sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A HERDEIRA - JAKEXNESS 5 Proposta



Capítulo 5 – Proposta

Eu estava feliz, muito feliz para ser mais exata, afinal o meu pai e meu avô, mesmo a contra gosto aceitaram
  a escolha do meu marido. Contudo, apesar da minha euforia, ainda tinha um grande problema... Jacob.  Ele ainda não fazia ideia de que fora escolhido para o meu noivo. E não sabia como reagiria com a proposta e muito mesmo se aceitaria.  Aquilo estava realmente me deixando preocupada e tinha urgência em falar logo com Seth, para contar o que estava acontecendo e pegar os contatos do meu amor... Meu Jacob. 

Graças a Deus o meu domingo passou rápido,  com as loucuras de minhas tias maravilhosas, quase não vi o meu final de semana terminar, vendo-as fazer uma nova coleção de roupas para vestir e delirar com as ideias malucas para nova coleção de inferno da família Cullen.

Alice e Rosalie adoravam artes, assim como eu, e eram especialistas em fazer modelos inovadores de roupas. Então inventaram de última hora em fazer um desfile de modas. Sinceramente, não sabia como minha tia cuidava da galeria de artes. Era uma esposa amantíssima e ainda tinha tempo para pintar lindos quadros e desenhar modelos maravilhosos de vestidos. Alice era uma DIVA no que fazia, preparando os seus trabalhos com perfeição. E Rosalie sempre embarcava nas suas loucuras e acabava ajudando nas suas criações.

Sabia, vendo minhas tias criativas, que o talento que tinha para pintar quadros de forma perfeita, como uma artista profissional, era de família. E ficava feliz por poder dar uma opinião crítica e julgando das loucuras da minha tia maluquinha.

Depois que saímos da casa dos meus avós, voltei para a minha mansão com os meus pais, que pareciam apreensivos com a minha decisão. Entretanto, respeitaram e procuraram não tocar no assunto durante o caminho. Apesar de perceber os olhares enigmáticos de meu pai, pelo retrovisor do carro.

Fui direto para o meu quarto assim que cheguei em casa. Depois de tomar um delicioso banho de água quente e colocar o meu
 baby doll, caí na cama e fiquei pensando no que escreveria para Jacob. Até que acabei dormindo.

[...]

Seth! Seth! Me espera! Não pode me deixar aqui. – Gritava chorando, caída de joelhos no chão.

 - Calma, docinho! Eu vou te ajudar!

 - Seth, por que Jacob e os meninos não me esperaram? Eles me fizeram cair e me largaram aqui. – Chorava muito, limpando o meu vestido florido enquanto Seth me ajudava a me levantar. 

- Nessie, eu sempre te ajudarei... Sempre... Jacob é um idiota. – Limpou o meu vestido, tirou a camisa e amarrou em meu joelho sangrando. – Vamos para a minha cada, docinho. – Disse pegando a minha mão. 

- Não, Seth! Quero ficar com Jacob e os outros. – Chorava e ele limpava o meu rosto. 

- Eles vão te machucar, docinho. Você não pode ficar perto deles. São meninos grandes e podem te ferir. 

- Mas eu quero ficar perto de Jacob... 

-Quando aprenderá a ficar com pessoas do seu tamanho, docinho? Jacob não serve para você... Não serve.

Acordei assustada e pude me lembrar claramente das vezes que ficava em La Push, enquanto vovô Swan pescava com Harry Cleawater, pai falecido de Seth. Espreguicei-me na cama, virei de lado e peguei o celular na mesinha de cabeceira. Disquei o número e esperei atender.

- Alô!  Seth? - Disse ainda bocejando.

 - Oi, docinho! Por que me ligou a essa hora?   - Respondeu com a voz embargada e bocejada do outro lado da linha.

- Não quero te pressionar. Mas você descobriu o e-mail ou o telefone do Jacob? - Perguntei ansiosa, louca para entrar logo em contato e resolver a minha vida.

- Renesmee, você vai me contar o que está acontecendo? Pensei que essa obsessão que sentia por ele havia passado há anos. Por que agora cisma em encontrar Jacob? O que acontece, docinho? - Perguntou em tom preocupado.

- Seth, prefiro te contar pessoalmente. Por isso, irei até a oficina te ver quando sair do colégio. Assim poderemos conversar, meu amigo. – Eu odiava o excesso de preocupação de Seth. Mas entendia que se preocupasse comigo. Afinal era quase um irmão, um amigo da vida inteira e a única pessoa a quem poderia confiar os meus segredos.

 - Tudo bem, docinho! Ficarei te aguardando e quando chegar, informo o que precisa saber. Mas antes, vai me contar o que está acontecendo.

- OK! Concordo... Pode me esperar. Um beijinho e um ótimo dia para você, meu amigo.

 - Tenha um bom dia de aula, docinho. Espero que se saia bem na prova de hoje. – Disse e depois desligou.

Fiquei mais um tempo na cama. E depois levantei para me arrumar. Fiz a minha higiene matinal e me arrumei para ir para escola. Depois desci para tomar o meu café da manhã.

 Meu pai já havia saído para o seu plantão no hospital e minha mãe estava arrumando o jardim.

 - Mãe, já estou indo! – Saí correndo em sua direção, beijei o seu rosto e depois caminhei em direção ao carro de meu avô.

- Bom dia, Jimi! – Disse ao me aproximar do motorista, com a porta do carro aberta para eu entrar.

- Bom dia, senhorita Nessie. – Respondeu sorrindo para mim.

- Jimi, devo sair mais cedo da escola hoje. E assim que terminar a prova, ligarei para você vir me buscar. Hoje vamos para La Push. – Disse sorrindo enquanto dirigia em direção à escola.

- Entendo, senhorita. Vai encontrar o seu amigo de La Push... Também passará na casa do seu avô em Forks? - Perguntou curioso.

- Meu avô estará na delegacia trabalhando. E devo passar lá apenas para dar um beijinho nele. – Respondi.

- Tudo bem! Ficarei de prontidão e assim que a senhorita me ligar, venho buscá-la para levá-la até o seu amigo. – Respondeu.

[...]

As aulas passaram rapidamente e fiz as provas sem a menor concentração, pensando apenas em encontrar Seth e pegar o contato de Jacob. Aquela era a única coisa que pensava e não tinha mais a menor paciência em pensar em estudar, quando sabia que logo estaria casada e aquela coisa de estudar não teria o menor sentido.

A viagem foi rápida e assim que chegamos, Jimi me deixou em frente da oficina onde Seth trabalhava e partiu de volta para Seattle. Caminhei lentamente para dentro da oficina e vi um corpo deitado debaixo de um carro, com apenas as pernas e parte do tronco de fora. Então o chamei.

- Oi, gatão! – Disse rindo e o ouvi pigarrear.

- Só um minuto, docinho! – Respondeu. – Estou terminando esse carro e terei tempo livre para conversar com você. – Concluiu.

- Nessie! – Virei-me e vi Quil e Embry entrando logo na oficina logo atrás de mim. – Concluímos que era você quando vimos aquele carrão partindo. – Disse Embry, caminhou até mim e beijou o meu rosto.

Assim como Jacob e Seth, Embry e Quil eram nativos de La Push, e possuíam feições características como cabelos negros, pele morena, traços dos seus rostos marcantes de povos indígenas americanos. Eram bonitos, altos, musculosos e muito atraentes para qualquer garota.

- Você está cada vez mais lindo, Embry. – Disse sorrindo enquanto ganhava um beijo no rosto. – E você não fica nada atrás, Quil. Como vão Claire e Dayane? - Perguntei pelas suas namoradas.

- Estão ótimas, Nessie. – Quil respondeu me dando um abraço daqueles de urso, que quase me tirou o fôlego.

- AFF! Assim vai me sufocar, Quil. – Disse sorrindo enquanto tentava me libertar de seus braços.

- Tudo bem! Já sabemos que esses abraços são só para o Seth. – Ele piscou para Embry e deu um sorriso malicioso.

- Vocês são muito bobos... – Revirei os olhos e ri. – Mas estão certos. – Olhei para Seth que saía de baixo
  do carro.  - Esses abraços são só para o meu amigo. – Caminhou até mim e deu um beijo demorado em minha bochecha.

- Como você está, docinho? - Perguntou me encarando.

- Será que tem um tempo para conversar comigo? Para ouvir a sua velha amiga reclamona falar da vida? - Fiz beicinho e ele riu achando graça.

- Sempre, docinho... Estou realmente preocupado com você. – Mordeu os lábios e fez sinal com a cabeça para que os outros saíssem. – Deixa só lavar as mãos e já volto. – Deu meia volta e dirigiu-se para o banheiro que ficava nos fundos da oficina. E depois de uns minutos, retornou e sentou-se ao meu lado sobre o capô de um dos carros.

- Nessie, agora me conta o que está acontecendo. – Pegou a minha mão e começo a fazer carinho.

- Seth, meu avô contou semana passada que está doente. – Engoli em seco, sentindo o aperto em meu coração. – Ele está com câncer de próstata e precisa se afastar da empresa. Nesse momento, está se arrastando no trabalho. Mas precisa encontrar alguém para cuidar dos nossos negócios o mais rápido possível. – Concluí.

- Tá! E o que isso tem a ver com Jacob? - Olhou para mim com expressão confusa em sua face.

- Meus tios, tias e pai não podem assumir os negócios da família. E ele não quer dar o controle da Cullen para um desconhecido. Por isso achou que a melhor solução seria eu me casar. – Quando falei isso, ele engasgou, soltou a minha mão e desceu do carro.

- Me deixa ver se entendi. - Disse exasperado, erguendo os braços enquanto me olhava. – Você precisa se casar e se bem a conheço... Oh, Não! Não, docinho! Isso é loucura... Não pode estar no seu juízo perfeito. – Andava de um lado para o outro me olhando, balançava a cabeça em sinal de negativo e os braços de forma nervosa.

- Seth.... Eu... Eu... – Não consegui completar.

- Por que sua avó não assume? E sua mãe? Suas tias? Inferno, Nessie! Isso é loucura. – Reclamou.

- Seth, você não é meu pai, meu irmão ou meu namorado. Então, pare de agir como um irmão preocupado e deixa esse ataque de lado. – Reclamei com ele.

- Eu, sinceramente, não sei quem é mais maluco nessa história toda. Se seu pai, por concordar com isso, sua mãe por não intervir, seu avô por propor isso ou se você... Nessie. Casamento é coisa séria! Como vai se casar com alguém que sequer conhece? Você comeu “merda”? - Perguntou nervoso.

- Seth, para! Pare de me dar broncas! – Levantei do carro e tentei tocá-lo.

- Te dar broncas? Eu sou seu melhor amigo. E amigos servem para dar conselhos e até brigar quando preciso. Sabia disso? Você passou a vida idealizando um príncipe e agora acha que viverá um mar de rosas com ele. – Segurou meu rosto com as duas mãos e encarou meus olhos. Vi que havia um desespero escondido ali e tentei acalmá-lo. – Isso é loucura.

- Seth, não faz tanto drama. Jacob é um cara legal. – Vi que havia decepção e medo em seu olhar. – Você mesmo me disse isso muitas vezes.

- Eu menti, docinho! Desculpa, mas eu menti! Você passou a vida idealizando um cara mais lindo e amável do mundo. E vivia me pedindo notícias dele. O que me restava fazer? Menti para não te deixar triste, Nessie. Mas acho que essa obsessão por ele foi longe demais, garota. Quando tempo não namora? Quanto tempo não sai com um cara legal? Você ainda é virgem? – Ele me soltou e continuou andando de um lado para o outro. Meus olhos encheram de lágrimas com aquela confissão.

- Você mentiu para mim? Não soube mais nada de Jacob desde que se mudaram? - Ele confirmou com a cabeça. – Tudo bem! Eu te perdôo... Seth...

- Não! Agora, me diz, Nessie? Quanto tempo não beija ninguém? Isso não é normal, sabia?
 

- Eu nunca encontrei ninguém legal, sabia? - Perguntei ironicamente arqueando a sobrancelha.

- Você nunca se permitiu amar... Você sempre idealizou um homem perfeito e nunca deixou ninguém se aproximar. Você é linda, inteligente, sensível e adorável. Poderia encontrar alguém legal para te fazer feliz. Mas sempre se escondeu dos homens. E para quê? Um amor de criança que sentia por Jacob? Faça-me rir! – Comecei a chorar magoada com as suas palavras. Ele caminhou até mim e me abraçou forte. – Desculpa, docinho. – Aconcheguei em seus braços e ele se calou.

- Todos os caras que conheci, só queriam transar. E os outros que me cantaram eram ridículos, rudes e sem o menor jeito. – Retruquei.

- Você ficou tanto tempo presa aos seus sonhos, que parou de olhar a sua volta e observar as pessoas. Quem sabe se já não teria encontrado um cara legal se não ficasse sonhando com Jake.

- Você tem toda razão, Seth. – Eu o abracei mais forte e me senti tão pequena diante das suas palavras. Um vazio enorme preencheu meu coração e tive medo do meu futuro.

- Mas agora é tarde. – Conclui.

- Tarde? Você só tem dezoito anos e vai para a faculdade de Artes. Vai morar na Itália como sempre sonhou e virar uma artista famosa. Acha mesmo que é tarde? Manda seu avô se virar e encontrar outra saída. – Seu corpo estava trêmulo e percebi que sua voz havia mudado. Parecia controlar o choro.

- Seth, sabe que não posso fazer isso. E se é para me casar, que seja com Jacob Black. – Respondi.

- E o que vai dizer? Oi, Jacob, eu sou Renesmee Cullen, aquela garotinha que vivia atrás de você e seus amigos. Agora, meu avô quer que eu case e decidi que meu marido será você. Aceita casar comigo? - Ele gargalhou ironicamente. – Isso é ridículo, docinho... Ridículo! – Concluiu.

- Seth, não posso me casar com outro. Não conseguirei me entregar a outro que não seja Jacob... Simplesmente não dá! – Respondi com raiva.

- Vai arruinar a sua vida? Vai casar com alguém que não conhece e ser infeliz... Meu Deus! Como você é teimosa. – Segurou os meus ombros e me sacudiu.

- Seth, para! Se continuar a brigar comigo, ficarei com raiva de você. – Eu o adverti.

- Pode ficar com raiva de mim, docinho. Mas não verei você cometendo uma burrada e não ficarei calado. Não mesmo!!!
 

- Vai me dar os contatos de Jacob? - Perguntei fazendo beicinho de cabeça baixa.

- Não mesmo! – Balançou a cabeça e eu segurei os seus braços.

- Eu não tenho tempo para brigar com você! O tempo está passando e preciso entrar em contato com Jacob. Então, dá para parar de gracinha e me dar o contato dele? Você já está me irritando. – Encarei os seus olhos e vi a decepção estampada nele. Fiquei muito triste, porque era a primeira vez que brigávamos daquela maneira. Ele sempre foi um grande amigo, mais do que um irmão para mim, e magoá-lo me feria muito.

- Não concordo com isso. Mas a vida é sua, docinho... – Caminhou até o escritório da oficina e me deixou só por um momento. Depois voltou e me entregou um pedaço de papel.

- Seth!! Oh, Seth! Eu amo você! OMG!!! – Pulei em seu pescoço e o abracei e me agarrei em seu pescoço chorando. – Você não imagina como isso é importante para mim. Obrigada! – Comecei a beijar o seu rosto. – Obrigada! Obrigada!

- Tudo bem, docinho! Tudo bem! – Afagou os meus cabelos. – Está ficando tarde e tenho que te levar de volta para a sua casa.
 

- Seth, preciso passar na delegacia para ver o vovô Charlie. Pode me levar até lá? - Perguntei enquanto ele se afastava.

- Posso! Deixa-me tomar um banho e trocar de roupa para irmos... Ainda tenho que ligar para aqueles gaiatos virem fechar a oficina.

- Tudo bem! Eu o espero aqui e aproveito para pensar no que conversamos.

- Eu não demoro... É só o tempo de ligar para Quil e Embry, e depois tomar um banho para irmos. – Disse se dirigindo até o escritório.

Depois que ele saiu, fiquei pensando no que falar para Jacob. Afinal, ele estava certo e não poderia simplesmente dizer que tinha que casar, e ele era o meu escolhido. Então, precisava ponderar no que dizer para ele, sem assustá-lo com a proposta que lhe faria.

Passei um tempo pensando em toda aquela situação. Depois Seth chegou, e partimos em seu carro até Forks, onde fiz uma visita rápida para o vovô Swan e depois parti com meu querido amigo.

- Seth, você me perguntou sobre a faculdade. Mas ainda não me disse sobre as cartas de aceitação. – Disse enquanto ele dirigia para Seattle.

- Nessie, docinho, eu não abri ainda. Sabe muito bem que não tenho tempo para estudar. – Disse com tom de desgosto sem me encarar.

- Seth, você não pode pensar assim. Pode fazer uma faculdade de engenharia e trabalhar. – Respondi tentando animá-lo. E percebi que ficou triste ao tocar no assunto. Seu tom de voz era frio.

- Desde que meu pai morreu,  trabalho para ajudar a minha mãe. Sabe bem que a pensão que recebe não dá para nada, docinho. Eu não teria como só estudar... – Hesitou por um momento antes de continuar. – Acho que o meu destino será ser mecânico mesmo. – Completou.

- Seth, quando eu casar, você pode ir trabalhar na minha casa. Aliás, você e sua mãe. – Passei a mão em seu rosto e fiz um carinho. – Você será o meu motorista e sua mãe a governanta. Assim você poderá estudar à vontade. – Tentei encorajá-lo sabendo que ele não aceitaria a minha proposta.

- Não quero esmolas, Nessie... – Respirou fundo. – Por favor, não faça assim. – Disse baixinho sem me encarar.

- Olha pra mim! – Ordenei e me olhou brevemente. – Você é especial para mim e acho que tem um futuro promissor como engenheiro. Então não me venha com essa! Vai abrir as benditas cartas de aceitação e se inscrever para uma das universidades. – Ordenei.

- O que te faz pensar que serei aceito? - Disse menosprezando a sua inteligência e já estava me dando nos nervos.

- PARA O CARRO! – Ordenei e ele parou. – Seth Cleawater, nem ouse se menosprezar desse jeito!! Você é inteligente e sabe que será aceito. Eu não tive tanto trabalho para ajudá-lo a preencher os formulários para nada. Entendeu? - Disse segurando o seu rosto e percebi que se esforçava para não chorar.

- Nessie... – Sussurrou.

- Não vem com, Nessie docinho! – Eu o interrompi.  – Você abrirá as cartas e escolherá uma das universidades em Washington. E quando eu casar, você irá ficar comigo e com Jacob. E vai estudar para se tornar um engenheiro. Entendeu? Não permitirei que se acabe naquela oficina. - Nos abraçamos forte e ficamos calados por um tempo.

- Você, às vezes, é tão inteligente e outras tão tola. – Sussurrou.

- Não vamos começar novamente com a discussão sobre o meu casamento. Ou vamos? Eu me recuso a brigar com você, meu amigo. – Beijei o seu rosto e fiz um carinho. Percebi que seu olhar estava diferente e, às vezes, fugia do meu. Mas preferi não tocar no assunto, por medo de entrar em uma conversa que fosse desagradável para nós dois. Sempre tive medo dele se apaixonar por mim e acabar o magoando com os meus sentimentos por Jacob.

 - Tudo bem, docinho... – Deu aquele sorriso lindo que eu tanto amava. – Odeio brigar com você... – Mordeu os lábios e balançou a cabeça. – Mesmo quando está errada. – Deu partida novamente e voltou a dirigir.

 - Eu também odeio. – Segurei a sua mão.  – Você sabe que é o irmão que não tive e que é muito importante na minha vida. Por isso só quero o melhor para você, querido.
 

- Eu também, Nessie... – Calou-se de repente.

- O que foi? Por que ficou em silêncio? - Perguntei curiosa.

- Pense bem antes de enviar o e-mail para Jacob. – Senti que respirou fundo e o vi apertando fortemente o volante. – Não vai estragar a sua vida por causa dessa obsessão que sente por ele. – Seu tom de voz era consternado e  parecia muito com o do meu avô quando contei que o meu escolhido era Jacob.

- Seth, eu amo Jacob e sempre amarei. Não haverá outro homem na minha vida. – Estava começando a ficar nervosa por recomeçar a discussão.

- Eu só quero que pense. Como pode saber se o ama. Você nem o conhece? Você era uma criança e hoje não sabe nada como ele. Como acha que isso dará certo, Nessie? Pelo amor de Deus! Será que não vê o erro que cometerá? Eu, sinceramente, não te entendo. – Balançava a cabeça em sinal de negativa.

- Seth, chega! Não discutirei mais com você, porque não quero te magoar. Então vamos parar por aqui? - Disse de forma severa.

- Tudo bem! – Respondeu secamente.

- Só quero te pedir uma coisa. – Passei a língua nos  lábios, respirei e relutei, mas tinha que fazer o pedido. – Você aceita ser o meu padrinho? Quero que você e sua mãe estejam no altar quando eu casar. – Disse e fiquei observando. Vi que só balançou a cabeça em sinal positivo.

- Não vai falar nada? - Eu o indaguei.

- Alguma vez eu já te neguei algo? Então...

- Então é sim? Seth, eu odeio esse clima entre nós. – Estava quase gritando com ele com  a raiva que sentia pela sua reação absurda.

- SIM! SIM! MIL VEZES, SIM!!!  Só não me diga que não avisei. – Estava exasperado demais e preferi me calar para não piorar a situação entre nós.

Ficamos calados o restante da viagem e quando chegamos à porta da minha casa, ele estacionou e se despediu de mim de forma fria, deixando-me muito magoada.

- Hei! Vamos ficar assim? - Passei a mão em seu rosto e depois o virei para observá-lo.

- Desculpa, docinho! Só fiquei chateado por brigar com você. Quantas vezes brigamos em todos esses anos? Sabe que odeio ficar nesse clima com você. – Disse arrependido e depois me abraçou.

- Poucas vezes e você depois ficava todo aborrecido. – Abracei forte e aconcheguei a cabeça em seu peito forte.

– Seth, eu tenho certeza que serei feliz com Jacob. Pode confiar nisso, meu irmãozinho. – Beijei o seu rosto e vi o sorriso maravilhoso se abrir.

- Tudo bem! Se aquele um te magoar, juro que o quebro no meio, Nessie... – Suspirou forte. – Eu juro!

- Isso não acontecerá. – Respondi.

- Tudo bem! Agora entre e descanse um pouco. Amanhã você tem aula e não quero que se saia mal nas provas. – Beijei o seu rosto, sai do carro, caminhei até a porta e acenei antes dele partir.

Fui para o quarto, tomei banho, coloquei as minhas roupas e desci para fazer um lanche antes de dormir.
 

Depois que me alimentei, voltei para o quarto, escovei os dentes e fui para o meu notebook que estava sobre a escrivaninha e fiquei pensando no que escrever para ele.

Passei um bom tempo pensando e a única coisa que me veio à cabeça foi dizer toda a verdade. Então, conectei a internet, abri o meu e-mail e comecei a digitar com meu coração na mão.

Jacob, 

Você provavelmente não se lembra de mim e não vai entender o que vou te contar. Mas eu preciso que leia tudo com muita atenção e tente me compreender se for possível.

Meu nome é Renesmee Cullen e você me conheceu há onze anos em La Push.

Eu costumava a passar os finais de semanas e minhas férias na casa do meu avô Charlie Swan, chefe de polícia de Forks. E normalmente ia para a casa dos Cleawarter e ficava brincando com Seth.

Quando o conheci, era um menino travesso e normalmente andava com a sua turminha fazendo traquinagens pela reserva. E Seth e eu, como éramos os mais novos, ficávamos atrás de vocês para participar das brincadeiras. 

Desde aquela época, já era apaixonada por você. Mas como havia uma pequena diferença de idade. Você sequer notava que eu existia. E assim, os anos foram passando rapidamente, até que sua mãe morreu e sua família partiu da reserva. 

Sempre tinha notícias de você por Seth e pelo meu avô, que na época era sócio do seu pai. E a minha esperança era de um dia me tornar sua amiga e quem sabe namorada. Mas a vida só o afastou de mim, levando-o para longe e me deixando sem nenhuma notícia. 

Algumas vezes, perguntava por você para Seth e ele tentava descobrir o que se passava em sua vida. Mas as respostas eram sempre vagas demais, deixando o meu coração aflito de saudade. 

Você pode achar que sou louca, mas desde aquela época,  não consigo me ligar a ninguém. Nunca consegui ter um namoro sério e os poucos caras que beijei não me interessavam em nada. 

Passei anos pensando em você e no dia em que o reencontraria novamente. Até que a saudade foi diminuindo e aos poucos fui me esquecendo. Mas em meu coração, sempre houve um lugar reservado para as minhas poucas lembranças de infância. As lembranças da melhor época da minha vida. 

Hoje eu tenho dezoito anos e tinha muitos planos para o meu futuro como pintora. Até pensei em ir para a Itália, estudar em uma universidade de artes famosa. Mas em meu coração sempre teve uma ponta de esperança de reencontrá-lo. 

As poucas fotos que tinha, joguei em um programa de computação gráfica, para tentar ver como seria mais velho e maduro. Eu  o procurei no Orkut e em várias redes sociais sem o menor sucesso. E a vontade que tive de sair nesse mundo a sua procura nunca me abandonou.  

Mesmo pensando em ir para outro país, tinha esperanças do destino cruzar os nossos caminhos durante a minha viagem e de encontrá-lo por algum tipo de milagre... Como orei pedindo isso para Deus. 

Semana passada, aconteceu uma coisa que mudou todos os meus planos. E me deixou completamente sem rumo na vida. E agora acho que entenderá o motivo desse e-mail. 

Meu avô me informou que está muito doente e precisa de um sucessor na empresa. E como não há ninguém qualificado para o cargo em minha família, pediu que eu encontrasse um marido.  Será que pode imaginar como quase surtei? 

Eu quero ajudar a minha família e sei que é o correto a fazer. Contudo não posso me casar com alguém que não ame, jogando fora o sonho de te reencontrar. 

Já chorei muitas noites pensando nisso e a única conclusão que cheguei, foi que deveria te procurar e perguntar com a maior cara de pau do mundo: Você se casaria comigo? 

Sei que isso é muito louco, Jake... Posso te chamar assim? Seus amigos costumavam te chamar de Jake. Você se lembra? Eu me lembro tão bem do seu sorriso, do seu jeito moleque, a forma de falar, de erguer a sobrancelha... Eu me lembro de tudo em você... Aimeudeus! Você vai achar que sou uma louca! Mas a verdade é que amo você com todas as minhas forças e se não casar comigo, não poderei me entregar a outro homem e ajudar a minha família. Então farei a proposta mais maluca do mundo e espero que pense nela com carinho. 

“Jacob Black, você aceita se casar comigo?”  

Eu prometo que se o fizer, tentarei de tudo para fazê-lo o homem mais feliz e amado desse mundo. Mas se não puder considerar a minha proposta, entenderei e tentarei dar um rumo definitivo para a minha vida. 

Jacob, eu o amo tanto que chega a doer. Contudo entenderei se a sua resposta for “Não”. E sempre torcerei pela sua felicidade. 

Seguem algumas fotos minhas, para não achar que sou um dragão desesperado em busca de um marido... kkkk Seth sempre diz que sou uma gata. Mas deixo o julgamento por sua conta. 

Eu te amo, Jacob...  Eu te amo... Eu te amo muito.

Com muito carinho,
Renesmee Cullen 

Terminei de escrever com lágrimas nos olhos, sentindo meu coração apertado com medo da sua resposta e depois de alguns segundos, digitei o email, anexei as fotos e finalmente apertei o “Send”.

Aquela era a uma última cartada e esperava que ele pensasse com carinho em minha proposta de casamento.



Nota Glau: Ness é pancada da cabeça. Não acham? Meu Deus a menina sonha com o cara desde criança e só o vê na frente. Será que ela nao percebeou que Seth gosta dela? Muito doida... vai sofrer por ser tão topeira. kkkk

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