sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Doce Vingança escrita por mica_black, leticiasilveira 13

CAPÍTULO 13

By Mica Black



Jacob estava sozinho no escritório. Era o seu lugar preferido para refletir sobre a vida e tomar decisões.



Olhava através da janela, contemplando o panorama de sua propriedade.



Um orgulho imenso inchou seu peito. Essas eram as terras do seu pai. Suas terras. As terras que algum dia seria as terras de seu filho, pois de algum jeito Jacob sabia que esse menino seria seu filho. Sua mente estava em tumulto.



Ele havia casado com uma Cullen... Jesus! Seu pai morto jamais o perdoaria por isso? Mas, se não se casasse, seu próprio filho o perdoaria?



Jacob fechou os olhos. Tudo o que pôde ver foi ela... Renesmee. Sua esposa, Renesmee, com os cabelos negros e seus olhos verdes como a grama, miúda e delicada, belamente arredondada agora que carregava seu filho.



Um sorriso se desenhou em seus lábios. Ela pensava que era mansa, mas, na verdade, Jacob nunca tinha conhecido uma mulher com muita coragem. Nessie nunca capitulava. Ela tinha lutado contra ele a cada passagem do caminho. Não tinha sido tarefa fácil conseguisse tê-la em seus braços e em sua cama. De fato, seu desejo por ela só aumentou. Não importava quantas vezes ele a possuísse, pois nunca era suficiente. Nunca seria suficiente. Afinal, o que ele sentia por ela era muito mais profundo que o desejo... Era amor.



Sim, ele a tinha seqüestrado de sua família... Mas tinha perdido seu coração e sua alma nessa façanha. Sentia-se culpado por tê-la submetido a uma separação da sua família. Ele sabia que a mulher sofria com isso, porém não conseguiria reverter o fato.



Não podia negar que havia trazido Renesmee sem que ela soubesse da vingança contra a sua família. Seduziu-a e tinha plantado um filho nela. Que loucura, meu Deus! Mas não se arrependera, pois a amava completamente.



Ele iria ensinar ao seu filho tudo sobre seu clã. Mostraria que, mesmo ele carregando nas veias um sangue inimigo, ele sempre iria ser um Black legítimo!



Ao pensar nos Cullen, seu coração começou a sangrar ao perceber que o próprio irmão teve a coragem de renunciar a sua irmã. E esta era fruto de um amor entre os pais. Correndo nas veias, era o mesmo sangue! Jacob nunca teve coragem de mostrar a carta para Renesmee, mas sabia que um dia tinha que ser revelado.



Sem dotes da sua esposa, ele iria ter que lucrar com outros meios. Com a reconstrução do vilarejo, o clã possuía uma renda baixa. Porém, com a oferta do rei para ele ajudar em uma exploração de terras na Escócia, - que levaria no mínimo três meses, - pelo menos ele voltaria com muitas moedas de ouro e terras que o rei prometera.



Entretanto, em três meses seu filho já estaria nascido. Como contar a Renesmee que ele iria se ausentar todo esse tempo sem mencionar o ocorrido com seu dote?



Os pensamentos de Jacob foram interrompidos pelas batidas ríspidas na porta.



_ Perdão, MiLorde, mas tem um cavaleiro no portão do Castelo dizendo que precisa falar com o Senhor! – Anunciou Sam.



_ Não me lembro de estar esperando visita. Sam, ele se apresentou? – Indagou Jacob com o cenho franzido.



_ Sim! Seu nome é Edward Cullen, seu cunhado.



Jacob grunhiu de raiva. Mas porque a família dela estava aqui sendo que renegaram Renesmee? Pensou consigo mesmo.



_ Quais são as ordens? Devo pedir para ir embora? – Indagou Sam curioso.



_ Não! Pelo o que a minha esposa me conta, Edward é o irmão mais calmo dos irmãos. Peça para ele entrar e o traga aqui no escritório. E nos deixe sozinhos, pois quero conversar com ele antes que Renesmee saiba que ele está aqui! – Indagou Jacob para Sam.



_ Desculpe a intromissão, mas vocês vão conversar à sós? Ele pode matar o senhor? – murmurou Sam prevendo um atrito entre ambos.



_ Por favor, Sam! Faça que eu ordenei! Não se preocupe, ele não irá matar o marido de sua irmã! – disse Jacob, tentando não preocupar seu amigo.



Ao sair, Jacob apertou o punho e depois colocou sua mão no queixo, ansioso em saber o porquê de Edward está aqui.



Novamente, a porta foi aberta e acompanhado com Sam, entrou o irmão de Renesmee. Era aparentemente alto, sem porte físico de um guerreiro, e com cabelos marrom. De fato não se parecia com sua esposa, exceto pela pele branquinha.



_ Edward Cullen! A que eu devo a honra da sua inesperada visita? – disse Jacob com um destingüível tom sarcástico em sua voz.



_ Você sabe muito bem o que me fez vir aqui, Black! Onde está a minha irmã? – Indagou Edward com a voz seca.



_ Pelo o que eu fui informado pela carta do seu lorde e irmão, sua irmã me pertence!- murmurou Jacob.



_ Ela não te pertence! – esbravejou Edward



_ Ah, ela muito me pertence! É minha esposa! – Alfinetou Jacob.



_ Seu bastardo, filho da mãe! Você abusou da minha irmã! Ela é apenas uma criança! – grunhiu Edward.



_ Então, não estamos falando da mesma pessoa. Renesmee, minha adorável esposa, é uma mulher linda e sabe proporcionar muito prazer na cama!



Edward sentiu seu sangue ferver. A ira apossou de seu corpo, afinal, como Jacob ousara falar tal atrevimento? Edward não pensou duas vezes em dar um soco em Jacob.



Renesmee ouviu a voz do seu marido como se estivesse discutindo com alguém enquanto descia as escadas. Percebeu que as vozes vinham do escritório e não hesitou em ver o que estava acontecendo. Ao se aproximar da porta, foi impedida pelo Sam, que estava em prontidão ao lado da porta.



_ Senhora! O seu marido pediu para não ser incomodado. - Afirmou Sam cumprindo as ordens do patrão.



_ Como não? Sam, posso ouvir os gritos. Pelo amor de Deus, ninguém vai me impedir de ver o que está acontecendo! – Esbravejou Renesmee e, sem se importar com Sam, abriu a porta bruscamente e se deparou com um homem atacando o seu marido.



Ao reparar no homem, viu que não se tratava de um estranho e sim do seu irmão. Assustou-se com a cena e impressionou-se com o que acabara de presenciar.



_ Edward!!!!! – Ela gritou horrorizada ao se deparar com o mais calmo dos seus irmãos tentando matar seu marido.



Edward, por sua vez, ao ouvir o som da voz de sua irmã, soltou Jacob e abraçou-a. Sentiu-se aliviado com tal sensação.



_ Renesmee, minha irmãzinha! Céus! Não acredito que te encontrei! – Murmurou em um suspiro de alívio e se afastou um pouco para poder reparar na sua irmã convicta, que não sofrera nenhuma agressão. Ao baixar o olhar no ventre arredondado dela, sentiu sua ira voltar.



_ Ele te engravidou? – grunhiu Edward indo para cima de Jacob de novo.



_ Ah, desculpe, meu amor, mas acho que já suportei demais – disse Jacob dando um soco no nariz de Edward.



_ Oh céus! Sam, venha! Eles estão se matando! – Ela berrou muito assustada.



Meia hora mais tarde, Renesmee levou seu irmão ao quarto de hóspedes e se propôs a cuidar dos ferimentos dele.



_ Meu irmão, como estou feliz em vê-lo! Mas confesso que temi em perder você e meu marido. – Murmurou Renesmee.



— No entanto, se não estivesse reparado que você está carregando um filho de Jacob, eu o mataria.



— Edward, ele é meu marido. Apesar do que ele fez, eu o amo! – Ela Indagou, olhando-o séria.



Edward assentiu e prosseguiu:



— Saiba que não concordei com o que Emmett fez com você!



Renesmee encarou-o, sentindo-se arrepiar.



_ O que Emmett fez comigo, Edward?



_ Jacob não te contou? – Perguntou Edward confuso.



_ Não, eu não contei para ela! – Declarou Jacob parado na porta do quarto com as mãos cruzadas sobre o peito.



_ O que você está escondendo? – Perguntou Renesmee com os olhos arregalados de surpresa em saber que o marido escondeu algo sobre sua família.



_ Achei que você iria adorar falar pra ela sobre a renúncia. – Murmurou Edward ríspido ao olhar para Jacob, que ainda permanecia na porta com os braços cruzados.



_ Minha paciência está se esgotando. Vamos, falem! – Renesmee se enfureceu pela falta de informações. Ela sentia-se um pouco indignada e temerosa do que poderia ter acontecido para tal seriedade vinda de Edward.



Jacob saiu do quarto. Minutos depois, voltou trazendo um bilhete nas mãos e o mesmo entregou para ela.



Renesmee, nervosa, abriu o bilhete e leu. Sua expressão se transformou: os lábios ficaram sem cor. Ela olhou para seu marido transtornada, com os olhos cheios de lágrimas. Jacob não hesitou em abraçá-la e confortá-la.



_ Meu Deus! Não tenho nada! Com os meus dotes poderiam te ajudar nas despesas da reconstrução da aldeia, mas agora os perdi! Desde quando você sabia disso? E mesmo assim você se casou comigo? – Perguntou em voz baixa.



_ Meu amor, eu casei com você, porque te amo. Logo vamos conseguir dinheiro, não se preocupe. O melhor presente que você poderia me dar está à caminho. É nosso filho. – Confessou Jacob com ternura, tentando acalmar Renesmee.



_ Reconstrução da aldeia? O que aconteceu? – Quis saber Edward.



Renesmee olhou para seu irmão com fúria e respondeu entre os dentes.



_ Nosso irmão mandou queimar o vilarejo do meu marido e ele lutou para reconstruí-lo, sem reclamar. Mesmo assim, sabendo que poderia casar com outra que possuisse dotes, ele se casou comigo, Edward! Agora me diga quem é o porco traidor aqui? O que Emmett fez comigo e com o meu marido não tem perdão! – Esbravejou Renesmee.



Edward não podia acreditar no que acabara de ouvir. Emmett tinha ido longe demais dessa vez. Mas por que razão de tanta crueldade? Seguiu-se um momento de um desconfortável silêncio. Renesmee suspirou perante a reação do irmão, sabendo o quão transtornado ele ficara, assim com ela sentiu-se quando descobriu.



_ Renesmee, eu não sabia! E sobre a renúncia, eu nunca fui a favor. Por isso vim aqui, para te levar embora!



_ Mas eu não vou! Meu lugar é aqui! Tenho muito orgulho de ser uma Black e meu filho ter esse sangue. _ Avisou em voz alta.



_ Renesmee...



Renesmee ergueu a mão com autoridade e Edward se calou.



_ Posso ver que foi um grande choque para minha esposa e pelo seu estado ela deveria descansar. Com a sua licença, meu cunhado, vou levá-la aos nossos aposentos. – Indagou Jacob pegando nas mãos de Renesmee preocupado.



Edward assentiu com a cabeça e murmurou:



— Eu não sou responsável por esta terrível catástrofe e peço desculpas pelo transtorno que o meu irmão causou a você, Jacob. Canalha! — Edward cerrou os punhos. — Vou estrangular o Emmett! Depois de acertar um murro no olho do desgraçado!



— Edward! Que linguagem é essa? — Renesmee repreendeu o irmão. — Compreendo sua indignação, mas nada justifica essa vulgaridade. Você não é assim! Deixe como esta! Emmett, um dia, vai reconhecer o mau que causou.



_ Ó, minha irmã, você sempre é generosa com os outros, mesmo sendo você o alvo dessa injustiça.



_ Edward, não é questão de generosidade e sim se trata que amadureci e meu grande professor é esse homem com quem me casei. Edward, você pode até não entender o porquê Jacob quis se vingar de Emmett. Ele me usou. Confesso que quando fiquei sabendo, também não entendia. Mas conhecendo-o melhor, eu vi que ele fez isso por honra e para proteger seu povo e sua família. E Emmett deveria fazer o mesmo, mas, por pensar em seu poder, ele renunciou sua irmã, quem ele jurou perante nosso pai que protegeria. – Renesmee declarou, com os olhos marejados e sentindo um alívio no peito, ao ver a sinceridade em suas próprias palavras. Sentiu o bebê chutar na barriga pouco volumosa e pôs a mão sobre a mesma. Sorriu em resposta ao ato do bebê, que já era amado pelo pai e pela mãe... Talvez também pelo tio.



_ Saiba, Jacob, que você sempre terá o meu apoio – Indagou Edward esticando a mão em sinal de paz.



_ E você o meu, cunhado! – Murmurou Jacob com um sorriso no rosto.



Renesmee se comoveu com a cena e abraçou os homens que ela mais amava em sua vida. Talvez, as coisas finalmente estivessem se ajeitando... Porém, as aparências enganam.

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