sábado, 28 de janeiro de 2012

A Vidente - Hannah Howell


A Vidente
Autora:  Hannah Howell


Primeiramente devo dizer que sou apaixonada por romances históricos, de regência, e esse foi o primeiro que li que não foi lançado pela editora Nova Cultural. Para mim foi uma grata surpresa e quando comprei o livro, não tinha noção do conteúdo. Nem sabia que se tratava de um histórico, quando comprei por uma indicação. Depois descobri que fazia parte.

  

Bem, os Wherlocke’s e os Vaughn’s são duas famílias que possuem dons especiais. Esses dons - vidência, sensibilidade, intuição, leitura de mente, cura... -  que os tornam reclusos e afastados da sociedade. Através do seu dom Chloe descobre uma terrível trama e salva a vida de bebê. Ela e seu primo Leo o protegem por algum tempo, observando de longe os acontecimentos antes de intervirem. Assim acabam salvando também a vida do pai do menino, o conde Julian. Eles passam a tentar juntar provas contra os inimigos do conde e a partir desse momento, começa uma trama de mistério, traição, assassinatos e amor.

O que gostei no livro foi à união dessas duas famílias. Sabe aquela família com 7 filhos, que saem ao socorro do irmão mais novo que está apanhando? Pois, é! Quando um dos membros da família corre perigo, os outros saem em defesa e colocam os seus poderes em prática.  O final do livro também me agradou bastante e me deixou curiosa pela continuação.

Abordando a época em questão, dizer que por se tratar de um histórico, esse livro não foi exatamente fiel aos costumes, sabendo que uma obra precisa seguir os costumes locais e período que é retratado. Ele não exatamente um histórico que segue as normas.  Destacarei apenas um fato que a meu ver foi o que quebrou a obra.

Naquele período uma “donzela” jamais poderia ficar sozinha com cavalheiros, sem expor a sua reputação, para não dizer arruinar. Acho que esse é o ponto mais falho do livro. A nossa protagonista vivia sozinha com o primo e em determinado momento da trama passa a dividir o mesmo teto, e a cama do protagonista, que ainda por cima é casado... Completamente inaceitável. Se fosse um livro que seguisse a risca os costumes, ela estaria completamente e irrevogavelmente arruinada. Por isso o seu primo deveria o primeiro a zelar pela sua honra e não servir como alcoviteiro. Esse foi o ponto crucial a meu ver e o que mais me chocou.

Outro ponto que não gostei no livro foi à fraqueza de Julian. Sinceramente todos os condes sobre que li tinham o mínimo de dignidade. Já Julian é um fraco, bêbado e corno. Tudo bem que ao longo do livro ele demonstrou alguma força, mas como um todo as suas atitudes deixaram muito a desejar. Não foi o normal do que se esperaria de um aristocrata com título.

O início da trama foi um pouco confuso e demorei um pouco para me situar. Depois tentei me ater aos fatos, mas achei que não foram bem amarrados pela autora. Quando cheguei ao meio do livro, mais ou menos, consegui me encontrar na estória e até a gostar dela. Tirando esses pontos negativos, eu até gostei muito do livro e logo comprei os outros dois para ler.


A capa dos três livros dessa trilogia são maravilhosos e super delicadas. Na versão originai podemos ver homens com torsos expostos, deliciosamente. Mas a Lua de papel preferiu uma capa bem mais trabalhada e devo admitir que acertaram em cheio, porque são super convidativas. 





Espero que gostem! Esse não foi o melhor dos três, sinceramente, mas ajuda para quem deseja entender o segundo e o terceiro. As críticas que li sobre ele não foram boas, mas prefiro ficar com minha opinião. Gostei e pronto! Quem quiser correr e risco, tirando as próprias conclusões, leia essa trilogia. Quem não quiser arriscar, simplesmente o ignore.

Assim que estiver com tempo livre, escreverei para vocês sobre A sensitiva e A intuitiva

Sinopse:

Estamos no século XVIII, na Inglaterra georgiana. Como todas as gerações de sua família, Chloe Wherlocke possui habilidades especiais, e o seu dom é enxergar além da visão física.

Em 1785 ela prevê a morte de uma mulher que acabara de dar à luz e toda uma trama para atender a motivos escusos. Ao encontrar uma criança abandonada ao lado do corpo da mãe, ela salva o bebê e o cria escondido do mundo. Fazia isso por amor, mas talvez houvesse neste gesto alguma força do destino...

Com o passar dos anos, Chloe descobre que o encontro com a criança não havia sido uma simples coincidência e nota, pouco a pouco, um desenrolar de acontecimentos que envolviam todos os membros de sua família, num jogo de traições, mentiras e assassinatos.

Consciente de tudo, ela precisa ser rápida para salvar a vida do pai do menino, o conde Julian Kenwood, e avisá-lo que o filho não morreu. Mas, ao se aproximar da família Kenwood, Chloe percebe seu sentimento de proteção por Julian se transformar enquanto a cada momento tudo fica mais perigoso.

Trecho:
Julian tinha sentido falta das visitas de Chloe apesar de saber que não deveria. Sabia que deveria ter usado o tempo para tirá-la da sua mente, mas, em vez disso, acabou passando muito tempo pensando nela e se perguntando por que ela não o visitava mais com a mesma freqüência. Só de ouvir sua risada foi o bastante para reavivar todo o desejo que imaginava estar curado. Ele se levantou e avançou um passo, atraído pelo modo como uma mecha dos cabelos dela pendia solta, livre do laço que prendia o restante para trás. Ao mesmo tempo em que uma voz no fundo da sua mente dizia para ele se afastar e não tocá-la, Julian avançou e gentilmente ajeitou a mecha de cabelo atrás da orelha. "E que bela orelha", pensou.Num esforço tremendo para desviar os olhos daquela boca sedutora, seus olhos se encontraram. Ele se perdeu nas profundezas daquele azul intenso. Julian começou a aproximar a sua boca da dela, ignorando os ruidosos alarmes que apitavam dentro de sua mente. Há tempos estava curioso para descobrir como seria o sabor daqueles lábios e já não conseguia mais resistir à tentação. Seus olhos arregalados diziam que ela sabia o que ele estava prestes a fazer, mas mesmo assim não fez nada para tentar impedi-lo. Aquilo o deixou alegre e ao mesmo tempo desapontado.

Chloe sabia que Julian estava prestes a beijá-la. Sabia também que deveria afastá-lo, para lembrá-lo severamente de que ele era um homem casado e então sair correndo o mais rápido que conseguisse. Mas, em vez de correr, ela se inclinou na direção dele, ansiosa por tocar naquela boca. Nunca tinha sido beijada e sabia que queria que ele fosse o primeiro, mesmo que, depois do beijo, a realidade da situação fizesse ambos se afastarem.

No momento que seus lábios se encontraram, Chloe soube que estava em apuros. Enquanto Julian roçava a boca sobre a dela, seus dedos deslizaram entre seus cabelos e ela estremeceu com a força que o desejo rugiu dentro de seu corpo. Não era decente beijar um homem casado. Cautelosamente, com medo de que o menor movimento seu pudesse fazer com que ele recobrasse o bom-senso, ela pousou as mãos sobre o peito dele. Julian reagiu com um gemido suave e aumentou a pressão dos lábios. Subitamente, o beijo não era mais um simples e breve ato de satisfazer uma curiosidade travessa.Seus sentidos balançaram quando ele mordiscou de leve seu lábio inferior. Quando ela ofegou por causa do calor que se ergueu, ele enfiou a língua dentro de sua boca. A invasão a surpreendeu por uma fração de segundo apenas, antes que as carícias sedutoras da língua roubassem seus últimos resquícios de resistência para que ela então entrelaçasse os braços ao redor do pescoço de Julian e se entregasse à delícia inebriante do beijo. Neste momento, ela teve a certeza de que nunca tinha provado nada tão bom, com um sabor tão doce.

Quando Julian se afastou abruptamente, Chloe deixou escapar um protesto baixinho, quase mudo. Ela abriu os olhos e percebeu que ele a encarava horrorizado. Uma pontada de dor quase lhe roubou o ar, mas então notou que ele estava um pouco ruborizado e tão ofegante quanto ela. Não foi aversão que o fizera parar, mas o bom-senso. Chloe soltou um longo suspiro, lamentando por ele ter encontrado a razão, que ela tinha deixado de lado sem dificuldade. — É de ferver o sangue, mas você é tão abominavelmente inocente — ele murmurou enquanto a puxava pela mão e a arrastava para fora do quarto.

De repente, Chloe se viu no corredor com a porta do quarto de Julian fechada atrás de si. Ela balançou a cabeça, numa tentativa de recuperar o raciocínio. Quando passou a língua sobre os lábios, percebeu que o gosto dele ainda estava lá e sentiu um aperto no fundo do estômago. Ele tinha razão em ter posto um fim naquilo, mas ela desejou que ele não tivesse recuperado os sentidos tão rapidamente.

Ajeitando os cabelos distraidamente, ela começou a descer a escadaria. Aquele beijo tinha conseguido muito mais do que disparar seu coração e fazer com que o juízo escapasse pelas orelhas. Ele tinha feito com que ela tomasse uma decisão. Depois de vinte e dois anos sem nunca ter se interessado por um homem, agora ela estava disposta a ver até onde este interesse poderia levá-la. Não importavam as conseqüências. 


Bjus no core.

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