quinta-feira, 9 de junho de 2011

Guerra dos Sexos21


Penúltimo Capítulo - Mentiras

Jacob e Dane seguiram com o plano. Para todos os efeitos Ness continuava internada e sem poder sair do repouso por causa dos ferimentos na perna e no braço. Não queriam causar nenhum tipo de alarme. Era fundamental que o assassino não tivesse o conhecimento sobre o problema com a placenta. De certo, se fosse assim, o plano não funcionaria.

Ela ficou quinze dias no hospital, recebendo somente a visita das amigas, a quem não contou sobre o problema com a gravidez, estudando e mantendo contato com o mundo pelo computador. Aquilo era a única coisa que lhe fora concedida, apesar de seus inúmeros apelos.

Nesse meio tempo as investigações levaram a mais duas mortes. Primeiro a do próprio matador de aluguel, que teve o seu corpo encontrado enquanto a policia procurava o local do cativeiro em Ozette. O segundo foi o da tia de Claire, que segundo as investigações levavam a polícia a crer que fora o mesmo homem que assassinou Sr Paladino. O padrão de ataque fora o mesmo usado naquela ocasião. A policia suspeitava de um amador, devido ao fato dele usar a técnica de um antigo Serial Killer.

Esses novos fatos só faziam a segurança de Ness ficar ainda mais atenta. E dar a Jacob mais vontade de pegar o miserável. Ele podia ser qualquer um. Principalmente o Sr Preston, levando-se em consideração as últimas provas encontradas. Era difícil conviver na mesma casa com o homem, tendo que engolir a raiva e fingir que nada de extraordinário acontecia. Mas Jacob sabia o que se passava. Aquilo só o impulsionava ainda mais para conseguir o que queria.

Ele pediu ajuda as amigas de Ness, sem revelar o verdadeiro objetivo, apesar delas terem concluído que se tratava de uma armadilha, assim começaram a planejar o baile de final de ano. Não seria um baile comum. Bem pelo contrário. Eles queriam ostentar o máximo possível. Assim a decoração da casa imitaria um antigo castelo, com castiçais, candelabros, quadro, tapeçaria e os mais variados objetos que pudessem encontrar. Até contrataram uma decoradora especializada no assunto para ajudá-los. Queria um clima perfeito para a armadilha. Esconderia várias câmeras e microfones em meio a tantos objetos espalhados pela casa. Preparava tudo com zelo, com a ajuda de Dane e do FBI, sem que Sr Preston e o mordomo percebessem em que estavam mexendo.

Jacob despachou o homem para Washington, com finalidade de resolver problemas de uma propriedade da família, e tratou de dar férias ao mordomo logo em seguida. Não queria nenhum dos dois bisbilhotando o local. E aos demais criados, advertiu que não deveriam falar uma só palavra quando eles voltassem.

Quase um mês meio depois tudo estava pronto. Ness fora levada para casa alguns dias antes, quando afirmaram a sua perfeita saúde, tirando o problema na perna que ainda persistia. E divulgaram notas através de seu facebook e Orkut, que ela teria aulas particulares em casa até o término das aulas, pois além de ter que ficar mais alguns dias com o gesso, o seu chefe de segurança achava mais seguro não sair de casa.

A desculpa, apesar de absurda, colou. Afinal todos sabiam que Ness Cullen, ou melhor Black, não se deteria a saracutiar pela cidade mesmo com o gesso na perna. Apesar disso, todos procuraram não especular muito sobre os reais motivos e levaram em consideração a gravidez descoberta que já ia para o quinto mês.

E por falar em gravidez, nos dias que seguiram, Ness começou a sentir os sintomas e passar muito mal. A barriga começava a crescer e já aparecia levemente pela sua roupa, apesar de ninguém dizer que ela estava grávida. E Jacob, como um pai muito zeloso, tratou de obrigá-la a um regime de “engorda” que só fez a mulher ganhar um pouco mais de peso. É claro que para ela aquilo era uma tragédia. Além de ficar acamada por tanto tempo, sabendo que ainda teria muito mais, não podia fazer qualquer esforço, o que fazia o seu ganho de peso aumentar gradativamente durante os dias, ainda era obrigada a comer como uma vaca. “Aquilo realmente era uma tortura”.

O dia que os avós de Ness voltaram para casa, ela já estava toda decorada para a festa que aconteceria em dois dias. E ela, como Jacob “exigiu”, não falou nada sobre o problema da placenta. Procurou agir naturalmente, como se estivesse apenas com o problema na pena e com o pulso ainda machucado, que necessitava da luva ortopédica que colocava e tirava de a acordo com a ocasião. Ela os recebeu bem, e não sentiu nenhuma desconfiança, apesar do estranhamento dos dois ao verem a casa preparada para a festa.

Toda a cidade fora convidada para o evento. Eles foram informados assim que chegaram da viagem. Pareciam desconfortáveis com a situação e a todo momento se esgueiravam pelos cantos para cochichar. Isso Dane e Jacob, que já estavam com as câmeras espalhadas pela casa, viram muito bem. Ficaram ainda mais desconfiados. Mas esperariam até o dia da festa para desmascará-los de uma vez por todas.

E para aumentar ainda mais a desconfiança, o presidente da Cullen ligou para Jacob e o informou sobre uma grande soma de dinheiro que fora requisitada e sacada pelo Sr Preston, que alegou ser para pagar os gastos com a propriedade que foram visitar. Eles então avisaram ao gerente do banco para informa sobre qualquer depósito que fosse realizado. Tinham um documento assinado pelo juiz dando autorização para quebrar o sigilo da conta. Assim ficariam de olho em qualquer movimentação que fizesse. Contudo naqueles dois dias que se seguiram nada ocorreu. Isso só significava que o dinheiro estava com eles. Por algum motivo, obvio ou não, eles não arriscariam tudo o que conseguiram depositando o dinheiro em uma “conta limpa”. Certamente levariam o dinheiro para depositar em nome de “laranja”  ou enviariam para alguma conta fantasma fora dos Estados Unidos... O dinheiro tinha que estar na casa e eles os pegaria em flagrante.

O dia tão esperado chegou.Jacob estava nervoso e Ness muito mais. A principal pergunta que se faziam era: “Vai dar certo¿” Era a difícil de saber se o homem pescaria a isca. Mas tinham que arriscar. Pois segundo o psiquiatra do FBI que traçou o que traçou o perfil do assassino em base dos atos já cometidos, tratava-se de um sociopata perigoso. E espécie como ele não se deteria pela possibilidade de ser preso. Ele faria de tudo para conseguir o seu objetivo. Estava obcecado em Ness Black e aquilo o levaria ao estremo. Porém, por mais bem bolado que fosse o plano, esse tipo de psicopatia geralmente ocorre em pessoas dotadas de muita habilidade e inteligência. Se ele não quisesse ser pego, apenas brincar, faria um jogo interessante sem deixar pistas de quem realmente era. Para um bom entendedor, um pingo e letra e quem costuma brincar com fogo tende a se queimar. Assim, se os seguranças e o FBI não estivessem com total domínio da situação, o homem bem poderia sair da casa dos Cullens com Ness sem ser notado... “Aquele era um jogo muito perigoso”.

[...]

- Tudo pronto! – Dane falou pelo rádio, ainda na sala de vigilância. Observou Ness sentada no sofá no canto da sala. Estava claramente insatisfeita enquanto os homem travavam tudo. Não poderia sair do seu esconderijo. Veria os acontecimentos apenas pelos vídeos de segurança.

- Eu estou aqui com a nossa dublê. A agente do FBI que vocês arrumaram é bem esperta e conseguiu deixar ela parecida com Ness. Os lábios carnudos se passam perfeitamente pelos dela. O a bota ortopédica foi colocada na perna. Com a longa saia do vestido de Elizabeth, a rainha virgem, se passará perfeitamente por um gesse. A barriga postiça também ficou boa. Dá a impressão que ela realmente está com cinco meses ou mais. Ela está arrumando a peruca agora. Quando terminar o figurino parecerá realmente minha esposa. – Jacob disse.

- Já colocaram o grampo nela¿ Precisamos ouvir tudo ao redor. Se ela estiver em perigo, terá que falar o mais baixo possível. Verifique se está bem escondido na roupa e faça o teste antes de terminar o figurino. – Dane disse.

- O agente do FBI já está fazendo isso. – Jacob respondeu pelo rádio.

- Ness está bem¿ - Jacob perguntou preocupado.

- Ansiosa... Fazendo bico por não participar da ação. – Dane respondeu

- Ela precisa se manter longe. Dê ordens expressas aos seus homens para não cederem aos seus encantos. É engenhosa demais e vai querer escapar deles. – Jacob afirmou olhado para a mulher sendo arrumada para festa. Estavam em seu quarto, tentando fazer tudo da forma mais discreta possível. Não queriam que o Sr Preston e sua esposa percebessem o que se passava ali. Foi complicado levar aquela gente pela entrada dos fundos até o quarto, enquanto distraiam os dois.

- Quando ela estiver pronta quero que desça com ela. Peça para ela fingir que está roupa por causa de um resfriado e falar o menos possível. Mantenha as suas amigas longe dela a qualquer custo. Eu me juntarei a vocês e ficarei ladeando. – Dane disse.

- Seguiremos com o plano¿ - Jacob perguntou.

- Sim! Por volta das onze horas, depois que a casa estiver lotada, você vai cochichar algo no ouvido dela e dar uma desculpa para se afastar. A essa altura eu já estarei longe de vocês. Avise para ela ir para a casa da piscina, pegar a chave embaixo do tapete e entrar. Ficaremos de olho o tempo todo. Na casa tem microfone e câmeras. Estará segura.

- OK! Me diz que isso dará certo¿ - Jacob perguntou preocupado.

- Tem que dar certo. – Dane respondeu olhando para Ness, que nesse momento se sentara em frente aos monitores. Ela observava as pessoas chegando para a festa. Estava mal por não poder comparecer. Fazia cara de bocas. Parecia uma criança contrariada.

- Vamos descer em cinco minutos. A nossa falsa Ness está pronta. Só falta o seu perfume para dar um toque. Se o assassino a conhece, sabe bem como é seu cheiro. To indo pegar no banheiro. Nos vemos lá embaixo. – Jacob disse nervoso.

- Boa sorte! Não esqueça que estaremos com vocês. Temos policiais disfarçados de convidados e seguranças por toda a parte. – Dane tentou tranqüilizá-lo e depois desligou

- Ele está bem¿- Ness perguntou olhando para ele. Apesar do homem parecer sempre desprovido de emoção, ela percebeu que algo se agitava dentro dele. Pela primeira vez o via muito tenso.

- Está nervoso, mas dará tudo certo. – Ele afirmou olhando as telas. – Agora o que quero pedir é que se comporte. O seu marido pediu para mantê-la aqui. Mesmo que para isso fosse preciso amarrá-la. Deixarei ordens extremas. – Disse olhando aos cinco seguranças espalhados pela sala.- Que se necessário a amarrem. Então não tente fazer nada. Não saia dessa sala por nada nesse mundo. Entendeu¿ Jacob e suas amigas estarão seguras. Mas se o assassino sentir que é uma emboscada, a coisa ficará bem feia lá fora. Tem muita gente inocente nessa casa. Foi difícil convencer esse povo que seguro vir a festa. O juiz e o delegado tiveram muito trabalho para garantir que o assassino já está morto. – Ele disse em tom severo.

- Eu entendo. – Ela respondeu revirando os olhos. Apesar de saber que o mais prudente era ficar dentro da sala. Não se conformava com aquilo. Toda a emoção aconteceria na festa e ela só veria pelos monitores. Aquilo não era justo. Mesmo assim resolveu acatar as ordens e ficar quietinha...”Pelo menos por enquanto.”

[...]

A casa estava deslumbrante. Não lembrava uma casa clássica e confortável. Os móveis e objetos foram levados para um depósito nos fundos da propriedade, e os ambientes foram redecorados. Estavam em outro século. O ambiente dizia isso. Era fascinante e encantador olhar os quatros que lembravam reis nas paredes. Candelabros, tapeçarias, jarros raros e até mesmo armaduras medievais em alguns cômodos. O tom pastem das paredes foram substituído papéis de paredes com tons rústicos. No meio da sala foi posta uma grande mesa com grande variedade de comidas. Aquilo simulava os grandes banquetes oferecidos pelas nobres famílias dos áureos tempos.

As pessoas andavam pelos cômodos da mansão dos Cullens fascinada com o trabalho realizado. Sentiam-se em outra época. E o fato daquela grande festa ser a fantasia só dava mais brilho a magia ao acontecimento. Muitos, que já conheciam o tema do baile, foram com roupas que descrevia a época da realeza. Assim muitos vestidos longos, a maioria vermelho sangue, podia ser visto pelo salão. As mulheres, assim como os homens, usavam grandes perucas e possuíam o que aparecia de seus rostos mascarados um pó branco, como o que costumavam usar. Pareciam realmente que estavam na corte... “Foi um belo desfile, digno da corte do grande Rei Sol”.

Jacob e Ness foram os últimos a chegar. Estavam elegantíssimos nos seus trajes de Henrique Tudor e Elizabeth, a rainha virgem. As personagens mais intrigantes que a história da Inglaterra já teve, é claro que não estamos contando com os mexericos da vida conjugal de Charles e Diana, sim com uma época que marcou para sempre a história daquela nação. Ness bem poderia ir de Ana Boleta, mas seria de muito mal gosto, uma vez que a faceira rainha perdeu a cabeça por suas maquinações. E Henrique, o rei taradão que andava a “pegar”, todas as donzelas e até mesmo casadas do reino, não teve a menor compaixão pelas maquinações de sua rainha... Mudando de assunto, pois a história sórdida da Inglaterra não vem ao caso, o casal estava simplesmente esplendoroso. E a mulher que foi contratada para o papel de Ness, uma modelo muito bonita e com uma bocarra Alá Angelina Joli, não fez nada feio com o papel principal.

Tirando o fato da modelo ter uma classe nata ao desfilar de mãos dadas com Jacob, quem não conhecia profundamente os “maus hábitos” de Ness, como andar de forma faceira e rebolativa, não perceberia a diferença na sua dublê.

A mulher,como combinado, fingiu-se de rouca e conseguiu levar a maioria das pessoas no bico durante a festa. E Jacob estava sempre ao seu lado de forma protetora, sendo escoltado por Dane.

[...]

Na sala de vigilância os cinco seguranças e Ness observavam a cena que se passava nos monitores, assim como ouviam as conversas dos seguranças nos canais de comunicação dos rádios.

Realmente parecia que o criminoso estava a vista. Viram mais de uma atitude suspeita durante a festa e alertaram os seguranças que estava nos corredores.

Perto da escada alguém rondava e tentava subir. O homem era alto, tinha os cabeços grisalhos e usava uma máscara branca. Ness, vendo a imagem, reconheceu o andar, mas não se lembrava bem de quem era. O líder alfa 1, responsável pela sala de vigilância e previamente orientado por Dane, ordenou ao homem que estava perto do local que se afastasse e desse a oportunidade do homem prosseguir. Eles deveriam deixar ir o mais longe possível para dar um flagrante. Aquela era a ordem

O homem aproveitou o ensejo e subiu rapidamente pelas escadas como um gato de rua cheio de habilidades.  – Fica com ele! – O alfa 1 ordenou para o segundo vigia.  – Tem outro suspeito.

Enquanto o vigia acompanhava os movimentos da raposa, o outro observava alguém tentando subir pela escada oculta nos fundos da casa. Era uma passagem que Ness costumava usar para fugir ou trazer alguém que o avô não desejava para dentro da casa. Eles observaram enquanto o homem vestido de vermelho, com uma enorme peruca cinza entrou pela porta e caminhou até a escada secreta. O alfa 1 ordenou ao segundo homem que observasse o desenvolvimento da situação, enquanto passava para outro suspeito. – Fica com esse. – Disse.

Ness ficou tonta observando aquilo. “O que significava realmente¿” Pelos monitores que acompanhavam  podia observar quatro pessoas com atitudes suspeitas. Um, inclusive, tentou escalar as janelas do seu quarto. “Será que tinha tanta gente querendo vê-la morta¿”  Pensou horrorizada.

- Observa aquele! – O alfa1 ordenou para o terceiro homem. E depois deteve seus olhos no quarto. – Alfa 1 para água! Pode me ouvir¿ - Ele chamou Dane.

- O que se passa¿- Dane perguntou.

- Temos uma situação complicada.- O homem disse. – Quatro pessoas tentam invadir o ninho. Repetindo! O ninho do pardal está sob ameaças. Temos gaviões tentando chegar ao ninho.

- Acione a equipe das raposas. – Dane falou  e ficou ouvindo as ordens.

- Alfa 1 para as equipes raposas. – Ele falava para os seguranças que estavam fantasiados como convidados. – Temos coités tentando chegar no ninho do pardal. Segam para o ninho do pardal. O primeiro está tentando escalar pela janela dos fundos. O segundo foi pelas escadas. O terceiro está usando a passagem secreta e o quarto usou a passagem secreta que fica na cova do leão.

Todos os seguranças acionados começaram a se mover discretamente até os seus alvos. Pelo que haviam ouvido, quatro pessoas tentavam chegar ao quarto de Ness. Isso só podia significar que se o assassino fosse um delas, não havia engolido a falta Ness. Sabia perfeitamente quer era uma dublê e que a verdadeira estava a salvo. “E qual melhor lugar do que o próprio quarto¿”


[...]

- Hora do pardal deixar sua fêmea. – Dane falou no comunicador e todos que ouviam as escutas ouviram a ordem. Ainda havia duas equipes no salão. A equipe dos corujas, cujo papel era observar as pessoas e colher informações, e a equipe do FBI.

- Amor, eu vou tomar um conhaque. – Jacob disse no ouvido da dublê.- Algumas pessoas observaram. Sabiam que se tratavam dos anfitriões. E sabiam que algo estava ocorrendo. Nunca viram Ness tão quieta em uma festa. Era algo a se observar e todos esperavam que algo importante acontecesse aquela noite. A mulher assentiu graciosamente com a cabeça. As amigas de Ness que conversavam divertidamente no canto, observaram os gestos que ela fez com as mãos e cochicharam. As corujas perceberam e deram o aviso.

- Coruja 5 para águias. As araras já estão dando com a línguas nos dentes. As araras á estão tagarelando.

- Águia para filhote de pardal. Hora de se mover. Batas as asas e vá fazer o seu passeio. – Dane ordenou e a mulher começou a andar, simulando o problema na perna. É claro que a bota ortopédica ajudava, mas era desconfortante. Era observada por todos enquanto andava. Pegou um ponche na pesa e começou a beber. Dirigiu-se para o jardim e depois caminhou até a casa da piscina.

Sentia sua respiração fraquejar. Quis correr, chorar e gritar. Sabia que a qualquer momento alguém viria em seu encalço. E apesar de saber que havia segurança em todos os locais, não se sentiu devidamente protegida... “Não valia a pena arriscar a vida mesmo por tanto dinheiro.”

[...]

 O home chegou a festa bem cedo, misturou-se aos convidados e começou a conversar sobre o seu trabalho. Era uma pessoa muito bem requisitada e importante na cidade. Sua reputação era exemplar. Considerado um bom cristão, um pai de família adequado apesar das adversidade e um excelente cidadão. Ninguém, nem em seus piores pesadelos, desconfiaria que ele fosse um homem tão perigoso. Que por trás daquele sorriso perfeito e daqueles cabelos brancos, que dava uma certa respeitabilidade e charme, havia um sociopata.

Ele conversou com várias pessoas e até comentou sobre o propósito da festa. E vez por outra observava o casal conversando no canto da sala. Seu sangue fervia todas as vezes que ele a via. Queria muito tocar aquela pele. Sua calça estava apertada por causa da ereção pulsante. Estava mais duro do que um pau. E aquilo o levava a beira da insanidade. Precisava de qualquer forma ter aquela mulher.

Sabia perfeitamente que aquilo era uma armadilha. Apesar disso não deixava de ser excitante. Só não tinha certeza, “ainda”,  como faria para chegar até ela. Podia perceber os seguranças com rádio pela sala. E sabia, mais do que qualquer pessoa, que também estava disfarçados no meio dos cidadãos. Começou a ficar impaciente. Cada minutos que se passava ficava inda mais impaciente.

Quando o home a viu se esgueirando para a saída, viu uma remota chance de pegá-la. Era tudo ou nada. Tinha que correr o risco.

Pegou um copo de champanhe e tirou um charuto do paletó. Certamente seria de mau tom fumar ali dentro. Por isso encontrou isso uma desculpa para sair da casa. Sabia que estava sendo vigiado e seria seguido. Mesmo assim faria a sua tentativa.

O homem caminhou para fora da casa e chegou até a piscina. Não estava sendo seguido. Seus instintos diziam isso. Mesmo assim foi cauteloso. Sentou em uma das cadeiras, acendeu o charuto  e começou a fumar. Vez ou outra ele bebia um gole da champanhe. Já tinha visto Ness chegar a porta da casa da piscina, abaixar-se para pegar a chave e entrar. Esperaria alguns minutos ali. Se houvesse algum segurança vindo atrás dela o pegaria. Se estivesse apenas fumando e refletindo não estaria sob suspeitas.

O homem esperou... esperou... continuou esperando um longo tempo e nada aconteceu. Foi acometido de coragem e se dirigiu o mais rápido possível para dentro da casa. Entrou e a viu recostada do sofá. Ela estava com a cabeça tombada para trás e pareceu não notar a sua entrada. Ele tinha quase certeza disso. Caminhou rapidamente, pôs-se diante dela e antes que pudesse gritar o homem colocou a mão na sua boca.

- SHIII ! Silêncio, meu bem! – Ele a levantou, virou a de costas e a abraçou por trás.  – Vamos sair daqui juntos. Você não vai gritar ou fazer nada imprudente. A casa está cheia de pessoas inocentes. Na quer ninguém ferido. Ou quer¿ - Tirou uma arma dentro do paletó e colocou em suas costas. A mulher gemeu de medo. – Agora vamos dar um passeio. Espero que não tenha ninguém nos esperando. Estou disposto a tudo essa noite. Já perdi muito e não vou perder mais.

Ele empurrou a mulher até a porta, abraçava-a por trás com um dos braços prendendo o seu pescoço e com o outro segurava a arma calibre 38 em suas costas. Chegaram até a porta, saíram e caminharam até a borda da piscina. Até esse momento nada aconteceu. Quando chegaram aos jardim, os holofotes acenderam e o homem viu uma barricada de seguranças a sua frente...”Ele perdeu a cabeça”.

[...]

Três homens foram levados uma a sala ao lado da de vigilância.  O quarto ainda não havia sido capturado e o Alfa 1 tentava dar ordens as raposas. De alguma forma ele havia sumido. Não conseguia encontrá-lo nas câmeras de vigilância.  Mas não foi isso que preocupou Ness. Ela viu os monitores que mostravam as câmeras espalhadas no jardim. Muitas pessoas estavam no local e os seguranças fizeram um cerco. Outras, que ouviram os burburinhos e viram a correria também foram ver o que se passava. Lá havia um homem de terno preto, máscara que cobria todo o rosto e cabeços grisalhos. Ele segurava a sua dublê, apertando-lhe o pescoço, e pelo que tudo indicava, estava com uma arma em suas costas.

Ness viu Jacob e Dane junto com os homens no inicio das negociações. Sentiu-se ansiosa demais e quis ir lá ver o que  se passava. Ela aproveitou a distração dos seguranças com as câmeras, procurando o último homem que tentava entrar no ninho do pardal, e saiu sorrateiramente. Quando chegou a porta viu outros dois e conseguiu suborná-los para deixá-la passar. Pediu a máscara a um deles e colocou cobrindo o rosto. Estava com um longo vestido negro, que cobria o gesso em seus pés. Duvidou que alguém, no meio daquela confusão fosse reconhecê-la. E foi até o local do conflito.

[...]

- O que você quer para deixar a minha esposa¿ - Jacob falou calmamente. Enquanto falava, os seguranças tentavam afastar as pessoas, que se aproximavam ainda mais da zona de conflito. Aquilo era um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir.

- Não há nada que eu queira, moleque. – O homem disse em tom arrogante. – Já cheguei ao limite da minha sanidade e sairei daqui com ela, ou os dois morreremos. Tenho certeza que vocês não me deixarão sair daqui com vida.

- Eu só queria entender o motivo disso tudo¿ Seja lá o que a família dela tenha feito ao senhor, acho que podemos chegar a um acordo. – Jacob falou temeroso pela mulher. Deu graças de não ser a verdadeira Ness.

- Não á acordo com assassinos¿ Ou o FBI agora ficou benevolente¿ Acredito que pena para homens como eu somente a morte. Mas eu não morrerei sem ter a minha vingança.- O homem apertou a mulher, que gemeu em seus braços. Já estava chorando de forma desesperada. Não conseguia falar nada. Só chorava. Jacob teve pena dela. Como queria remediar aquilo.  – Eu vou contar uma história que aconteceu há muitos anos. Eu era muito jovem naquela época e aquilo me marcou para sempre.

Eu era um rapaz pobre. Tinha bolsa para estudar na escola de Forks por ser muito inteligente. Estava acima da média dos outros alunos e isso contava ao meu favor.
Eu tinha uma namorada de infância. Ela era a garota mais bonita que essa cidade havia visto. Seus pais vieram para cá quando era criança. Sua mãe muito bem dotada, mas não tinha muita inteligência. Ela fugiu de casa com o namorado ainda adolescente e veio parar nesse fim de mundo.

A mãe dela foi embora quando ela ainda era criança. E ela foi criada pelo pai alcoólatra. Sempre quis ter uma vida melhor e fazíamos planos juntos.
Apesar da minha família ser pobre, meus pais a recebia em nossa casa e nunca lhe faltava um prato quente de comida.

Eu a ensinei a ler, escrever e com o tempo a garota ficou muito estudiosa. E meu pai conseguiu uma bolsa de estudos para ela também. Já nessa época nós nos considerávamos namorados e fazíamos tudo juntos.... Eu a amava... Sempre amei...

Quando entramos na adolescência já éramos mais populares e eu fiz bons amigos. Um dos meus amigos se chamava Billy Black, um indo de La Push que também tinha bolsa de estudos na escola de Forks. E através dele eu conheci Calisle.

Nós três éramos inseparáveis. Fazíamos tudo juntos e eu achei que Carlisle era um bom rapaz. Só que não sabia que ele era apaixonado por minha namorada. Disso eu vim saber tempo depois.

Quando ela estava com dezesseis anos e Carlisle e eu quase dezoito fazíamos planos para ir para Yale juntos. Ela fazia parte do grupo e eu nunca tive motivos para sentir ciúmes. Quando saíamos, Carlisle sempre sobrava, pois Billy nessa época já estava com Sara, e ele dizia que não sentia interesse pelas meninas da cidade... Mas era mentira! Tudo mentira.

Meses antes de nos formar houve um grande baile na escola. Como esse daqui. Um baile estilizado e as pessoas precisariam gastar muito para conseguir as roupas adequadas. Se você lembrar o início da história, eu era muito pobre e não tinha condições de ir ao baile. Fiquei muito ressentido por isso e cheguei a achar que meu amigo me emprestaria uma roupa. Contudo, o gesto generoso de Calisle Cullen, foi com a”minha namorada de infância” Amy.

Todos olhavam espantados. Quem esteve na cidade durante aqueles anos se lembrou da história. Um homem respirou fundo. Sentia pesar em constatar quem era o assassino.

O homem estava com a voz embargada. Por alguns instantes ele se calou e chorou. Depois voltou a sua narrativa emocionada.

Sim! Amy queria muito ir ao baile e tinha bem menos chances do que eu. Calisle deu uma de bom moço e ofereceu a sua roupa. Era o seu primeiro baile e ela não queria perder. Eu, no entanto, era cético demais e confiava no “meu amigo” e na minha namorada. Não achei que eles fossem me trair de maneira tão vil na frente de todos.

Aquela foto que você deu a tia da Claire não mostrava o assassino. O fato relevante nela não era sobre as pessoas que estava presentes, mas o que aconteceu naquele dia.

Eu fiquei em casa pensando na festa. Não dormi e não fiz nada de útil. Na manha seguinte, quando cheguei a escola, percebi que todos estavam falando de mim por trás.  Eu estranhei os cochichos e olhares. Mas o que me intrigava sobre tudo foi a ausência de Amy,

Durante toda a noite eu esperei para ver se ela chegava em casa. Como disso não fiz nada além de pensar e esperar. Olhava pela janela e nada. Simplesmente não a vi. E na manhã seguinte, ela também não estava na escola, e as pessoas me tratavam com pena. Eu precisava saber o que se passava e fui falar com Billy.

Ele ficou me enrolando e não teve a coragem para me contar o que havia acontecido. Era digno demais para fazer fofocas. Disse que eu tinha que esclarecer as coisas com Amy... Só isso.

Mas Paladino e Carter não tinham a menor compaixão. Dois filhinhos de papai. Metidos, arrogantes e inescrupulosos. Começaram a caçoar de mim. Chamaram-me de Corno e depois de muitas brincadeiras  que beiravam ao mau gosto, eles me contaram que o diretor pegou Carlisle transando com Amy em uma das salas.

Veja bem! Amy era virgem, inocente até certo ponto, mas ela tinha muita ambição. Ela sabia que nunca iria para uma daquelas faculdades que sonhávamos. Sabia que seria uma atendente de lanchonete, se tivesse sorte, e não sairia dessa cidade medíocre. Ela mesma havia me confessado esses temores as vezes. Então aproveitou o momento e Carlisle, que mais tarde admitiu amá-la, a seduziu.

Os dois estavam cientes do que cometiam e justamente por isso não deram as caras. Eu fiquei louco! Fui até  a cada dele. Fiz escândalos e brigamos feio. Ali eu jurei que um dia eu me vingaria dos dois.

Dois meses depois Amy, que nem se deu ao trabalho de me dar uma explicação, apareceu grávida do riquinho da cidade. O pai dele, um homem muito digno e justo, tratou de casá-los. E assim como ele fez com a neta agora, fez um testamento obrigando ele a fazer a universidade, com o dinheiro contato, trabalhar e assumir a família.

Eu, por minha vez, terminei o colegial como o corno mais famoso das redondezas. E fui embora ressentido demais com tudo o que aconteceu,

Fui para Yale, fiz a faculdade que queria, fiz pós graduação, especializações e doutorado. Tentei levar uma vida normal, mas não consegui me envolver emocionalmente com ninguém. O complexo de corno era maior do que tudo.

Muitos anos depois, eu já era rico o bastante, resolvi voltar para a cidade e tentar me reencontar. Nessa cidade minha vida foi destruída e achei que aqui eu conseguiria uma forma de seguir em frente.

Quando eu cheguei a Forks, vi Amy linda e jovial. Ela já não era aquela menina pobre e não tinha nada que lembrasse as origens. Calisle havia feito um ótimo trabalho com ela. Era elegante, refinada e com uma altivez natural.

Tentei me aproximar, mas ela se esquivava e na primeira oportunidade que tivemos, na sala de espera do Paladino, discutimos feio e ela me humilhou.

- Você acha que eu me casaria com um pobre sem eira nem beira como você¿ Que levaria a vida que minha mãe levou¿ Que daria o infeliz destino a qualquer um dos meus filhos¿ Eu não amava Carlisle. Juro que não! Mas eu aprendi a amá-lo. Com dinheiro e conforto tudo fica mais fácil. Hoje sou feliz e não me arrependo de ter dado o golpe da barriga. - Foram as palavras cruéis de Amy. Lembro-me como se fosse hoje.

Para completar a minha desgraça, eu conheci Vitória, a filha dos dois, e me apaixonei perdidamente por ela.

Vitória foi a mulher mais fascinante que já conheci. Mais bonita, despojada, sexy, desbocada e sem o menor pudor. Era ainda uma menina, mas tinha fama de galinha na cidade. Até mesmo os homens casados já haviam flertado ou transado com ela. Os jovens rapazes eram loucos apaixonados que rastejava aos seus pés.

Soube por Billy que Vitória era terrível demais e que Carlisle não sabia o que fazer. Nunca soube dar limites a filha. Ela nunca soube ouvir “não”

Aquela altura eu estava completamente insano. Não dormia, não comia e não trabalhava. Só pensava em duas coisas: Destruir Amy e transar com Vitoria. Minhas maiores obsessões até aquele momento.

O meu primeiro passo foi estudar uma forma de matá-la, mas era difícil. E quando tivemos uma oportunidade não a deixei escapá-la.

Era uma grande recepção na casa do prefeito. Toda a cidade estava lá e eu, como um cidadão respeitável, também fui convidado. Resolvi fazer Amy morrer de enfarto. Tinha uma longa experiência devido o meu trabalho e usei uma substância que se usada de mal jeito leva a pessoa a um ataque cardíaco. Depois de algumas horas os vestígios sumiriam. E ninguém descobriria o que fiz. Era bem simples, mas tive um inconveniente.

Eu puxei Amy para um local reservado e ameacei e fazer ume escândalo se ela não fosse. Então começamos a discutir o passado. Ela estava furiosa e quanto ela se distraiu, foi questão de segundos, eu despejei o liquido no seu champanha. Ela voltou a discutir e depois de se cansar foi embora.

Minutos depois Amy teve um ataque e morreu do coração. Ninguém entendia o motivo de uma mulher jovem e saudável morrer daquele jeito. E eu cuidei para que o laudo desse exatamente o que eu queria. Para mim foi bem fácil fazer isso. Só não contava com uma testemunha ocular.

Sara Black viu quando despejei o liquido no copo de Amy. Ela estava passando pela sala. Acho que olhou pela fresta. Não sei ao certo. O fato é que após o enterro de Amy Ela foi até o meu consultório me procurar e me acusou. Nós discutirmos e disse que estava louca. Só podia estar louca. Depois, num ato de desespero, eu a ameacei e ela saiu dali apavorada.

Sara estava com oito meses de gravidez. Eu senti muito por aquilo. Ela e Billy eram mais amigos de longa data. Sabia o quanto qualquer ação minha destruiria ele.
Billy foi um lutador como eu. Ele foi embora da cidade para estudar. Ficou muitos anos fora batalhando uma vida digna. Em conversas que tivemos quando voltei, relatou seu sofrimento todos os anos. A vontade de estar com a mulher amada. O medo de ser tarde demais e a sua covardia. Depois me contou como os dois se reencontraram. A história dos dois foi comovente e muito bonita. Ela foi uma das mulheres mais fieis que vi na vida. Durante anos amargou sozinha a solidão. Não pode se entregar a outros homens e por isso era considerada a solteirona da cidade.
Somente dezesseis anos depois, com uma vida inteira de sofrimento, os dois se reencontraram. Billy pediu perdão pela falta de coração. Pelo abandono e por nunca ter enviado uma palavra de alento. Ela bem que enviou muitas cartas para uma caixa postal que ele manteve durante anos. Eram cartas sofridas e cheias de esperanças. Com o tempo ela parou de escrever. Simplesmente se resignou a solidão.

Quando eu fui atrás de Sara, lembrei-me de tudo o que ele me contou. Senti um peso enorme na consciência. Mas era ela ou eu. Certamente me denunciaria e não podia deixar isso acontecer. Tinha que encontrar uma forma de silenciá-la. Então a segui de carro. Nem entendo como ele a deixou dirigir naquele estado. O fato é que ela estava sozinha, quando não é recomendado para uma grávida prestes  a dar luz dirigir.

Como sempre o dia estava chuvoso demais, as estradas molhadas e perigosas. E para tentar chegar mais rápido em casa, ela tomou um atalho e não pegou a rodovia principal.

Eu a segui muito de perto. Acho que ficou nervosa e a bolsa d’água rompeu. O fato foi que ela perdeu a direção e sofreu um terrível acidente. E eu ainda tive que fazer o parto da criança no meio da estrada.

Quando o socorro e a ambulância chegara, eu aleguei que ela foi ao meu consultório porque sentia dor e esqueceu a bolsa. Então eu a segui para lhe entregar o objeto. Todos acreditaram em mim. Não havia motivos nenhum para não acreditarem. Mas eu fiquei mau. Muito mau. Não consegui encarar Billy naquele dia e muito menos no enterro. Fiquei totalmente na merda. Não dormia mais e culpava Carlisle por aquilo.
Vi Jacob no berçário e a minha culpa só fez aumentar ainda mais. Não sabia o que fazer.

Dias depois eu decidi me concentrar em Vitoria Cullen. Comecei a observar os seus hábitos. Vi ela saindo com vários homens. Era uma verdadeira galinha em todos os sentidos. Mas algo aconteceu e ela se retraiu. De repente arrumou um namorado sério: Brandon Preston.

O namoro de fachada só serviu para encobrir algo ainda maior. Eu sabia que Vitoria queria alguém que não podia ter. Mas não descobria quem era. Simplesmente a vi observando atentamente, dentro do carro, o restaurante onde havia alguns senhores. Nenhum deles se movia e ela ficava impaciente. Resolvi então atacar e me insinuar para ela. Fui rejeitado várias vezes. Ela estava dando em cima de alguém que não conseguia captar.

Uma noite ela estava na boate. Estava muito doida. Bêbeda demais e se acabando na pista de dança. Ali eu a peguei de jeito, levei para um canto e a beijei como um devorador. Nos “FU” ali mesmo sem nos preocuparmos com quem passava. Ela não tinha vergonha ou medo de nada. Depois  saímos e formos para um motel. Transamos umas cinco vezes. A mulher era uma verdadeira profissional. Fazia coisas que deixaria qualquer prostituta envergonhada.

Quando amanheceu, ela se levantou e foi tomar banho. Entrei no Box logo atrás e tentei mais uma, mas ela me expulsou e assim como a mãe me humilhou. E eu, como um bobo, prometi o céu e a terra. Ela ria debochadamente e desdenhava de mim. Chamou-me de velho e disse que quem gostava de velho era reumatismo. Falou barbaridades e me deixou sem a menor cerimônia.

Ali eu jurei acabar com ela. Eu era apaixonado demais. Complemente louco, mas teria que me livrar daquela obsessão.

Passei um tempo fora da cidade. Precisava me recompor. Não conseguia mais viver sem respirar o ar de Vitoria. Eu a seguia, ligava e cheguei a ameaçar. E foi justamente Nessa época que Carlisle quase acabou comigo. Conseguiu que eu fosse transferido para outro hospital e ameaçou a mandar me matar se chegasse perto da filha dele. Chegou a pagar homens para me bater certa noite.

Foram dias horríveis! Mas eu não fui embora. Fiquei escondido e descobri coisas interessantes nesse período.

Coloquei detetive para segui-la, subornei pessoas e decido que só teria paz quando ela morresse. Não havia outra forma. Assim como Amy, Vitoria seria a minha perdição. Não teria paz  enquanto estivesse viva.

Vitória estava casada há um tempo, não estava feliz, apesar de uma filha linda de cinco meses, mas ao que indicava o marido andava puxando as suas rédeas e o pai o apoiava. Mesmo assim vi Vitória saindo com algumas figuras ilustres da cidade. E desconfiei da paternidade de alguns deles. Seria uma ótima oportunidade para fazer uma chantagem. Só que nada de concreto descobri. Carlisle limpou bem a sujeira da filha... Muito bem.

Matar! Matar! Eu passei a pensar nisso com mais freqüência. Estava sem trabalhar há tempos. Não fazia mais nada a não ser observar de longe a mulher que me tirava o sono todas as noites. E foi essa loucura que decidi o que fazer.

Eu conhecia um bom mecânico. Um inescrupuloso o bastante para matar alguém por mim e se calar. Ele só precisava cortar os freios do carro e ela morreria. Foi isso que fiz.

Contratei Nick Uly, pai de Sam, e paguei muito bem. Ele fez um serviço primoroso e Vitória morreu com seu marido em um trágico acidente. Mas eu não contava que a criança sobrevivesse. Queria realmente que todos estivessem mortos e que Carlisle sofresse o que sofri. Não me contentaria com menos que isso.

Nick era ambicioso demais, assim, depois do serviço, mesmo com muito dinheiro no bolso, uma oficina reformada e novos empregados, ele queria mais e começou a me chantagear.

Tive que tomar atitude extrema e contratei um assassino de aluguel. Não paguei muito. Só o suficiente para que se passasse por um assalto a mão armada. E... PÁ! Nick também estava morto. Havia conseguido tirar mais um do meu caminho.

Sam, era diferente do pai, bem diferente por sinal, e descobriu uma velha anotação do pai com meu nome. Ele deixou uma carta testamente em algum lugar, onde contava sobre o assassinato da família da Vitoria. Sam achou o escrito e me procurou. Eu disse que estava louco e ameacei a processá-lo. Tive que tomar medidas extremas também e mandei matá-la junto com Jacob.

Ai você se pergunta. Por que eu¿ Não é Jacob¿ Você tem o que eu quero, você me faz lembrar todos os dias os seus pais. O como fui injusto com eles. Os dois... Billy também. Eu ia me esquecendo de mencionar Billy.

Quando voltei para a cidade, nós voltamos a ser amigos. Tudo ia bem até o dia que seu pai teve a infeliz idéia de se desfazer das coisas de Sara. Ele as manteve intocadas todos esses anos. Justamente agora inventou de se livrar delas. E nisso, ele achou o seu diário e começou a ler. Só que a sua queridíssima mãe, resolveu anotar sobre o meu ato contra Amy e Billy leu no diário. Então não me restou nada além de jogar o seu carro de um precipício. Apesar de ser meu amigo, não o deixaria acabar com a minha vida.

Agora vamos falar de Alice e Jasper... Aquela baixinha era malditamente inteligente. Não é que ela teve a idéia que a policia não teve. Pois é! Alice descobriu através da empresa responsável pelo GPS do carro da Esme, que o carro foi na oficina de Sam, no hospital de Seattle e no meu consultório em Forsks

Ela foi me procurar, procurou Sam e procurou o mecânico, que na verdade era um matador de aluguel, para fazer perguntas. A baixinha descobriu um exame de coração que Carlisle fez e me consultou sobre o resultado. Estava desconfiada. Revirou até achar uma ligação. E para completar, descobriu que Carlisle era meu inimigo. Agora você imagina o meu susto quando ela começou a me falar das suposições¿ Eu me fingi de inocente, mas tive que mandar matar os dois e pegar todas as pistas do quarto dela, do namorado e dos armários na escola. Deu um imenso trabalho pegar tudo antes da policia. Mas eu consegui.

Voltando para Carlisle, eu queria atormentá-lo antes de acabar com sua vida. Uma pequena travessura que fiz foi alterar o resultado dos seus exames. O homem achou que morreria do coração. Acredita¿ Tanto é que fez logo um testamento. Mas foi só uma travessura. O único problema foi que no laudo do exame estava o nome do médico. Eu esqueci de colocar outro nome. Cometi um erro terrível e ele foi me procurar após fazer uma contra prova. Estava furioso e ameaçou a me processar. O homem foi para Seattle se consultar e ai descobre que justo o médico que ele queria evitar assinou o seu laudo. Foi engraçado, mas não consegui o que queria... Que pena.

O meu plano era matar todos e deixá-lo sofrendo... É claro que antes eu tranzaria muito com sua mulher. Essa é uma idéia bem tentadora, sabe¿ Queria que Esme tivesse o mesmo fim da filha. Coloquei o assassino na oficina de Sam, ele tinha um afair com uma das amigas da Ness, e assim descobria tudo sobre eles. Foi assim que ele soube que Esme estava com problemas no carro e se ofereceu casualmente para verificar. Ela não aceitou de cara, mas no dia que precisou ligou para ele ir ver o carro. Foi um dia antes do acidente. Ele fez uma leve fissura nos freios cautelosamente, para que ele se rompesse por completo quando o carro ganhasse velocidade.

Eu fiquei muito triste por Carlisle está junto, mas tudo bem.

AH! Eu também matei a tia da Claire e o Paladinho. Foi bem legal usar técnicas que li em um livro de criminologia. Com o tempo você aperfeiçoa o método. O primeiro foi mais difícil, o segundo eu fiz mais rápido e tranquilamente.

Bem acho que contei tudo. Ah algo que queira saber¿

- Só tire a máscara e olhe para toda essa gente, Dr Smith. – Disse o delegado Carter.

- HUM! Carter, não me dê ordens. Não está em condições para isso.

[...]

Ness estava ouvindo tudo de perto. Chorou ao ouvir sobre a morte de toda a sua família, além da de Jacob. Era pior do que imaginava. O homem era completamente louco. Não tinha a menor compaixão e mataria a mulher que se passava por ela. deu pois passos mancando na direção deles.

O Juiz Bristop viu Ness no meio das pessoas. Ele a reconheceria em qualquer lugar. Sabia que não devia estar ali. Ele a reconheceria. Mesmo no meio de todos ali, se o homem colocasse os olhos nela a reconheceria. Era impossível não reconhecer com aquela barriga, a luva ortopédica e o andar.

Ela se moveu sinuosamente no meio das pessoas. Já sentia um estranho desespero. Tinha que chegar a ela antes que fosse tarde demais. Nunca permitia que aquela menina morresse. Ele a amava muito. Não poderia perdê-la também. Já havia perdido antes. Já sofrera demais com a morte que veio tão cedo. Precisava alcançá-la.

Viu quando o homem virou o rosto e ficou branco. Parecia não respirar. Ele se deu conta do engano. Da armadilha e de como estava perdido. Não tinha nada a perder e nem medo de ferir alguém.

O homem tirou a máscara e ouviu-se um grito. – PAAAIIIII! – Ele jogou a mulher que estava nos seus braços no chão, esticou o braço e mirou Ness Black. Todos olharam espantados e houve um inicio de tumulto. As pessoas tentavam correr. Houve dois tiros cortando o ar. Ninguém mais respirou.

PÁ!
PÁ!

O corpo do home caiu no chão lentamente. Uma bala o atingiu na cabeça. A moço correu em direção ao pai e se jogou sobre ele. Ela chorou. Estava inconsolável.

Do outro lado do Jardim, Clai Bristop estava caído no chão. Sangrava muito. As lágrimas rolavam pelo seu rosto. Ness mesmo com dificuldade ajoelhou diante dele. Dane, para seus espanto, perdeu a compostura e começou a chorar. Colocou a cabeça do homem no seu colo  e chorou.

- Por favor, meu velho! Por favor, você não pode morrer. Não pode partir agora. Temos tanto  dizer.

- Dane... não entendo... Sr Clai... O que aconteceu¿ - O velho sorriu para ela. Jacob a abraçou e tentou levantá-la. Precisava tirar sua mulher dali. Sabia que ela não podia se emocionar. Podia passar mal e perder o bebê,

- Eu vou explicar tudo, Ness. Vamos para o quarto! Venha, amor.

Nesse momento Os seguranças apareceram com o Sr Preston algemado. Tinham uma mala preta ma mão.

- Olha o que achamos, Chefe¿ Ele tentou fugir com o dinheiro. Foi difícil encontrá-lo, mas conseguimos.

- Vô¿ Por... Por... – Ness Gaguejou chorando. A multidão os rodeou e observava todo aquele drama. Dane no são chão com Sr Bristop e a sua mulher, que já estava ao se lado. Os seguranças com o avô de Ness, que tentava fugir com uma mala cheia de dinheiro. E o médico cardiologista da cidade, morto, com um tiro da na cabeça. Sua filha estirada sobre o seu corpo, chorando de forma inconsolável.

- Eu não sou seu avô! Sua filha de chocadeira! Não sou nada seu! Nada! – O homem disse com ódio.

- Tirem ele daqui!- Ordenou Jacob para os seguranças, enquanto pegava Ness no colo. Ela estava sem forças nenhuma naquele ponto do drama.

- O que acontece¿ O que¿ Por que o Sr Clai entrou na frente da bala¿ Por que Dane está chorando diante dele¿ Por que ele diz que não é o meu avô¿ - Ela já sentia um desespero a consumir. Era tudo mentira. Mentira. Ela sabia. Toda a sua vida foi uma farsa. Sua mãe foi uma galinha. Seu pai nem era o seu pai. Seu avô não era o seu avô. “Quem eram essas pessoas¿ O que representavam em sua vida¿ Será que Vitória Cullen, sua mãe, teve coragem de dormir com o juiz¿ O velho amigo do seu pai¿ O homem mais respeitável da cidade¿ Seria aquele homem o seu pai¿ Minha mãe não prestava. A minha avó também não. O pai de July, Dr Josh Smith é um assassino. Ele até poderia ser o meu pai. O que é verdade? Quem eu sou?”

Naquele momento Ness desmaiou. Ficou completamente atordoada com aquelas informações e perdeu os sentidos. Perdeu a sua identidade e a história da sua vida... Tudo era uma grande mentira... Exatamente tudo.


Nota Glau
E ai gente? Vcs esperavam por isso? Falem sobre todas as impressões. Estou super ansiosa pelos comentários de vcs. Realmente quero saber o que acharam de todo esse mistério.
Eu pensei em abandonar a fic várias vezes, mas bolar isso tudo deu muito trabalho. Passei um mês tentando conectar os acontecimentos até fechar o mistério. Sabia que se deixasse para concluir a fic depois não conseguiria fazer do jeito que queria. Não seria justo nem comigo e nem com vcs. Por isso espera que tenha valido a pena acompanhar até aqui. Essa fic foi muito complicada e trabalhosa. É claro que muitas coisas eu simplesmente cortei. Eu faria algumas cenas das amigas da Ness, pegações, brigas e festas, mas achei supérfluo e que não agregava a estória em si.
Acharam que seria o Dr Smith, o pai da July? Se vcs voltarem ao inicio da fic, a July aparece na escola, de mudança, pouco depois da morte do pai de Jacob e da mudança dele para cidade. O pai dela apareceu poucas vezes na fic e sempre muito solícito.
Carlisle quando fez o testamento achava que iria morrer. E Alice, com sua astúcia descobriu a armação do falso exame e do mecânico que se encontrou com Esme.
Eu fiz um esforço enorme para não deixar pistas óbvias e teve um cap onde eu deixei essas pistas sobre o passado. Disse para vcs pensarem e tentarem descobrir.
Deviam saber que era o amigo de Carlisle que ninguém se lembrava.

Bem acho que até aqui mereço mais recomendações. Não acham? A fic está linda e muito complexa. O meu primeiro e ultimo romance policial...

O próximo cap é o final e quero ver se algum advinha a ligação de Dane, Sr Bristop e os Cullens. Agora a coisa está quase fácil. Kkkk

Obrigada por todos os comentário e um bju no core

N/Heri:  Viram a aulinha de historia básica? Tia Glaucia arrebenta! OMG! Ela está tentando nos matar com esse suspense todo e cena de ação ...Estou sem palavras com tantas revelações, capitulo bombástico. E agora entenderam quem era o avô? E o Dane ? ainda não está explicado. Ah já quero logo o prox...louca pra saber as loucuras da Glaucia...vem muitas surpresas...COMENTEM AI....É O FINAL...DA RECORD PRA ELA NESSE CAPITULO... bjs girls




6 comentários:

Deia disse...

Nossa, como eu disse no capitolo passado vc sempre surpreende, eu cheguei a conclusão do amigo do Carlisle, mas imaginar que ele era o medico, quanto misterio.
A Ness e o Dane são primos? Irmãos? Eles tem relação de parentesco né,
E o aborto que a Ness fez, o Jake vai ficar sabendo? E o filho da Bella?
To muito anciosa para o ultimo capítolo, deste jeito vc mata a gente antes, ESSA FIC É MARAVILHOSA!!!!!!!!
Bjus

Anônimo disse...

amei o cap maravilhoso
coitada da nessie oh familia ainda bem que ela tem o meu jake do lado dela pra apoia e ajuda e tambem tem os bebezinhos dela pra da todo amor e carinho que ela precisa eu tenho certeza que ela eo jake vao ser pais maravilhosos e esses bebezinho vao ter muito orgulho dos dois.o dane e o verdadeiro pai da nessie ou nao e se e que se sabe com uma mae da quwela ninguem sabe so um dna.

Anônimo disse...

cap emocionante esse cheio de acao
ea nessie e filha de quem do dane ou do juiz
coitada so tem mesmo o jake e os bebezinhos dela tomara que nada de mal acontenca com os bebezinhos
nossa guerra dos sexos esta maravilhosa pena que vai acaba .parabens glaucia mais uma vez arrassado ta incrivel eu acertei o assassino so nao sabia que era o pai da july.to louca pra tu posta logo o proximo cap to asiosa pra ler o proximo posta logo por favor eu amo tuas fic lie todas .

Anônimo disse...

adorei o cap foi mara
nao vejo a hora de ler o proximo e conhecer os bebezinhos do jake e da nessie
parabens tu e demais .posta logo o cap22.

Anônimo disse...

Nossa que cap esse amei coitados do jake e da nessie tiverao a familia toda assassinada por esse louco.tomara que nada de mau aconteca com os nenezinhos lindos deles e a nessie e maluca mesmo o jake mandado ela fica na sala de segurança ela teimou e arrisco a vida dela e dos bebe .se nao fosse o juiz que por sinal eu acho que avo dela pai do dane que e pai da nessie e essa e a ligacao dele com os culle.você esta de parabens a fic ta maravilhosa e você e incrivel e posta logo o proximo cap tou esperado assiosa.e nu desiste de escreve nao você vai faz muita falta.

Anônimo disse...

Nossa adorei o cap tou louca esperado o proximo. ha eu quero que tenha casamento da nessie e do jake na igreja e que seja lindo ja que no civil a nessie aprotou pra caraba e o casamento foi meio louco e agora eles merece um casamento de verdade e eu tambem quero saber quantos bebezinho a nessie vai ter e se ela apreende a ser uma boa mae alias vai sim tenho certeza.e sera que o jake vai descobri do aborto que ela fez e quem era o pai mais nao importa nao era dele mesmo.a fic e mara e merece um grande final ja que e tua ultima fic vou sentir saudade ja que eu adoro as tua fic ja lie todas jake e nessie e amei todas vai faz muita falta .

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