quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Galope para Felicidade 13




Capitulo 11 - Convite

A carruagem percorria as ruas de Londres com dificuldade, pois havia muita movimentação, carruagens de diversos tamanho, tomavam o centro, havia muitas pessoas andando aglomeradas em ruas estreitas. A maioria delas pareciam miseráveis, pois tinham expressões famintas, sem falar que estavam terrivelmente mal vestidas, com roupas que eram puro trapos feitos do mais vagabundo dos tecidos. Possuíam expressões que demonstravam a infelicidade pela condição em que viviam.

Crianças de todas as idades andavam pelas ruas vendendo coisas, carregando pesos e fazendo os mais variados serviços para sobreviver. Via se mulheres carregando trouxas de roupas em suas cabeças e homens fazendo trabalho pesado.

Tudo aquilo contrastava com Lady, madmoseiles e cavalheiros bem vestidos e alinhados, mostrando a diferença de sua condições sociais. E notava se claramente o desgosto pelo menos afortunados.

Claire e eu olhávamos pela escotilha da carruagem, enquanto muitos observavam com curiosidade ou desdém Jacob, Seth, Jared e Quil que conduziam o nosso cortejo.

Minha amiga parecia assustada com aquela visão e a todo o momento olhava para mim, como se eu pudesse explicar mais sobre aquela cidade. Contudo, pelo que me lembro, a última vez que estivera em Londres era bem pequena e naquela época, a cidade não estava tão desenvolvida.

Sabia, por ouvir falar, que as pessoas dos vilarejos estavam migrando para as cidades grandes como Londres, na esperança de encontrarem trabalho melhor e abandonar a vida de servidão no campo. Mas o que encontravam não passava de uma grande desilusão, amontoando-se em casebres nos grandes centros, com ruas estreitas e sem muitas condições de higiene, apesar do desenvolvimento urbano.

Meu pai chamou aquele fenômeno de Revolução Industrial. Pois segundo ele, aquele movimento migratório, devia-se ao fato de as pessoas virem buscar empregos nas “indústrias” recém construídas.

Não entendia bem o significado daquela palavra, mas segundo a sua explicação, era o local em que máquinas, alimentos e roupas, entre outros, eram criados por trabalhadores que vivem em regime de quase escravidão.  A aristocracia enchia os seus bolsos e ficava mais ricas, as cidades cada vez mais cheias e os miseráveis cada vez mais miseráveis.

Percorrendo as ruas de Londres, vi que as casas se aglomeravam, o comércio era bem diferente do que costumava ver nos vilarejos. Percebi ao cair da noite, que havia “luz” por toda a cidade e fiquei encantada com aquela visão totalmente diferente do castelo em que vivíamos.

Eles fizeram postes e não sei que milagre conseguiram fazer aquela coisa, que parecia vidro se iluminar sobre grandes estruturas de ferro.

- Nossa, Ness! Mas tudo aqui é tão diferente... – Claire disse assustada me observando.

- Meu pai disse uma vez que Londres, assim como as grandes cidades, estava passando por um fenômeno chamado “Revolução Industrial”. – Respondi para ela.

- Mas o que isso quer dizer? E por que tem tanta gente nessas cidades? Por que parecem necessitadas? Por que as coisas são grandiosas e diferentes? Sinto que até o ar aqui é mais pesado e difícil de se respirar.  – Claire começou a tagarelar enquanto observava as pessoas e as coisas apavorada com a visão que tinha.

- Meu pai disse que eles estão construindo locais onde várias pessoas vindas do campo se aglomeram para construir coisas. Lá fazem os objetos que temos em nossas casas, tecidos para nossas roupas, coisas necessárias para construções de carruagens e coisas necessárias para a nossa comodidade. Mas sei disso tanto quanto você. Já faz anos que não venho a Londres e as coisas estão bem diferentes do que eram.

- Eu estou assustada com tanta gente e coisas diferentes. Pensei que todos fossem bonitos, bem vestidos, que só veria castelos e nobres. – Disse decepcionada.

- Minha querida, os nobres se escondem em seus castelos super protegidos por um monte de serviçais. O castelo da Rainha Vitória é o lugar mais seguro da Inglaterra e para eles terem a vida luxuosa que têm, precisam explorar a plebe.

- Eu ainda não entendo, Ness. – Olhava tudo com curiosidade.

- Muitos plebeus camponeses, achando que teriam uma vida boa e cheia de riquezas, saem de seus vilarejos e vão para os grandes centros por conta do que estão chamando de Revolução Industrial. Já ouvi meu pai e meu avô conversarem sobre esse progresso, mas só agora entendo o que isso significa. E vendo como as pessoas são carentes e miseráveis, acho que não fazem idéia de como são felizes em suas vilas ou castelos onde vivem. O fato é que Londres já não é mais o reduto dos nobres, que só vêem aqui para comprar coisas e reuniões sociais.

- Sei!

- Estou tão espantada com o que vejo como você, querida...

Londres já não era mais a mesma e fiquei assustada com a visão da cidade. Cheguei a pensar em voltar para o Castelo e me esconder de toda aquela movimentação, mas era muito tarde para qualquer tipo de arrependimento. Seguiria em frente e faria o meu melhor naquela cidade totalmente estranha aos meus olhos.

Depois de algum tempo, paramos em frente a uma grande casa, já em uma rua mais vazia e com casas grandes e luxuosas, nada lembrava a visão dos pequenos e miseráveis casebres que encontramos pelo caminho. Jacob abriu a porta da carruagem, segurou a minha mão gentilmente e depois me ajudou a descer.

Após me ajudar, fez o mesmo com Claire e ficamos todos parados à espera que o sujeito arrogante abrisse os portões para que entrássemos na casa.

- Ness, o que são essas coisas brilhosas que iluminam tudo? Minha nossa! Eu não entendo o que vejo. – Claire colocou a mão na boca e riu.

- São lamparinas, Claire. – Jacob responde rindo. – Eles chamam de luzes artificiais, que iluminam as ruas e as casas dos mais afortunados. Eu pensei em levar algumas dessas para o castelo, mas posso assegurar que  essas coisinhas são caras demais. – Respondeu e vi que Jared, Quil e Seth estavam tão espantados com o que viam como minha dama de companhia e amiga.

- Podemos entrar? – O Sujeito arrogante nos perguntou ainda envergonhado pela situação constrangedora que havia passado na taverna.

- É claro!  - Jacob respondeu e após abrir os portões, seguem com os cavalos, carroça e carruagem, enquanto Claire e eu seguimos caminhando atrás do sujeito.

- Vocês precisarão de serviçais? – Ele me perguntou casualmente.

- Sim! Pode nos indicar alguém? Precisaremos de uma cozinheira, algumas arrumadeiras para cuidar da casa, uma lavadeira e mais outras pessoas eu acho.

- Pedirei a minha senhora e minhas filhas que fiquem à disposição de vocês. Mas adianto que sairá caro esse serviço. – Disse tentando parecer simpático.

- De certo! Pode mandar que venham falar comigo e veremos se o valor que pedirão está de acordo. – Eu disse caminhando atrás dele e ouvi os passos dos outros atrás de nós.

O sujeito abriu a grande porta da casa, que era em tom marrom escuro, grandes janelas e postas de madeira e um enorme jardim. Entramos atrás dele e logo nos deparamos com a enorme escadaria em tom negro, o piso madeira era escuro e brilhoso, as paredes eram em tom amarelo claro.

Caminhamos atrás dele até uma enorme sala, onde havia móveis cobertos com tecido branco. Nas paredes havia alguns quadros, em um dos cantos da sala alguns bibelôs. Depois, seguimos para o outro aposento, que parecia uma grande sala de jantar, mas não pude ver os móveis que também estavam cobertos por um tecido branco.

O homem nos mostrou toda a casa, desde a cozinha, casas de banho (o qual chamou de banheiro), até os quartos.

Apesar de não ser o tipo de acomodação que estava costumada, pois parecia mais frio e menos acolhedor, fiquei satisfeita com o que conseguimos para pousar os nossos dias em Londres.

Depois que o homem se foi, fiquei um pouco aborrecida com a divisão dos quartos. Afinal, pensei que teria uma oportunidade perfeita para dividir os mesmos aposentos com o meu marido. Tive que ficar com Claire, por causa do receio que Jacob tinha em relação a ela e Quil. Ele começou a fazer a corte a ela durante a nossa viagem. Sendo assim, Qui e Jared ficaram com um quarto, Jacob e Seth com outro, e Claire e eu ficamos com o aposento maior.

Depois da divisão dos quartos, recebemos as filhas e a esposa do dono da casa, que se apresentaram de forma bem gentil, ao contrário do sujeito arrogante, e começaram o serviço de limpeza para melhorar as nossas acomodações.

Aquela primeira noite, fomos limpar os nossos corpos e para a minha surpresa, não havia enormes tinas de madeira como no castelos de minha família e de minha nova morada. Vi o que a Sra. Meredith chamou de “banheira”. E para aumentar a minha perplexidade com as mudanças que estavam ocorrendo na vida do povo em Londres, não precisávamos pegar água para encher a “banheira”, pois havia uma coisa cumprida com um objeto totalmente estranho para mim, onde eu girava com a mão e saía água. A isso ela chamou de torneira e disse que aquilo era água encanada, fiquei muito surpresa.

As luzes da casa, o qual Jacob chamava de lamparinas, era algo inacreditável e Claire e eu olhávamos para as de nosso quarto encantadas com tal modernidade.

- Pedirei a Jacob que consiga uma dessas coisinhas para o castelo. Só de pensar que não precisamos mais de velas fico imensamente feliz. – disse rindo para ela.

- Só você? Eu acho tudo tão diferente e tão estranho ao mesmo tempo. Às vezes fico assustada com essa coisa toda, Ness. – Disse tocando a superfície da lamparina.

- Eu também... A última vez que vim a Londres era muito pequena e não me lembro dessas coisas. – Ri para ela observando o estranho objeto. – Agora vamos aproveitar a cama quentinha para dormir. Amanhã teremos um dia muito cheio, querida. – Beijei a sua testa e puxei a sua mão para cama. E depois que nos deitamos, ouvi uma batida na porta.

- Posso entrar? – Jacob perguntou e nos escondemos atrás dos lençóis.

- Pode! – Respondei.

- Só vim dar boa noite para vocês. – Caminhou até a cama, sentou a beira e beijou a minha testa. – Sonha com os anjos, pequena. – Disse  e depois saiu do aposento.

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Os primeiros dias em Londres passaram rapidamente e logo a notícia da nossa chegada se espalhou por toda a cidade, tornando-nos alvos das fofocas das pessoas.

Nas ruas, meninas vendiam jornais e ficavam gritando as notícias em destaque do dia. E por toda aquela semana, estivemos na primeira folha do jornal, sempre com especulações sobre o nosso casamento e a corrida em que eu participaria.

Ninguém entendia como uma condessa criada com o mais fino trato, foi se casar com um homem sem título e que o consideravam selvagem, por possui o tom de pele como o dos aborígenes que víamos em pinturas feitas pelos pintores que estiveram no novo mundo, local que apelidaram de América. Por isso, faziam varias especulações e quando saíamos às ruas, olhares curiosos estavam sobre nós o tempo inteiro.

Era bem complicado me locomover em uma cidade daquela, havia vários estabelecimentos, que chamavam de lojas; casas onde serviam comida para as pessoas, que chamavam de restaurante; barbearias, locais onde varias costureiras faziam suas roupas, apelidadas de fábricas e muitos locais que eu nem sonhava que poderia existir.

Confesso que até gostei de comprar vestidos lindos, perfumes de várias fragrâncias, coisas para higiene pessoal e para enfeitar o rosto, os cabelos e principalmente o corpo. Mesmo assim, sentia-me mal com as pessoas intriguistas fazendo fofocas sem se preocuparem com a minha presença. Diversas vezes, tive que colocar a minha língua afiada para fora, rebatendo os insultos que tentavam nos fazer.

A maior parte do tempo, eu passava no hipódromo cuidando dos cavalos que trouxemos da fazendo ou treinando com Nefasto naquela enorme pista de corrida.

No início, fiquei um pouco temerosa ao ver o tamanho do local, o formato circular da pista e me dei conta da grandeza do que iria fazer. Todavia, meus temores sumiram quando comecei a galopar em meu cavalo arisco. Conheci cada saliência da pista, vi das arquibancadas e através das poucas pessoas que assistiam aos meus treinos que tudo passava tão rápido, que não era possível distinguir nenhum traço de seus rostos ou corpos.

Um Lord muito elegante e criador de cavalos puro sangue, se ofereceu para nos ajudar com os treinos, dado a sua experiência no negócio e começou a marcar o tempo que Nefasto e eu levávamos para fazer todo o trajeto da pista de corrida.

Ele usava uma coisa que chamou de cronômetro, um pequeno objeto metálico, que cabia na palma de sua mão, marcando o tempo rapidamente.

Fiquei admirada com aquela coisinha miúda, afinal o único relógio que já havia visto na vida, era de madeira, muito grande e tinha uma coruja que saía de dentro dele ao marcar as horas e fazia um barulho enorme: Cuco Cuco Cuco.


Os treinos ocorriam sem o menor transtorno, Jacob e eu estávamos felizes  e não tínhamos maiores preocupações, além das fofocas ao nosso respeito. Recebemos um convite da minha família para jantar no castelo dos Cullen, que se situava fora do centro da cidade, fugindo de toda aquela agitação e visão melancólica da realidade que a vida nos apresentava.

Fomos ao jantar, mas eu estava temerosa pela reação de minha avó e minha tia diante de meu marido. Sabendo quão arrogantes eram e como poderiam feri-lo com os comentários maldosos.

Chegamos ao castelo e a priori fomos recebidos com educação pela minha família. Porém fomos questionados pelo meu avô sobre o absurdo que cometeríamos expondo o nome dos Cullen em uma corrida. Mas Jacob e eu nos mantivemos firmes em nossa posição, usando argumentos plausíveis a nosso favor. Mesmo assim, os Cullen não estavam nem um pouco à vontade com toda aquela exposição, que poderia arruinar o nome que zelavam por séculos.

Minha avó ficava o tempo inteiro medindo as reações de Jacob, sempre analisando cada gesto que ele fazia e cada palavra que ele dava, com olhar malicioso de uma cobra prestes a dar o bote em sua presa. E eu, diante da situação, preparei a minha língua venenosa para rebater qualquer acusação ou constrangimento que viesse a impor. O que menos esperavam ocorreu e Jacob soube se portar como um verdadeiro cavalheiro, usando a louça e prataria com conhecimento, sabendo como beber e que taças usar para cada bebida servida, como se portar diante das argumentações do meu avô, sendo firme, perspicaz e objetivo em suas colocações. Coisa que deixou a arrogante família Cullen admirada e sem argumentos para atacá-lo.

Resolvi então falar de sua linhagem, totalmente desconhecida pelos Cullen e da nobreza elitista que só fazia pisar sobre as pessoas sem a menor compaixão.

- Jacob tem descendência nobre, meu avô. Não sei se já ouviu falar no Marquês de Ligestain. Ele era avô da mãe de Jacob, Sarah Leclair. Os Leclair eram condes da mais alta aristocracia Francesa. E o Marquês se casou som Françoais LeClair e tiveram Marguetire Ligestain, mãe de Sarah e avó de Jacob. A mãe de Jacob era neta de um marquês inglês com uma condessa francesa. E só perdeu o seu título, porque não se casou com um nobre. – Todos me olhavam arregalados enquanto eu esnobava a linhagem desconhecida de Jacob, considerado um selvagem por todos, mas que possuía sangue nobre correndo em suas veias. – Como vê meu avô, a sociedade hipócrita julga as pessoas sem saberem a sua origem. Sarah se casou por amor com o pai de Jacob. Mas era de origem nobre e esse que vós julgais selvagem, tem uma linhagem quase tão pura quanto a nossa. Se comporta como verdadeiro gentleman diante de todos. Conhece as regras de etiquetas melhor até do que eu. É como eu digo, vocês só olham a aparência das pessoas.

- Realmente não tínhamos conhecimento da linhagem de seu marido. Pensei que a linhagem dos Ligenstain houvesse morrido há muitas décadas. – Disse para mim, analisando a minha expressão debochada e vitoriosa.

- Isso não o redime diante da sociedade. Afinal, para todos eles continua sendo um selvagem. – Disse minha tia Rosalie com a mesma face de desdém de sempre.

- E o que todos significam para você, dama do gelo¿ Quer que coloquemos a linhagem dele no jornal¿ Que anuncie aos quatro ventos suas gerações¿ Se importa com a opinião dos outros, que a achem bonita e impecável. Que respeitem o seu nome e a venerem. Mas o que isso realmente significa se é uma mulher fria, amarga e estéril¿ O que importa a opinião alheia se nem ao menos terá filhos para deixar a sua descendência¿  - Respondi de forma cruel e todos me olharam de olhos arregalados.

- Renesmee, não deveria se referir assim a sua tia. Deve-lhe respeito! – Disse minha avó me repreendendo pela ousadia. Ninguém à mesa ousava abrir a boca para falar uma palavra sequer. Rosalie estava com os olhos cheios de lágrimas, mesmo assim não tive pena.

- Eu respeito quem me respeita. Primeiro, respeito os outros e depois exijo o respeito. Quem abre a boca para dizer o que quer, está sujeito a ouvir o que não quer. Isso é transparente como água. Então, não me calarei diante de qualquer palavra mal dada. Se têm medo da minha língua, então não a provoque, minha avó. – Respondi encarando-a de forma fria. Percebi que Jacob começava a ficar tenso com o rumo da conversa, apertando forte a minha mão como quem pedia para eu me calar.

- Ela está certa. – Disse Emmett, quebrando o nosso pequeno confronto.

- Você não deveria ser tão atrevida, querida. – Disse o meu avô com tom complacente.

- A quem crês que eu puxei, meu querido avô¿ Se sou atrevida, é porque herdei essa audácia e altivez de alguém. Não aprendi a ser assim... Nasci assim. – Eu o encarei e ele sorriu achando graça.

- Você é astuta, perspicaz, altiva e corajosa como sua avó Elizabeth. – Respondeu rindo.

- Lady Elizabeth não era desaforada, querido. Sua mãe sabia se portar muito bem. Ao contrário da nossa neta, que parece ter veneno em sua língua. – Minha avó respondeu.

- Olha quem fala... – Ri ironicamente. – Veneno por veneno, acho que a senhora tem bem mais. – Ela arregalou os olhos quando praticamente a chamei de cobra e se calou.

- Vamos mudar o rumo dessa conversa. – Alice disse sorrindo e me perguntou sobre a corrida. – Ness, meu amor, acha que tem chance de ganhar¿ Ouvi dizer que o seu cavalo é muito veloz. – Disse sorridente.

- Nefasto é muito veloz realmente, muito teimoso e arisco também. Tenho certeza de que se não ganhar, chegarei entre os primeiros lugares. – Respondi para ela.

- Nefasto... – Rosalie sussurrou. – Que nome é esse¿ Bem típico da dona. – Riu ironicamente para nós.

- É um cavalo forte, de fibra, de valor e merece ser estimado pelo que é. Ele não tem que se mostrar manso e agradável para ninguém, Rosalie. Assim como eu! – Arquei a sobrancelha. – Eu tenho uma égua que parece bem mansa, é linda, parece tranquila, mas quando você menos espera, ela vem e te dá um coice. Quem olha para ela, não diz o que ela é pela sua beleza. Acho que irei chamá-la de “Dama do Gelo”- Disse arqueando as duas sobrancelhas e ela se levantou irritada da mesa.

- Você passou dos limites, mocinha! – Disse apontando o dedo para mim enquanto caminhava em minha direção.

- Se eu fosse você guardava esse dedo... Posso morder e ficará sem ele. – Todos riam quando ela perdeu a compostura e saiu gritando com ódio da sala.

- SUA SELVAGEM! É ISSO QUE DÁ SE MISTURAR COM QUEM NÃO PRESTA!!! SELVAGEM!!! DEUS, O QUE FIZEMOS PARA MERECER UMA CRIATURA TÃO TERRÍVEL!!!

- Louca! – Disse balançando a cabeça.

Naquela noite, terminamos o jantar e fomos para casa, rindo do destempero de minha tia e da raiva que minha avó ficou quando praticamente a chamei de cobra.

Sei que fiz errado em discutir com minha avó, mas subia uma raiva incontrolável quando vinha com aquele ar de superioridade e tentava impor a sua opinião.

Jacob me repreendeu pelas minhas palavras duras, mas não conseguiu se manter tranquilo muito tempo e caiu na gargalhada enquanto íamos para casa.

- Você é terrível e tenho medo da sua língua. Não deve desafiar as pessoas dessa forma, menina. Ainda encontrará alguém para te agredir fisicamente por causa dessa sua língua. Por favor, não faça mais isso. – Pediu com ar sério.

- Amor, eu posso até apanhar. Mas não espere que fique calada e calma diante disso. Porque revidarei na mesma moeda. Se bater, leva! – Jacob começou a gargalhar.

- Eu não acredito que estou ouvindo isso. RARARA. Depois eu quem sou selvagem. RARARARA Comprei gato por lebre. RARARA

- Você acha que tenho medo de apanhar¿ OH, meu caro, não se engane comigo. Já levei tantas palmadas da minha mãe e nem por isso morri. Quando era pequena, tinha um menino no meu castelo, filho do jardineiro, nós vivíamos brigando e acabávamos rolando no chiqueiro, puxando os cabelos um do outro, dando chutes e tapas. E no final de tudo, ainda apanhava da minha mãe, que dizia que era uma lady e precisava aprender a me comportar. E você acha que ficava quieta¿ Quando saía do meu castigo, batia nele novamente. – Respondi rindo e Jacob não se aguentava de tanto ri com tudo aquilo.

- Você brigava com um menino, chegando a rolar dentro de um chiqueiro¿ - Perguntou franzindo cenho e eu assenti com a cabeça. Voltou a rir novamente e assim foi o restante da viagem para casa.

- Aprende uma coisa, se me ofender, eu ofendo e se me bater, eu bato. Acha que ficaria calada aceitando os desaforos que me fazes¿ Você ainda não me conhece, amor! Lizzy dizia que se voltasse o tempo de caças às bruxas, eu seria queimada na fogueira acusada de está enfeitiçada pela coisa ruim.

- Eu acredito! Tenho até medo de você. – Começou a rir novamente, puxou meu corpo contra o seu, colou os nossos lábios e sussurrou. – Eu adoro você, minha pequena travessa.

- E eu amo você, Jacob Black.

---- xx -----

Mais alguns dias se passaram e continuamos na nossa rotina de treinamento árduo. Cada vez galopava mais rápido com Nefasto e muitas pessoas já acreditavam que poderia ter uma chance de ganhar.

Estava tão entretida com tudo aquilo, que já havia me esquecido de Caroline Foster e o perigo que ela representava para mim. Foi justamente nesse momento, que o meu fantasma se apresentou em minha frente, disposto a me tirar completamente o chão e a enfraquecer a minha esperança de ter o amor do meu marido.

Dois dias antes da corrida, tudo estava perfeito, Billy, Rachael e meus pais haviam chegado juntos de viagem e fizemos o possível para instalá-los na casa que não era tão grande. E apesar de complicado, conseguimos organizar todos nos quartos que tínhamos à disposição.

Billy ficou no quarto que estavam Jared e Quil. Rachael e Claire ficaram no quarto que estavam Seth e Jacob. Meus pais foram para o castelo dos Cullen. Jared, Quil e Seth improvisaram um local para dormir em um velho celeiro nos fundos do quintal e Jacob foi para o meu aposento ficar comigo.

Estava radiante de felicidade, mesmo sabendo que não aconteceria nada entre nós com a casa tão cheia de gente e a tensão pela corrida que se aproximava.

Foi então que recebi o convite da minha avó para um chá em homenagem à chegada dos meus pais. E sem ter muito alternativa, peguei Rachael e Claire e partimos na carruagem para o castelo dos meus avós.

Durante o trajeto, aproveitei a oportunidade para conversar com minha cunhada.

- Rachael, contou para seu pai¿ - Perguntei enquanto olhávamos para a cidade cheia de gente perambulando de um lado para o outro.

- Contei. – Respondeu tristonha.

- E ele¿ O que falou¿ O que aconteceu¿ - Perguntei curiosa, louca para saber como foi a reação de Lord Billy

- Esbravejou e quase quebrou a sala inteira. Mas depois de um tempo, resolveu concordar com nosso casamento – Respondeu arrasada.

- Mas não era isso que queria¿ - Questionei vendo o seu desapontamento.

- Sim! Eu me caso em um mês em nosso castelo. Mas o problema não é esse, Ness. – Começou a chorar. – Será que não entende¿ Meu pai não fala direito comigo. Mal olha em meu rosto. Não sabe como foram difíceis esses dias de viagem. Se não fossem seus pais conosco, não sei o que teria sido. – Respondeu magoada, chorando e com expressão de desolamento em sua face.

- Eu disse para você tomar cuidado. Disse que não era prudente. O que está feito está feito. O que importa é que irão se casar em breve. – Disse para ela.

- Alguém pode me dizer o que acontece¿ - Claire perguntou curiosa encarando nós duas.

- Rachel está grávida de Paul e os dois irão se casar.

- OH, MEU DEUS!  - Colocou as mãos no rosto e olhou chocada para Rachael.

- Para, Claire! Não venha me criticar. – Disse para a garota.

- Ela não fez por mal, Rachael.- Disse para ela.

- Eu sei! Mas tudo isso é difícil demais para mim. Será que não podem me entender¿

- É claro! Desculpa, Rachael. – Respondeu.

Nesse momento, Claire e eu sentimos a carruagem parar de súbito.

- Chegamos! – disse ao olhar pela escotilha da carruagem.

Quando chegamos lá, fomos conduzidas até um grande salão com algumas ladies que não conhecia. Respirei fundo e tentei parecer simpática para não espantar ninguém. Sabendo que minha mãe teria um ataque histérico se a fizesse passar vergonha.

Todas as ladies nos olharam, e apesar da expressão de desdém para Rachel e Claire, tentaram ser simpáticas e acenaram para nós.

Sentamos ao lado de minha mãe e tia Alice, e ficamos o resto da tarde com elas, falando o mínimo possível para evitar maiores constrangimentos.

Acredito que minha avó tenha advertido as suas amigas quanto a comentários maldosos quanto ao meu casamento, porque nenhuma delas foi capaz de abrir a boca para falar uma palavra sobre Jacob.

Quando nos despedimos das Ladies e caminhamos até a porta, minha avó caminhou em nossa direção com uma amiga para me fazer um convite.

- Renesmee, essa é a lady Foster.

- Muito prazer, Milady! – Disse sorrindo para ela.

- Eu darei um jantar amanhã à noite e seria uma honra se me contemplasse com a sua presença e a do seu marido, é claro. – disse sorrindo.

- Ela receberá os pais do noivo de sua filha Caroline, que se casará em quinze dias. E fará um jantar de homenagem para eles. Por isso, está convidando os amigos para estarem presentes a esse momento tão importante. – Minha avó disse com olhar de advertência para mim.

- Creio que não...

- Ela vai sim, Janet. Não se preocupe que Renesmee e Lord Black estarão lá, assim como todos os Cullen. – Minha avó se adiantou e aceitou o convite por mim.

- Milady, eu... Eu... – Estava tão mal com aquela situação, que não conseguia recusar o convite. A única coisa que vinha a minha mente era Jacob e Caroline juntos mais uma vez e na minha frente. Meu coração começou a sangrar e não sabia como sairia daquela situação.

- Você estará lá! – Minha mãe disse aproximando-se de nós.

- De certo! – Respondi derrotada, segurando as lágrimas para não rolarem em meu rosto, com o pavor de presenciar o reencontro dos dois.

- Acredito que Milady e minha filha serão boas amigas. – Disse sorridente

- Quem sabe¿ - Respondi, cumprimentei todas antes de continuar o meu trajeto e saí do castelo dos meus avós completamente arrasada com aquela situação.

Sabia que seria o dia mais difícil da minha vida e ainda teria que contar a Jacob que jantaríamos no castelo dos Foster, para comemorar o casamento da mulher que havia destruído a sua vida.

Naquele momento, fiquei sem forças, sem chão e sem rumo ao pensar em ver juntos Jacob e a mulher que amava na minha frente. Sabia que não conseguiria me manter firme diante de tal situação.

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NOTA GLAU: E agora José? O que será que acontecerá nesse jantar? OMG Ness e Caroline juntas? Ness com a língua solta? Um monte de nobres bestas? K**** ISSO VAI DÁ M!!!!

E ai? Gostaram do cap? O que acharam?

Amores, passem lá na fic que estou betando: Love ande hate!
Ela está lindissima!!!!

http://fanfiction.nyah.com.br/historia/89359/Love_And_Hate


Amores, a Valéria não conseguiu enviar o arquivo e chegará em casa tarde. Por isso ainda não tem nota dela.


Bjus no core



n/h: OMG! A PEQUENA É UM PERIGO MESMO...viram...bateu levou..isso mesmo...Eu já estou aflita com esse jantar, já não basta com os Cullen...pensei que a Rosali levaria uns tapas da Ness, mas não é pra tanto e... a venenosa da vó? Sinceramente uma vó deveria ser heroína e não carrasca!!!...oi Sarahhale,sentiu minha falta....to de volta...só me pedir das meninas um dia...kpoksokpoko....bjs a todas... pontinhos pra vocês....

1 comentários:

Thayná Stephany disse...

Legal e coitada da Rachel

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