela seria minha por inteiro.
Devemos ter protagonizado um espetáculo e tanto para os vizinhos, se bem que os vidros do meu carro eram escuros o suficiente para manterem nossa privacidade.
- A gente anda ficando bom nisso – Bella comentou ao nos separarmos. Suas bochechas estavam coradas e trazia um brilho malicioso nos olhos.
- Isto é só uma pequena parte do prazer que podemos proporcionar um ao outro, Bella.
- Eu imagino, Edward – falou, soltando um longo suspiro.
- Imagina?... Anda tendo fantasias comigo, futura Sra. Cullen? – Perguntei, sabendo que a deixaria toda encabulada. Estava difícil não cair na gargalhada.
- Deixa de ser bobo e vamos logo, Edward. Daqui a pouco minha mãe vem aqui ver o que estamos fazendo. – Bella disfarçou, com o rosto completamente ruborizado.
- Você não negou...
Comecei a rir e acelerei o carro para irmos almoçar. Bella ficou me olhando com cara de brava, o que me dava vontade de rir mais ainda.
Após comermos e antes que Bella começasse a sentir sono, fomos visitar os apartamentos, o que acabou se mostrando uma tarefa bem agradável. Depois de passar por uns três, finalmente encontramos um que nos agradou muito. Era bem aconchegante, refinadamente decorado e, como era de cobertura, tinha um lindo jardim suspenso, cheio de plantas , vasos e uma linda mobília composta por mesa, poltronas e duas cadeiras de balanço.  Era todo cercado e coberto de vidro temperado, para os períodos de frio e neve. Bella simplesmente encantou-se com o lugar.
- Este jardim é tão lindo, Edward. Imagine a gente tomando café da manhã aqui, vai ser tão bom. – Bella falou.
- Vai sim, meu amor. Aliás, tudo o que eu fizer com você ao meu lado será perfeito.
Passei o número do meu advogado para o corretor e pedi que acertassem a compra. Podíamos até visitar outros apartamentos, mas o tempo era curto e Bella tinha simplesmente amado o jardim, o que não me deixou dúvidas quanto a fechar o negócio.
A segunda feira passou voando. Na terça não deu para Bella e eu nos encontrarmos antes do jantar. Ela iria comprar sua roupa e se arrumar para o noivado. Imaginei se teria jeito de ficar mais linda ainda...
O salão estava lindamente decorado com tulipas vermelhas, a pedido de Bella, e velas. Usaram um espaço pequeno e arrumaram uma única mesa com dez lugares, onde todos poderíamos ser acomodados.
Bella viria com os pais e estava ansioso por sua chegada. A todo o momento colocava a mão no bolso e pegava na caixinha preta de veludo que guardava o anel de noivado. Não via a hora de colocá-lo no dedo de Bella.
Quando eles chegaram, não pude acreditar no que via. Ela estava simplesmente deslumbrante.
Cumprimentei meus sogros e segurei suas mãos. Estavam geladas. Bella estava uma pilha de nervos.
- Você está maravilhosa! Calma que vai dar tudo certo – sussurrei em seu ouvido, procurando acalmá-la.
Queria muito beijá-la, mas fiquei sem graça de fazê-lo na frente de Charlie e Renée.
À medida que minha família foi chegando fomos apresentando-os e logo todos já se conheciam e pareciam estarem se dando muito bem.
Eu e Bella fugimos enquanto deu dos olhares desconfiados dos nossos convidados. É claro que eles suspeitavam que aquilo era mais que um simples jantar de confraternização entre famílias.
Enquanto comíamos dava pra sentir o clima de ansiedade que pairava no ar. Por mais que eles desconfiassem que pudéssemos anunciar algo, duvido que imaginassem a pressa com que as coisas aconteceriam.
Depois da sobremesa e antes que alguém tivesse um ataque de pânico, levantei-me e puxei Bella pela mão, fazendo-a se levantar também.
Sua mão estava trêmula e mais fria do que antes. Apertei-a com a minha, passando-lhe segurança.
- Queríamos agradecer a presença de nossos pais e de meus irmãos e cunhados, que carinhosamente atenderam nosso convite para esse jantar de apresentações – comecei a falar. – Eu e Bella, apesar de nos conhecermos a pouco tempo, estamos apaixonados e é muito importante para nós que nossas famílias se dêem bem.
Além da minha voz, a única coisa que se ouvia era a respiração acelerada de minha mãe e de Renée que, fazendo uso de seus feelings maternos, provavelmente já previam o que viria pela frente.
- Além de nos confraternizarmos, este jantar também tem outro objetivo. Eu e Bella tomamos uma decisão e gostaríamos de contarmos com o apoio de vocês, pois são as pessoas mais importantes em nossas vidas.
Agora nem respiração se ouvia mais. Os rostos corados de antes começavam a ficar azulados.
Levantei uma das mão de Bella e levei meus lábios até ela, dando um beijo carinhoso. Voltei meu olhar para seu pai e fiz finalmente o pedido.
- Charlie, desde que conheci Bella descobri uma maravilhosa forma de amar que eu desconhecia. Não há mais como me imaginar sem ela ao meu lado, por isso gostaria de pedir a mão de sua filha em casamento.
Bella me olhou com ternura e uma lágrima solitária escorreu por sua face.
Charlie ficou parado de boca aberta por alguns segundos e só então conseguiu dizer algo.
- Eu não sei o que dizer., mas se...será um prazer recebê-lo em nossa família, Edward. Minha filha é o que eu tenho de mais precioso na vida e não posso negar que desde que entrou na vida dela ela está mais alegre e feliz. Basta ver a forma apaixonada como está te olhando neste exato momento – brincou e todos riram nervosamente, é claro. - Sei também que você é um rapaz responsável, honrado e de boa família. Então eu lhe ofereço a mão de Bella com muito prazer e alegria.
Bella abriu os braços e abraçou o pai, que estava ao seu lado. O susto de Charlie foi percebido pelos soluços que podiam ser ouvidos por todos. Agarrado à filha ele chorava feito um menino, emocionado com o abraço que recebera. Há cinco anos ele esperava por aquilo. Sua filhinha tinha novamente voltado para seu colo.
Não se via um único rosto que não tivesse banhado em lágrimas. Todos conheciam o drama daquela família e se sensibilizaram com aquele reencontro. Renée também abraçou Bella e ambas choraram muito.
Recebi um aperto de mão caloroso de meu futuro sogro. Tanto meu pai quanto minha mãe também me abraçaram e se mostraram assustados, porém felizes com nossa decisão.
Todos nos cumprimentaram, respeitando os limites de Bella.
Tirei a caixinha do bolso e, após acomodarem-se em suas cadeiras, peguei o anel que ali estava e coloquei no dedo frágil de Bella.
- Bella, este coração de diamante representa a pureza e a força do meu amor por você. Você já aceitou meu pedido, mas gostaria de ouvir mais uma vez: “Isabella Marie Swan, quer casar comigo?” – Perguntei.
- Sim, Edward, é o que mais quero nessa vida – falou, fitando o anel com os olhos cheios de lágrimas. - Você é mais que a razão da minha vida, meu amor, você simplesmente me deu uma razão para querer viver!
Segurei seu rosto com minhas mãos e a beijei ternamente, respeitando a presença de nossos pais.
Ganhamos uma salva de palmas carinhosa de nossa família.
Eu e Bella trocamos olhares cúmplices e decidimos que era hora de anunciar a segunda parte de nossa decisão.
- Bem, ainda temos algo a comunicar. – Um novo silêncio se formou. – Como Bella teria de se mudar para New York no mês que vem, resolvemos nos casar daqui a precisamente dezoito dias. – Era melhor ser direto e não ficar enrolando.
Se não fosse o solitário gritinho histérico de Alice, poderia jurar que havia vácuo naquele salão. Ninguém mais provocou o mínimo som que fosse.
- Sabemos que é meio prematuro, mas é uma decisão responsável e baseada no amor devastador que sentimos um pelo outro – tentei explicar.
- Dezoito dias? – Renée perguntou, quase em choque.
- Sim mãe, mas já adiantamos muita coisa. Sabíamos que apesar do susto inicial, poderíamos contar com o apoio de vocês. – Bella respondeu à mãe.
E então uma avalanche de perguntas caíram sobre nós ao mesmo tempo.
Queriam saber por que a pressa, onde iríamos morar, como e onde ia ser o casamento e se Bella estava grávida; claro que esta indagação veio de Emmet.
Respondemos a todas as perguntas e ainda tive de assistir a Bella quase ter um treco de vergonha quando o aloprado do meu irmão cogitou a gravidez. Nunca a vi ficar tão vermelha.
Quando Alice soube que a organização da festa ficaria por conta dela, seus gritos de felicidade provavelmente foram ouvidos por todo o hotel.
Havia preocupação no olhar do meu pai. Eu o conhecia muito bem para saber que ele devia estar tomado pelo medo de que Bella tivesse uma recaída e eu não conseguisse evitar sua morte.
Ninguém ali tinha entendido direito o que estava acontecendo.
Charlie veio falar comigo.
- Edward, minha filha tem alguns problemas quanto a relacionamentos físicos que, embora sua atitude de me abraçar tenha, além de uma alegria sem tamanho, me dado uma esperança de que esteja se curando, eu acho que será um problema no casamento de vocês. A não ser que já tenha acontecido algo que eu não saiba e que, francamente, prefiro não saber com detalhes.
- Não aconteceu nada entre nós, Sr. Swan. Conheço as limitações de Bella e tenho amor, experiência e idade suficientes pra esperá-la até que se sinta à vontade em relação a se entregar a mim. Não se preocupe que isso não será um problema entre nós.
- Não se iluda, meu jovem, pois será sim. Já tive sua idade e sei o peso que o sexo tem nesta fase da vida de um homem. Só quero deixar claro que não vou suportar ver minha filha sofrendo novamente. Se tiver necessidade de extravasar e o fizer, faça bem feito e não deixe que ela descubra, ou, ao contrário de um segundo pai, ganhará um inimigo. – Charlie foi bem direto.
- Está subestimando o tamanho do meu amor por sua filha. Eu jamais faria isso. Se não for com Bella, Sr. Swan, não será com nenhuma outra.
Achei melhor não contar a ele que a ela própria tinha me sugerido essas escapadas e que eu tinha me sentido ultrajado com a sua proposta.
Não demorou muito e foi minha mãe quem veio ter comigo.
- Edward, filho, realmente não sei se fico alegre, preocupada ou desesperada com esta notícia. Admito que a história de vocês é linda e inexplicável, mas por acaso já contou a sua futura esposa quem realmente é você? – Senti como se levasse um soco no estômago.
- Não mãe, nem posso contar agora. Bella não está preparada para saber disso – expliquei, me lembrando na nossa conversa no domingo.
- Edward, quantas desculpas ainda vai arrumar para esconder estes fatos de Bella. Já imaginou se ela descobrir por outra fonte? Irá fazer um estrago na frágil estabilidade emocional desta menina, meu filho. Nem quero nem pensar no sofrimento que isto causará a vocês dois.
- Edward! – Bella me chamou, interrompendo, para meu alívio, a conversa desconcertante com minha mãe.
Eu tinha que resolver este problemão e seria hoje que o faria.
- Oi amor, o que foi? – Perguntei.
- Não tive oportunidade de dizer o quanto o anel é lindo. Você é um louco por me comprar algo tão caro – disse , esticando a mão direita e olhando para a jóia que reluzia em seu dedo anelar.
- Isso não é nada perto do que pretendo de dar, minha princesa. Minha verdadeira fortuna é você e tudo o que eu gastar para te fazer feliz só me deixará mais rico.
Puxei-a para mim e beijei seus lábios vermelhos e macios, não me importando que alguém estivesse vendo, afinal Bella agora era minha noiva.
- Edward, eu consegui abraçar meu pai! – Falou, emocionada.
- Eu fiquei muito feliz por vocês, Bella. Confesso que me emocionei.
- Não queria que ficasse chateado comigo.
- Bella, meu amor, eu não fiquei chateado. Pelo contrário, fiquei muito feliz. Sei que quando estiver pronta vou ganhar o meu também.
- Quero te dar muito mais que um abraço, Edward – falou baixinho em meu ouvido, beijando meu rosto próximo a minha orelha. Um calafrio percorreu minha espinha. Um simples toque de Bella me deixava louco.
- Ei, dá para serem mais discretos? Vocês terão muito tempo para isso na lua de mel, agora precisamos começar a conversar sobre a festa. Já tenho milhões de idéias. A gente podia... – Alice seria uma pedra no meu sapato nos próximos dezoitos dias. Já tinha previsto isso.
- Amanhã, Alice, por favor! – Implorei. – Prometo que marcaremos uma reunião com você e poderá nos fazer todas as perguntas que quiser.
- Está bem, Edward, mas já fique sabendo que precisará me disponibilizar Bella pelo menos umas doze horas por dia.
Bella me olhou desesperada, buscando apoio. Mal sabia ela o que a esperava...
Tomei os lábios de Bella novamente na esperança de que Alice saísse de perto, constrangida... Se é que ela soubesse o que é isso.
- Ei, parem com isso!! Vamos logo ao que interessa. Quero a lista dos convidados o mais rápido possível e preciso saber se...
Jasper se compadeceu com nosso sofrimento e a chamou.
- Meu lindo está chamando. Vou ver o que ele quer e daqui a pouco voltamos a conversar.
Ela saiu e ficamos em silêncio por alguns segundos. As chances de Bella se matar tinham aumentado bastante. Suicídio em grupo não estava descartado.
- Edward, precisarei aumentar as doses dos meus remédios? – Bella perguntou brincando, mas nem tanto.
- Acho que sim... Bem vinda ao inferno, meu amor.
Esme e Rosalie chamaram Bella e percebi que Renée estava sozinha, sentada em uma mesa afastada. Eu precisava fazer alguma coisa e o momento era esse.
- Renée – chamei sua atenção, sentando-me ao seu lado. – Preciso te contar de onde você me conhece.

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