sábado, 25 de junho de 2011

Sol da minha vida3

Preparativos para mudança

Meu pai e meus avós viajaram para preparar a nossa chegada na casa nova. Uma mudança normalmente leva tempo e com o tipo de vida a que nós, os Cullens, estávamos acostumados, seria preciso alguns dias para escolher e prepararem a nova casa. Não é muito fácil nos dias de hoje encontrar um local grande o suficiente para uma família de dez pessoas, e que fosse totalmente reservado. Quando digo reservado, eu me refiro a um lugar escondido no meio do nada e com uma grande floresta. Era realmente necessário ter uma floresta para caçarmos e Jacob ter a liberdade na sua transformação. Ele não poderia perder a comunicação com a sua matilha.  Minha avó precisaria de alguns dias para decorar a casa, mesmo fazendo isso com a rapidez. Não me entenda mal, acontece que dona Esme é uma pessoa muito perfeccionista e os detalhes contam muito para ela. Decorar a casa, para ela, é uma atividade que requer tempo, apesar de uma tarefa corriqueira. Com esse intuito, eles viajaram alguns dias antes para Honeymoon Bay, uma reserva florestal perto de Kenora no Canadá.

Alice, Rosali e minha mãe Bella ficaram para preparar a minha festa de aniversário. Minha tia maluquinha, Alice, adorava festas e mesmo com a aversão que minha mãe  demonstrava em ocasiões de festividade, aquele seria um acontecimento para a nossa família porque era o meu aniversário. Também seria o momento em que receberíamos os nossos velhos amigos, os mesmos que estiveram ao nosso lado no confronto contra os Volturis, e os nossos quase parentes de La Push. Quando eu digo “quase parentes” estou levando em consideração que a família e os amigos de Jake se tornaram parte importante em minha vida, assim eu os considero como membros da família.
Minha mãe, por mais incrível que possa parecer, estava bastante animada com essa coisa de festa e se ofereceu para ajudar Alice, apesar da sua falta de talento e gosto. Sim! Nesse quesito sempre foi uma grande negação. Se deixasse por conta dela, seria um verdadeiro horror, assim dizia Alice. Rosali e ela tentavam dá opiniões, mas Alice parecia saber bem o que queria e o mais importante, o que faria. Não dando muito espaço para elas e muito menos ouvidos aos conselhos que davam a respeito da decoração. Minha baixinha sempre foi muito decidida.

Emmett e Jasper estavam resolvendo as questões legais para os Cullens e Jake cursarem uma Universidade Kenora. Precisavam falsificar alguns documentos e fazer alguns subornos, por isso não se envolviam o muito com a coisa da festa.

Eventualmente a família saia junta para caçar. Os vampiros, assim como os híbridos, podem viver alguns dias sem sangue, mas isso acaba causando uma espécie de abstinência, o que torna mais difícil a vida de vegetarianos e a resistência ao sangue humano. Para a segurança de todos, mesmo sem sede, é sempre bom estar alimentado. Isso evita algum eventual acidente de percurso.  Nós nos alimentamos de sangue animal, coisa que não me é muito atraente, e justamente por isso, para tornar o ato de me “alimentar” mais interessante, Jake sempre fazia as excursões conosco. Ele sabia que as competições que fazíamos tornavam a caçada mais convidativa para mim. E mesmo não gostando muito de caçar com Emmett, Rosali e Jasper se exibindo, ele fingia que não prestava atenção. Assim as coisas ficavam divertidas para nós dois. Sei que para ele era um grande sacrifício. Ainda é nos dias de hoje, entretanto o seu coração é tão grandioso que esse sempre foi e sempre será, com certeza, o menor dos sacrifícios que fez por mim.

É claro que eu sempre trapaceava e ele deixava isso ocorrer. Sabia que eu não gostava muito de perder, assim sempre dava um jeito para eu ganhar. Eu me sentia maravilhada com as minhas conquistas. Hoje sei que ele faz de propósito, mas na época era apenas uma criança e a sua generosidade me deixava envaidecida. Minha mãe parecia encantada com isso e se maravilhava com a sua paciência comigo. Acho que eu nunca teria um amigo como ele se não fosse por ela. Os dois tinham uma ligação espontânea. Às vezes pareciam conversar apenas com o olhar. Tudo o que Jake fez por mim foi em parte por causa dela. Naquele momento eu não entendia bem as coisas, mesmo assim era grata a ela pelo amigo que tinha.

Para fugir do estresse que Alice, Rosali e minha mãe ficavam por causa dos preparativos da minha festa, eu aproveitava o máximo de tempo com os meus amigos lobos, Charlie e os humanos de La Push. Eu sempre amei a reserva e lá me sentia em casa. Todo aquele verde, o ar puro, a beleza das praias, as casinhas de madeira tão parecidas e mais ainda as pessoas. Todos me tratavam com tanto amor, que era impossível não amar estar com aquelas pessoas. Minha mãe já não se importava tanto de Jake e eu andando para todos os cantos juntos. Já não implicava ou proibia, porque ela sabia que não iríamos nos separar nunca. Essa era a certeza que eu tinha e que me mantinha feliz. Mas houve um tempo em que ela se mostrava relutante. Percebia a careta que ela fazia e o desconserto do meu pai. Os dois não gostavam muito. Acho que tinham medo das pessoas descobrirem o meu segredo e me tratarem mal. Se ela soubesse como eu me sentia bem lá e como os meus lobinhos me amavam...

Jake às vezes parecia triste por deixar a sua matilha e seu velho pai, apesar dele não ter planos para ficar completamente ausente.  Sabia que teria os finais de semana e manteria contato permanente com o Sam e com os outros lobos. Mesmo assim era evidente a tristeza que tentava esconder de mim. Às vezes eu podia ver, quando ele não se dava conta da minha presença, os seus olhos distantes cheios de água. Aquilo realmente me cortava o coração e me fazia sentir como a pior pessoa do mundo. Não queria ser tão egoísta a ponto de arrastá-lo comigo, mas também não conseguiria viver sem ele. Era tão doloroso pensar nesse tipo de coisa. Uma criança, mesmo com o meu amplo conhecimento, não tem muito maturidade para trabalhar algumas coisas em seu coração. Acaba sendo levada apenas pela emoção e deixando o sentimento dos outros de lado. Quando me dava conta disso, sofria de verdade por ele. Mas não fui altruísta, como meus pais, para pedir que ficasse. Sem ele eu não suportaria.

O sorriso que eu tanto amava e que fazia meu dia se iluminar, que era a sua característica marcante, os dentes brancos, as maças do rosto arredondado proeminentes, a covinha no queixo, os lábios carnudos e o olhar zombeteiro... Tudo aquilo parecia sumir da sua face, deixando uma máscara de tristeza, que me fazia sentir culpada por existir, culpada por fazê-lo ser meu eterno protetor, culpada por permitir que abandonasse tudo o que ele amava. Era muito egoísta para lhe dizer que ficasse. Egoísta!! A acusação sempre na minha mente.

Aproveitamos o máximo de tempo em La Push e não nos preocupávamos com o tempo. Afinal era insuportável ver minha tia louca arrumando as coisas para a festa. Pior ainda era ver o desespero da minha mãe diante de tantas coisas a fazer. E eu estava impressionada em como ela estava agüentando aquela situação, porque primeiro era totalmente contra festas e segunda quase morria com as sandices da de Alice... Quer dizer, isso se pudesse morrer. É claro. Não me preocupava muito com isso. Sabia que iria sobreviver mais alguns dias de Alice Cullen completamente surtada. A minha duvida era: “Será que eu sobreviveria? “ Eu procurava não pensar ... Só fugir com meu Jake.

Faltavam apenas dois dias e todos já estavam em casa mantendo um clima de melancolia  e saudosismo. Afinal viveram tanto tempo naquela casa e naquele momento teriam que ir embora. Eu percebia as expressões amuadas dos meus tios e da minha mãe, principalmente. Acho que o único inconveniente em ser imortal é não poder ficar muito tempo em um lugar. Todos aprenderam a viver como nômades. Entretanto, demonstravam clara afeição por Forks e La Push. Ainda havia um novo fator: Ness. Todos sabiam o quando eu amava aquele lugar e como seria a mudança e adaptação para mim. Obviamente estavam preocupados com isso. Minha avó, desde o momento em que retornou, parecia muito mais triste do que os outros por abandonar o seu lar. E sempre resmungava:

- Eu fui tão feliz nessa casa.. .Tantas lembranças boas...

Eu ficava emocionada com as palavras da minha doce avó e com certo pesar pela sua tristeza, mas meu pai dizia que isso passaria logo.

[...]

Os primeiros convidados começaram a chegar dois dias antes da festa: Kachiri, Senna, Zafrina, Eleazar, Carmem, Kate, Tanya. Era estranho para eles, porque tínhamos nos vistos há apenas 6 meses atrás, e de um lindo bebê eu havia me transformado em uma criança grande de aparentemente sete anos. Zafrina quase não me reconheceu, Tanya parecia extasiada de felicidade, Carmem e Kate eram só amores para mim. Eu me sentia mais mimada do que nunca. Era o centro do universo. Paparicada e requisitada por todos, para o desgosto de Jake que não tinham mais a exclusividade sobre mim.

Fazia questão de mostrar como fui feliz naqueles meses. Nenhum deles parecia acreditar no meu desenvolvimento tão rápido. Naqueles dias, eu brincava com os meus poderes, descobertos por Eleazar, e aprendia que eu tinha mais do que imaginava com Kate e Zafrina. Mas minha mãe ficava apavorada me vendo testar os meus novos dos com elas. Tinha medo que isso pudesse se espalhar. Não queria que as pessoas soubessem o quão talentosa era. Sabia que seria uma ótima “peça” para os Voulturis se descobrissem o meu potencial. Conseguia mostrar as pessoas às imagens, boas ou ruins, que eu quisesse sem tocar nas pessoas. Aprendi  a desenvolver o dom mental muito parecido como Jane, Alec, e Zafrina. Além de ser um escudos, para proteger a mim e quem quisesse, era um espelho, refletindo os poderes que recebia de outras pessoas. Isso ajudaria em um contra ataque. Se alguém quisesse me fazer sofrer, como Jane, eu poderia devolver o golpe com o dobro da força. Isso seria bem divertido para mim. Adoraria fazer aquela presunçosa provar do próprio veneno. Também  era capaz de quebrar qualquer escudo e testava isso com Bella. Por todas essas razões, minha pobre mãezinha, morria de medo que isso se espalhasse. Eu seria uma arma letal nas mãos das pessoas erradas, se é que me entende.

E Zafrina me ensinou alguns truques para mostrar imagens tenebrosas para os meus oponentes. Também achava que isso seria bem útil em uma luta. Mataria uma pessoa de medo em dois tempos. Só não sabia por que esses poderes não funcionavam com meu pai. Eu gostaria de um pouco de privacidade com os meus pensamentos. Se pudesse evitá-lo de ler os meus pensamentos seria o céu, mas não conseguia fazer e ele adorava isso. Sempre sabia o que estava pensando antes mesmo de eu me dar conta. Era bem perspicaz e bisbilhoteiro. Eu odiava isso.

Jake ficava muito tenso vendo treinos dos meus poderes com meus amigos. Ela achava que eu poderia me machucar com os ataques de Zafrina, Kate e Eleazar. Eu tentava assegurar que não havia perigo. Ele, no entanto, sempre trincava os dentes quando começávamos com as brincadeiras. Podia sentir os tremores pelo seu corpo. Tinha medo de perder o controle e se transformar em algum momento. Queria ter a capacidade de ler os seus pensamentos para saber o que pensava realmente daquilo. Qual o motivo de tanto medo. Mas justamente o poder que queria eu não tinha. Para a minha mais completa infelicidade... “Bem que meu pai poderia ter sido generoso nesse ponto”.
No dia seguinte chegaram Peter, Charlotte, Alistair, Charles, Makenna, Amun, Kebi, Benjami, Tia, Maggie, Siobhan, Liam. E eu também repassei para eles todos aqueles meses de felicidade, participando-os do meu crescimento, usando meus novos poderes. E eles pareciam não acreditar em todo o que eu os mostrava.

Estava quase na hora da festa, os outros convidados ainda não haviam chegado, mas uma figura misteriosa pareceu na porta e entregou um pacote para Esme. Todos que estávamos entusiasmadas e felizes com meu aniversário ficaram tensos de repente com aquela figura. Acho que perceberam imediatamente do que se tratava. Ela entregou ao meu pai e todos ficaram observando. Havia um clima de suspense no ar. Nem mesmo Jasper conseguiu amenizar a situação. Foi complicado até mesmo para ele controlar tanta tensão.

- Os Volturis enviaram um presente para você, querida! - A sua voz era perturbadora, mas tentava ser aveludada. Meu pai não deixaria que nada estragasse a minha festa. Tentou fazer o máximo para suar casual. Todos olhavam inquisitivamente quando ele me passou o pacote e um bilhete:

- Estamos felizes por esse dia tão especial, Renesmee. Desejamos toda a felicidade do mundo. Esperamos vê-la em breve. - Eu li alto e um frio percorreu a minha espinha. Um pensamento sombrio percorreu o meu ser: Eles não desistiram de mim! Eu tinha certeza que não. Por mais que tudo parecesse bem naquele momento, era um claro aviso que eles voltariam para me ver e averiguar os meus poderes. Eles sabiam que sendo filha de vampiros tão talentosos, eu teria algum dom útil a oferecer. Se soubessem realmente a minha capacidade, acho que não teriam desistido da luta. Tive muito medo naquele momento. Vi minha mãe olhar apavorada para meu pai. Fingi não perceber nada e não deixei transparecer os meus temores, apesar de saber que meu pai ouvir o que estava pensando.

Abri o embrulho sem pressa. Era uma linda boneca. Poderia dizer que era a mais linda que eu já havia visto. Seu rosto era de porcelana e todos os detalhes eram perfeitos. Mas apesar da beleza do presente, não gostei de tê-lo recebido. Preferia não tê-lo ali. Queria me desfazer imediatamente. Estava tensa demais com aquele aviso. Mesmo assim abri um sorriso para quebrar aquele clima de tensão.

Ela é muito linda!! Olha só mãe como é delicada e perfeita!! – Tentei parecer empolgada. Sabia que não acreditariam, mas não custava nada tentar.

Todos riam e achavam graça da minha ingenuidade. Mas meu pai, que podia ler os meus pensamentos, soube que estava chateada, com medo e me sentindo ameaçada pelos Volturis:

- Malditos assassinos, italianos!! O que querem? Me assustar? Mas isso não vai acontecer!!

De repente minha visão se iluminou quando ele entrou na sala de forma deslumbrante e amável. Além de uma beleza natural, sua roupa era impecável e nem parecia àquele cara com calça jeans rascadas, peitos de fora e cabelos desarrumados. Não havia não ninguém tão lindo, tão formoso, tão adorável quanto meu Jake. Eu nem me dei conta que a sala estava cheia de convidados me olhando atentamente quando corri para os seus braços, agarrei-me o mais forte o possível em seu pescoço e beijei o seu rosto moreno estonteante. Fiz aquilo com a maior naturalidade, mas acho que os amigos vampiros não gostaram muito da cena... ”E daí? Quem liga para a opinião dos outros?”

- Jake, você está lindo! - Disse sem reparar a cara de horror, vergonha e desaprovação dos meus pais. Os nossos amigos vampiros olhavam incrédulos e eu podia ouvir os sussurros:

- Isso não é saudável!

- Ela é só uma criança!

- Como Edward permite isso!

-Ele é um cachorro!

Nesse momento eu fiquei envergonhada e minhas bochechas ficaram vermelhar.

- Odeio ter herdade essa característica humana da minha mãe! -Pensei e me recompus para cumprimentar os demais convidados que vieram com Jake. Atrás dele estavam Quil, Embry, Sue, Emily, Sam, Billy, Seth, Paul, Rachel, Kimi, Jared, Colin, Clair e meu adorável avô Charlie. Conforme iam se apresentando, eu os recebia com muito amor e muito feliz por estarem ali compartilhando comigo aquela festa. Eles eram importantes para mim e por mais que o lado vampiro não gostasse da presença dos lobos, não abriria mão por causa de coisas bobas. Era apenas uma noite. Uma festa e todos tinham que se comportar educadamente e aceitar as diferenças.

Todos pareciam espantados com a decoração que Tia Alice fizera e podia ouvir os elogios:

-Nossa eles sabem mesmo dá uma festa!! – Emily falou

-Está tudo tão perfeito!! – Foi a vez de Sue.

Eu estava extasiada de felicidade era tudo perfeito. “Alguém poderia ser mais feliz do que eu naquele momento? Ali estavam todas as pessoas que amava.”

Eu estava nos braços do meu adorável e lindo pai, dançando alegremente, girando pelo salão com muita desenvoltura. Ao contrário da minha mãe, não tinha a menor vergonha de dançar. Depois dele dancei com todos os homens... Humanos, lobisomens e vampiros.  Não parava quieta um minuto se quer. Era a atração da festa e tirei proveito disso. “Mas sabe o que mais gostei?” Foram os braços fortes de Jake me conduzindo na pista de dança. Eu me sentia tão confortável em seus braços. Era simplesmente perfeito

Tanya perguntava a Esme: - De quem essa menina puxou esse ânimo todo?

- A Bella acha que essa alegria saltitante é da sua mãe Renêe. – Minha avó respondeu.

Enquanto girava nos braços de Edward novamente, pude ver Leah entrando no salão e não gostei muito, mas fiquei na minha. Não arrumaria briga com ela na minha festa. Certamente os vampiros tomariam partido e os lobos não permitiriam que ela levasse a pior. Sabia que era melhor me comportar mesmo a contra gosto.

Ela puxou Jake para dançar e ele foi envergonhado. Para mão fazer desfeita, eu acredito, ele a pegou pela mão e de repente eles estavam muito juntos na pista de dança. Ela estava com a cabeça no seu ombro, olhando para mim com cara de desdém. Aquilo fez surgir uma fúria em mim, que subiu para a minha cabeça. Quando dei por mim, havia mostrado os destes rugindo muito alto para ela. Todos, vampiros e lobos, se colocaram em posição de ataque. Mas Jake estava calmo e deu uma ordem para Leah sair. Meu pai me segurava e sussurrava no meu ouvido para que me acalmasse. Sabia que se me soltasse, voaria no pescoço dela. Isso era o que realmente queria. Queria arrebentar aquela cadela.

- QUEM AQUELA CADELA PENSA QUE É PARA RIR DA MINHA CARA? PARA ME ENCARAR DESSE JEITO? EU VOU ARRANCAR OS OLHOS DELA PAI? – Gritava em minha mente. Queria gritar alto, mas me controlei.

-Calma, Ness! Tudo bem! Ela já foi. – Meu pai sussurrava no meu ouvido, para disfarçar enquanto todos olhavam para nós. Estavam perplexos com a cena. Acho quem ninguém esperava que ocorresse. Veja bem, eu só tinha sete anos e já me comportava de forma possessiva. Ele era “meu” e acho que aquilo ficou claro para todos. Mesmo sem saber, dei a maior mancada da minha vida.

Meu tio Emmett deu uma risada divertida: - Tão pequena e já é tão geniosa quanto à mãe! Rrsrsrs – Ele gargalhou. Acho que para quebrar o clima de tensão. Meu tio sempre foi muito brincalhão e aquilo talvez ajudasse a descontrair as coisas.

Todos na sala riam, achando a piada engraçada ou fingindo achar, para quebrar o clima que havia ficado no ar depois que Leah se retirou da festa. Mas eu ainda estava vermelha de raiva e se não fossem os humanos... “Eu teria arrancado o pescoço dela”.

Só Charlie olhava com desconfiança e dizia: -Como pode se tão parecida com Bella? Tão geniosa e temperamental. – Franziu o cenho e ficou pensativo. Ele ficava cada vez mais desconfiado.

- É a convivência, Charlie.  – Meu pai respondia rindo.

As conversas paralelas se formavam e todos já pareciam ter esquecido aquele inconveniente. Eu estava mais calma e meu pai já não me segurava mais. Até conseguia rir das piadas que faziam. Acho que foi quando percebeu que tudo tinha acabado, pelo menos parecia, que Jake veio para mim. Avaliou o meu rosto e depois falou:

 -Ness, Por que você não toca para nós a sua última composição? - Seu sorriso era irradiante e iluminava todo seu rosto. Às vezes eu tinha a impressão que ele estava olhando para um diamante ou algo precioso. Meu coração se aquecia quando fazia aquilo. Sentia-me realmente especial. Tudo em minha volta se iluminava. Era um dom que só ele tinha... “Até hoje ele consegue fazer com que me sinta dessa forma”.

-Ela compõe? - Alguém que não consegui identificar perguntou cético.

-Ela compõe tão bem quanto o Pai. - Respondeu minha mãe muito orgulhosa.

Eu comecei a dedilhar as teclas do piano, tocando uma canção que compus para o meu Jake. Deixei toda a emoção fluir. Fechei os olhos e me lembrei de como me sentia quando me agarrava aos pelos do lobo marrom avermelhado e era conduzida através da floresta. O vento em meus cabelos, o cheiro das criaturas, os barulhos que para muitos seria imperceptível e os rosnados do “meu lobo”.  E o mais importante, como eu me sentia iluminada quando estava com ele. Como o seu sorriso tinha o poder de aquecer o meu coração e o meu corpo.

Quando terminei todos aplaudiam incrédulos do que tinham ouvido.
-Como se chama essa canção? - Perguntou Kate.

- Se chama Sol da minha vida - Eu respondi olhando para Jake, quando novamente todos me olhavam espantados sem entender o porquê. Para mim era algo muito natural. Veja bem, eu não via Jake como “homem”. Ele era apenas o amigo que me fazia feliz. Que tornava os meus dias mais alegres, mais fáceis e estava sempre me protegendo e mimando. Não me imaginava um dia sem ele. Era impossível pensar na vida sem Jake. Para os outros, entretanto, era estranho uma criança sentir tamanha veneração por um “homem”. Mesmo que nisso não houvesse maldade nenhuma.

- Mãe, estou com sono! - Eu resmunguei.

- Vou levar você para o quarto, querida. – Minha mãe disse docemente. Jake veio até mim e deu um beijo na minha testa dizendo:

- Durma bem! Não se esquece que amanhã vamos caçar. Então descanse, querida. – Seus olhos negros brilhavam com tanta intensidade. Pareciam duas perolas negras. Eu o olhei e me senti confortável. Dei um abraço apertado e me despedi de todos antes de sair.

Fui para o meu quarto muito cansada. Enquanto minha mãe arrumava a cama, trocava de roupa pensando em como seria a minha nova vida. Como tudo mudaria em uma casa nova longe de tudo e de todos. Tentei afastar os pensamentos e perguntei a minha mãe:

-Vocês vão para o chalé hoje ou dormirão aqui?

- Vamos ficar aqui querida. Temos convidados.  – Ela respondeu docemente enquanto terminava a tarefa.

- Te amo, mãe!!
-Te amo, Renesmee. – Ela beijou a minha testa antes de me cobrir com edredom e partir.

Deitei em minha cama sabendo que em pouco tempo aquele não seria mais o meu quarto. Já sentia saudade de tudo. Mas sabia que por mais difícil fosse à mudança, tudo ficaria bem enquanto eu tivesse o meu “sol particular” ao meu lado.

2 comentários:

DanielaTwilight disse...

Ahhh tao lindo...esta fanfic é mesmo linda, já me tinha esquesido de como tudo começou...

Quero mais Glaucia....pois mesmo podendo saber já o que vai acontecer eu estou á espera das tais mudanças, por isso vou seguir a fanfic por aqui e não ir rapidamente para o nyah continuar a ler daqui, não que nao me apeteça, mas prefiro esperar para ver quais as mudanças que vai fazer =D

Continue...por favor...
bjs,
DanielaTwilight

Anônimo disse...

lindo.... maravilhsoso

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