sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Song Fic Vento No Litoral Jakexness4

Capítulo 3 – Emoções


Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você



Nossos lábios se moviam de forma lenta, suave e cheia de carinho. Sentia o leve toque de suas mãos subindo pelas minhas costas. A outras mexia em meus cabelos, prendendo a minha cabeça com mãos firmes. Sua língua fazia movimentos circulares junto com a minha. Meu corpo foi tomado por um sentimento que nunca havia provado, enquanto pouco a pouco eu descobria o verdadeiro significado do amor nos braços de Jacob.



Ele gemeu gostoso em minha boca, depois afastou deus lábios, colou sua testa sobre a minha e ficamos respirando de forma irregular, enquanto vários tremores percorriam a minha pele. Suas mãos foram até o meu rosto, segurando o de forma delicada. Abri os olhos e vi aqueles olhos negros tão penetrantes me encarando. Eles brilhavam tanto que pareciam pérolas negras sob a luz. Seus lábios estavam trêmulos e havia uma emoção diferente misturada em sua face enquanto me olhava.



- Desculpa... – Sussurrou e abaixou o olhar, como se tivesse medo de encarar o meu. As batidas do meu coração pareciam uma bateria de escola de samba. E por mais que quisesse ter me arrependido, sentia uma vontade tão grande de está em seus braços. Uma emoção tão forte foi me dominando a cada segundo em seus braços. Tinha a necessidade de ser protegida e ao mesmo tempo de protegê-lo. Vi através daqueles olhos que ele também se sentia estranho e que tinha remorso, desespero ou quem sabe medo. Recostei a minha cabeça em seu peito e o abracei. Ficamos calados por um tempo, até que finalmente tivesse condições de falar algo razoável.



- Não se desculpe, Jacob... –Sussurrei em seu peito, passando a mão carinhosamente sobre ele. Então pegou a minha mão e levou até sua face. Estremeci com o beijo carinhoso em minha palma. Levantei a cabeça e fiquei vendo como a passava em seu rosto, que estava de olhos fechados e com um discreto sorriso nos lábios. – A culpa foi minha... – Pisquei lentamente e vi que ele abriu os olhos e acompanhou cada movimento suave de meu rosto. Era como um filme em câmera lenta estivesse passando, como cada ação ocorrendo quadro a quadro. Assim acontecia conosco, desde o primeiro instante, do primeiro gesto até chegar ao primeiro beijo.



- Eu também quis... – Sussurrou distribuindo selinhos sobre a minha mão, enquanto seus olhos não desviavam um segundo dos meus. Podia acompanhar cada leve movimento das suas pálpebras, da sobrancelha, os olhos mexendo para acompanhar os meus movimentos como se estivesse hipnotizado... Acho que foi isso que nos aconteceu. Nós hipnotizamos e não conseguíamos desviar o olhar ou manter uma conversa razoavelmente sensata. Porque aquele sentimento nos consumia de forma tão intensa, que as palavras eram totalmente desnecessárias... Falávamos apenas com o olhar.



Algum tempo passou, não sei dizer o quanto, quando finamente ele saiu do transe e disse que já era tarde, e que precisava me levar para casa em segurança.



- Está tarde e preciso te levar para casa em segurança. – Afastou o seu corpo e imediatamente senti falta do seu calor. Era como se aquele calor fizesse parte de mim e no exato momento que se afastou, senti o frio da noite me afligir. Meu corpo se arrepiou, olhei para o céu e vi a linda lua cheia despontando no horizonte. Quando voltei o meu olhar novamente para ele, estava tirando a jaqueta... Foi a cena mais linda! – Está esfriando. – Disse com aquela voz rouca e sexy, que era quase um sussurro soando como canção para os meus ouvidos. Virou me de costas e colocou a jaqueta em mim lentamente. Depois deu a volta, ficando a minha frente, pegou a minha mão e entrelaçou os nossos dedos.



Caminhamos pela praia na linda noite estrelada. A brisa soprava em nossos cabelos e podia sentia o cheiro da maresia e ouvir as ondas quebrando na areia da praia.



Chegamos à beira da estrada, ele ficou a minha frente e me encarou novamente. Parecia constringindo com o que havia nos acontecido. O silêncio permaneceu por alguns segundos e não tinha condições para falar nada. Estava totalmente anestesiada com as estranhas sensações que o meu corpo havia acabado de conhecer. Finalmente quebrou o silêncio entre nós, dando me instruções para a viagem de moto.



- Já andou de moto, Ness¿ - Perguntou de cabeça baixa, tentando fugir do meu olhar. Percebi naquele momento que apesar de não está completamente arrependido, parecia muito culpado pelo que nos havia acontecido.



- Já! – Disse abaixando a cabeça e ele pegou a minha mão de forma gentil e fez um leve afago.



- Olha só, tentarei não correr muito. Mas se ficar com medo, pede que eu paro. Tudo bem¿ Tenta subir na moto e apoiar os pés aqui. Depois me segura bem forte e não solta. Pode fazer isso¿ - Ergueu a cabeça e eu assenti timidamente, já pensando que teria que agarrar aquele corpão de deus grego. Comecei a ficar com falta de ar só de imaginar. Depois minhas pernas começaram a tremer e tive medo de desmaiar de emoção. Só consegui assentir com a cabeça, completamente sem graça e envergonhada por me sentir atraída daquela maneira.



Ele colocou o capacete em minha cabeça, subiu na moto e depois apoiei o meu pé, segurei o seu ombro,fiz força e subi. Agarrei a sua cintura, apertando muito forte, recostei a cabeça em suas costas e o seu cheiro começou a me inebriar, invadindo a minha sanidade mais do que pensei que pudesse ser possível. Acelerou a moto aos poucos e quando percebi estávamos flutuando pelas estradas de La Push, cercada por uma vasta vegetação. O vento forte vinha contra nós e me deixava com uma sensação tão boa de liberdade. Minhas mãos agarraram o seu abdômen, pressionando forte e senti o corpo dele estremecer... Quase me perdi tocando aquele corpo tão perfeito.



Aquela foi uma viagem completamente surreal e parecia que estava em um filme de ação, correndo agarrada ao mocinho por estradas perigosas. E pela primeira vez em dois meses, consegui sorrir espontaneamente, sentindo uma sensação de conforto e felicidade invadir o meu corpo... Como me senti segura, mesmo sob uma moto em alta velocidade.



Em pouco tempo, a moto chegou a minha casa e foi desacelerando. Ele estacionou em frente a escada, imediatamente eu o soltei e ele desceu lentamente. Pegou a minha mão, encarando o meu olhar de forma misteriosa, ajudou me a descer, tirou o capacete, colocando sobre a moto, e ficamos frente a frente nos olhando, sem conseguir dizer absolutamente nada por segundos. Depois agradeceu a companhia e perguntou se podia falar mais sobre o seu irmão no dia seguinte.



- Obrigada pela companhia e por escutar o meu desabafo. – Disse com o tom triste e vi que o olhar de encantamento deu o lugar ao mesmo olhar triste que vi quando nos conhecemos. – Será que amanhã pode me falar mais sobre ele. Se tiver fotos ou recordações que possa me mostrar... – Mordeu os lábios e olhou para o outro lado, parecendo super sem graça com a situação. Meu coração batia acelerado novamente, com o seu cheiro roubando mais uma vez a minha lucidez. Quis sentir os seus lábios mais uma vez. Precisava desesperadamente provar o seu gosto novamente, sentir os toques carinhosos em meu corpo, os braços me envolvendo de forma protetora. Mas não conseguia dizer absolutamente nada... Estava travada e só assenti com a cabeça.



Jacob se aproximou novamente e lentamente foi levando o seu rosto até o meu, enquanto seus olhos me encaravam. Meu corpo começou a tremer, comecei a piscar e a mexer os lábios de forma nervosa, enquanto via o movimento sinuoso de sua cabeça aproximando o seu rosto do meu. Ele ficou a milímetros do meu rosto e pude sentir a sua respiração em minha boca. Seus lábios também tremia lentamente e quando estava prestes a beijar os meus, inclinou o rosto e beijou minha bochecha tão perto da minha boca, que quase desmaiei novamente de nervoso.



- Boa noite, Ness! – Disse afastando o rosto lentamente, ainda encarando o meu olhar como se desvendasse a minha alma.



Caminhou dois passos até a moto, colocou o capacete e a montou. Deu partida e ao invés de seguir em frente, circundou me com a moto encarando o meu rosto assustado e depois partiu.



Fiquei estática em frente a porta de casa. Havia me esquecido de respirar, de me mover ou falar. Não conseguia pensar em nada que fosse os lábios de Jacob se aproximando dos meus em câmera lenta. Um susto me despertou de súbito dos meus devaneios.



- Filha!



- MÃE! – Gritei pulando de onde estava.



- O que aconteceu, filha¿ Ele foi falar com você¿ Como está¿ Como se sente¿ Blablaalbla – Começou a falar tudo ao mesmo tempo e ao invés de prestar a atenção nas suas perguntas, a imagem do beijo veio a minha mente, levei a mão a boca e sorri. – FILHA! – Ela começou a me sacudir, pensando que estava em choque.



- O que foi, mãe¿ Eu estou bem... quero dormi! Só dormi! – Sai andando, deixando a para trás e passei por minha tia sem ao menos falar com ela. Estava completamente perdida em meus pensamentos e emoções.



Cheguei ao quarto não sei como e quando despertei das minhas alucinações, estava de camisola e deitada sobre a cama, com as duas me olhando de forma preocupada.



Virei de lado e acabei pegando em um sono pesado.



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Acordei cedo, fui para o banheiro, tomei banho e fiz minha higiene matinal. Coloquei uma calça jeans e uma blusa preta. Peguei umas sapatilhas pretas e calcei. Penteei os cabelos, passei perfume e um pouco de batom nos lábios. E enquanto me arrumava, as imagens de Jacob e tudo o que ele me contou não saia da minha cabeça.



Fui até o meu closet e pequei a caixa que havia guardados os porta retratos, CDs, DVDs e livros que comprei ou ganhei de Seth.



Aquelas eram as únicas coisas materiais que haviam restado dele e levaria para Jacob ver. Assim teria a desculpa de está ao seu lado novamente.



Coloquei tudo em uma mochila, enquanto imaginava o seu rosto, a forma delicada de me tocar, os lábios se movimentando lentamente, os olhos negros me encarando o tempo inteiro. Um frio percorreu a minha barriga, revirando o meu estômago. Fechei os olhos e tentei me lembrar de cada detalhe do nosso beijo, com o dedo tocando os lábios de forma suave.



Sai correndo do quarto com a ansiedade me corroendo. Desci as escadas e encontrei minha mãe na sala.



- Filha, vamos tomar café¿ - Perguntou me analisando de forma estranha.



- Não, mãezinha! Tenho que ir ver o Jacob. – Disse correndo para a porta.



- Você vai se magoar mais uma vez! Ele não é o Seth, Ness! Não vai atrás desse rapaz!- Implorou.



- Mãe eu preciso ajudá-lo. – Respondi abrindo a porta.



- Não é só isso que vejo no seu olhar. Ontem você chegou completamente catatônica em casa. Acho que não percebemos como ficou mexida com ele¿ Ness...



- Não, mãe! Como alguma coisa lá! Beijos! – Lembrei que estava sem bicicleta e sem carro e voltei. – Mãe, pode me emprestar o seu carro¿ Por favor! – Juntei as duas mãos, como se estivesse rezando, e implorei para ela.



- Tudo bem! A chave está na cozinha! – Disse e corri para a cozinha, passando por ela como um furação, peguei a chave sobre o balcão e depois sai ainda mais rápido.



Fui até a garagem, abri a porta do carro, sentei, coloquei a chave na ignição e respirei fundo para tomar coragem e dirigir.



- Vamos lá, Ness! – Disse para mim mesma e dei partida.



Acelerei o máximo que poderia agüentar com aquele carro e dirigindo a 100km/h. Cheguei a casa de dona Sarah em quinze minutos.



Estacionei o carro na frente da casa, abri a porta e sai. Vi a moto estacionada logo a frente. Senti meu coração batendo forte novamente, como uma britadeira, meu corpo foi tomado por aquelas sensações esquisitas. O nervoso começou a me consumir enquanto caminhava lentamente até a casa. Percebi que a porta estava encostada e abri lentamente.



Tudo estava como há dois meses, mas havia um vazio estranho no ar. Um tom de tristeza que talvez fosse um reflexo do que meu coração sentia. Ou vi um pequeno barulho vindo do quarto de Seth e soube que era Jacob. Parei de súbito tentando controlar a respiração e o nervosismo. Passo a passo fui andando até ao quarto, abri a porta e vi mexendo no violão de Seth.



Quando me viu arregalou os olhos e foi tomado de susto. Ficou me olhando sem dizer nada, colocou o violão do lado, e depois fez um sinal com a mão para que sentasse ao seu lado. Dei um ligeiro sorriso e caminhei em sua direção. Sentei ao seu lado e ficamos nos olhando em silêncio. Finalmente consegui quebrar o gelo e dizer algo.



- Trouxe algumas coisas para você ver. – Disse baixinho e abri a mochila com os olhos nela. Percebi de relance que seus olhos não saiam de minhas mãos e a vi se movendo na direção dela. Senti o seu toque suave nas costas de minha palma e feche os olhos por um reflexo. Ele fez um breve carinho com os dedos e finalmente conseguiu dizer algo.



- Você já comeu algo¿ - Perguntou e neguei com a cabeça. – Quer tomar café comigo¿ Comprei algumas frutas... De repente gosta. – Pouco a pouco fui virando o meu rosto e vi que me observava com aquele mesmo olhar, enquanto eu parecia a Kristen fazendo a cara de amora azeda da Bella no Crepúsculo. Era a coisa mais bizarra, mas não tinha domínio sobre as minhas ações e acho que aquilo o assustava. – O gato comeu a sua língua¿ - Deu um ligeiro sorriso e eu neguei com a cabeça, sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos por aquela reação tão estúpida. Mas era compreensível com a dor que sentia pela morte do meu namorado e o estranho “envolvimento” com o irmão gêmeo que eu nem sabia existir. Estava me achando a mais completa idiota das criaturas, quando ele se aproximou de mim lentamente, colou os nossos corpos e colocou a minha cabeça em seu peito. Depois começou a secar as minhas lágrimas com a ponta dos dedos. Passou as mãos em meus cabeços e começou com leves carícias, fazendo me chorar ainda mais naquele momento. Então o abracei tão forte e deixei toda a dor sair de dentro de mim. A culpa que sentia pelo acidente e os sentimentos que estava descobrindo por ele, que tanto me atordoavam. Tudo foi saindo lentamente através do choro compulsivo e das caricias que Jacob me fazia

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