segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Song Fic Vento No Litoral Jakexness5

Capítulo 4 – Confissões




Seus braços quentes, musculosos e ao mesmo tempo carinhosos me envolviam, fazendo-me sentir sensações estranhas de felicidade e alegria em meu corpo. Era esquisito pensar que havia perdido o namorado há dois meses e estava sendo consolada nos braços do seu irmão. E inevitável a comparação dos sentimentos que habitavam o meu coração. Parecia que havia uma estranha conexão entre nós e não conseguia entender bem o motivo.



Como a pessoa pode sentir conforto em uma situação como essa¿ Era o que pensava a todo momento, sentindo as caricias e Jacob em meus cabelos, o seu abraço gostoso, uma sensação de paz que pouco a pouco substituía aquela dor.



Ficamos calados por uns instantes e logo Jacob quebrou o silêncio, que deixava o clima ainda mais atordoante para mim.



- Você ficará bem, Ness. – Segurou o meu queixo e começou a erguer lentamente a minha cabeça. Vi os seus profundos olhos negros me fitarem com inquietação. Era um misto de dor e de algo que ainda não conseguia decifrar. O fato era que ele me olhava como se estivesse vendo a minha alma e falava sabiamente, como se fosse bem mais velho do que era. – Você é nova e esse foi o seu primeiro amor, mas posso lhe garantir que não será o último. Ainda se sentirá atraída por muitos caras, dará muitos beijos, terá muitas brigas e também chorará muito com as desilusões. E quando encontrar o homem da sua vida, verá que as experiências valeram apena para te fazer crescer. As lembranças sempre te acompanharam e cada tropeço que der, será um novo aprendizado, tornando você mais resistente aos embates da vida. – Seus olhos brilhavam tanto, que me perdi completamente e o que ele falava parecia sair por um ouvido e entrar por outro. Não conseguia me concentrar nas palavras, com ele me olhando daquele jeito tão estranho. – Pode acreditar no que digo, meu anjo... a dor vai passar e você crescerá. – Fechou os olhos e beijou a minha testa de forma tão terna. Depois se afastou de mim, fazendo me sentir falta do seu calor. – Vou pegar frutas para comermos... Já volto! – Levantou-se da cama e saiu, deixando me completamente atordoada com aquela situação.



Sentia meu coração bater em um novo compasso. Uma ansiedade me dominava, tinha vontade de ficar grudada em Jacob e já havia me esquecido completamente o motivo de está ali... Era só nele que pensava... Só nele!



O tempo que permaneceu fora parecia uma eternidade. Peguei o travesseiro e coloquei sobre a face para sentir o seu cheiro. Um cheiro bom, forte e muito marcante que me lembrava madeira. Tive a estranha idéia de tentar descobrir o seu perfume. Afinal aquele cheiro ficaria marcado em minha memória e se pudesse compraria um vidro só para sentir o seu cheiro.



A porta se abriu e instintivamente joguei o travesseiro na cama. Jacob entrou com uma bandeja e me olhou intrigado com o meu estado, ainda catatônico, não sei descrever. Apenas que fiquei completamente estranha e imaginava as caras e boca da azeda da Bella de Crepúsculo.



Caminhou até a cama e colocou a bandeja sobre ela. Ficou me olhando em silêncio e apontou a bandeja com frutas antes de pegar um pedaço de manga, com um garfo, e levar a boca, colocando-a de forma sensual. Começou a mastigar lentamente e ao invés de me concentrar nos alimentos, fiquei paralisada observando como movia o maxilar... Devo confessar que era a coisa mais linda do mundo.



Foi impossível não tecer qualquer tipo de comparação com Seth, apesar de não ter intenção de fazê-lo. Mas apesar de quase idênticos, porque já começava a notar as poucas distinções no rosto e no corpo, eram muito diferentes no agir.



Seth teria colocado a fruta toda de uma vez e comeria com pressa, movendo o maxilar de forma rápida e tentando manter a conversa quando comia. Já Jacob era mais calmo e fazia tudo de forma mais tranqüila. Tinha uma sutileza nos gestos, no falar, movimentar e nas expressões faciais, enquanto Seth era mais agitado e fazia tudo de forma precipitava.



Observar Jacob me fazia notar que as diferenças eram evidentes e me deixavam ainda mais fascinada para descobrir mais sobre ele e no que teria de distinto em relação ao irmão.



- Não vai comer¿ - Perguntou me encarando depois de mastigar a sua fruta. – Será uma vergonha eu ter que fazer aviãzinho para você. Não acha¿ - Deu um ligeiro sorriso, tirando me do transe e que me encontrava. Só balancei a cabeça em sinal de negativo. E como não se deu por vencido, pegou dois pedacinhos pequenos de banana, espetando o garfo calmamente, levou até a minha boca e fiquei aturdida com aquele gesto, que demonstrava que realmente se preocupava comigo. Ainda sem conseguir falar nada, abri a boca e permiti que colocasse a banana em minha boca, depois fechei e comecei a mastigar lentamente, enquanto ele pegava outro pedaço de fruta para comer.



- Desculpa... – Consegui sussurrar depois que terminei de mastigar.



- Pensei que seria um eterno monólogo. Você parece mal com a minha presença. – Disse com tom triste. – Se quiser podemos ver as fotos e o restante dos objetos outro dia. Não quero que me veja como um fantasma e que fique me olhando dessa forma. Está começando a me preocupar. – Completou o seu pensamente e depois levou o garfo novamente para pegar mais fruta. Fez um sinal para que eu continuasse a comer, mas tinha que dizer algo. Não podia continuar agir como uma doida.



- Desculpa, Jacob... – Mordi os lábios e abaixei a cabeça. – É que isso tudo é muito estranho e preciso me acostumar. Não queria lhe deixar constrangido... Não mesmo. – Falei observando ele mastigar calmamente, enquanto me observava de forma analítica, parecendo ponderar as suas palavras para não me magoar.



- É estranho para mim, Nesss. Eu a vejo me olhando como um fantasma e me sinto estranho. Gostaria muito que de amenizar esse clima entre nós. No entanto, apesar de me sentir mal, entendo que precisa de um tempo. O problema é que em alguns dias terei que voltar para Pearl Harbor e quando isso acontecer, ficará ainda mais difícil conhecer a vida do meu irmão. – Havia um pesar tão grande em sua voz, que chegava a cortar o meu coração. – É uma necessidade que tenho antes de continuar a minha vida. Entende¿



- Eu entendo, Jacob. – Disse com um tom mais razoável, considerando o meu estado de leseira. – É que, por mais que tente, é difícil não fazer comparações entre vocês dois. Entende¿ Vocês são tão parecidos e ao mesmo tempo diferentes. Isso me assusta um pouco.



- Eu sei, querida! Não queria forçar a barra com você. Entendo o momento que está vivendo e quero que saiba que compartilho a sua dor. Só não fique se culpando por algo que não está sobre o seu controle. Deus sabe de todas as coisas e se a hora dele não houvesse chegado, estaria aqui agora com você e não eu. Não temos o controle sobre o nosso destino. Você acredita em destino¿ - Passou a mão delicadamente na minha bochecha e ficou olhando no fundo dos meus olhos.

- Acredito! – Respondei sentindo o meu estomago se revirar e as minhas bochechas queimarem de nervoso. Era tão estranho a forma como ele mexia comigo, deixando me constrangida e ao mesmo tempo me fazendo querer o conforto dos seus braços me envolvendo. Era como se eu o conhecesse há vida inteira... Como se estivéssemos conectados.



- Então pare de se martirizar, menina! Viva cada dia como se ele fosse único. Aprendi que a vida vale muito e a valorizar cada momento dela. Sou muito novo, mas no pouco tempo na marinha vi e vivi muita coisa. – Começou a rir de forma engraçada. – Deve me achar um velho. – Balançou a cabeça em sinal de negativo.



- Não! Eu não acho. Pelo contrário, Jacob, você parece ter uma sabedoria muito grande para a sua idade. Como consegue¿ Você já terminou o colegial e tem uma carreira na marinha... Não entendo! – Fiquei observando a sua face mudar, a rigidez da sua face dá lugar a uma expressão tranqüila, o sorriso mais lindo se formou em seu rosto. Senti uma felicidade estranha ao ver o sorriso espontâneo, os dentes branquinhos, a covinha do queixo ficar mais evidente, as maçãs do rosto mais acentuada... Eu me perdi em seu sorriso e me esqueci de respirar.



- Sempre fui muito inteligente e autodidata. Por isso os professores me adiantaram na classe quando era bem pequeno. Era o mais novo nas classes em que estudei. Os alunos mais velhos me sacaneavam e cheguei até a sofrer buling. Mas como filho de militar linha dura, acabavam não pegando tanto to meu pé. Aprendi as coisas muito cedo, considerando as pessoas com quem me relacionava. Sempre tive tudo, apesar de me faltar amor. Mas não queria depender do meu pai e com treze anos comecei a trabalhar em uma oficina, ajudando os oficiais que cuidavam os carros e jipes do ato escalão. Assim fui guardando dinheiro cedo, aprendi o significado do dinheiro, que o casamento muitas das vezes não dá certo porque as mulheres são chatas e os homens intolerantes. Aprendi que os homens não sabem dá valor as suas mulheres, que não sabem lidar com os filhos e que muitas família vivem conflitos por falta de tolerância.



- Nossa, Jacob! - Ele ria engraçado.



- Onde trabalhava era um verdadeiro confessionário. Todo o tipo de conversa era falada abertamente. Foi assim que aprendi sobre as mulheres, foi assim que aprendi a ser homem, observando a vida dos outros e tentando entender como as pessoas têm as cabeças duras, não sabem perdoar, pedir desculpas e muitas vezes não conseguem dizer “eu te amo”. Acho que isso foi o que destruiu o casamento de alguns dos meus amigos. Cheguei até a dá conselhos, mas de nada adiantou.



- E o seu pai¿ Vocês não conversavam¿ - Perguntei curiosa.



- Nunca conseguimos manter um diálogo aberto. Sempre foi indulgente e quis impor a sua opinião. Mas aprendi muito cedo que deveria impor a minha opinião. E assim que terminei o colegial, comecei na marinha e sai de casa. Era difícil pedir conselhos ou falar sobre coisas como garotas. – Pegou um pedaço de abacaxi com o garfo e levou até a minha boca. Eu a abri e deixei que me alimentasse enquanto contava as suas histórias. – Comecei a namorar cedo, mas saímos da base para arrumar garotas fora da base. Normalmente eram filhas dos oficiais e tinham medo dos pais. Por isso fugíamos para longa para namorar e assim comecei a minha vida sexual... – Engasguei quando ele tocou no assunto.



- Desculpa, Jacob...



- Não quer saber sobre isso¿ - Perguntou me encarnando, percebendo o meu desconforto.



- Sim... continua, por favor! – Pedi gentilmente.



- Vou dizer que já namorei muito e me meti em muitas encrencas por casa das garotas. Mas depois de um tempo sosseguei e tentei me concentrar nos meus estudos. E quando passei da fase do treinamento e comecei a embarcar para viagens, fiquei sem muito tempo para pensar em garotas. – Hesitou por um momento e pareceu constrangido. – Na verdade já tem um tempo que não namoro ninguém.



- E como é no mar¿ Como são as viagens¿ O que fazem¿ Você gosta disso¿ - Estava fascinada e queria saber mais sobre ele. Precisava conhecer a sua vida, seus hábitos, sua história e o olhava com uma admiração tão grande, que deixava transparecer o meu fascínio. Era impossível não o olhar com encantamento... Simplesmente impossível.



- No início era bem entediante, chato e cansativo. Porque ficávamos na base fazendo exercícios super cansativos, a rotina não era nada fácil, sofríamos humilhações e logo de cara precisávamos provar ser bons e agüentar o tranco. Eu ficava cansado, entediado e aborrecido com tantos exercícios e estudos sobre normas de comportamento e regras de navegação, nas aulas que tínhamos. – Começou a rir. – Passei por situações bem engraçadas e complicadas ao mesmo tempo. Depois dos primeiro seis meses, fui me acostumando com tudo aquilo, as coisas continuavam chatas, mas já estávamos aprendendo a lidar com armamentos e estudando estratégias de combate. Um ano de ralação bem complicado, fui para a minha primeira viagem em um porta aviões e fiquei lá por quatro meses.



- Quatro meses¿ Como agüentou¿



- Dependendo da missão, ficávamos até mais tempo e eu morria de inveja dos pilotos dos caças. Afinal aquele era o meu sonho e pelo meu problema de visão não fui aceito. Mas me sentia útil em trabalhar na maquinaria e ser útil de alguma fora. Participei de algumas missões no oriente.



- Chegou a participar de algum combate¿ - Perguntei franzindo o cenho. Ele pegou outro pedaço de fruta e levou a minha boca.



- Infelizmente não! Normalmente os pilotos de caça fazem o reconhecimento do espaço aéreo e só entram em confronto em situações que exijam muito. Com o fim da guerra fria, os governos têm mais cautelas e evitam o confronto direto. Só ficamos no nosso limite territorial, eventualmente nos envolvemos em algum tipo de missão de paz e damos cobertura aos nossos aliados. Mas nunca participei ativamente de um confronto... Infelizmente.



- Infelizmente¿ - Perguntei franzindo o cenho e ele pareceu se divertir com a minha indignação.



- Ness, ficar em alto mar, sem nenhuma agitação, diversão, mulheres e com muitos homens é entediante. Você não imagina o quanto! Passamos o tempo lendo, ouvindo música, estudando e muitos jogam vídeo game ou cantam em Karaokê. Não temos muitas diversões em alto mar e é preciso inventar para passar o tempo



- Imagino!



- Depois eu falo mais sobre a minha vida. Agora me mostra as fotos e as coisas que trouxe. – Peguei a mochila, abri e espalhei tudo sobre a cama. Depois começamos a abrir os álbuns de retratos e comecei a mostrar as fotos.



- Essa aqui. – Disse apontando para uma foto onde aparecia nas costas do Seth. – Foi no primeiro verão que passamos juntos. – Seth estava gargalhando na foto e eu pendurada no pescoço dele. Jacob virou a página e na outra Seth fazia uma careta, e ele riu achando graça.



- Ele parecia bem divertido. – Começou virando a página e viu outra dele tocando violão. Continuou a passas as páginas, enquanto olhava atentamente cada foto e ria com o jeito engraçado do irmão.



Ficamos um bom tempo vendo várias fotos e Jacob parecia maravilhado ao ver como o irmão fora feliz. Sorria lindamente e às vezes franzia o cenho e mudava as expressões. Fiquei observando cada mudança em seu rosto no tempo que via as fotos.



- E essa aqui¿ - Apontou para uma foto em que Seth e eu estávamos deitados em um saco de dormir e Embry, para sacanear, tirou a foto.



- Esse foi um acampamento que fizemos com nossos amigos. Naquele dia Embry queria curtir comigo, que sempre ficava muito tímida, resolveu tirar a foto. Quando vi quase o matei, mas depois achei graça a sua infantilidade e resolvi não apagar. – Jacob parecia pensativo, como se estivesse formando um filme em sua mente e como sempre, com pequenos movimentos sutis, mudava as expressões faciais, mudando de sério para alegre em um piscar de olhos.



- Vocês eram bem íntimos. – Foi mais uma afirmação do que uma pergunta. Vi que ficou sério olhando a foto e depois viro a página. Tentei imaginar o que pensava, mas era completamente indecifrável os seus pensamentos.



- Sim! – Abaixei a cabeça envergonhada, ele segurou o meu queixo e a ergueu. – Ele foi meu primeiro namorado, vivemos muitos momentos, fizemos planos juntos, o nosso maior projeto era casar, mas...



- Você não precisa ficar envergonhada comigo, Ness. Não sou um tolo para achar que você é uma donzela e vocês só ficavam e beijos e abraços. – Franziu o cenho, juntando as sobrancelhas e mordeu os lábios.



- Mas as coisas eram complicadas para Seth, porque ele se sentia inferior e achava que nunca estaria a minha altura. – Comecei a abrir o meu coração e Jacob me observava com muito interesse. Segurou a minha mão carinhosamente e começou a fazer leves carícias, deixando o meu corpo inteiro estremecido. Era absurdamente extasiante o que sentia com os seus toques. Ficava completamente enfeitiçada com eles e queria sempre mais. – Ele era um atleta, era popular, às vezes infantil e tinhas suas limitações. Não era um CDF, mas fazia o possível para me acompanhar. As coisas se complicaram porque a sua mãe perdeu o emprego que tinha no hotel em Port Angeles. Assim teve que trabalhar em casa de família. Seth se sentia mal por não ajudar e ficava com vergonha de pedir dinheiro. E para saímos era muito complicado, porque ele não queria depender de mim. E ficava sempre se martirizando por ser pouca coisa para mim. Abandonou o time e começou a trabalhar meio período em uma oficina. Mesmo assim ganhava pouco e sempre dizia que eu merecia coisa melhor. Por isso brigamos muitas vezes.



- É complicado para um homem não ter dinheiro nem para um hotel... – Jacob balançou a cabeça em sinal de negativo, quando percebeu o meu constrangimento. – Desculpa... Mas eu entendo bem o meu irmão, Ness... Como entendo! - Sentia minhas bochechas queimando de vergonha e sabia que estava vermelha. Jacob levou a mão até lá e fez um leve afago. Abaixei a cabeça e me calei. – Não queria te constranger. Às vezes sou direto demais. Pode me desculpar¿ - Perguntou erguendo o meu queixo.



- É claro! Só quero que entenda como eram as coisas... Bem complicadas! – Retruquei.



- E faculdade¿ Ele se inscreveu para alguma¿ - Continuava curioso e me olhava como se fosse quebrar a qualquer momento. Sentia-me ridícula pela forma de encarar as coisas. Mas não conseguia evitar as minhas emoções.



- Ele não queria ir. Esse foi um dos motivos de achar que não era bom para mim. Dizia que precisava ajudar a mãe e que a faculdade sairia muito cara. Não tinha como manter os custos e ajudar a mãe. Nós duas conversamos muito com ele e até consegui que preenchesse alguns formulários de inscrição. Meus pais me deram um apartamento mobilhado em Seattle e combinamos de morar juntos quando foi aceito pela Universidade de Washington. Começamos a decorar o apartamento com nosso toque e tínhamos muitos planos para o futuro.



- E seus pais¿ Aceitaram isso¿ - Perguntou intrigado.



- De início reclamaram muito e não gostaram da idéia de eu morar com o meu namorado. Mas prometemos nos casar logo que terminássemos a faculdade e já iríamos oficializar o noivado.

Seth já havía comprado as nossas alianças e já estávamos até usando. Quando ele morreu, ela me fazia sofrer muito e com muito custo, porque todos falavam, resolvi guardar o símbolo do nosso compromisso. – Comecei a chorar ao me lembrar do acidente e senti a culpa me corroer mais uma vez. Jacob me puxou para si e me abraçou forte. Começou a beijar a minha cabeça e foi descendo os beijos pela minha testa, chegando a minha bochecha. Nossos olhos se cruzaram por um momento e vi que estava visivelmente emocionado com tudo aquilo. Fechou os olhos e senti seu rosto tão próximo que era possível sentir a sua respiração. Também fechei os meus olhos e senti os lábios tocaremos meus.



Senti os lábios macios e aveludados moverem sobre os meus. Um calor começou a emanar de meu corpo com aqueles movimentos. Nos abraçamos forte e me entreguei ao seu beijo sem nenhuma restrição, sentindo os movimentos quentes de seus lábios, misturados as lágrimas salgadas que rolaram pelo meu rosto. Inclinei a cabeça lentamente e sua língua pediu passagem em minha boca.



Seus movimentos lentos e sinuosos me fizeram esquecer tudo. Naquele momento só havíamos nós dois e nenhum tipo de dor poderia me ferir. Era incrível como ele me fazia sentir mais viva e mais plena, como seus beijos tinham o dom de me acalmar e fazer esquecer toda a dor reprimida em meu coração. Enquanto nos beijávamos, sentia os suaves movimentos de suas mãos em minha pele, tocando o meu pescoço com uma mão e o braço com a outra.



Jacob intensificou o nosso beijo, aumentando os movimentos de sua língua, passou as mãos em meus cabelos, prendendo a minha cabeça com os seus dedos. Gemi espontaneamente em sua boca, sentindo um prazer tão surreal me consumir naquele momento. Escutando um barulho e a sua mãe o chamou, quebrando completamente o nosso clima.



- Jacob¿



Ficamos nos olhando por longos segundos, estávamos ofegantes e sabia que era necessário disfarçar o que havia acontecido. Jacob se afastou de mim e quanto sua mãe entrou no quarto, estava encostado na cama, mexendo no álbum de foto.



Ela sorriu e me cumprimentou. E me senti feliz por ver que dona Sarah havia encontrado uma razão para continuar a viver depois de tanta dor.



- Ness! Como você está, querida¿ - Perguntou caminhando em minha direção. Eu me levantei e sorri para ela.



- Bem, dona Sarah! – Respondi – E a senhora¿ - Ela me envolveu em um abraço materno e percebi que estava emocionada por me ver em sua casa mais uma vez. Era estranho olhar para ela e perceber que estava revivendo os momentos em que me encontrava com Seth no quarto.



- Vim preparar almoço para você, filho. – Disse para Jacob, olhando o com encantamento nos olhos.



- Não precisava, mãe! Eu me arrumo por aqui... Vou levar Ness para comer fora. – Jacob se levantou, caminhou até ela, abraçou ternamente e depois a beijou.



- Tudo bem, filho! E vocês estão se dando bem¿ - Olhou para nos dois, como se soubesse de algo. Parecia saber que estávamos nos envolvendo e tinha um olhar estranho em sua face. Fiquei constrangida com a situação, mas dona Sarah sorriu, saiu dos braços de Jacob e depois me deu um beijo na testa.



- Tenta ficar bem, querida... A vida continua! – Ela sabia... Sim sabia que estávamos envolvidos e parecia aprovar a situação. Senti o rubor em minha pele novamente e abaixei a cabeça. – E você cuida bem dela, filho. – Disse e saiu do quarto, deixando-nos a sós. Coloquei as duas mãos sobre o rosto. Queria sair correndo, enfiar a cabeça em um buraco para esconder a minha vergonha. Jacob me abraçou, aconchegando a minha cabeça em seu peito e depois a beijou.



- Ele morreu, mas a sua vida continua, meu anjo. – Disse com a voz que mais parecia uma canção. Novamente as estranhas sensações começaram a me dominar e me sentia completamente perdida.



Ficamos em silêncio por um tempo, até que ele quebrou o silêncio.



- Vamos dá um passeio¿ - Perguntou segurando o meu rosto com as duas mãos, enquanto me olhava nos olhos, parecia ler a minha alma, e me deixava completamente envergonhada. – Você precisa respirar ar puro. Quando voltarmos continuamos com as fotos. – Completou.



- Quero te levar a um lugar especial... Preciso compartilhar algo com você. – Respondi e ele abriu um lindo sorriso. Vi tudo se iluminar naquele momento, como se o sol voltasse a me iluminar e, aquecendo os meus dias frios.



Lentamente ele aproximou o seu rosto do meu, colou as nossas testas e ficou me olhando daquela forma. – Quero compartilhar tudo com você, meu anjo. – Fechou os olhos e foi aproximando os lábios dos meus. Meu corpo começou a formigar e as emoções voltaram a fazer uma festa em cada célula que gritava por ele.

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