sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O DUQUE E EU




O DUQUE E EU
Autora Julia Quinn

Gente


Esse é o primeiro livro da família Bridgerton, e o primeiro romances histórico, da época da regência, que li. Eu me apaixonei completamente pela escrita primorosa da autora Julia Quinn. Ela consegue fazer personagens carismáticos, engraçados, situações constrangedoras e momentos sensuais.

Quando comecei a ler o livro, não achei que fosse me envolver e não dei nada por ele em um primeiro momento. Mas Simon e Daphne são os tipos de personagens encantadores que me envolveram qualquer um na trama.

O primeiro encontro foi super engraçado e quando os dois tentam se ajudar, para conseguir seus objetivos, acabam enredados nas armações de Lady Bridgerton, uma casamenteira infalível, e o que era uma armação vira um casamento verdadeiro.

Simon é do tipo de mocinho delicioso que te deixa apaixonada. Daphne é forte e muito decidida. Os dois têm uma combinação única e você se vê torcendo a todo o momento pelo casal. Isso sem falar nos irmãos Bridgeton’s, que são deliciosos - eu amo o Antony, Benedict e principalmente o Colin, devo admitir – e a mamãe mais divertida e astuta do mundo. Ninguém gosta de sogra, mas Lady Bridgerton é fantástica e junto com seus filhos faz o leitor soltar boas gargalhadas. Essa é uma família, sem sombra de dúvida, bem humorada e fascinante.

Tenho certeza que ao terminarem esse livro, vão correr a procura dos outros livros.  Só acho uma pena que os 7 livros dessa série ainda não estejam a venda no Brasil. Mas existem os ebooks para matarem a nossa curiosidade. Eu li todos, alguns como do Colin mais de uma vez. E AMO essa família!!

Espero, realmente, que não tenham preconceito com livros de banca de jornal. Eu amo esse tipo de leitura, principalmente os históricos, e 90% dos que li ano passado foram dessa safra.

Vocês encontrarão o primeiro livro no site Ler e Sonhar, que vende os livros da Nova Cultural.


Espero que gostem!!

Trecho 1

-Quem é você?

Simon não sabia por que não tinha respondido sua pergunta diretamente, mas algo em seu interior lhe fez dizer:
-Primeiro minha intenção foi resgatá-la, mas ficou claro que você não necessitava de meus serviços.
-Oh - disse ela, um pouco mais calma. Apertou ligeiramente os lábios pensando muito as palavras que ia dizer.
- Bom, muito obrigada, suponho. É uma lástima que não aparecesse dez segundos antes. Assim não teria que lhe ter golpeado.
Simon olhou ao homem que estava estendido no chão. Já lhe estava começando a aparecer um hematoma no queixo e, gemendo, disse:
-Laffy, OH, Laffy. Quero-a, Laffy.
-Supondo que você deve ser Laffy - disse Simon, olhando-a nos olhos.
Realmente, era uma jovem bastante atraente e, desde esse ângulo, o corpete do vestido parecia descaradamente decotado.
Daphne fez uma careta, obviamente sem dar-se conta de que o olhar dele estava pousado em partes de sua anatomia que não era seu rosto.
-O que vamos fazer com ele? – lhe perguntou.
-Vamos? - repetiu Simon.
Ela franziu o cenho.
-Não disse que tinha vindo me resgatar?
-Assim é - disse ele. Aproximou uma mão da boca e começou a estudar a situação. - Quer que o atire na rua?
-O que? Não! - exclamou ela - Pelo amor de Deus, ainda não parou de chover.
-Minha querida senhorita Laffy - disse Simon, sem dar-se muita conta do tom condescendente que estava usando - Não acredita que sua preocupação está um pouco deslocada? Este homem tentou atacá-la.
-Não é verdade - respondeu ela-. Ele só... Só... De acordo, tentou me atacar. Mas nunca teria me feito mal.
Simon levantou uma sobrancelha. De verdade, as mulheres eram as criaturas mais estranhas do mundo.
-E como pode estar tão certa?
Observou-a enquanto ela procurava as palavras mais adequadas.
-Nigel é incapaz de machucar alguém - disse Daphne, lentamente -. Só é culpado de interpretar mal meus sentimentos.
-Então, você é uma alma muito mais generosa que eu - disse Simon.
A garota suspirou; um som suave que, de algum jeito, Simon notou em todo seu corpo.
-Nigel não é má pessoa - disse ela, com dignidade-. O que acontece é que nem sempre entende bem as coisas e, talvez, confundiu minha amabilidade com algo que não é.
Simon sentiu uma grande admiração por essa garota. A estas alturas, a maioria das mulheres que conhecia já estariam histéricas mas ela, quem quer que fosse, tinha mantido a situação sob controle e agora demonstrava uma generosidade de espírito que era surpreendente. Que ainda pensasse em defender a esse tal Nigel era algo que ele não entendia.
Daphne se levantou e sacudiu a saia de seda verde. Tinham-lhe recolhido o cabelo de modo que lhe caía uma mecha em cima do ombro, frisando-se de maneira muito sedutora em cima dos seios. Simon sabia que deveria estar escutando-a, falava sem parar, como quase todas as mulheres, mas não podia afastar o olhar daquela mecha. Era como uma fita de seda ao redor de seu pescoço de cisne, e Simon sentiu uma urgente necessidade de aproximar-se dela e percorrer o rastro do cabelo com a boca.
Nunca tinha perdido o tempo com as garotas inocentes, mas entre todos já lhe tinham pendurado a etiqueta de vivido. O que poderia acontecer? Não é que fosse violá-la. Só queria um beijo. Só um beijo.
Esteve tentado. Deliciosa e loucamente tentado.
-Senhor! Senhor!
A contra gosto, afastou o olhar do decote e o dirigiu ao rosto da garota. Mas como, é claro, era outro prazer em si mesmo, custava lhe achá-lo atraente quando estava franzindo o cenho.
-Me está escutando?
-Claro - mentiu ele.
-Não é verdade.
-Não - disse Simon.
Do fundo da garganta do Daphne surgiu uma espécie de rugido.
-Então, por que há dito que sim?
Ele encolheu os ombros.
-Pensei que era o que queria escutar.
Simon a observou, fascinado, como suspirava e resmungava algo. Não pôde ouvir o que disse, embora duvidasse que fosse um elogio. Afinal, com uma voz quase cômica, Daphne disse:
-Se não pensa me ajudar, rogo-lhe que parta.
Simon decidiu que já era hora de agir como um grosseiro, e disse:
-Peço desculpas. Claro que a ajudarei.
Ela suspirou e olhou ao Nigel, que continuava no chão a articulando sons incoerentes.
Simon também o olhou e, durante uns segundos, os dois ficaram ali, observando aquele homem inconsciente, até que ela disse:
-Em realidade, o golpe tampouco foi tão forte.
-Talvez bebeu mais da conta.
Ela o olhou, duvidosa.
-De verdade? O fôlego cheirava a licor, mas jamais o havia visto ébrio.
Simon não tinha nada mais que acrescentar, assim lhe perguntou:
-Bem, o que quer fazer?
-Suponho que poderíamos deixá-lo aqui - disse Daphne, embora com os olhos dizia que não o deixava tão claro.
Ao Simon pareceu uma idéia brilhante, mas era claro que ela preferia assegurar-se um pouco mais de que aquele homem estava bem. E Deus lhe assistisse, mas ele sentia o irrefreável impulso de fazê-la feliz.
-Vamos fazer o seguinte - disse, bruscamente, contente de poder ocultar atrás do tom de voz a ternura que sentia nesse momento - irei procurar minha carruagem - Perfeito - interrompeu ela - Em realidade, não queria deixá-lo aqui. Parecia-me muito cruel.
Simon pensou que era muito considerada com o Nigel, tendo em conta que tinha estado a ponto de atacá-la, mas guardou sua opinião e seguiu com o plano.
-Você esperará na biblioteca até que volte.
-Na biblioteca? Mas...
-Na a biblioteca - repetiu ele, com firmeza. - Com a porta fechada. Se alguém entrar aqui por acaso, não quererá que a encontrem com o corpo do Nigel estendido no chão, não é?
-Seu corpo? Deus santo, senhor, não é necessário que o diga como se estivesse morto.
-Como ia dizendo - continuou Simon, ignorando-a por completo - você ficará na biblioteca. Quando eu voltar, agarraremos ao Nigel e o levaremos até a carruagem.
-E como vamos fazê-lo?
Simon lhe sorriu, um sorriso torcido capaz de desarmar a qualquer um.
-Não tenho nem a menor idéia.
Por um segundo, Daphne se esqueceu de respirar. Justo quando tinha decidido que seu salvador potencial era um arrogante, teve que lhe sorrir assim. Foi um sorriso infantil, dos que derretem os corações das damas em um raio de dez quilômetros.
E ainda por cima, para mais desgraça, era terrivelmente difícil continuar irritada com alguém sob a influência daquele sorriso. Depois de criar-se com quatro irmãos, e todos com a capacidade de seduzir a qualquer dama, Daphne achava que ela seria imune aos encantos masculinos.
Mas, ao que parecia, estava equivocada. Sentia um comichão no peito o estômago lhe dava saltos de alegria e, de repente, tinha os joelhos flácidos como se fossem de manteiga.
-Nigel - sussurrou, desesperada e, obrigando-se a concentrar sua atenção longe do homem anônimo que estava em frente a ela. - Tenho que ver como está Nigel. - Se agachou e o sacudiu pelo ombro de um modo bastante pouco delicado - Nigel? Nigel? Nigel, tem que despertar.
-Daphne – grunhiu - OH, Daphne.
Simon se girou de repente.
-Daphne? Disse Daphne?
Ela retrocedeu um pouco, desconcertada pela pergunta tão direta e pelo intenso olhar em seus olhos.
-Sim.
-Se chama Daphne?
Então começou a perguntar-se se esse homem era tolo.
-Sim.
Simon fez uma careta.
-Não será Daphne Bridgerton?
Daphne ficou totalmente surpreendida.
-A própria.
Simon retrocedeu. De repente, começou a sentir-se mal enquanto seu cérebro compreendeu que tinha o cabelo escuro e grosso. O famoso cabelo dos Bridgerton. E isso para não falar do nariz, maçãs do rosto e... Pelo amor de Deus, a irmã do Anthony!
Maldita seja.
Entre amigos havia certas regras, não, melhor mandamentos, e o mais importante era: Não Desejasse À Irmã De Seu Amigo.

Trecho 2

“Simon, que justo tinha estendido um braço e se inclinara para abraçá-la, caiu de cara em cima da cama.
-Daphne? -Com a boca no colchão.
-Deveria ter sabido - disse ela choramingando,. - Sinto muito.
Sentia? Simon se sentou direito. Estava choramingando? O que estava passando? Daphne nunca choramingava.
Ela se virou e o olhou com olhos trêmulos. Simon se teria preocupado mais, mas não tinha nem idéia do que acontecia com Daphne. E como não tinha nem idéia, deu por sentado que não seria nada sério.
Uma atitude muito arrogante, mas certa.
-Daphne - disse, com doçura - o que se passa?
Daphne se sentou a seu lado e lhe acariciou a face.
-Sou tão insensível - sussurrou. - Deveria ter sabido. Não deveria ter dito nada.
-O que deveria ter sabido? -disse ele.
Daphne afastou a mão.
-Que não pode... Que não poderia...
-Que não posso o que?
Ela desceu o olhar e o fixou nas mãos que tinha em cima dos joelhos.
-Por favor, não me faça dizê-lo - disse.
-Esta deve ser a razão -murmurou Simon, pela qual os homens evitam o casamento.
Aquelas palavras eram para ele mas, infelizmente, Daphne as escutou e pôs-se a chorar.
-Que diabos se passa? -perguntou ele, mais sério, afinal.
-Que não pode consumar o matrimônio - sussurrou ela.
Foi um milagre que sua ereção não se derrubasse nesse mesmo momento. Honestamente, não sabia nem como tinha arrumado para dizer:
-Perdão?
Ela deixou cair à cabeça.
-Igualmente serei uma boa esposa. Não o direi a ninguém, juro-lhe.
Desde que era pequeno, quando gaguejava a cada palavra, não havia se tornado a encontrar em uma situação em que não pudesse articular uma palavra, como agora.
Daphne achava que era impotente?
-Por-por-por que? - Outra gagueira? Ou simplesmente a surpresa? Seria a surpresa. Seu cérebro não podia pensar em outra palavra que não fosse essa.
- Já sei que os homens são muito sensíveis com esse assunto - disse ela, devagar.
-Sobre tudo quando não é verdade! - exclamou ele.
Daphne levantou a cabeça.
-Não o é?
Simon entrecerrou os olhos.
- Seu irmão lhe disse isso?
-Não! -Ela afastou o olhar de seu rosto-. Minha mãe.
-Sua mãe? -Simon ficou boquiaberto. Com certeza nenhum homem tinha tido que suportar aquilo em sua noite de núpcias. - Sua mãe lhe disse que era impotente?
-É essa a palavra? -perguntou ela, curiosa. Entretanto, ante o penetrante olhar do Simon, apressou-se a acrescentar: - Não, não, não o disse com essas mesmas palavras.
-E o que foi -perguntou Simon, recalcando cada palavra- o que disse, exatamente?
-Bem, não muito - admitiu Daphne-. Em realidade, foi muito estranho, mas me disse que o ato matrimonial...
-O chamou ato?
-Não é assim como todo mundo o chama?
Simon agitou a mão no ar e disse:
-Que mais te disse?
-Me disse que o, como quer chamá-lo...
Simon pareceu encantado que, em tais circunstâncias, ainda lançasse mão do sarcasmo.
-… está, de algum jeito, relacionado com a procriação e...
-De algum jeito? -interrompeu Simon.
-Bem, sim. - Daphne franziu o cenho-. A verdade é que não me deu muitos detalhes.
- Já o vejo.
-Fez o que pôde - disse Daphne, pensando que o mínimo que podia fazer era sair em defesa de sua mãe. - Para ela foi muito difícil.
-Qualquer um diria que, depois de oito filhos, já teria mais que superado.
-Não acredito - disse ela, agitando a cabeça-. Além disso, quando lhe perguntei se tinha participado desse... - Olhou-o um pouco desesperada-, não sei do que outra maneira chamá-lo se não for ato.
- Continue - disse ele, com a voz abafada.
-Está bem?
-Sim - disse ele.
-Não o parece.
Simon agitou uma mão no ar para que continuasse.
-Bem - disse ela, lentamente-. Perguntei-lhe se isso queria dizer que ela tinha participado desse ato oito vezes e ficou muito vermelha e...
- Perguntou-lhe isso? - estalou Simon, sem poder reprimir-se.
-Sim. -Daphne entrecerrou os olhos. -  Está rindo?
-Não - disse ele, entrecortadamente.
Daphne fez uma careta.
-Pois parece que está rindo.
Simon sacudiu a cabeça.
-Está bem - continuou Daphne, claramente contrariada-. Pareceu-me que a pergunta tinha sentido, porque tem oito filhos. Mas então me disse que...
Simon sacudiu a cabeça e levantou uma mão, com uma expressão que nem sequer ele sabia se era de rir ou chorar.
-Não me diga isso. Rogo-lhe.
-Oh. -Daphne não soube o que dizer, assim se limitou a ficar com as mãos juntas sobre o regaço e a fechar a boca.
Afinal, escutou que Simon respirava fundo e lhe dizia:
-Sei que vou arrepender me de lhe perguntar isso De fato, já me estou arrependendo, mas por que pensava que era -estremeceu...- incapaz de consumar nosso matrimônio?
-Bem, disse que não podia ter filhos.
-Daphne, há muitas, muitas outras razões pelas que um casal não pode ter filhos.
Daphne teve que obrigar-se a deixar de rilhar os dentes.
-Detesto como estúpida me sinto neste momento - disse.
Ele se inclinou e a puxou pelas mãos.
-Daphne - disse, suavemente, lhe massageando os dedos-, tem alguma idéia do que acontece com um homem e uma mulher?
-Não - disse, sinceramente-. Acreditaria que, com três irmãos maiores, saberia algo e por fim achava que ia saber ontem à  noite quando minha mãe me disse que...
-Não diga nada mais - disse ele, com uma voz muito estranha-. Nenhuma palavra mais. Não o suportaria.
-Mas...”

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei, vou procurar pra baixar ou comprar esse livro, adoro romances antigos e Londrinos então, nem se fala!!
Obrigada Glau!

Letícia (Agatha21) disse...

Flor....
Depois de um mês do post, vim comentar.
Quero dizer que li TODOS os livros da série Família Bridgerton. É um mais lindo que o outro. As histórias são envolventes. Dá vontade de rir, chorar, me peguei várias vezes "falando" com os personagens (kkkkk louca).
Amei todos eles, não consigo dizer qual eu gostei mais.
bjks

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