domingo, 15 de maio de 2011

Pena de anjo19


CAPÍTULO 19
by ValentinaLB

... Deitei na cama e chamei-a para que deitasse comigo.
Bella acomodou a cabeça no travesseiro, cobriu-nos com o edredom e se virou de lado, ficando de frente pra mim.
- Me dê só mais um tempo e eu vou ser sua, Edward, por inteiro. – Falou com a voz doce. Afagou meu rosto e me presenteou com seu sorriso que eu tanto amava.
- Vai ser o dia mais feliz da minha vida, meu amor.
Fiquei passando a mão em seus cabelos até que dormisse. Um espaço enorme nos separava naquela cama, mas eu nunca me senti tão junto dela como naquele momento.

Definitivamente nossos corpos desconheciam os traumas que a cabeça de Bella insistia em carregar.  Abri o olho lentamente e me deparei com minha esposa aninhada em meus braços, dormindo serenamente.
Demorei em acreditar que não se tratava de um sonho, igual aos que vinha tendo desde que tínhamos começado a namorar... Não, não era um sonho. Geralmente eles não me faziam sentir aquele perfume delicioso que exalava de seus cabelos.
Bella estava abraçada a mim, com o rosto encravado em meu peito. Nossas pernas despudoramente entrelaçadas eram a prova de que nada era mais forte do que o amor e o desejo que tínhamos um pelo outro.
Pensei em me separar dela, preocupado com uma possível reação negativa de sua parte quando acordasse, mas quem disse que eu tinha forças suficientes para fazê-lo. Sentir seu corpo colado ao meu e a sua respiração na minha pele era tão absurdamente delicioso que era impossível afastá-la de mim.
Fiquei um tempo curtindo o prazer de tê-la tão perto, até que percebi que Bella começava a acordar.
Resolvi fingir que ainda dormia. Queria saber qual seria sua reação e temia que não fosse boa.
Bella se movimentou delicadamente até que senti seu corpo ficar tenso, imóvel.
Por estar de olhos fechados, não podia ver seu rosto, mas pressenti que ela estivesse me fitando, tomando ciência do quão próximo nos encontrávamos.
Não sei dizer quanto tempo se passou enquanto Bella continuava completamente estática, até que ela foi relaxando e se aconchegou novamente em meus braços. Seus movimentos delicados se ajeitando mais ainda ao meu corpo, causaram-me uma reação instantânea. Sua perna se acomodou melhor entre as minhas, fazendo com que sua coxa pressionasse meu membro que já se mostrava excitado. Foi tão bom que por pouco não soltei um gemido alto.
Seus dedos começaram a passar por meu peito e minha barriga, sobre a camiseta, como se quisessem me conhecer pelo toque, assim como os cegos fazem. Literalmente Bella estava se “aproveitando” de mim.
Estava muito difícil manter a farsa. Quando ela enterrou seu rosto no meu pescoço e inspirou profundamente, inalando todo o meu cheiro para ela, não resisti! Tremi da cabeça aos pés e comecei a me movimentar, fingindo acordar. Bella mais que depressa se afastou, guardando um enorme espaço entre nós, não querendo deixar pistas do que acabara de fazer.
Abri meus olhos como se não tivesse percebido nada.
- Bom dia, amor! Dormiu bem?
- Ham, ham! – Bella falou sem graça, ruborizada como uma criança que quase tinha sido pega no flagra.
Achei graça da sua peraltice, mas evitei rir, para não me entregar. Talvez um pouco do seu comportamento arredio fosse mais timidez do que medo.
Levei minha mão até seu rosto e lhe fiz uma carícia.
- Como é que você consegue acordar tão linda assim? - Perguntei, sorrindo para ela. Era a primeira vez que acordávamos juntos.
- Linda nada, eu devo estar horrível – disse rindo.
- Você não conseguiria ficar feia nem se quisesse, Bella. – Falei, contornando seu rosto com as pontas dos meus dedos.
Ela sorriu pra mim, agradecida pelo elogio.
Bella fez menção de sair da cama, mas puxei-a de volta.
- Aonde você vai? – Perguntei.
- Escovar meus dentes.
- Não vai não, fique mais um tempo aqui – pedi.
Ela riu e aceitou.
- Está bem.
- Quer ficar mais pertinho de mim? – Afinal de contas ela parecia ter gostado.
- Quero.
- Posso te abraçar de conchinha? – Eu tinha um mórbido prazer em deixar as coisas cada vez mais difíceis para mim.
- Como é isso? – Perguntou com curiosidade.
Passei meu braço sobre sua cintura e a trouxe para junto do meu corpo, cuidando para que suas costas ficassem de frente pra mim. Flexionei minhas pernas, movendo as dela junto, coloquei meu braço atrás de sua cabeça e envolvi-a com meu outro braço, forçando-a a ficarmos totalmente colados.
- É assim! – Falei.
Era possível sentir o tremor que a adrenalina em seu sangue tinha causado.
Por um momento pensei que tinha ido além dos limites.
- Algum problema de ficarmos assim, Bella? – Perguntei, receoso de ter me excedido.
- Hum... não, acho que não. É gostoso.
- Hoje à noite a gente pode dormir assim.
- É, podemos – falou.
Bella segurou minha mão e começou a brincar com ela.
- Suas mãos são enormes, Edward, mas são lindas – falou, começando a rir em seguida.
- Posso saber do que a senhora está rindo? – Perguntei, sem entender os motivos do riso.
- Não é nada, só uma coisa besta que me passou pela cabeça.
- Que coisa besta?
- Bobagem, Edward.
- Ah, Bella, fala. Agora eu fiquei curioso.
- É que ontem, quando suas mãos estavam sobre meus seios eles pareceram menores ainda do que são – falou entre risadas. – Me deu até vergonha.
- Bella, eu não acho que seus seios sejam pequenos. Eles são lindos e têm o tamanho certo para seu corpo. – Elogiei, tentando tirar de sua cabeça aquele complexo bobo.
- Você está apenas sendo educado. Eles são pequenos sim.
Sim, eles eram pequenos para os padrões atuais, mas eram perfeitos para mim.
- Não são não, quer ver? – Fechei minha mão em forma de concha e pousei em seu seio, sobre a camisa. – Foram feitos sob medida para mim - falei.
O segundo seguinte parecia que alguém tinha dado “pause” em nós dois: foi de completa paralisação. Nenhuma palavra foi dita, nem sequer o som de nossa respiração era ouvido, pois ambos paramos de respirar.
Às vezes eu me esquecia de conter meus impulsos com Bella, mas já que tinha feito besteira, resolvi caprichar.
Lentamente movi minha mão, apertando-o carinhosamente. – Se ela ia gritar comigo, este era um ótimo momento.
Não houve repreensão, Bella apenas gemeu baixinho, o que bastou para meu botão “foda-se” ligar sozinho. Puxei seu rosto para mim e, sem interromper a carícia, beijei-a com devassidão, tomado por um desejo desenfreado. Desta vez eu mesmo conduzia minha mão, que passava de um seio para o outro, sem o menor pudor.
Bella se virou de frente para mim e correspondeu ao beijo sem receios. Ela queria tanto quanto eu.
Eu sabia que a qualquer momento ia pedir que eu parasse, então o melhor era aproveitar cada segundo daquela entrega.
Desabotoei os botões da sua camisa e toquei-a novamente, sentindo seus mamilos arrepiados. Seu corpo se contorceu de prazer, me levando ao limiar da loucura.
De surpresa, beijei um deles, sorvendo-o como se esperasse que dali fosse jorrar mel. Um gemido profundo saiu de sua boca.
Segurei o rosto de Bella entre minhas mãos e olhei no fundo de seus olhos.
- Bella, está tudo bem pra você o que estamos fazendo, meu amor? – estava ciente que esta pergunta poderia fazer ela cair em si e parar tudo, mas eu tinha de perguntar. Não queria que ela fizesse algo que não estivesse sendo bom, apenas para me agradar.
Ela balançou a cabeça afirmativamente, ofegante e corada.
Sorri para ela e comecei a espalhar beijos em seu rosto, delicadamente.
- Nunca pensei que era possível amar alguém como eu te amo, Bella – murmurei com os lábios colados nos seus.
- Também te amo, Edward. Você me fez ser feliz de novo. – O sorriso tímido que trazia no rosto me fazia desejá-la mais ainda.
Era hora de estreitarmos mais a nossa relação.
- Bella, eu vou me deitar sobre você. Se não gostar ou não quiser é só me falar, tudo bem?
Ela mordeu os lábios e não me respondeu, mas pareceu concordar. “Quem cala, consente”, pensei.
Eu sabia que ao se sentir imobilizada por meu corpo, Bella iria recuperar lembranças daquela noite horrorosa, por isso estava sendo tão cuidadoso.
Lentamente fui me colocando sobre ela, cuidando para não deixar todo meu peso sobre seu corpo.
Sua respiração estava completamente irregular e seus olhos se fecharam.
- Meu amor, olhe pra mim. Não quero que se esqueça que sou eu quem está aqui – murmurei, beijando sua boca ternamente.
Ela me fitou com intensidade. Havia tantas emoções em seu olhar que era impossível decifrar todas. Medo, paixão, desejo, expectativa... E mais tantas outras que era melhor deixar passar e me concentrar em dar a ela a melhor experiência de sua vida.
Fui descendo meus lábios pelo seu pescoço até chegar à barriga. Agora eu tinha uma visão completa de Bella. A camisa desabotoada me possibilitava apreciar a curva de sua cintura feminina, sua pele branca e aveludada e suas coxas torneadas. E melhor ainda, ter a visão daquela calcinha de renda preta que cobria parcamente seu sexo.
Confesso que meus pensamentos não eram condizentes com alguém que foi anjo. Naquele momento eu estava mergulhado sem salvação no pecado da luxúria.
Num movimento rápido, retirei minha camiseta e continuei beijando sua barriga, chegando cada vez mais perto do elástico de sua calcinha.
“Por favor, Bella, não me peça para parar! Por favor, por favor...” Eu repetia mentalmente aquele mantra com todas as minhas forças. Meu maior medo era não conseguir parar sem deixar transparecer minha enorme frustração. Bella merecia minha compreensão e não queria decepcioná-la.
Apesar dos gemidos incessantes dela, dava par perceber seus músculos se contraindo à medida que minha boca as aproximava de seu sexo. Talvez eu estivesse sendo muito ousado para nossa primeira tentativa.
Percorri o caminho inverso com meus beijos, até encontrar sua boca faminta. Nos beijamos sofregamente, cheios de paixão.
Segurei em sua cintura e me movimentei com cuidado, puxando-a de modo que agora ela ficasse sobre meu corpo. Aproveitei sua posição para tirar-lhe a camisa.
Agora era pele com pele e o prazer de abraçá-la se tornou maior ainda. Podia sentir os biquinhos duros de seus seios pressionarem meu peito.
Bella apoiou as palmas de suas mãos em meu tórax e arqueou o corpo, deixando-me deslumbrado com a visão de seus peitos nus.
Uma lágrima escorreu por sua face e em seguida outra, e outra e outra... Para meu desespero ela estava chorando.
- Bella, o que foi, meu amor? – Eu estava atordoado.
- Não tenho o direito de te pedir para parar agora, não posso fazer isso, mas eu estou com tanto medo, não vou conseguir...
Ela levou as mãos ao rosto e começou a pedir desculpas sem parar, de uma forma quase obsessiva. Ainda dava pra ver as lágrimas molharem sua face.
Sentei-me, mantendo-a no meu colo, de modo que seus joelhos ficassem um de cada lado do meu quadril e a abracei, envolvendo sua cintura com meus braços.
- Pelo amor de Deus, Bella, não fique assim.
Afaguei seus cabelos e a empurrei levemente para trás, pedindo para que olhasse para mim.
- Você foi perfeita, amor. Olha o quanto conseguimos progredir? Não precisamos fazer tudo de uma vez, já lhe disse isso tantas vezes. Nós só vamos fazer amor quando estiver pronta. Quando é que vai acreditar que eu te amo o bastante para entender e aceitar isso?
Ela balançou a cabeça e me abraçou forte, envolvendo meu pescoço com seus braços de uma forma que quase não me deixava respirar.
- Eu te amo, Edward! Eu te amo tanto que nem sei o que seria de mim se te perdesse.
- Você não vai me perder, Bella. Eu também não vivo sem você. – Percebi que seu corpo todo tremia. Ela realmente estava apavorada.
- Vamos parar por aqui. Agora tome um banho para podermos ir tomar café-da-manhã. Temos uma cidade para desbravar – brinquei.
Bella saiu do meu colo e se mostrou toda envergonhada por estar só de calcinha. Automaticamente seus braços se cruzaram no peito, na tentativa de se cobrir um pouco.
- Continuo achando que eles não são pequenos – falei, rindo da reação que eu sabia que causaria nela.
Vermelha como um tomate ela se virou de costas e foi para seu quarto, deixando-me com a visão enlouquecedora de sua bunda coberta apenas por uma mínima porção de tecido preto.
- São sim!!! – Suas palavras foram ditas depois que a porta de seu quarto estava fechada.
Joguei minha cabeça de volta no travesseiro e fiquei olhando pra cima, fitando o teto, tentando abafar minha vontade de gritar.
Só me restava uma coisa a fazer...
No meio do meu banho meu celular tocou. Era Alice.
- Estou atrapalhando alguma coisa? – Perguntou cinicamente, como se não soubesse a resposta que receberia
- Está, Alice..O meu banho.
- Chama a Bella aí pra mim, o celular dela está desligado.
- Ela não está aqui comigo.
- Como não? Em plena lua de mel e você está tomando banho sozinho? Edward, vou pedir para Jasper te ensinar algumas coisinhas – falou rindo, como se aquele tímido do marido dela chegasse sequer aos meus pés em matéria de sexo.
- Alice, por favor, por tudo que é sagrado, me deixe tomar banho em paz.
- Gostou da surpresa que eu fiz pra vocês? Eu mesma escolhi as lingeries. Qual camisola a Bella usou ontem? Sabe que quase não dormi de curiosidade.
- Alice, voyer por telefone é novidade até para mim. Tchau!!!
Desliguei o telefone e comecei a rir. Era tão absurdo as coisas que minha irmã fazia, que ficava até engraçado. Deviam ter batido muito na cabeça da coitadinha quando ainda vivia com os pais biológicos, era a única explicação.
O café era simples, mas estava delicioso. Todos nos olhavam com expressões diversas nos rostos, afinal já deviam saber que éramos o estranho casal dos “dois banheiros”.
Resolvemos passear pela cidade a pé. A paisagem era fantástica e convidativa à contemplação.
Já no fim do passeio, perto da hora do almoço, Bella quis entrar em uma loja para comprarmos souvenires. Uma moça loira muito bonita nos atendeu.
Percebi que ela me olhou de um jeito meio vulgar, mas fiz que não notei e me afastei, indo para o fundo da loja ver alguns casacos de couro.
Assim como eu, Bella também notou o interesse despropositado da moça em mim, e sua cara era de quem não estava gostando nem um pouco.
- Este casaco ficará perfeito em você. – A voz vinha das minhas costas e parecia estar bem perto da minha nuca.
“Isso não vai acabar bem”, pensei.
- Só estou olhando, obrigado. Quem vai comprar é minha esposa. Se quer ganhar sua comissão é a ela que tem de dar atenção – falei polidamente, sem sequer olhar nos olhos da moça.
Não adiantou muito eu ignorá-la. Ela ficou o tempo inteiro se insinuando para mim e já estava vendo a hora em que Bella ia descer o braço nela.
- Vamos, amor! – Bella chamou, com uma voz exageradamente carinhosa.
Ela se aproximou de mim e me abraçou, encostando a cabeça em meu peito.
Enquanto pagava as coisas que escolheu, deu seu único e certeiro tiro.
- Poderia ser rápida! É que estamos com pressa. É nossa lua de mel e ficar longe da cama é um martírio para nós. Você sabe como é, né querida? – Perguntou, mostrando uma cara de ninfomaníaca que eu desconhecia completamente.
Tive de fazer muito esforço para não cair na gargalhada. Bella com ciúmes era uma deliciosa novidade para mim. Ela estava nervosamente hilária.
- Eu imagino. – A vendedora falou, com um jeito de tarada que me assustou.
- Imaginar vai ser tudo o que lhe restará querida. – Se eu não separasse aquelas duas logo a coisa ia ficar feia.
Antes de sairmos da loja, dei-lhe um beijo cinematográfico para que ficasse bem claro para aquela moça que eu tinha dona.
Com o sorriso vitorioso nos lábios, Bella saiu da loja toda confiante.
Mal consegui andar alguns passos e cai na gargalhada.
- Vadia abusada!! – Bella desabafou, já deixando transparecer o mau-humor. – Eu devia ter acertado a cara dela para ela aprender a respeitar marido dos outros.
- Está com ciúmes de mim, amor? – Perguntei sabendo o risco que corria em brincar com uma mulher numa hora daquelas.
- Eu estou é com raiva de ter percebido que se você topasse, ela iria pra cama na hora com você, ao contrário de mim, que fico alimentando traumas e não me comporto verdadeiramente como sua mulher.
Fiquei perplexo com as palavras de Bella.
- Eu não quero mais invejar essa safada, Edward. Vamos voltar para o hotel?
Bella saiu me puxando pelas mãos e tive uma leve impressão que seria eternamente grato àquela vendedora.

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