terça-feira, 16 de novembro de 2010

A encarnação do Pecado Por Edward Cullen7

Capitulo 6 – Fuga



Caminhei para a hospedaria e por onde passava, era alvo de pessoas me apontando e falando sobre mim. Sentia-me estranhamente constrangido, mas naquele momento aquela era a minha última preocupação que poderia me permitir. Tinha que pensar na fuga e em como proteger Bella. Não podia permitir que nada desse errado. Era vital para ela e o nosso filho que o nosso plano fosse bem sucedido.



Cheguei até a hospedaria e alguns hóspedes me olhavam de forma estranha. A dona da casa fez uma careta e balançou a cabeça em sinal de negativo. Fui até o salão de jantar para comer algo e todos fizeram questão de ignorar a minha presença. E a senhora, com muita má vontade, colocou prato e talheres sobre a mesa, a travessa com a comida e saiu sem dizer nada.



Fiz rapidamente a minha refeição e depois fui para os meus aposentos pensar sobre todos os acontecimentos.



Sentia o meu coração aflito só de imaginar Bella trancada, sendo maltratada naquela casa e cada vez que imaginava o tamanho da sua aflição, por não ter notícias e não saber o que se passava do lado de fora. Sabia que se ficasse muito tempo naquela situação não agüentaria e perderia a cabeça. Gritaria e quebraria tudo ao seu redor até ser atendida. E sentia medo que se machucasse em um ato de desatino.



O tempo foi passando e a minha ansiedade só crescia. Comecei a andar de um lado para o outro. Esperava que Jacob, Jared e Paul dessem notícias. Contudo, apesar de saber que estavam agindo, eles não apareciam e já sentia a minha sanidade indo embora com o passar do tempo.



Começou a anoitecer e não apareciam. Então sai do quarto e fui para o salão ceiar com os demais hóspedes, mesmo sabendo que seria rechaçado. Mas precisava que me vissem na hospedaria, para que não houvesse desconfiança da minha fuga quando o alerta sobre o sumiço de Bella fosse espalhado pelo vilarejo.



Cheguei ao salão e todos me olhavam com repulsa. Cochichavam intrigas sem o menor pudor. Quando me sentei em uma das cadeiras, todos que estavam naquela mesa saíram, deixando-me a sós como se fosse um leproso. Continuei a fingir que nada acontecia e servi o meu prato com a sopa servida na tigela. Comecei a bebê-la lentamente, quando Jacob entrou e veio até mim.



Ele se sentou ao meu lado e começou a falar muito baixo. O som era quase inaudível e tive que fazer um esforço enorme para entender.



- Mestre, conseguimos que a cozinheira abrisse a porta dos aposentos de Lady Isabella. E pedimos para que lhe entregasse o nosso recado. Ela esperará até todos irem dormir e depois Jared e eu a conduziremos até o barco. Também pedimos que não contasse nada para a serviçal Rosalie, pois ela pode por tudo a perder. – Disse de cabeça baixa e tentando disfarçar aquela situação.



- Então eu já posso ir até o local. – Sussurrei e depois beberiquei um cole da sopa.



- Não, Mestre! – Disse balançando a cabeça e depois a abaixou novamente para falar de forma mais discreta. – Estás sendo vigiado! A hospedaria está cercada e se resolver sair, eles o seguirão. Por isso precisaremos de um novo plano. Conversei com os outros e acham melhor eu seguir com ela até a outra cidade e procurar padre Emmett. Se ele o considerar tanto, não negará abrigo e esconderijo para ela em sua paróquia. Depois teremos que despistar os seus vigias, para que possa seguir a diante. Mas julgamos mais seguro ir por outro caminho e partir a cavalo. Já conseguimos um bom cavalo, que corre muito, e assim em dois dias vocês estarão juntos e poderão se casar.



- Mas eles vão alertar a guarda de todas os vilarejos e certamente a notícia chegará até ao local onde ela estiver escondida. – Respondi para ele preocupado, vendo a inquietação nos olhos do meu discípulo.



- A cavalo você poderá chegar lá antes que a notícia se espalhe, Mestre. E Jared e Paul despistarão os seus seguidores. Um deles virá para cá na calada da noite e sairá bem cedo, usando uma capa com capuz para esconder a face. Depois ele se encontrará com o outro e ali quem estiver os seguindo, ficará na dúvida quem é o Mestre Cullen. Eles se separam e os outros também terão que se dividir. Enquanto isso, o senhor já estará muito longe. Então quando descobrirem a verdade, terão perdido a pista de vocês. Isso dará um tempo para chegar até Lady Isabella e se casar com ela antes que a notícia chegue. Entendeu o plano¿ - Sussurrou.



- Sim! Só peço que cuide bem dela. – Disse para ele, sentindo-me temeroso que algo lhes acontecesse no caminho. Jacob era um dos meus melhores e mais fieis discípulos. Era quase que um irmão e não me perdoaria se algo lhe acontecesse. Já com Bella, a coisa era ainda pior, por não suportar a possibilidade de perdê-la ou que algo acontecesse, fazendo-a abortar o nosso bebê.



- Eu cuidarei, Mestre! Estou indo agora. Deixe a janela do seu quarto aberta, que Paul ou Jared entrará por ela essa noite. Que Deus nos abençoe e tudo dê certo. – Disse, deu-me um breve olhar e saiu em seguida. Percebi que as pessoas o olhavam de forma estranha. Mas ele fingiu não perceber. Continuei a minha refeição e depois me retirei para o meu aposento.



Caminhei lentamente, fingindo que nada estava acontecendo, enquanto tentava organizar tudo o que Jacob havia me dito. Cheguei ao quarto, tranquei a porta, acendi algumas velas e sentei-me na cama. Fiquei vendo o tempo passar, enquanto me lembrava dos momentos que estive com Bella, dos nossos beijos, da dúvida que me corroia por dentro, o arrependimento pelos meus atos, as estranhas sensações de prazer que os nossos corpos sentiam quando estavam juntos.



Tudo começou a passar em minha mente, como se estivesse em um sonho, revivendo cada momento, sentindo as emoções em meu corpo, fazendo a minha sexualidade dá sinais que precisava dela, que dependia de seus toques mais do que tudo para continuar a sobreviver. Era uma dependência tão grande, que chegava a me causar dor física a sua falta. Queria sentir os seus lábios se movendo sobre os meus, o toque quente de sua língua, o corpo quente e macio envolvido com o meu, formando uma só carne com os nossos movimentos.



O tempo passou e de repente, preso em meus sonhos, ouvi um barulho na janela do quarto. Assustei-me e dei um pulo da cama. Vi uma figura vestida de preta entrando na janela e pedi a Deus que fosse Paul ou Jared.



- Quem está ai¿ - Perguntei assustado.



- Sou eu, Mestre... Paul! – Ele respondeu baixinho, quase que em um sussurro. Entrou pela janela e veio até mim. – Tem dois homens a espreita na escuridão. Eles esperam que saia para fazerem uma covardia. Mas pelo que ouvi, vão levá-lo até um local reservado para tal ato. – O Mestre é uma figura notória e não querem um escândalo.



- Então não pode se passar por mim! Não pode! - Disse nervoso para ele, com medo do que lhe pudesse lhe ocorrer. Mas ele balançou a cabeça em sinal de negativo e depois continuou.



-Mestre, eles não vão me pegar em frente a hospedaria. Vão esperar que esteja em um local mais escuro e deserto. São mercenários e estão sendo cautelosos. Ao contrário disso, não esperariam e invadiriam o seu quarto essa noite. O cardeal Swan não é burro para se expor enviando mercenários para o atacarem. Ele vai agir na surdina e é com isso que contamos para que o plano dê certo.



- Tudo bem! Mas prometa tomar cuidado. Promete¿ - Perguntei para ele, vendo o assentir com a cabeça.



- Não sou maluco, Mestre. Por isso se acalme. – Respondeu rindo com tom zombeteiro.



- E Isabella¿ Conseguiram tirá-la da casa¿ - Perguntei nervoso e o vi rir novamente.



- O seu relicário está seguro, Mestre. Ela saiu pela porta dos fundos e já está no barco. Logo estarão seguros e Jacob não permitirá que nada lhe aconteças. Não se aflijas por nada.



- Não posso permitir que algo lhe aconteça. Tenho medo que não consigam e da represália que podem sofrer. – Sentei-me na cama novamente e fiquei olhando para ele, que apertava as duas mãos de forma que me dava a impressão que estava nervoso.



- Não acontecerá nada! Cadê a fé no Deus que serve¿ Ele não é carrasco! E não acredito que Tenha lhe abandonado. Pare de pensar no mal e pense que logo estará casado com sua Lady.



- É verdade! Estou tão desesperado que me esqueci de ter fé. – Ri para ele de forma nervosa. – Obrigado meu amigo.



- Não tem de quê! Agora eu colocarei a capa e o capuz e sairei tentando me disfarçar, Mestre. Não poderemos nos encontrar com vocês. Porque certamente seremos seguidos. Mas desejo boa sorte... Espere um tempo antes de ir. Deixei o cavalo na saída do vilarejo, perto da taverna. – Apertou a minha mão, depois de se disfarçar, e saiu sem fazer barulho.



Conforme o combinado, fiquei um tempo a esperando e depois peguei as minha trouxas, e sai pela janela, para não dá pistas aos possíveis seguidores.



A noite estava muito escura, apenas algumas tochas iluminavam as vielas e não se via quase ninguém fora das casas. O frio era cruel, o vento forte chegava a machucar a face, pequenos flocos de neve caiam sobre a capa e o capuz que cobriam o meu corpo. Corri pelas vielas em direção a taberna e avistei o cavalo. Peguei as suas as rédeas, montei o animal e sai galopando para o mais longe o possível do vilarejo.



Uma noite muito fria e uma viagem muito longa foi o que encontrei enquanto galopava pela floresta, seguindo a margem do Rio para encontrar abrigo em outro vilarejo, cavalgando por um longo tempo, fazendo o meu corpo dolorido pelas rajadas de vento sucumbir por descanso. Entretanto, por mais que precisasse descansar, precisasse de um abrigo seguro na tempestade de neve que só ficava pior, sabia que Bella e meu filho precisavam de mim. E que tinha que encontrá-los antes de que algo terrível lhes acontecessem.



Jacob era responsável demais e cuidaria dela, dando a sua própria vida se necessário. Já havia dado provas de sua extrema lealdade. Contudo, mesmo com habilidades para lutas, se fossem cercado pela guarda real, que certamente seria avisada como o escândalo estourasse, não daria conta de uma tropa de soldados. Por isso, por mais cansado e dolorido que estivesse pela viagem, precisava continuar a galopar até o meu corpo não agüentar mais.



Vi a noite passar com os vultos tenebrosos escondidos na floresta e ouvindo os estranhos sons que faziam. Confesso que senti medo, mas tinha urgência e nenhum medo me faria parar até chegar ao próximo vilarejo.



Logo a claridade foi adentrando por entre as folhas das árvores e o pude ver o céu ficando com um tom de azul cetim, misturado com um tom cinza que se formava com a neblina que se formava. Em pouco tempo, tudo foi ficando acinzentado e não conseguia ver nada em minha frente, galopando às cegas pela floresta.



Não demorou muito, conseguimos sair daquele local que me causava medo e ao longo do horizonte, pude avistar os primeiros sinais de habitação.



O Senhor seja Louvado!



Usei o resto de forças que me restava, após uma longa jornada em uma noite fria, tenebrosa e muito cansativa.



Imaginei se Jacob e Bella já estavam em porto seguro. Se já haviam encontrado um local para repouso e alimentação, fazendo a minha preocupação aumentar ainda mais depois daquela noite de horrores.



Pai, sei que pequei! Contudo sei que é capaz de perdoar os meus pecados.

Não me abandone... não abandone a “minha mulher” e o meu filho...

Tendes compaixão de nós!



Continuei a galopar até chegar ao primeiro casebre, que por sinal era extremamente pobre e deixava evidente a falta de condições dos moradores, que provavelmente eram servos e viviam em regime de escravidão pelos nobres que detinham a posse das terras.



Senti remorso por precisar de ajuda, mas não me agüentava mais sobre o lombo daquele cavalo e precisava de pouso e local quente para repousar por um curto tempo, até que estivesse em condições para continuar a viagem,que ainda duraria um dia e uma noite até a paróquia de padre Emmett.



Bati palmas duas vezes e uma senhora muito idosa veio me atender.



- O que deseja, meu filho¿ - Disse com a voz trêmula, observando-me de forma curiosa. Tinha os cabelos grisalhos, a pele enrugada pelos anos de vida, os olhos eram tristes, as mãos tremiam e vestia trapos que não deveriam se quer aquecer o corpo debilitado.



- Desculpe-me o incomodo, MiLady! - Disse com o tom formal e apesar de ter noção que ela desconhecia aquele tipo de tratamento, dispensado apenas para senhoras de sociedade, não custava nada ter um pouco de educação com alguém a quem pediria ajuda. – Viajei a noite inteira pela floresta e estou por demais cansado. Meu corpo doe com tanto frio que sinto. E se não for muito abuso de minha parte, gostaria de lhe pedir abrigo até descansar e ter condições de seguir viagem.



- É claro, meu filho! Entre! Entre! – Disse, assentindo com a cabeça enquanto fazia sinais com as mãos para que eu entrasse em sua casa.

- Obrigado, é muito generosidade! – Assenti e a acompanhei, passando pelos trapos que ocupavam lugar do que deveria ser uma porta.

O casebre era a coisa mais depreciante, sem a menor condição para uma pessoa viver. Havia apenas uma tocha iluminando o local, não havia mobilha e onde deveria ter uma cama, havia uma rede de pano. O espaço era bem reduzido e no mesmo local havia a sua cozinha e a sala, com objetos velhos ou quebrados de barro.

Ela me conduziu até a rede e fez sinal para que eu me sentasse.

- Pode se acomodar aqui nessa rede, meu filho. – Disse para mim.



- Não quero tirar o seu conforto... Desculpe. – Disse envergonhado e ela retrucou.



- Não tem problema. Acabei de acordar e tenho os meus afazeres na terra, filho. Farei um chá para beber e trarei um resto de pão que sobrou de ontem. Não precisa ficar acanhado. – Apesar da extrema pobreza, havia uma grande generosidade no falar e nos gestos delicados da mulher. Fiquei admirada como uma pessoa sozinha, em um casebre em condições precárias, ainda mais com a sua idade, ainda era capaz de gestos tão humanos, quando a maioria das pessoas com condições um poucos melhores agiam com egoísmo.



Deitei me na rede, fechei os olhos e antes que o sono pudesse me alcançar, a senhora veio até mim.



- Beba esse chá, filho. Ele lhe fará bem. – Entregou-me o chá e depois um pedaço de pão. – Ficarei um bom tempo fora cuidando dos meus afazeres. Aproveite para descansar. – Disse e saiu.






Depois da breve refeição, coloquei o copo no chão, fechei os olhos e deixei o meu corpo relaxar, caindo em sono profundo.






- Edward! Edward!! Nãooo!!! Por favor, não!!! Eu imploro – Seu rosto vermelho, lágrimas desciam pelos olhos arregalados, que outrora me mostravam tanta felicidade. Havíamos feito amor e estávamos deitados sobre a palha do estábulo. Vários homens entraram e a puxaram de mim com o corpo desnudo. Vi as figuras dos Cardeais fazendo acusações, mulheres batiam em Isabella, enquanto se debatia, gritava e ao mesmo tempo tentava esconder o seu corpo. Um homem veio até mim e me puxou do chão.Outro pegou me pelo outro braço e me colocou de joelhos.






Fiquei ajoelhado diante dos cardeais, que exigiam a minha punição imediata. Muitos gritos e murmúrios, mas o único som que conseguia ouvir com clareza eram os gritos desesperados de Isabella.






- Edward!! Edward!!! Seus covardes não façam mal a ele!! Por favor! Não!!! Por favor!






- Peça perdão pelo seu mal feito, seu degenerado! Você foi excomungado e pagará com a sua carne pelo seu erro. O abade dizia com olhar furioso, exalando a fúria de um dragão fora de controle.






- Não façam mal a Isabella!! Ela está grávida!!! Não façam mal ao meu filho! Por favor!! – Comecei a gritar me debatendo, enquanto meus carrascos seguravam os meus braços, um de cada lado, impedindo me de reagir aquela agressão.






- Vai pegar com a sua carne!! Dê me o facão! – Disse o Abade olhando um dos cardeais.






- Não!! Não!!! – Tentei lutar com eles, mas eram mais fortes e não conseguia me soltar. O meu desespero era tão grande, que tive medo de morrer e deixar Isabella nas mãos dos meus carrascos. Já não me importava mais comigo... apenas com ela, que continuava a gritar desesperadamente.






- Não!! Não!! Não o machuquem seus animais! – Uma mulher bateu em seu rosto quando disse isso e depois se virou para mim. Vi que era a serviçal Rosalie com os olhos cheios de maldade e um sorriso malicioso.






- Seus pecadores! Eu os vi fornicando e agora vão pagar por isso! Matem os dois! Matem os fornicadores!! - Gritava de forma exasperada.


- Não! Não!! Cale-se sua cobra peçonhenta! – Gritava Isabella, sendo jogada de um lado para o outro pelas mulheres no local.






- Vamos matar essa Jezebeu!!! Ela está trazendo Sodoma e Gomorra para o nosso vilarejo. Seremos castigados por causa das suas formicações. Acabem com ela! – Uma velha senhora gritava.






- Não toque nela, sua maldita!! Não toque nela!!! – Continue a me debater e vi um sorriso malicioso nos olhos do Abade.






- Vocês morrerão juntos! Serão castigados pelos seus crimes, excomungados e depois vão para a fogueira... Você era brilhante Edward Cullen! Era brilhante e caiu no veneno dessa pecadora... Ela é a encarnação do pecado e essa criança o anti-Cristo. Nenhum de vocês viverá! Nenhum! – Pegou um facão nas nãos do Cardeal Swan e o levou até a minha sexualidade.






-NÃO!






-NÃO! – Isabella e eu gritamos juntos.

0 comentários:

Postar um comentário