sexta-feira, 8 de outubro de 2010

LEAH CLEARWATER - MEUS MOTIVOS... NOVO RECOMEÇO



Leah Clearwater - Meus motivos... Novo recomeço




Cansei de chorar as minhas dores, de sofrer calada e destilar o veneno sobre as pessoas.

Estava tão cansada daquilo tudo. Cansada de sentir inveja e raiva da felicidade alheia, de olhar nos olhos de Jacob e ver a amor e a felicidade que sentia pela sua “monstrinha”... Cansei! Não quero mais isso! Hoje eu tomo uma atitude e coloco as cartas sobre a mesa. E se ele não me quiser, não ficarei aqui chorando essa dor, com despeito corroendo a minha alma... Não mesmo!



Sai de casa, corri até a floresta, tirei as roupas e me transformei em loba... Na loba que roubou os sonhos de felicidade, que me condenou a ser a criatura horrenda. Odiava a minha condição, o que me transformei e tudo o que sofri por naquele maldito carma de uma linhagem de grandes guerreiros Quileuts.



Ainda me lembro do dia da minha transformação e as mudanças irremediáveis em meu corpo. Mas o problema não foi só a mudança física e sim a emocional que sofri, ao constatar que estava presa a uma maldição que me condenaria a infelicidade.



Flash Back on



Sentir a dor insuportável se intensificando em meu corpo. Uma estranha queimação tomou conta de cada um de meus órgãos. Senti dificuldade de respirar, paralisei caída no chão e comecei a gemer de dor, enquanto implorava por ajuda. Mas ninguém me ouviu, ninguém veio ao meu socorro ou me disse que tudo ficaria bem. Estava completamente sozinha e apavorada, sem saber o que se passava enquanto achava que estava morrendo.






- AHAHAHHHHHHHH!! HUHU!! MÃEEEEEE!! AHAHAHAHHHH!! - Soltei um grito de pavor, misturado com a dor me sufocando, queimando as minhas entranhas.






O meu inteiro queimava, eu me contorcia de dor no chão da floresta, não conseguia me mover, gritar já era quase impossível e já tinha soltado o meu último grito pedindo socorro. A garganta queimava, boca e língua ardiam como se houvesse engolido um como de água quente. Fiquei em posição fetal, sentindo a estranha transformação ocorrendo em meu corpo. Era como se minhas células estivessem se queimando, meus músculos sendo estirados como se fossem lesionados.






Lembrei da vez em que sofri uma distensão no joelho, na aula de educação física. Naquela época achava que não havia dor mais terrível... Estava enganada! Completamente enganada! Os músculos do meu corpo estavam todos sofrendo um estranho estiramento e a dor era insuportável. Não sabia o que era pior. Se a sensação do corpo pegando fogo ou dos músculos sendo estirados, deixando me na mais completa agonia. Já não podia me mexer, chorar, correr ou gritar... estava completamente paralisada pela dor.






Senti uma forte cólica e o sangramento em minha vagina. Pensei que fosse morrer com aquela dor insuportável, que só veio a somar ao meu sofrimento enquanto estava caída em posição fetal naquela poça de sangue... o meu sangue que jorrava abruptamente. Passei horas agonizando sozinha até me transformar em uma horrenda criatura.






- Eu estou louca! Sim! É claro que o sofrimento me enlouqueceu! – Sentia as “patas” batendo forte contra a grama sobre o duro chão de La Push. E apesar de muito escuro, podia enxergar e ouvir perfeitamente tudo a minha volta. A Noite já não me assustava... não mais pela constatação da minha loucura.






Sentia os “pêlos” do meu corpo esvoaçando contra o vento frio. Corri o mais rápido que podia, com o frenesi daquela estranha sensação que a corrida me proporcionava. Já não havia mais dor, contudo o medo ainda habitava a minha alma.






Parei em frente a um rio para olhar a imagem na água, tendo a certeza que as sensações que sentia não passavam de loucuras da minha cabeça... Sim! Estava louca! Mas para o meu mais completo desespero, o que vi era a imagem de uma enorme criatura acinzentada, um brande focinho que se assemelhava a de um cão. Longas orelhas e os olhos castanhos escuros vibravam inquietos sobre a trêmula água.






- Não! Não! Não! Não pode ser... não sou eu... enlouqueci... o quê.. o quê...






- Lee, você está me ouvindo¿ Pode me ouvir¿ Sou eu, Sam!






- Não! Além de ver um enorme cachorro, agora ouço a voz de Sam em minha mente... Estou louca! Estou louca! OMG!






- Você não está louca... apenas se transformou em uma loba.






- AH¿ COMO ASSIM¿ UMA LOBA¿



Fim Flash back off



Aquele não foi o início do meu drama, mas parte da explicação que precisava para entender o motivo dele ter me esquecido. De ter se apaixonado pela minha prima e rompido com todas as promessas que fez para mim.



Ali soube que minha vida estava arruinada e fiquei uma pessoa completamente desprovida de compaixão.



Sofri muito por Sam, mas com Jacob foi ainda pior e vendo o tão feliz e esperançoso, precisava tomar uma atitude definitiva e partir para uma nova vida.



Diria a ele sobre os meus sentimentos e depois, se me renegasse, abandonaria aquela vida de loba e partindo da reserva. Aquela foi a minha decisão final e não havia como mudar... Já não suportava mais sofrer... Precisava ser amada.



Corri pela floresta e cheguei próximo a casa dos sanguessugas. Parei atrás de uma moita e observei Jacob rindo enquanto brincava com a “monstrinha”



- Aff! Não suporto isso! Com tantas mulheres no mundo, tinha que se prender logo a uma filhote de sanguessuga¿ Inferno! Auuuuuu! - Uivei e ele veio até mim e depois tirou a bermuda para se transformar em lobo. – Você deveria ser preso por ser tão gostoso!!!



- Lee¿ O que se passa¿ Senti uma aflição em seu uivo. – Falou comigo através dos pensamentos.



- Jake, já não aguento mais e preciso que sabia o que sinto. – Hesitei por um momento, procurando as palavras certas para lhe dizer o que sentia. – Eu amo você... muito mais do que amei Sam e não suporto mais vê-lo desperdiçar a sua vida com essa filhote de sanguessuga. Sei que se me der uma oportunidade... uma única... sei que posso... – Sentia as lágrimas já se formando em meus olhos e não conseguia continuar. Vi o seu olhar triste ao colocar o focinho no chão. Coloquei o meu junto ao dele e ficamos em silêncio.



- Eu na posso, Lee... é mais forte do que eu. – Foi sua única resposta e depois comecei a ver imagens de nós dois correndo juntos pela floresta e o carinho que sentia por mim. As suas lembranças me doeram mais do que a transformação e já não havia mais como continuar.



- Estou partindo, Jake... Espero que seja feliz. – Ele assentiu com o focinho e eu dei as costas e comecei a correr para bem longe. Precisava chorar... chorar muito e colocar a dor para fora.



- Lee, o que você tem¿ Por que esse desespero¿ Foi Jake¿ Você se magoou novamente. – Era a voz de Embry falando comigo enquanto corria pela floresta. Sentia uma dor tão forte apertando o meu coração e apesar de saber que aquilo machucaria toda a matilha, não conseguia me conter.



- Estou partindo, Embry... dessa vez é para sempre. Por favor, não venha atrás de mim! Preciso encontrar uma razão para viver... deixe me em paz! – Corri o máximo que podia naquela circunstância e me esforcei para afastar as vozes me minha mente. Ouvia Seth, Quil, Embry e Jacob falando ao mesmo tempo, para tentarem me persuadir a ficar. Mas eu não queria e não podia mais ouvir as vozes... simplesmente não dava.





Depois de um bom tempo, finalmente consegui ficar sozinha e pensar no que faria da minha vida. E a decisão já estava tomada. Só não sabia para onde ir e como recomeçar.



Decidi voltar para casa e pegar as poucas coisas que tinha para colocar o pé na estrada a sumir no mundo. E foi exatamente o que fiz. Voltei para casa ainda na madrugada, depois de correr sem rumo muitas horas. Procurei não fazer barulho e ocultar a minha presença. Arrumei uma velha mochila Jeans com as poucas roupas que tinha, peguei alguns objetos pessoais e o pouco dinheiro que havia aguardado após meses de trabalho na oficina com os rapazes. Parti na alvorada da noite, sem deixar notícias do meu paradeiro. Contudo, apesar da dor, sabia que precisava dizer adeus ao menos a minha mãe... ela precisava de uma última palavra.



Mãe






Sei que será difícil aceitar a minha decisão. Mas espero que entenda que já não suporto mais.


La Push não é mais o meu lugar confortável e preciso recomeçar a minha vida longe de tudo isso. Preciso encontrar alguém que me ama do jeito que sou e voltar a viver como a antiga Lee, que ficou para trás com a rejeição, por isso não chore por mim. E quando pensar que eu não voltarei, lembre se que fiz isso em busca da minha felicidade.






Eu amo você e ao Seth... Nunca se esqueça disso!






bjus


Lee



Coloquei a mochila das costas e parti na velha mota que havia montado no tempo em que trabalhei na oficina.



O mundo era o meu rumo e viveria cada dia como se fosse o último. Pensando que um dia poderia encontrar a minha felicidade.



DOIS ANOS DEPOIS



- Leah! Pode atender aquela mesa, por favor¿ - Jessica me perguntou quando voltei com os pedidos da cozinha. Fiz um muxoxo, porque odiava receber ordens dela e sabia perfeitamente. Mas não estava com o humor muito bom para discutir com ela.



- Tudo bem, Jess! – Respondi e entreguei os pedidos a Vic, que se caminhou para os seus clientes com a bandeja cheia. Peguei o bloco de anotações e quando levantei a cabeça para olhar a mesa que Jess havia pedido, levei um susto e senti meu corpo gelar ao observar a figura do lindo rapaz de pele morena, cabelos negros, sobrancelhas grossas e marcantes, maçãs do rosto arredondada, um peitoral largo e bem definido. Caminhei até a mesa, com a expressão séria, e perguntei o que desejava.



- Bom dia! O que deseja¿ - Encarei o seu olhar, que me fitava de cima a baixo com um sorriso maroto nos lábios. Senti vontade de socar a sua ara. Afinal como se atrevia a me olhar daquela forma¿



- Vai fingir que não me conhece, Lee¿ - Perguntou tocando a minha mão, fazendo um leve afago. Eu a puxei e senti meu corpo estremecer de nervoso naquele momento.



- Para de gracinhas, Embry¿ O que vai querer¿ - Perguntei mal humorada, enquanto ele ria para mim com a maior expressão de felicidade do mundo.



- Velhos hábitos não mudam nunca, Lee¿ Continua com o mesmo mau humor, mesmo após dois anos¿ - Mordeu os lábios, segurou a minha mão e voltou a acariciar, deixando me completamente paralisada naquele momento.



- Como me achou aqui¿ Por que veio¿ De certo não foi para fazer um lanche.- Disse encarando o seu olhar, enquanto meu coração palpitava de nervoso. Eu me sentia estranha e não entendia o motivo daquilo. Afinal Embry e eu formos “amigos” por algum tempo e nunca havia sentido nada por ele. Não entendia porque justo naquele momento sentia meu coração vacilante.



- Passei dois anos viajando a sua procura, garota. Nunca tive que ralar tanto para conseguir o que queria. Mas em fim... eis me aqui. – Ficou de pé, reduziu o espaço entre os nossos corpos e olhou no fundo nos meus olhos. Havia um brilho tão intenso em seu olhar, suas feições estavam diferentes e nada me lembravam aquele moleque sem vergonha, que vivia correndo atrás das periguetes da reserva. Havia virado um homem... um lindo homem.



- Do que está falando, Embry¿ Seja mais explicito! Não tenho tempo para xaradas. – Respondi desviando o meu olhar. Não queria me perder e sabia se me permitisse olhar mais algum tempo, estaria completamente perdida por ele.



- Lee, eu sempre te amei. – Disse com a voz tranqüila, abrindo aquele sorriso de moleque, que apesar dos anos, permanecia o mesmo. Tocou o meu rosto com as costas das mãos e ficou me olhando por longos segundos antes de continuar. – Quando você partiu, quase enlouqueci. Pensei que não agüentaria sem você e deixei a matilha inteira ensandecida pela minha dor. Eu te procurei por muitas cidades e não te achava. Pensei que havia te perdido para sempre. Até que... – Seus olhos estavam cheios de lágrimas e havia uma dor profunda em suas palavras.



- Até quê¿ - Perguntei curiosa para saber como havia me encontrado.



- Estava vendo uma reportagem de TV na semana passada e nela parecia esse bar. E quando vi de relance a garçonete, tive a certeza que era você. Todos acharam que estava louco, afinal só vi de perfil e você estava mais magra, os cabelos longos e também havia o uniforme. Mas o meu coração me dizia que estava certo. Então liguei para a emissora e peguei o endereço, descobrindo que você estava em Vancouver. – Começou a rir balançando a cabeça. – Você foi bem esperta, garota! Não pensamos que viria para o Canadá. kkkk Mas eu te encontrei e agora não te largo nunca mais. Pode me mandar embora, pode me bater e me xingar. kkk



- Você é louco, Embry¿ - Perguntei sentindo meu coração batendo a mil por horas. Era completamente estranho aquela sensação. Senti um frio em minha barriga e algo se revirando meu estômago. Meus olhos se encheram de lágrimas ao constatar que estava condenada a viver só. Afinal ele era um lobo e como tal sofreria o imprinting com alguém mais cedo o mais tarde. E eu, vacinada contra o sofrimento, não estaria perto para ver aquilo acontecer... eu o colocaria para correr e sumiria no mundo novamente.



- Eu amo você, Lee! Não adianta tentar fugir novamente... – balançou a cabeça e depois segurou o meu rosto com as duas mãos. – Não permitirei que suma novamente... não mais.



- Embry, por favor, não! – Implorei chorando, sentindo medo de sofrer tudo novamente e raiva por aquele estranho legado que nos prendia as lendas Quileuts. Sabia que não era sensato ficar com ele e estaria cavando mais uma cova para mim. Precisava fugir e não passaria por tudo aquilo novamente. – Vai embora! – Estava chorando muito, quando ele me abraçou forte, envolvendo me em seus braços musculosos. Senti me de certa fora protegida e não quis sair mais de seus braços. Meus sentimentos ficaram confusos e não sabia mais o que faria. Não sabia se tentaria fugir ou se me entregaria aquilo. Fazia tanto tempo que não e sentia daquela forma, por isso era envolvida pelo medo de me afundar ainda mais do que das outras vezes.



- Eu não vou te abandonar, Lee! Eu prometo pela minha própria vida. – Beijou a minha testa e começou a colher as minhas lagrimas com os dedos de forma carinhosa, enquanto me fitava no fundo dos olhos de forma penetrante.



- Você vai sofrer o seu imprinting e eu serei abandonada novamente. Será que não entende¿ Será que não se compadece do meu sofrimento¿ Não posso! – Coloquei a cabeça em seu peito, fechei os olhos e senti a dor com as lembranças aflorando em minha mente de forma cruel. Via os olhos de Jacob em direção a “mostrinha” e os de Sam para Emily. Quis morrer, mas ele me acalmou com as suas suaves carícias.



- Quando você nos abandonou e desistiu de ser uma loba, tomei a minha decisão... – Segurou o meu queixo e erguei o meu rosto para fitá-lo. – Decidi que não seria conduzido por essa estranha magia que chamam de impressão. Que só seria guiado pelo amor que sentia em meu coração. Por isso parei de me transformar, Lee. Não existe e não existirá um imprinting para mim. – Colou a sua testa sobre a minha e ficamos em silêncio por um momento. – Decidi conduzir a minha vida pelo amor e não por essa estranha magia... é você que quero! - Senti seus lábios tocarem os meus e uma estranha corrente elétrica percorrer todo o meu corpo. Nossos lábios se moldaram de forma perfeita, seus movimentos eram lentos e deliciosos. Pediu passagem para a sua língua e começou a explorar cada canto da minha boca. Meu corpo estremeceu e senti um desejo me dominar por completo. Nunca havia sentido aquela sensação tão estranha que ele me proporcionava. E naquele momento eu soube que o queria e que lutaria pelos meus sentimentos.



- Amo você, Lee! – Sussurrou entre beijos. –Nós teremos juntos um novo recomeço... eu prometo.

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