quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Doce Vingança escrita por mica_black, leticiasilveira 4

Capitulo 4

By Mica Black




Um dia e meio depois, Jacob respirou aliviado quando o desvio para a pequena cidade nas cercanias dos Black surgiu mais à frente.



Tendo a irmã dos Cullens a seu lado, não desejava esbarrar com ninguém que a conhecesse ou com algum dos seus irmãos.



Também mantivera distância de Renesmee que, para seu alívio, parecia satisfeita com sua atitude. Cavalgavam lado a lado, conversavam sobre coisas amenas e Jacob fazia o possível para não tocá-la.



Mesmo assim, seus músculos estavam tensos. O frio do outono não acalmava o fogo quase febril que o torturava dia e noite.



Mas agora, tão perto do seu reino, sua pulsação normalizava. Poderia se concentrar no trabalho braçal e ir para a cama à noite sem ter nada em mente além do sono.



Jacob sabia que deitar com ela seria um pecado mortal, mas ele perguntou-se quanto sua intenção somaria ao pecado. O inferno não o assustava. Ele já sobrevivera a um inferno.



Nem temia viver o resto de sua vida em solidão.



Tudo que ele sabia, com certeza, era que a segurança de Renesmee era mais importante do que qualquer outra coisa.



Ele lamentava muito o fato de ter metido Renesmee em seu meio. O que fez para ela era imperdoável.



_ No que está pensando, Jacob?



Ele se assustou quando sentiu o toque da mão de Renesmee contra seu tórax e o som de suas palavras o tirou de seus pensamentos.



Jacob tirou a mão de seu tórax e agitou a cabeça.



_ Nada. — Ele respondeu, severamente, como se sua presença o aborrecesse, quando na verdade, gostaria d apertá-la em seus braços.



_ Eu não penso em nada, estou somente aproveitando o silêncio ao meu redor.



Renesmee retrocedeu, ele viu a confusão em seu rosto. Apesar de sentir o coração apertado, Jacob não disse nada para amenizar o tom duro em sua voz.



— Vamos parar. Pressinto que uma tempestade se aproxima. Iremos armar nossas barracas por aqui mesmo. — Jacob deu ordem aos seus homens.



— Graças a Deus. — Ela desmontou, amarrou o cavalo a uma árvore e se espreguiçou.



Jacob também desmontou, acenando para que Sam fizesse o mesmo.



— Sua vingança contra os Cullens não está tomando o rumo que disse — murmurou Sam.



— Tem sido assim desde o começo. — Jacob sabia que nada saíra como esperava naquela missão.



Jacob se voltou para olhar em Renesmee,sentada no tronco de uma árvore.



— Ela vem de uma família que dá as ordens, Sam.



— A família dela ficaria contente com a nossa morte — comentou Sam.



A raiva reprimida emanava dele feito uma nuvem negra.



— Renesmee não é nossa inimiga. Pode compreender isso?



— Compreender? Sim. Concordar? Não.



O tom de Sam tornara-se sarcástico e a atitude beligerante.



— Não perguntei se concordava. — Quando os olhos de Sam se arregalaram e Jacob continuou — Pode fazer isso sem descontar sua raiva numa mulher inocente?



Sam hesitou, como se refletisse numa resposta. Por fim, assentiu.



— Ela não é exatamente inocente, mas odiaria arruinar seus planos.



— Ótimo.



Sentada contra uma árvore, Renesmee engoliu o último pedaço de pão com queijo que Jacob trouxera.



Como estivesse ansiosa por esticar as pernas, Renesmee anunciou:



-Nossa estou cheia de bolhas já! Quem diria uma dama com bolhas nos pés!



Ao se levantar Renesmee tropeçou em um galho de arvore e caiu.



-Ai! Droga! Está bêbada Renesme! — Ela mesma se subjugou.



Jacob continuou a observá-la, impassível, sem fazer a menor menção de ajudá-la. Com a queda, os tornozelos dela ficaram à mostra, o que chamou sua atenção. Se desejasse, poderia ter uma pequena visão de suas coxas, porém desviou o pensamento.



— É meio desastrada, não? — observou, rindo.



Após lutar por algum tempo com o arbusto, ela finalmen¬te se pôs em pé lançou-lhe um olhar frio.



— Damas não são desastradas, são graciosas.



Ele a estudou. Os pés estavam sujos, principalmente o direito, que ainda tinha sangue devido ao corte com a pedra; os cabelos despenchados e o rosto, empoeirado. Não havia muito de gracioso nela.



Renesmee ergueu o queixo e teria marchado para longe se Jacob não bloqueasse sua passagem com o peito.



— Saia do meu caminho! — ela ordenou furiosa.



— Renesmee é só uma brincadeira, estou vendo que você tem o mesmo temperamento do seu irmão Emmett!



O ferimento em seu pé piorou bastante: estava ver¬melho e inchado. Ela tentava amenizar a dor ao andar, enfaixando-o com tiras que rasgava do vestido e, com isso, a barra estava cada vez mais curta.



Estranhamente, Jacob se divertia com as queixas e as maldições terríveis que ela lançava. Na verdade, admi¬rava-lhe a coragem. A moça não baixava a cabeça de forma alguma, tra¬zendo o nariz sempre apontado para o céu, o que deixava seu delicado pescoço ainda mais gracioso.



Jacob sorriu ao fitá-la.



Sam limpou a garganta, numa tentativa de chamar a atenção do amigo e interromper-lhe a contemplação, convidando-o a auxiliar na tarefa de soprar os gravetos. A ma¬deira estava úmida e custava a queimar.



— Meu Deus! Se demorarem mais para acender esse fogo, vou congelar de frio. — Renesmee reclamou mais uma vez.



Jacob grunhiu mais não falou nada.



Renesmee observou a paisagem ao redor. Embora o frio cor¬tante, havia uma profusão de flores coloridas desabrochara com esplendor e botões pontilhavam as árvores.



Não conseguia apreciar nada daquela beleza, devido ao frio que sentia. Revirou-se, ten-tando adormecer, porém todo seu esforço foi em vão.



Olhou através das chamas para se certificar de que Jacob já havia adormecido. Os olhos dele não se mexiam e não havia nenhum sinal de que estivesse acordado.



Cuidadosamente, ela se levantou e foi até a fogueira se aquecer.



Jacob se levantou e viu Renesmee se aquecendo perto do fogo.



Ela quase gritou de susto ao ver Jacob ao seu lado.



— Renesmee, se queria se aquecer porque não me acordou? Eu sou muito quente.



— Hoje você está um grosso, não é o Jacob que conheci semanas atrás!



Jacob ficou magoado pela confissão de Renesmee e sentou-se junto dela em frente a fogueira.



Permaneceram alguns segundos em silêncio, somente com o aquecimento do fogo entre eles. Jacob olhou as chamas que se elevavam ao azul do céu como que hipnotizado.



— Pode colocar mais lenha na fogueira, por favor? — pediu, incomodada.



— Está com frio...



— Sua esperteza realmente me surpreende.



Sem responder, Jacob se levantou e adicionou uma série de troncos ao fogo. Limpou as mãos e permaneceu em pé, com ar pensativo.



— Não se preocupe. Logo eu a devolverei para seu irmão.



Renesmee o fitou, Jacob parecia mais humano e, de alguma forma, mais acessível.



Antes que pudesse pensar em algo para dizer, ele se dei¬tou a seu lado, abraçando-a.



— O que está fazendo? — perguntou, chocada. Ele a aconchegou contra o peito.



— Está com frio, não está? Vou aquecê-la. — E de fato o fez.



A pele de Renesmee se arrepiou ao sentir a respiração morna contra o pescoço. Era bom tê-lo tão perto.



Tratou de se livrar do pensamento o mais rápido possível.



— Sente-se melhor?



A voz de Jacob tinha uma ponta de ternura. Ou ela estava imaginando coisas?



— Sim, obrigada.



Renesmee suspirou. Estava exausta devido aos últimos dias, mas em breve estaria em casa. Com esse pensamento, e já aquecida, adormeceu nos braços de Jacob, sentindo-se segura e protegida.



— O fogo... Quase apagou. — Renesmee despertou no meio da noite, sentindo-se a ponto de congelar.



Em poucos segundos, Jacob se pôs próximo à foguei¬ra, reavivando-a. Em seguida deitou-se novamente ao lado dela, que, sem constrangimentos, se aninhou junto ao peito largo.



Jacob sorriu. Sem nenhum aviso, deu-lhe um beijo suave e quente na curva do pescoço delicado. Renesmee sorriu sonolenta, sem se incomodar com o gesto.



Mas em seguida veio outro beijo, igualmente suave, e mais outro... Agora nos lábios.



Ela segurou a respiração, porém não se opôs. Quando Jacob a ajeitou gentilmente nos braços, sentiu um arre¬pio percorrer a espinha. Nunca experimentara nada pare¬cido antes.



Deixou que ele continuasse aceitando com abandono os beijos e carícias à luz da lua.



Jacob prosseguiu, enlevado. Ousou tocá-la nos seios. Renesmee soltou o ar com força, mas não o impediu. Ele ses de Jacob se insinuaram pelo decote do vestido, segurou o ar nos pulmões, tomada de expectativa. Ela não pôde evitar um pequeno gemido, que teve um efeito devastador sobre Jacob.



Envolvido no calor do corpo macio, ele se esqueceu de que Renesmee era irmã de seu pior inimigo. Esqueceu-se, ainda, de que Sam dormia a poucos metros dali. Louco de desejo prosseguiu com as carícias, vendo-se totalmente correspondido.



Renesmee arqueou o corpo involuntariamente, mergulhan¬do os dedos nos cabelos claros e sedosos de Jacob. Gemia a cada nova sensação, totalmente entregue às carícias. O frio desapareceu por completo, substituído por um calor inexplicável que tomou conta de seu corpo. Jacob a beijou com ânsia na boca, e ela correspondeu com vigor, já sem medo das conseqüências.



Apesar de tudo, ele sabia que ela era inocente. As res¬postas de Renesmee deixavam claro que era a primeira vez que experimentava os carinhos de um homem.



Jacob ergueu a cabeça de leve e a fitou no fundo dos olhos. Os olhos claros estavam semicerrados, os lábios carnudos úmidos e entreabertos. Não mais podendo resistir, deslizou a mão por entre os corpos.



O calor de seu corpo a envolvê-lo por inteiro trouxe uma sensação inexplicável para Jacob, que soltou uma ex¬clamação de puro prazer.



— Precisamos parar Renesmee. Não podemos fazer algo que você se arrependera mais tarde.



Sem nada dizer, Renesmee ajeitou o vestido. Jacob percebeu que as mãos dela tremiam. Quando a viu estremecer por inteiro, atri¬buiu a reação ao frio e parou de se preocupar.



Aninhou-a novamente junto ao corpo e, puxando o manto de lã para cima de ambos, adormeceu quase de ime¬diato, sem ver as lágrimas silenciosas que rolaram pelo rosto dela.



O sol já havia se erguido, quando Renesmee despertou ainda envolvida pelos braços de Jacob. Não perdeu tem¬po matutando sobre o que acontecera na noite anterior. Já tinha pensado o suficiente. Seus olhos inchados e conges¬tionados pela noite mal dormida, podiam comprovar isso: ela estava apaixonada pelo Jacob.



Sentou-se devagar e olhou para seu amor adormecido a seu lado, totalmente alheio à sua aflição.



Censurando-se pelo seu desejo interrompido por ele, levantou-se e ajeitou o vestido.



— Não posso voltar para casa — ela murmurou.



— O que disse? — perguntou Jacob, preferindo se fazer de de¬sentendido.



Renesmee prendeu a respiração, o coração disparado. Não o havia percebido acordado.



— Não posso voltar para casa — ela declarou nervo¬sa.



Era como se ouvisse outra pessoa, e não ela, a proferir aquelas palavras. Pior ainda era constatar que era a única saída que encontrara para aquele dilema. — Ao menos não agora.



Jacob a olhou, admirado e sorriu outra vez. Surpresa, Renesmee notou os dentes perfeitos... O que a fez se lembrar das pequenas mordidas da noite anterior.



Imediatamente, uma onda de calor a varreu dos pés à cabeça.



— Tem dentes bonitos — comentou, sem saber o que dizer.



— Obrigado — Jacob agradeceu sem tirar os olhos dela. — Mas, como eu disse, voltará para casa. Já está decidido.



— Não! Por favor...



— Por que não? — Ele franziu o cenho.



— Não posso — respondeu Renesmee com calma.



— Está louca?



— Louca ou não, não vou para casa.



Jacob balançou a cabeça devagar.



Sem ser observada, Renesmee pôde pensar com mais sensatez. Respirou fundo e prosseguiu, explicando seus propósitos:



— Não voltarei para casa até que nos casemos.



A brisa balançou os galhos das árvores acima deles e alguns pássaros pousaram no chão.



Mas não houve manifestação alguma por parte do homem à frente dela. Por um instante, ela pensou se devia ou não repetir o que havia dito.



Jacob deu um passo em sua direção, o que a fez con¬gelar. Num momento, pareceu-lhe que ele diria algo, mas nenhum som deixou a boca bem-feita.



Ouviram ruídos à distância, sinal de que Sam acordara.



Por fim, ele correu as mãos pelos cabelos num gesto impaciente. Estava confuso. Precisava pensar com calma. Renesmee continuava a olhá-lo, ansiosa, aguardando uma resposta.



Mas ele, desposando uma inimiga?



— O que tem a dizer, milorde? — insistiu Renesmee.



— Seu irmão não apreciará a idéia, tenho certeza e outra você está confusa Renesmee. Como sabe, o destino da mulher é aceitar qualquer noivo que a família escolha para ela se casar.



— E?



— Não concordo com esse costume. — Ela soltou um pro¬fundo e dramático suspiro. — Tão pouco o considero justo.



Jacob olhou além de Renesmee e viu que, ao fundo, Sam apagava o fogo.



— Quando chegarmos minha cidade ,decidiremos.



Dizendo isso, Sorriu. O amigo não acreditaria na súbita mudança de planos.



— Não posso acreditar — declarou Sam, exasperado, mexendo os braços enquanto falava.



— Diga-me que não é verdade. Quer nos dar de presente, para o inimigo fazer conosco o que desejar? Ele irá nos destruir trazendo consigo o exército Emmett Cullen!



— Claro que não — Jacob replicou com calma. — Não permitirá que a irmã, a quem tanto ama, se torne viúva antes do tempo.



— Vamos seguir nosso destino, quero chegar ainda hoje! — protestou Jacob para todos.



A estrada fazia uma curva em direção a uma colina. Aproximando-se do topo, Jacob diminuiu o passo.



— Não espere que meu reino seja igual ao seu.



Renesmee lhe tocou o braço.



— Não importa se seu reino não é tão rica e grande quanto o meu. É seu lar. Isso basta.



A boca de Jacob se contorceu numa careta de escárnio.



— Black… — Ele olhou para o céu. — Black é… — Por fim, ele deu de ombros. — É um nada. Veja por si mesma.



O bosque se abria numa clareira. Renesmee fez o cavalo parar de súbito. O campo entre o bosque e o que antes deveria ter sido uma muralha estava enegrecido pelo fogo.



Tábuas de madeira formavam uma paliçada ao pé da colina à sua frente. Torres também de madeira flanqueavam os portões. A construção de uma nova fortaleza no topo da colina mal começara.



— O que aconteceu? — Não conseguia imaginar meu reino reduzido a minas assim. Isso bastava para deixá-la enjoada. Foi uma guerra?



— Não.



A resposta ríspida chamou atenção de Renesmee. A raiva se transformava em ódio no rosto de Jacob. Mesmo o cavalo pareceu sentir o receio de Renesmee, pois tentava se afastar dele.



— Então, o que houve?



Ele indicou as ruínas com a cabeça.



— É óbvio que foi um incêndio proposital.



— Onde você estava? Alguém morreu?



Jacob meneou a cabeça.



— Eu estava aqui. Vários aldeões morreram, inclusive minha mãe! Somente o castelo não pegou fogo, colocaram fogo só nas aldeias.



— Quem faria coisa tão horrível?



Devia contar a verdade?



Se Renesmee não acreditasse nele.



A idéia de roubar-lhe o coração e usá-la para vingar-se do irmão era discutível. O primeiro passo acontecera sem nenhuma atitude intencional de sua parte. Agora, para sua surpresa e pesar, não queria usá-la de maneira tão vil.



Na verdade, sua maior vontade no momento era protegê-la.



— Não sei. Ainda temos de descobrir o responsável.



Caminharam mais um pouco e o inclinava-se agora. A floresta ficava a cada passo mais rala e as pedras cinzentas do castelo de Black come¬çavam a aparecer na distância. A fortaleza ocupava uma ilha unida à terra por uma ponte feita de pedras. Um portão com guardas ficava à entrada da ponte. Ao fim dela, havia outra casamata atrás da qual estava uma ponte levadiça que fora ali colocada como proteção extra.



O castelo propriamente dito ficava de perfil para a terra firme. A entrada ficava na parte central da construção, a parte mais protegida da estrutura. À esquerda, as muralhas eram imensas. E, por trás, havia outra parte que era ainda mais alta e formidável.



Jacob franziu a testa.



— Vamos! — instigou mais uma vez, forçando-a a recome¬çar a caminhada.



E, assim que se aproximaram da primeira casamata da ponte, as pessoas do castelo já estavam reunidas para recebê-los. A tempestade pare¬ceu recusar-se a cruzar a ponte.



— Pelo menos seu castelo está intacto. Você está residindo seu povo em sua fortaleza? — Ela comentou.



— Não. Seth, Paul e Quill fizeram cabanas para meu povo se abrigarem até reconstruirmos toda a aldeia.



— Quem é Seth?



— Você logo vai conhecê-lo.



— Que bom que chegou Jacob. — Seth enca¬rou-o, para depois se voltar em direção a Renesmee. Aproximando-se dela, olhou-a descaradamente, como se avaliasse seus dotes físicos.



Jacob não gostou da expressão no rosto do amigo.



A multidão se aproximava para apreciar o espetáculo. E to¬dos voltaram o olhar para seu senhor quando ele anunciou:



— Ouçam todos e ouçam bem! Tenho boas novas que vocês saberão em breve Renesmee Carlie Cullen será nossa hóspede — Jacob explicou.



Uma vaia uníssona soou entre todos que ali estavam pos sabiam que sua família causou tudo isso. Renesmee por vez ficou triste com a hospitalidade.



As pessoas murmuraram contrariadas, mas foram obede¬cendo aos poucos. Alguns se mostravam até hostis agora que sabiam que era uma Cullen que estava no meio deles. Ou¬tros ainda lançavam olhares solidários para ela, mas afasta¬vam-se como seu senhor ordenara. Ninguém, porém, voltou de fato a seus afazeres. Ficaram por ali, perambulando, fingindo trabalhar, mas atentos a cada movimento de Jacob.



Jacob suspirou. Fosse como fosse, agora já estava feito e tinha de prosseguir com sua vingança.



Ao entrarem no castelo.



— Renesmee, esta é Sue, a dama de honra da minha mãe, e governanta da casa. Uma velha amiga da casa que agora vou colocá-la em seu dispor, ela é de tremenda confiança.



— Prazer Srta Cullen. Imagino que queira descansar e tomar um banho. — Sue avaliou o vestido dela. — Vou ver se encontro algo que possa vestir.



No quarto muito chique, Renesmee despiu-se. Então, entrou na tina, sentando-se logo. Procu¬rava não gritar de dor. As bolhas em seus pés ardiam como se estivessem em fogo. Seus ombros e braços estavam muito do¬loridos por terem sido mantidos na mesma posição por tanto tempo. Moveu-se na água e relaxou em pensamentos



— Quer ajuda? — A voz suave de Sue a fez voltar para a realidade.



Olhou-a, vendo apenas bondade em seu rosto redondo. Quando assentiu, ela sorriu e passou a lavar-lhe os cabelos.



— Como tem essa cor tão linda por todo o corpo, Renesmee? — perguntou ela, pouco depois.



— Não me escondo do sol.



— Não teme que ele fira sua pele?



— Não. Afinal, sou mais do que um simples corpo. Meu valor não está em minha pele, mas em minha honra, em minha mente, minhas habilidades.



O banho já estava quase terminado. Sue despejou com cui¬dado um balde de água morna sobre os cabelos de Renesmee, e depois lhe estendeu um grande pedaço de tecido para que se enxugasse.



— Vou trazer roupas minhas depois que cuidarmos de suas feridas — disse, sempre solícita.



Assim que se viu sozinha, Renesmee arrastou a pesada cadeira para junto da janela. Colocou os pés enfaixados sobre o assento e subiu, segurando com força o pano em torno do peito.



— Não devia ficar em pé — Sue recomendou, tornando a entrar no quarto. Aproximou-se e olhou também pela janela, vendo Jacob gritar ordens lá embaixo.



— Ele me parece um bom Senhor - comentou.



Assim que Sue terminou com seus cabelos, ela se levantou ia falar mais, mas o guarda colocado do lado de fora da porta bateu de leve com sua espada contra ela e, em seguida, abriu-a.



— Lorde Jacob ordena que lady Renesmee desça para jantar.



Já estavam no salão e ele a guiou até um banco. Ela se acomodou, tendo Sue a seu lado direito. À sua esquerda, sentou-se Seth e, depois dele, Jacob. Sam e Paul estavam do outro lado de seu senhor.



Os comentários começaram a surgir, entre risadas. Renesmee notava que todos os homens ali presentes pareciam à vontade agora. Alguns ainda a olhavam com certa curiosidade.



E aumentava a tensão de Renesmee. Nunca tivera muita paciência. Por quanto tempo conseguiria conter as perguntas?



— Preciso perguntar uma coisa. — Ela falou baixinho só para ele escutar



Jacob parou de comer. Respirou fundo antes de se voltar para ela.



Não importava a resposta, precisava saber. Jurou não gritar, lamentar ou chorar. Era adulta, capaz de manter a calma enquanto aguardava a resposta.



— Jacob, você é casado? — Lamentou o patético tremor em sua voz.



— Casado? Quer saber se sou casado? — Um sorriso suavizou a expressão preocupada de Jacob



— Sim. — Suas pernas tremiam. Considerando tudo, é uma pergunta razoável.



— Não devia ter perguntado antes de eu te beijar?



— Eu não… — Renesmee engoliu a resposta.



Jacob parou diante dela, acariciando com o dedo a linha de seu queixo.



— Nunca a trataria de maneira tão cruel, Renesmee. Fique tranqüila. Não sou casado.



O alívio afastou a tensão do corpo dela.



— Se me dá licença senhores, eu vou me deitar. O que mais quero é de uma boa cama. — Anunciou Renesmee e saiu.



Seth aproximou-se do seu Senhor e lhe perguntou:



— Então, você está gostando dela?... — Disse uma voz abor¬recida a seu lado.



— Talvez. E nem pense em interferir, Seth.



— Não? — O guerreiro sentou-se — Pois não gosto nada da idéia de você ter uma amante quando Leah chegar.



— Ela não tem nada com isso.



— Não? Ela verá como um insulto que você tenha outra mulher.



— Não assinei o contrato de noivado ainda. Aliás, Leah deve manter-se em seu lugar e não interferir em mais nada.



Jacob Sentiu um aperto no peito. Remorso, pelo que estava por fazer. Renesmee não tinha culpa dos atos do irmão. Talvez ti¬vesse escolhido essa forma de vingança simplesmente porque a queria para si...

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