sábado, 26 de novembro de 2011

Faz de conta que foi assim2





CAPÍTULO 1 - Abismo Social
JOÃO E MARIA
(Chico Buarque)


Agora eu era o herói


E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei


Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não


Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal


Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

(Anos atrás)



Edward Cullen nasceu em berço de ouro. Filho único de Carlisle Cullen,
o poderoso dono das Indústrias “Royal Sea”, no ramo de engenharia naval, teve
seu futuro traçado pelo pai antes mesmo de vir ao mundo.

Não havia ninguém em Londres que não conhecesse e temesse Carlisle Cullen.
Seu orgulho e sua maneira rude de tratar as pessoas eram compensados por sua
farta conta bancária, que lhe rendia um número extenso de amigos interesseiros,
que não se importavam em serem tratados com descaso pelo arrogante magnata.

Ao contrário do marido, Esme Masen Cullen era um doce de pessoa.
Nascida nos Estados Unidos, mudou-se para Londres quando se casou.
Era submissa e temia o gênio forte do marido, jamais o desobedecendo. Seu
filho Edward era a razão de sua vida. Carinhoso e gentil, era seu companheiro
nas infindáveis horas que passava sozinha em sua mansão.

Além de Edward, Esme contava também com a amizade de Renée, sua cozinheira e
amiga de infância. Quando Carlisle não estava em casa podiam conversar
normalmente, sem as barreiras sociais que as separavam, porém, perto do marido,
tinha de tratar a amiga como empregada e aquilo a fazia sofrer muito. Renée era
filha de Norma, a babá que a criara desde seu nascimento até sua ida para a
faculdade. Quando criança elas, que tinham a mesma idade, eram inseparáveis.

Quando se casou, Esme convidou a amiga, que era uma cozinheira de mão cheia,
para ir morar na sua nova casa na Inglaterra, acreditando que ela poderia conviver
normalmente com sua família. Mas não foi o que aconteceu...

As regras do marido com relação a empregados eram bem rígidas e Renée não
podia passar da porta da cozinha.

Quando Edward estava com dois anos e meio, Renée engravidou de um jardineiro
que não assumiu a criança e se demitiu, deixando-a sozinha. Esme a ajudou de
todas as formas possíveis, e sua filha, a quem deu o nome de Isabella, nasceu e
cresceu nas dependências de empregados.

Para não causar problemas ela mantinha a filha bem longe da vista da família
Cullen.

Esme via a vontade que Edward tinha de brincar com a pequena Bella, quando
se encontravam por acaso na cozinha, mas nunca deixava, com medo do marido
descobrir. Ele a puniria severamente se soubesse que seu herdeiro se
relacionava com empregados. Esme era uma mulher triste e sofrida, que tinha no
filho sua única razão para viver.

Edward nunca entendeu por que não podia brincar com aquela garota
loirinha de lindos olhos verdes. Eles eram quase da mesma idade, mas nunca se
falavam. Sempre que ele entrava na cozinha e ela estava lá, Renée a mandava
sair, quase a empurrando portaà fora. Às vezes seus olhos se cruzavam por
alguns segundos e a cada dia o brilho deles ia ficando mais intenso.

Certa tarde, quando estava com treze anos, Edward andava pelo jardim, ainda
chorando devido a uma repreensão que havia levado do pai por ter derrubado uma
taça de vinho na mesa, quando a encontrou, sentada debaixo de uma árvore,
brincando com um cachorrinho.

– Oi! – Cumprimentou-a pela primeira vez, tentando disfarçar o rosto molhado
pelas lágrimas.

– Desculpe-me, Sr. Cullen, já estou saindo. – Bella falou toda sem graça,
levantando-se para ir embora.

– Não vai não, fica aqui Isabella – pediu, chamando-a pelo nome.

– Sabe meu nome? – Ela perguntou envergonhada.

– Claro que sei. Sei também que tem dez anos e que é filha da Renée. Estou
certo?

– Sim.

– E você, sabe meu nome?

– Sei sim, Sr. Cullen, é Edward.

– Para de me chamar de Sr. Cullen, está fazendo eu me sentir como um velho –
brincou.

– Mas o senhor é patrão da minha mãe, tenho de respeitá-lo. Aliás, não
devíamos nem estar conversando. Se minha mãe nos vir ela me mata!

– Eu não gosto disso, queria poder ser seu amigo. – Edward desabafou,
indignado.

– Eu também, mas não posso e tenho de ir. Tchau Edward!

Bella saiu correndo, rindo alto por tê-lo chamado pelo nome pela primeira
vez.

Naquele dia seu ingênuo coração conheceu o amor. Ela passou a noite toda se
lembrando do verde intenso daqueles olhos e da voz doce que ele tinha.

Nos anos seguintes eles se viram pouco. Edward estudava cada vez mais e
quase não parava em casa. Nas férias a família Cullen sempre viajava para outros
países, e quando voltava ele já começava a estudar de novo.

Bella tinha de se contentar em espiá-lo pela fresta da porta da cozinha, que
lhe permitia ver parte da sala de jantar; ou escondida no jardim, na hora que
ele saía para a escola.

Edward também sentia falta do brilho daqueles olhos verdes, mas não lhe
sobrava muito tempo para procurá-la. Às vezes, pela janela de seu quarto, ele a
via no jardim, conversando com os empregados ou brincando com os cachorros. Ele
a achava cada dia mais linda. Encantava-se quando a via correndo com seus belos
cabelos loiros se movendo com o vento.

No auge de seus quinze anos, Edward muitas vezes sepegou pensando nela
enquanto se satisfazia no banheiro. Sentia-se envergonhado quando o fogo em seu
corpo se abrandava e sua mente retomava a razão. Não gostava de envolvê-la em
suas fantasias libidinosas.

Em seu aniversário de dezesseis anos, Carlisle e Esme fizeram uma festa na
mansão. Bella trabalhou exaustivamente, ajudando a mãe na cozinha, mas não foi
convidada a participar da festa.

Com treze anos, seu amor pelo patrãozinho já lhe tomava tanto o corpo quanto
a alma. Passava o dia suspirando apenas por tê-lo visto alguns segundos
enquanto entrava no carro para ir à escola. Ela o achava cada dia mais lindo.
Realmente Edward Cullen estava se tornando um belo rapaz.

Bella ficou na varanda de sua casa ouvindo a música da festa e enxugando as
lágrimas que insistiam em rolar por seu rosto. Achava tão injusto que não
pudesse estar lá junto dele, comemorando seu aniversário. Duvidava que houvesse
alguém ali, além de Esme, que o amasse tanto quanto ela o amava.

Edward estava detestando aquela festa. Não gostava das pessoas que estavam
ali. Sabia que a maioria delas também não gostava deles, mas estavam ali apenas
porque eram ricos e poderosos.

Sentia falta de seu “raio de sol”. Queria poder receber um abraço de
Isabella, queria que ela estivesse com ele.

Tinha muito medo do pai. Por vezes já tinha sido vítima da força de suas
mãos, mas resolveu se arriscar e, sem que ninguém o visse, encaminhou-se para a
área das casas dos empregados. Ficou sem saber o que fazer, pois não sabia qual
era a de Isabella.

Jonas, seu motorista, passou por ele e apenas indicou com o dedo uma delas,
dando-lhe uma piscada cúmplice. Edward não entendeu como ele podia saber que
procurava Isabella, mas o que Edward não sabia era que Jonas estava cansado de
vê-la escondida nos arbustos, com lágrimas nos olhos ao vê-lo entrar no carro e
que também já tinha visto por diversas vezes o jovem patrão olhando-a pela
janela, admirando-a correr pelo jardim.

O motorista sentia-se triste ao ver um amor tão puro não poder florescer por
causa do preconceito. Tinha muita pena daqueles dois.

Edward encaminhou-se para a casa indicada. Temia que Renée o visse. Com
certeza ela o mandaria de volta à festa. Foi quando escutou um choro baixinho.
Seguiu o som, pois a escuridão o impedia de ver de onde vinha.

Encontrou Bella sentada em uma cadeira de balanço, com o rosto entre as
mãos, chorando tristemente.

– O que foi que aconteceu, Isabella? – Perguntou baixinho, preocupado caso
alguém pudesse ouvi-lo.

Bella não acreditou que era ele quem estava ali na sua frente. Pensou se
tratar de um sonho ou de uma miragem.

Esticou o braço e tocou delicadamente sua face, certificando-se de que era
real.

Edward se deliciou com aquele toque macio. Sentir a mão pequena e dócil de
Isabella em seu rosto foi o melhor presente que recebera naquele aniversário.

– Por que está chorando? – Perguntou de novo, carinhosamente, sentando-se ao
seu lado.

– Não é nada. – Bella respondeu, envergonhada por ele tê-la visto chorando e
mais encabulada ainda por estar tão perto do amor de sua vida.

Edward levou seus dedos até sua face e secou-lhe as lágrimas.

– A única pessoa que eu queria que estivesse na minha festa era você –
confessou.

– Verdade? – Bella perguntou, querendo realmente acreditar que era
importante para ele.

– Deixei todos eles e estou aqui, não estou?

– Pois não devia. Seu pai vai ficar uma fera se souber. – Preocupou-se.

– Eu não agüento mais viver nesta casa, Isabella. Se não fosse por minha mãe
eu já teria ido embora. Quando completar dezoito anos irei embora para os
Estados Unidos e quero te levar comigo. Você viria?

Bella não acreditou no que acabara de ouvir. A felicidade tomou conta de seu
corpo, sufocando-a por alguns segundos.

– Eu iria com você até para o fim do mundo, Edward.

– Então me espera, Isabella. Daqui dois anos fugiremos desta maldita mansão
e suas convenções preconceituosas. Ninguém mais irá dizer o que podemos ou não
fazer.

Apesar da inconseqüência e infantilidade daquela promessa, o amor que unia
aqueles dois era verdadeiro e intenso, desconhecendo completamente o abismo
social que os separava.

Edward se aproximou lentamente de Bella e colou levemente seus lábios nos
dela. Era a primeira vez que beijava uma menina. Seu coração parecia que ia
pular do peito.

Bella pensou que desmaiaria. Os lábios doces e quentes de Edward estavam
pousados nos seus. Não sabia o que fazer, nunca tinha beijado.

Foi um selinho ingênuo e rápido, mas o suficiente para deixá-los em estado
de graça.

– Eu te amo, Isabella.

– Eu também te amo, Edward.

O barulho que veio de dentro da casa fez eles se separarem.

Já longe da varanda, Bella escutou um “me espera” cheio de amor e respondeu
baixinho um “vou esperar” cheio de esperança.

O amor os tomou de forma avassaladora. Continuaram se vendo pouco, mas
quando se encontravam, por mais breve que fosse, seus olhos se uniam da forma
mais apaixonada possível, transbordando o amor que sentiam um pelo outro.

Jonas, o motorista, os ajudava, levando e trazendo bilhetes e cartas de um
para o outro. Eram cartas que falavam da paixão que sentiam e do que fariam
quando fossem embora juntos para a América.

Bella queria morar numa casa na beira do mar, na Califórnia, e queria ter um
cachorro chamado Bud.

Edward queria que se casassem em uma igrejinha no alto de uma montanha e que
passassem a lua de mel na Itália.

Por um ano e meio eles namoraram por cartas, pois Bella não tinha
computador. Eram linhas e mais linhas que descreviam seus sonhos juvenis nos
mínimos detalhes.

Quanto mais cresciam, mas eram vigiados e menos se viam, mas isso não
impedia o amor deles de crescer e se fortalecer.

Faltavam cinco meses para Edward completar sua maioridade quando Renée teve
um enfarto fulminante e morreu no chão da cozinha.

Esme providenciou seu enterro com o coração dilacerado. Além da dor pela
perda da amiga, ainda sentia o remorso por ter respeitado as regras preconceituosas
do marido, tratando-a como uma simples serviçal. Talvez por isso tenha fincado
o pé diante do marido e insistido que iria ao funeral da amiga de qualquer
jeito.

Carlisle amava a esposa, mas ainda se irritava com seu jeito “americano” de
ser. Não entendia sua facilidade em se misturar com pessoas de níveis
inferiores ao seu. A tristeza que viu no rosto de Esme fez com que cedesse um
pouco e permitisse que ela e o filho fossem ao enterro de Renée. Ele
mesmo não iria de forma nenhuma. Consternar-se com a dor dos empregados era
algo que considerava um absurdo.

Edward ainda não tinha visto Isabella. Imaginava o quanto estava sofrendo. A
mãe era tudo o que ela tinha. Nos Estados Unidos tinham ficado apenas parentes
bem distantes, pois a avó Norma também já tinha morrido.

Assim que chegou ao cemitério a viu de mãos dadas com Brenda, a copeira. Seu
rosto estava coberto de lágrimas e dor.

Sua vontade era ficar ao seu lado, abraçá-la e dizer-lhe que ele não a
deixaria sozinha, mas não podia, ou melhor, não tinha coragem. Era um covarde,
constatou com pesar.

Bella ficou um pouco mais feliz quando o viu. Apesar de todo o sofrimento,
sabia que dentro de alguns meses estaria indo embora em seus braços, o amor da
sua vida. Longe de seus pais eles seriam felizes. Não temia ficar sozinha, pois
sabia que tinha Edward.

Quando o caixão da mãe desceu lentamente na cova, Bella se desesperou,
chorando de soluçar.

Edward não se conteve e foi para junto dela, segurar sua mão. Todos os
olhares se voltaram para eles. Naquele momento Esme compreendeu que algo muito
sério estava acontecendo. Precisava conversar com o filho urgentemente. Previa
que uma catástrofe estava para acontecer em sua família.

Quando voltaram para casa, Esme entrou no quarto do filho.

– Edward, querido, o que foi aquilo lá no cemitério? – Perguntou temerosa.

– Eu não vou mais esconder que amo Isabella, mãe. Nós vamos embora para os
Estados Unidos quando eu completar dezoito anos.

– Filho, pelo amor de Deus, isso é loucura. Seu pai nunca irá permitir isso.

– Eu não me importo com o que ele pensa mãe. Não agüento mais conviver com sua
ignorância. Eu e Bella nos amamos e vamos ficar juntos, quer queiram, quer não.

Esme não disse mais nada. Saiu do quarto transtornada. Sabia que o marido
faria de tudo para evitar aquele relacionamento. Seria uma vergonha para
Carlisle Cullen o filho fugir com a filha da empregada. Achou melhor conversar
com ele, afinal não poderia esconder de seu esposo os planos malucos do filho.

Carlisle ficou possesso quando soube. Culpou a mulher e por pouco não a
esbofeteou no rosto.

– Se as coisas chegaram a esse ponto é devido à promiscuidade social que
reina nesta casa, por culpa dos seus modos provincianos! - Bradou ele,
cheio de raiva.

Esme apenas chorava. Desde que se casara com ele, chorar era ao que mais
fazia.

Carlisle entrou no quarto de Edward decidido a bater no filho se fosse
preciso. Transformaria aquele imbecil num Cullen de verdade nem que fosse à
custa de muita surra.

– O que está sentindopor esta empregadinha, Edward? – Perguntou sem
paciência.

– Ela não é uma empregadinha, pai. É a garota por quem estou apaixonado e
com quem quero me casar.

Carlisle começou a gargalhar.

– Casar? Não seja idiota, garoto, acha mesmo que deixarei que se envolva com
uma qualquer?

– Não fale dela assim, pai. Respeite a memória de Renée que foi enterrada
esta tarde. Ela se chama Isabella e nasceu e foi criada aqui nesta casa.

– Se gosta dela e ela de você, deveria aproveitar para perder sua virgindade
com ela. Está passando da hora de se tornar homem. Já vai fazer dezoito anos!
Use e abuse dela o quanto quiser, depois tenho certeza que essa paixão irá
sumir. Vou arrumar uma noiva de seu nível para você.

Edward teve vontade de esmurrar o pai. Como ele poderia sugerir uma
barbaridade daquelas? Realmente ainda era virgem. Não tinha desejo por nenhuma
mulher além de Bella. Ia se guardar para quando se casassem, assim como ela o
esperava.

– Respeite a minha namorada, pai! – Falou de forma mais alterada.

Sentiu a palma da mão de seu pai estalar em seu rosto, fazendo a pele
queimar no local.

– Não se atreva a falar alto comigo, moleque. Enquanto viver sob o meu teto
e comer da minha comida me deve respeito.

– Então eu vou embora com Bella desta casa! – Edward ainda esfregava o rosto
para ver se a dor passava.

– Ah, vai? E vai viver do que? Do meu dinheiro é que não vai ser. Tudo o que
você tem é meu. Sairá desta casa apenas com a roupa do corpo! – Ameaçou.

– Deixa de ser romântico, Edward. A vida aí fora é dura, rapaz. Você está
acostumado a mordomias. Quero ver se estas mãos macias vão se acostumar ao
trabalho pesado. Quando for morar num apartamento mofado de duas peças e tiver
de andar a pé para sobrar dinheiro para comer, verá que esta história de amor é
só ilusão, meu filho. Você foi criado para ser meu sucessor, para mandar e ser
respeitado. Está deixando seus desejos de adolescente falar mais alto que sua
razão. O que você sente por esta garota é tesão!! Passe uma noite com ela e
verá que o amor que pensa sentir se acabará na manhã seguinte.

– Você não sabe o que está falando, pai. Eu amo Isabella!

– Pensa bem em tudo o que está disposto a abrir mão por ela, Edward. Pensa
bem se conseguirá viver com um salário miserável; se quer chegar em casa e
encontrar um bando de crianças sem futuro te olhando com cara de desprezo,
culpando-o pela vida sem perspectiva que levam; se quer ter uma mulher amarga e
mal cuidada ao seu lado, maldizendo a vida de privações que você dá a ela... É
isso que chama de amor, Edward? É isso que quer para seu futuro? Quer mesmo
ficar longe do tudo isso que o cerca? – O pai gritou, passando os olhos pelo imenso
quarto requintadamente decorado.

Carlisle deu um sorriso irônico para o filho e saiu do quarto, batendo a
porta com toda a força que pode.

Edward se deixou cair na cama, tonto com as palavras que acabara de ouvir.
Não podia negar que gostava do conforto que o dinheiro lhe dava. Suas aulas de
pólo eram uma de suas paixões. Seus cavalos de raça lhe davam muito orgulho.
Lembrou-se da Ferrari que o pai lhe prometera de aniversário de dezoito anos,
da faculdade em Oxford, das viagens de férias pelo mundo, do seu quarto todo
equipado com os mais modernos aparelhos eletrônicos... Era muita coisa para
abrir mão.

Ficou com medo de ter de arrumar um serviço braçal na América, afinal tinha
apenas o segundo grau. Se precisaria trabalhar para sustentar Bella, a faculdade
seria um sonho que teria de adiar.

Passou a noite praticamente em claro, remoendo as palavras do pai.

Bella passou a noite chorando. Voltar para casa sem a mãe foi mais dolorido
do que imaginava. A dor que sentia era tão forte que achava que não conseguiria
suportar. Tudo o que desejava era ter Edward a seu lado. Tinha apenas quinze
anos e já se via sozinha no mundo. Se não fosse a certeza de que era amada por
ele, seria capaz de cometer uma loucura.

Cinco meses passariam rápido e logo estariam indo embora daquela casa e
daquelas lembranças sofridas.

Edward acordou decidido. Não ia fazer nenhuma loucura por causa de um amor
juvenil. Amava muito Bella, isso era fato, mas não estava disposto a mudar toda
sua vida por esse amor. Não teve coragem de dizer isso a ela, então preferiu
manter-se afastado, fingindo estar muito ocupado.

Bella sentiu a falta do seu apoio naquele momento tão difícil de sua vida,
mas compreendeu que o episódio do cemitério deveria ter feito o cerco se fechar
mais ainda sobre ele.

No dia do aniversário de Edward não o viu, pois eles foram viajar logo cedo.
Suas coisas já estavam todas arrumadas para fugir com ele.

Nem mesmo um bilhete recebeu do amado. Começou a se preocupar. Sabia que
algo muito estranho estava acontecendo, mas confiava no amor de Edward.
Continuaria esperando...

Os Cullen foram para os Estados Unidos comemorarem os dezoito anos do filho
e fazerem sua matricula em Yale. Carlisle o queria o mais longe possível da
empregadinha. Um oceano para separá-los ainda parecia pouco para ele.

O coração de Edward estava apertado. Queria pelo menos ter se despedido de
Isabella, mas não teve coragem de assumir para ela que era um burguesinho
covarde.

Resolveu esquecer aquele amor impossível... Mas ainda descobriria que
impossível mesmo seria esquecer aquele amor...

Bella o esperou por semanas. Quando os pais de Edward voltaram e ele não,
ela compreendeu que o sonho tinha acabado. Chorou até que se sentisse seca por
dentro.

Um uniforme de arrumadeira lhe foi entregue. Foi informada que daquele dia
em diante ela prestaria serviço para os Cullen e seria remunerada por isso.

Bella resolveu que não moveria um dedo sequer para trabalhar para aqueles
malditos. Juntou tudo o que tinha, que era muito pouco, e decidiu ir embora sem
avisá-los. Até possuía uma poupança de vinte mil libras, que a mãe tinha
economizado para ela, mas só poderia sacá-la aos dezoito anos. Com pena, Brenda
entregou-lhe um envelope com setecentos e cinqüenta libras, dinheiro que
conseguiu arrecadar junto aos funcionários da casa. Todos amavam Bella e
concordavam que ali não era mais seu lugar.

Jonas arrumou um serviço de babá para ela na casa de seus antigos patrões,
onde poderia morar.

Bella deixou a mansão sem olhar para trás. Dentro do peito seu coração
estava morto.

Jurou nunca mais amar ninguém!

Glau
Quero agradecer em meu nome e em nome da Maria Bethânia pelos comentários. Não deixem de expressar a sua opinião. Essa fic é linda e merece toda consideração.
Eu ainda não fiz o cap de Para sempre. Estou tentando arrumar ânimo para escrever. Tentarei postar durante a semana.Só mais um pouco de paciência.
bjus no core

3 comentários:

Drica Taíssa disse...

Goatei, essa fic promete!!! Me prendeu até o final, me deixando curiosa e com gostinho de quero mais.

Letícia (Agatha21) disse...

Já li essa fic, e vou falar, ela é LINDA. Eu ri, chorei, fiquei com raiva, fiquei feliz, tive vontade de socar um... várias emoções.... vale muito a pena ler até o último cap.
Como faço pra participar da promoção amor de fanfic?
bjks

Daniela RC disse...

AAHHHH JA ESTOU A CHORAR TADINHA DA BELLA....O EDWARD É UM COVARDE E UM MENINO DO PAPÁ.....=(
QUERO MAIS!!!
bjs

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