quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Herdeira 21 Arrependimento – PVO Jacob


21 Arrependimento – PVO Jacob

Estava completamente atordoado, sentia uma dor e um desespero tão grande me consumindo por dentro que mal conseguia raciocinar.

Levantei do chão, encostei lentamente minha cabeça na porta e ouvi o seu choro. Confesso que naquele momento tive vontade de morrer. Era como se uma parte de mim estivesse sendo esmagada... O meu coração.
Caminhei lentamente pelo corredor escuro, sem saber exatamente para aonde ir e o que fazer. E quanto percebi estava na sala.

Fui até o bar, peguei uma garrafa de conhaque que ainda estava lacrada e decidi que encher a cara era a única coisa que poderia me acalmar naquele momento. Meu coração estava doendo, me deixando sem razão e louco para ir até lá me ajoelhar diante dela, pedir perdão e tenta consertar o que havia feito.

Literalmente havia me transformado em um monstro. E o pior de tudo, é que eu sabia que nada do que fizesse depois, apagaria as terríveis lembranças da nossa "lua de mel". Mesmo sabendo que ela me amava, temia que não suportasse aquele trauma e me abandonasse... Aquilo certamente eu não suportaria e talvez nem o dinheiro, que receberia por ela me abandonar e desistir do casamento, seria o suficiente para conseguir ser feliz...

Caminhei, ainda torpe, para a cozinha com a garrafa de conhaque nas mãos, acendi as luzes, dirigi-me para o armário, abri a gaveta e peguei uma faca. Fui até a pia, coloquei a garrafa sobre ela e comecei a abrir o lacre. Tirei a rolha, caminhei novamente até o armário, peguei um copo, me direcionei ao freezer e pequei a forma de gelo. Voltei até a pia e coloquei o conhaque no copo e pouco a pouco fui tirando o gelo da forma e depositando no repositório.

Bebi três copos de conhaque, mas mesmo assim continuava sóbrio o suficiente para lembrar da barbaridade que havia feito. Eu a havia machucado não só fisicamente, mas também emocionalmente e não conseguia me perdoar por aquilo. Estava doendo muito e eu não conseguia conter as lágrimas, que escorriam pelo meu rosto de forma desesperada.

Bati com a cabeça várias vezes no armário e senti um desespero tão grande que pensei em uma única alternativa para a minha vida... Morrer!

Sim! Precisava morrer para não fazer mais crueldades ao meu pequeno relicário. Precisava acabar com a minha vida antes de acabar com a dela... Precisava matar o lobo louco e masoquista, para salvar o cordeiro assustado e indefeso. Aqueles pensamentos me consumiam e o desespero se tornava crescente dentro de mim, insistindo em dominar a minha mente e o meu corpo.

Virei meu corpo para a pia e vi a faca que acabara de usar... Ela seria a minha libertação... Tinha a plena consciência de que me tornaria um fraco, um covarde, igualmente o que meu pai foi ao se matar... Mas a verdade é que eu já havia me tornado o mais fraco dos fracos, ao me apaixonar pelo meu objeto de vingança. Se ao menos eu tivesse resistido aos seus encantos e não ter me deixado levar pela sua delicadeza, mas agora era tarde demais... A única solução seria acabar com tudo e arrancar a minha vida com a ponta de uma faca.

Morreria por amor, por medo e por falta de coragem de seguir adiante... Desistiria da vingança e jogaria o restante do nome dos Black na lata de lixo. Morreria para que ela tivesse uma chance de ser feliz novamente.

Pequei a faca, fiquei olhando para o brilho da lâmina e vi a face do monstro refletida nela. Lágrimas ainda rolavam em minha face, um frio enorme me assolava e o ódio crescente do monstro que havia me transformado inflamava cada célula do meu corpo.

Levei a lâmina até meu pulso e a coloquei sobre a minha carne. Fechei os olhos e me lembrei do sorriso mais lindo do mundo, do rosto meigo, da boca delicada e dos olhos azuis brilhantes, sorrindo para mim... “Eu te amo! Sempre te amei!” o rosto do anjo dizia para mim.

– Não! Não!! Não posso ser fraco e deixar esse monstro fazê-la sofrer novamente!
Fechei os olhos e mais uma vez o anjo dizia para mim: “Eu te amei a minha vida inteira e esperei por você... Por favor, não me abandone!”

Engoli seco e senti o gosto amargo da bebida em minha garganta. Perdi a coragem de morrer. Precisava dizer para ela que a amava. Sentir a sua pele quente novamente, o sabor doce dos seus lábios, o seu cheiro reconfortante, ver o lindo sorriso e o brilho do amor em seus olhos. Mas será que ela ainda me ama depois de hoje? E por que hesitou na hora de dizer sim? Por que não quis se entregar para mim? Será que descobriu que não me ama de verdade?

As perguntas começaram a me atormentar, enquanto olhava para a lâmina afiada sobre o meu pulso. Tirei a de meu braço e peguei-a entre os dedos. Não pensei muito. Eu precisava sentir dor naquele momento. A dor emocional eu já sentia me corroendo, mas precisava sentir a dor física para pagar o meu pecado. Havia tomado aquele corpo pequeno, frágil e imaculado de forma animal, pensando apenas na minha satisfação, fazendo a minha “esposa” sofrer uma grande dor... Merecia sofrer!

Instintivamente fechei minha mão cravando a faca na palma, fazendo com que abrisse um enorme corte. Senti uma dor muito forte, fechei os olhos e comecei a gritar, vendo o sangue escorrer pela pia.

– AI! AI! AI! FDP! Você está ficando louco! “KA” essa mulher está tirando a sua sanidade, Jacob! Você é Jacob Black! O que pensa que está fazendo? Você é lindo, maravilhoso e gostoso. Se ela ficou fazendo doce e não quis te dar, a culpa foi dela... Aff, a quem pensa que está enganando? A quem? Você pode ser tudo isso e muito mais. Mas... Você a ama com todas as suas forças! Inferno! Deveria ter protegido o seu coração melhor. Nunca deveria ter se apaixonado por ela. E agora, FDP? E agora? O que vai fazer? Ai! AI! Essa “PO” arde.

O sangue continuava a escorrer dentro da pia, larguei a faca e abri a torneira, deixando que a água escorresse sobre o corte, causando-me uma ardência terrível. As lágrimas continuavam a escorrer em meu rosto.

– Você é um fraco! Não aprendeu nada com o seu pai?! Deixou uma mulherzinha fazer você sentir pena. Onde estava com a cabeça, Jacob? OH Ness! Queria tanto que as coisas fossem diferentes para nós dois. Queria te amar sem precisar te fazer sofrer. "Mas agora é tarde demais para voltar atrás. Você chegou a um ponto que não tem como voltar, Jacob." Mas que “M”!! “M”!! Eu a amo e tenho que fazer sofrer.

Ainda com sangue pingando sobre o chão, abri uma gaveta e peguei um pano de prato. Enrolei em minha mão e depois comecei a arrumar a bagunça na cozinha. Sabia que a mãe do “Vi...nho” Teria um ataque se visse o sangue no chão e sobre a pia, tirando conclusões erradas.

Peguei a esponja de louça e comecei a limpar a sujeira que havia feito. Depois tomei mais dois copos de conhaque, peguei a garrafa e voltei com ela para a sala.

Coloquei a garrafa no bar e me deitei sobre o sofá por um tempo. Precisava colocar as idéias em ordem e não conseguia dormir. Mesmo tento enchido a cara, continuava sóbrio o suficiente para me lembrar da minha atrocidade. E aquilo continuava a me atormentar.

Levantei do sofá e decidi ir para o quarto, ver se conseguia dormir. Então caminhei lentamente pela casa escura até alcançar a porta do “seu” quarto. Coloquei a cabeça sobre a porta e ouvi o choro baixinho... Meu coração doeu novamente.

Fui para o “meu” quarto, olhei para o relógio e vi que já passava das três horas da madrugada, mas ainda não conseguia dormir. Tinha medo de ter algum pesadelo e me lembrar dos meus pais ou da coisa monstruosa que havia feito com Renesmee.

Rolei na cama por algum tempo e mesmo assim, o sono não vinha. Olhei para o relógio novamente e já era cinco e trinta da manhã.

Resolvi levantar e ir até o outro quarto. Queria ver o seu rosto, tocar a sua pele e sentir o seu cheiro. Era incrível como seu toque me fazia falta, como a falta do seu calor me fazia sentir frio. Minha cabeça estava totalmente atormentada com as lembranças e precisava ver se estava “bem”... Tinha urgência em vê-la.

Sai da cama e me dirigi até o outro quarto, abri a porta lentamente, tomando cuidado para não fazer barulho, entrei e a encostei. Andei passos leves até cama, sentei no chão em frente a ela e vi o seu rosto inchado, as marcas em seu pescoço, em seus braços e o sangue sobre o lençol. Engoli seco e mais uma vez chorei como uma criança. Como quis voltar no tempo, no momento em que a machuquei, mas era tarde demais. Sabia que ela nunca me perdoaria e nunca se esqueceria da minha brutalidade.

Levei a mão até seu rosto, mas hesitei ao tocá-lo. Tinha medo de que acordasse e se assustasse comigo em sua frente.

Mil coisas passaram em minha mente e precisava que ela soubesse o quanto eu a amava. Mesmo fazendo-a sofrer, eu a amava e estava atormentado com aquilo tudo. A dor era muito grande, o desespero, o arrependimento... Sim! Arrependimento! Pela primeira vez na vida me arrependia de um de meus atos. Pela primeira vez na vida desejei não ser Jacob Black, desejei não ser um monstro... Desejei mudar para ela.

Depois de algum tempo, ela começou a sussurrar coisas que me deixaram ainda mais nervoso e me fizeram entender o seu estranho comportamento.

– Não Seth! Não! Você não pode me amar desse jeito. Vá agora para aquela igreja! Não faz isso comigo.

Começou a chorar como uma criança, enquanto falava tudo o que sentia.

– É tarde demais para nós dois. Eu também te amo, mas é diferente. Eu o amo! Eu o amo! Se eu pudesse me dividiria em duas e seria a Ness do Jacob e a Ness do Seth, mas eu não posso. Eu não posso! Por favor, não faz assim! Não chore por mim! Eu amo Jacob. Sempre amei e sempre o amarei.Não posso deixá-lo esperando naquele altar. Por favor vá embora! Não quero ouvir mais nada!

Ela falava e chorava muito. Tive vontade de matar aquele “VI...dinho” filho da "PU". Soube naquele momento o motivo dela estar tão abalada, com medo de casar e de se entregar a mim. Ele havia plantado a dúvida em seu coração, havia introduzido a semente que mais tarde poderia crescer e acabar completamente com seus sentimentos por mim... Ela sofria por ele.

Me levantei rapidamente, com medo de ouvir mais, mas antes que eu pudesse sair, ela começou falar sobre a nossa noite. Não conseguia conter a emoção, do desespero e da dor que me consumia.

– Jacob, por que você me machucou se eu te amo tanto? Por que? Eu te amei desde o primeiro dia. Te amei a minha vida inteira. Por que me machucou? Que tipo de monstro você é? Onde está o Jacob que conheci? Por que me feriu desse jeito? Meu corpo ainda dói e minha alma está sangrando...

– NÃO!! NÃO!! PARA!!! PARA!! POR FAVOR PARA!! ESTÁ ME MACHUCANDO!

Ela começou a se debater sobre a cama, fazendo movimentos com as mãos como se estivesse empurrando alguém. Tive medo que acordasse e me visse. O seu desespero certamente seria maior. Sai do quarto apavorado ao perceber o sofrimento que havia lhe causado.

Fui para o meu quarto e cai na cama. Chorei muito. Até os meus olhos não terem mais lágrimas para derramar. Em seguida fui para o meu banheiro, tomei banho e resolvi me vestir para ir trabalhar.

Sabia que não conseguiria passar o dia perto dela e ver a sua dor. Precisava fugir daquilo e pensar racionalmente sobre as minhas alternativas.

Passei um bom tempo de baixo da água quente do chuveiro e depois me arrumei para sair de casa. Prendi um pedaço de uma camisa, que rasguei, em minha mão e depois fui para a cozinha.

Havia cheiro de café e pão quente. Soube que Sue deveria ter começado o seu trabalho. Inconscientemente rezei para não encontrar o “Vi...nho” do seu filho. Perderia a cabeça com ele e a coisa ficaria feia entre nós.

– Bom dia, Sue! – Disse ao entrar na cozinha.

– Bom dia! – Ela me olhou de forma estranha, certamente tentando entender o motivo de eu estar com terno e gravata aquela hora da manhã.

– Já tem café pronto? Quero comer algo antes de ir trabalhar. – Disse para ela.

– Vai trabalhar hoje? - Perguntou franzindo o cenho.

– Alguém tem que trabalhar nessa casa. Da onde acha que sairá o seu salário no final do mês? - Perguntei de forma ríspida.

– Oh, desculpe a impertinência. – Pediu envergonhada.

– Realmente não gosto de empregados impertinentes. Pode servir o café na sala de jantar. Estarei aguardando. – Disse com tom autoritário e sai, deixando a mulher sem ação diante das minhas palavras.

Fui para sala, sentei-me na cadeira e fiquei esperando o meu café. Ela apareceu com uma bandeja e começou a arrumar as coisas sobre a mesa.

– Minha esposa está cansada. Então deixe-a dormir o quanto quiser. – Comecei as ordens do dia. – Devo chegar para o jantar por volta das sete e quero tudo pronto. Não gosto se esperar. O meu quarto, o que fica em frente ao quarto do casal, precisa ser arrumado. Troque os lençóis e o deixe limpo. O banheiro precisa ser lavado. Está imundo. – Ela me olhou com o os grandes olhos arregalados e só assentiu com a cabeça e depois de me servir, saiu.

Fiz o meu desjejum e voltei para o quarto, para escovar os dentes, olhei-me no espero e não reconheci a figura que via. Resolvi sair antes que me perdesse naquele arrependimento que sentia.

Sai da casa e fui pegar o carro no estacionamento. E eis quem encontro...

– É bom encontrar você logo cedo. – Disse para ele arqueando a sobrancelha.

– Bom dia para você também, Jacob! – Respondeu com má vontade.

– Bom dia, Senhor Black! – Comecei com tom arrogante. Precisava colocar aquele moleque em seu lugar e mostrar quem mandava ali. – Não gosto de intimidades com os empregados. E também não quero que essa intimidade se estenda a “minha esposa”. Entendeu? Você só está aqui porque ela tem pena de você e quer que tenha condições de se manter na universidade. Mas não se aproveite disso para ter intimidades com ela. O seu lugar não é dentro da casa, como se fosse uma visita. Você está sendo pago para trabalhar e não ficar de papinho. Se eu o pegar com ela...

– Se você tivesse escolha, eu nem estaria aqui hoje. – Respondeu de forma malcriada.

– SEU MOLEQUE! – Parti para cima dele e a sua mãe entrou entre nós.

– Por favor, Senhor! Precisamos desse emprego. – Praticamente implorava.

– Lembre isso ao seu filho! Não quero ele perto da “minha mulher”. Ou acha que não sei, que o atraso dela foi por você ter ido até lá, para impedir que se casasse? Não o quero perto dela! Guarde esse amor aí com você. – Disse com sorriso sarcástico.- Ela é minha! Sempre foi minha e sempre será! Não teve a capacidade de conquistá-la antes. Então agora fica na sua. Se entrar no meu caminho... Eu mato você!

– Você mata? Essa eu quero ver... Você só assusta garotinhas indefesas. Isso sim! E se pensa que será um viúvo rico... – Disse em tom desafiador. - E se estivesse tão seguro de si, não perderia o seu precioso tempo me ameaçando. Afinal tempo é dinheiro e isso vale muito para você. – Parti para cima dele e sua mãe colocou as mãos sobre o meu peito, impedindo de socar a cara do seu filho. Senti uma raiva tão grande, ainda mais depois de descobrir o motivo dela ter se negado a mim. Queria acabar com aquele moleque, mas precisava ser cauteloso em relação a ele.

– Não esteja tão certo disso, moleque. A Ness é minha, só minha e não permitirei que a tire de mim. Não atravesse o meu caminho! – Disse com raiva e sai soltando fogo pelas ventas. Estava muito nervoso e queria acabar com aquele atrevido. Minha respiração era pesada e minhas mãos estavam trêmulas. Peguei a chave do carro em meu bolso, abri a porta, entrei e dei partida. Ainda sentia o efeito dos tremores em meu corpo, mas precisava sair dali antes que cometesse uma loucura... Leia-se, assassinato.

Tive dificuldade para dirigir, pois minha mão machucada estava doendo muito e antes de partir para Seattle, parei no hospital de Forks para dar alguns pontos no corte profundo.

Foi uma dor terrível, que só serviu para piorar ainda mais o meu humor naquela manhã. E quem olhava para mim, não dizia que acabara de sair da noite de núpcias.

Voltei para o carro e parti para o escritório. E para completar o inferno do meu dia, ainda peguei a “M” de um engarrafamento, que me deixou parado no trânsito umas duas horas.

Cheguei ao escritório e todos me olharam estranho, por onde passava. Parecia que não acreditavam que eu estava li para trabalhar no meu primeiro dia de casado e ainda em minha lua de mel. Mas nem me dei o desprazer de cumprimentar ninguém. Fui direto para a minha sala e só falei o suficiente com a minha secretária Vivi.

– Senhor Black? - Tinha cara de espanto assim como os outros.

– Eu não quero ser incomodado hoje. Não estou para ninguém e só atenderei ligações da minha esposa. Mas acredito que ela ligará direto para o meu celular. Entendeu? Veja os documentos pendentes e os leve para mim. – Falei tudo de uma vez e abri a porta do meu escritório. Entrei, fechei a porta, olhei para toda aquela suntuosidade e pela primeira vez, aquilo não me disse nada. Não me sentia feliz por ter um escritório enorme, lindo, confortável e bem decorado que fazia jus ao presidente da empresa. Pelo contrario, senti uma grande tristeza me consumir e aquilo tudo só aumentava o vazio em meu peito.

Caminhei até a minha mesa, liguei o computador e abri a pasta de fotos, onde havia vários álbuns com fotos de Ness. E fiquei praticamente a manhã inteira vendo as fotografias dela.

Trim! Trim! Trim!

Peguei o telefone no bolso e resolvi atender. Vi que a chamada era restrita e mesmo assim resolvi atender.

Tem um pobre ligando pra mim! Tem um pobre ligando pra mim!

– PQP! Ainda é a cobrar! Inferno! – Resmunguei.

– Oi meu gostosão! – Aff... Não pode ser!!!!!! Era a cachorra da Casy.

Eu mereço! Realmente mereço!

– Fala Casy! – Disse com tom áspero.

– Que mau humor é esse? Devia estar feliz. Ontem não foi sua noite de núpcias? - Disse com tom malicioso.

– Eu não estou com a menor paciência para gracinhas. Então diga logo o que quer de mim. Tenho que trabalhar e não posso ficar de conversinha.

– Trabalhar? Hoje? O que deu em você, gostosão? Não gostou da “BO” da esposinha? RARARARA – Gargalhou debochando de mim.

– “KA”! Eu estou sem paciência. Se não tem nada útil para me dizer, estou desligando. – Quando disse isso, ela me cortou.

– Quando poderei ir para ai? Já conseguiu o que queria, já casou, tem a presidência da empresa e muito dinheiro ao seu dispor. Quando posso ir para ficar com você? - Estava realmente vivendo o meu inferno. Como se já não me bastassem os meus problemas, ainda tinha a PU da Casy para me preocupar. Tinha que enrolar um pouco mais, até decidir o que fazer com ela... Ela precisava sair do meu caminho.

– Você é doida ou comeu “M”? Eu acabei de casar e você quer vir para cá? Quer que descubram o nosso caso? Eu assinei um acordo pré-nupcial e se desrespeitar o meu casamento, perco tudo. Entendeu? Fica fria e deixa passar um tempo. Deixa a idiota da minha esposa confiar em mim e achar que está tudo bem. Acho que uns cinco meses são o suficiente para estabilizar as coisas.

– Cinco meses? Acha que ficarei cinco meses nessa “M” de empresa? E você aí, vivendo como um rei? Nem pensar! Trata de arrumar um lugar para eu ficar. E não é qualquer lugar. Entendeu? Quero uma cobertura linda e também uma BMW. Se acha que vai me passar a perna está enganado, Jacob. Eu conto quem você é para o avô da sua “esposa” e duvido que ele o mantenha na presidência.

– "KA" você vai me ameaçar? Sabe do que sou capaz, sua “PU”! Sabe bem o que posso fazer com você. Então não se atreva a me colocar contra a parede. Você não virá para cá e ficará aí, bem quietinha. Se aparecer por aqui e ferrar a minha vida, acabo com você. Entendeu? Quando eu achar que as coisas estão calmas por aqui, mando te buscar. Agora me deixe em paz! Tenho que trabalhar.

– E o que faz trabalhando justo hoje? RARARA – Novamente gargalhou com a voz irônica.

– A minha esposa era virgem e nada boa de cama. Estou frustrado por não ter uma mulher de verdade. Satisfeita? - Resolvi mentir para que me deixasse em paz.

– Se eu estivesse ai, você não estaria com esse humor do cão. – Deu uma breve risada.

– É verdade! Agora me deixa trabalhar. Tchau!

– Jacob, espera! Eu te amo. – Disse com a voz doce.

– Tudo bem! – Já estava perdendo a paciência com a vadia.

– Não vai dizer que me ama também?- Praticamente gritava ao telefone.

– Não! Você é apenas um bom sexo para mim, Casy. Eu só amo a mim! Não amo mulher alguma. Entendeu? - Queria explodir, gritar, dar “PO”, arrancar os seus cabelos e a jogar de um precipício.

– Você ama aquela garota sem sal? HEIM, JACOB? FALA! VOCÊ AMA A VADIA CULLEN? FALA! EU ACABO COM ELA! EU MATO A SUA “ESPOSA”! ENTÃO NÃO BRINQUE COMIGO! – Perdi completamente a cabeça naquele momento.

– EU NÃO GOSTO DE VOCÊ, NÃO QUERO VOCÊ E NEM TENHO VONTADE DE “FU” COM VOCÊ. SUA LOUCA! ESSA É A VERDADE! EU AMO A MINHA ESPOSA! AMO SIM! AMO COMO NUNCA AMEI NINGUÉM! E SE VOCÊ CHEGAR PERTO DELA... EU MATO VOCÊ COM REQUINTES DE CRUELDADE, CASY! ENTENDEU? NÃO LIGA MAIS PARA MIM! ESQUECE QUE EU EXISTO E NÃO SE ATREVA A COLOCAR ESSE TRAZEIRO CHEIO DE CELULITES POR AQUI! ENTENDEU? OU TENHO QUE DESENHAR! VÁ DE “FU” SUA VACA MALDITA! – Desliguei o telefone com raiva e o joguei sobre a mesa.

Inferno! Inferno! Inferno! Inferno! Inferno! Inferno! Inferno! Inferno! Inferno!

O que foi fazer,Jacob? Agora como vai tirar essa louca do seu caminho? Se ela resolver aparecer e fazer um escândalo, você está ferrado. Se ela conta para Ness... Aimeudeus! Ela nunca vai me perdoar! Nunca! Calma! Respira! Respira! Foco!

Olha o que você faz comigo, Renesmee? Está vendo como me deixou completamente transtornado? Perdi completamente o foco e só estou fazendo “M” por sua causa... Inferno!

Você tem que imprimir a procuração e os formulários do banco, Jacob. Não se esqueça das coisas práticas! Ela precisa colocar você e suas irmãs como suas dependentes. Precisa te dar plenos poderes para administrar os seus bens. Você precisa aproveitar a ausência do avô dela para agir... Ela é a única Herdeira disso tudo e precisa agir para tomar posse dos seus bens.

Foco! Foco!

Abri a pasta de documentos e enviei o comando para imprimir os arquivos. Depois abri o inventário que havia feito e comecei a analisar as minhas possibilidades.

Carlisle é muito burro mesmo!

Ele colocou 90% das propriedades, investimentos, contas e imóveis no nome da neta.
O único bem que continua em nome da família Cullen é a empresa. Mas isso também tomarei deles... A se tomarei.

Como ele pode ser tão burro? Por que não deixou tudo em inventário? Qual a finalidade de colocar quase tudo no nome da neta? Ela ainda era de menor quando fez isso. Será que foi por causa dos impostos? Não!! Tudo está devidamente regularizado e os impostos são pagos fielmente pela Cullen.

Por que não há nenhum bem em nome dos filhos ou da esposa? Não entendi, mas isso facilita muito as coisas para mim. Porque como procurador dela, poderei dispor dos bens sem que ele ou ela tenham conhecimento de nada. Será muito fácil para mim usufruir de todo esse dinheiro que circula, vender as ações ou imóveis sem que percebam... BURRO!! VOCÊ FOI MUITO BURRO, CARLISLE!

Levantei da cadeira, peguei os documentos na impressora e os guardei em um envelope.

– Agora é só fazê-la assinar esses papéis e você terá tudo ao seu dispor, Jacob. É nisso que tem que pensar. Não no quanto ela sofre por você. – Ao mesmo tempo que via os meus planos se concretizando, fechava os olhos e via as lágrimas rolando pelo rosto dela. Um frio percorreu a minha espinha e uma sensação estranha me deixou completamente torpe. Sentei na cadeira novamente, apoiei as minhas costas, fechei os olhos e finalmente consegui dormir.

–- xx—

Acordei um pouco mais relaxado, apesar das dores nas costas, levantei da cadeira, desliguei o computador, peguei o envelope com os documentos, o celular sobre a mesa e olhei para o meu relógio.

– Nossa! Já são seis horas. Acho que dormi o dia inteiro. – Depois que arrumei tudo sai da sala e percebi que o escritório já estava vazio.

Caminhei pelos corredores e vi poucas pessoas caminhando em direção ao elevador.

Fui para o estacionamento, peguei meu carro e parti de volta para La push.

A viagem foi longa e deu tempo suficiente para pensar nos acontecimentos. Sabia que precisava parecer duro com ela, mas tinha que encontrar uma forma de apagar a impressão da noite anterior.

Eu a possuiria novamente, mas seria mais carinhoso e daria o prazer que havia lhe negado. E seria só uma questão de tempo para que me perdoasse pelo meu mal feito.

Depois da longa viagem, cheguei em casa, entrei com o carro na garagem, estacionei e fui procurá-la.

– Boa noite, Senhor Black! - Sue disse ao me ver entrar.

– Boa noite, Sue! E minha esposa? - Perguntei vendo a sua expressão de preocupação.

– Passou o dia trancada no quarto. Quase não comeu e praticamente dormiu o tempo todo.
– HUM! – Franzi o cenho. – Prepare tudo para o nosso jantar. Em meia hora desceremos. – Disse e comecei a subir as escadas.

Cheguei a porta do quarto, abri lentamente e percebi que estava tudo escuro. Acendi as luzes do quarto, sentei-me no sofá que ficava do outro lado e fiquei observando-a dormir.

Aos poucos ela começou a se mexer e a tremer as pálpebras. Abriu os olhos lentamente e me viu. Sua face tranqüila desapareceu e no lugar surgiu a de uma pessoa assustada. Pegou o travesseiro e colocou no rosto. Aquilo fez meu coração gelar.

Ela tem tanto medo assim? Acha que sou um monstro? O que eu fiz?

Tudo bem! Mantenha ela com medo de você e depois tente seduzi-la. Isso deve funcionar... Tomara que funcione!

– Boa noite, neném! – Levantei do sofá, caminhei até a cama e tentei parecer arrogante aos seus olhos. Mas a verdade era que sentia uma enorme vontade de abraçá-la, cair de joelhos e pedir perdão.

FPD! Não fraquejará agora! Seja forte! Não faça "M"!

– Oi, Jacob... – Parecia tão assustada, que mal conseguia falar comigo. Praticamente sussurrava.

– Apronte-se para nós jantarmos. Não gosto de comer sozinho. – Ordenei e a percebi se encolher sobre a cama.

– Não estou com fome. – Sussurrou tentando não me olhar.

– Isso não foi um pedido, neném! Levante-se e fique bem bonita para mim. Eu vou tomar meu banho e me arrumar. Espero encontrá-la lá embaixo em meia hora no máximo. – Fui duro com ela, apesar de estar com o coração na mão ao ver o seu estado. Caminhei até a porta, olhei para trás e vi o pavor estampado em seu rosto. Ela se encolhia ainda mais na cama e o seu corpo tremia de medo. – Não me faça vir te buscar! – Completei e sai do quarto.

Fechei os olhos, respirei fundo e senti meu corpo vacilante tremer.

Calma, Jacob! Calma! Você precisa ser forte! Não vai deixar esse sentimento te dominar! Precisa seguir em frente nos seus objetivos.

Mas que objetivo, Inferno? Que objetivo, se faço a mulher que amo sofrer? Droga de vida! Droga! Ela acabou me enfeitiçando e não consigo deixar de sentir pena, arrependimento e medo de perder o seu amor... Droga! Droga!

Fui para o meu quarto, comecei a tirar as roupas jogando tudo sobre o sofá. Encaminhei-me para o banheiro somente de Box, entrei embaixo do chuveiro e deixei a água quente cair sobre meu corpo. Fiquei um bom tempo tentado relaxar meu corpo, minutos depois, saí pegando a toalha para me enxugar e fui para o closet escolher uma roupa. Peguei calças jeans, um suéter e uma Box vermelha para vestir.

Terminei de me arrumar, escovei os dentes, penteei os cabelos e passei perfume.

Fui para a sala de jantar, me sentei na cadeira e fiquei esperando que Ness descesse.

O tempo começava a passar e ela não aparecia. Já estava morto de fome e prestes a ir buscá-la no quarto quando apareceu com a cara murcha. Seu rosto estava inchado, havia marcas roxas em seus braços e no pescoço. Havia escuras olheiras debaixo de seus olhos, deixando em seu rosto uma expressão de dor e abatimento em sua face, que nada me lembrava a linda menina que roubou meu coração.

Fui arrebatado novamente pelo arrependimento e quis sumir da face da terra. Senti raiva por ela nem ao menos tentar disfarçar o seu estado e não se mostrar nem um pouco amistosa. Mas senti muito mais raiva de mim pelo animal que era. Meu humor estava péssimo e explodiria a qualquer momento... Já não agüentava mais aquele clima terrível.

– Pode ir, Sue! A minha esposa irá nos servir. Se precisarmos de você, tocaremos o sino. – Ordenei para a empregada e nem olhei para ver a sua expressão de pavor. Ness olhou para ela envergonhada e parecia que choraria a qualquer momento. Estava tentando parecer forte, mas sabia que não estava agüentando aquela dor.

– Pensei que teria que lhe trazer pelos cabelos. – Ela arregalou os olhos, puxou a cadeira e se sentou calada.

Como ela pode ser tão tonta e acreditar que eu realmente a puxaria pelos cabelos?? Eu sou um monstro mesmo. Apenas uma noite e ela já acha que posso agredi-la?! inferno!!

– Pode nos servir! – Cruzei os braços e ordenei. Ela não conseguia me olhar, apenas fazia o que eu mandava, de cabeça baixa, com os olhos cheios de lágrimas. Queria que gritasse comigo, que me chamasse de estúpido, canalha, monstro ou qualquer outro tipo de coisa. Mas ela simplesmente não reagia... Ela não falava e aquilo começava a me incomodar demais. – O gato engoliu a sua língua? - Perguntei tentando parecer irônico.

– Como foi seu dia, Jacob? - Ela sussurrou enquanto colocava a comida em meu prato.


Reage, mulher! Por que não grita comigo? Por que não me xinga? Por que não me bate? Sua indiferença está me matando! Faz alguma coisa! Fala alguma coisa! Não me deixe com o seu desprezo.

– Foi ótimo! Muito produtivo por sinal. E o que o meu neném fez o dia inteiro? - Tentei fazê-la falar, agoniado com aquele silêncio todo. Já não suportava o seu jeito frio e a forma indiferente que se dirigia a mim. Era como se não me visse ali. Aquilo estava me matando de raiva.
– Chorei e dormi. – Cravou uma faca em meu peito. Senti as lágrimas se formando no canto dos meus olhos, mas segurei. Quase chorei de tanta agonia. Fui possuído por uma opressão tão grande, que pela primeira vez tive medo de fraquejar e quebrar diante dela. Já não era mais o mesmo Black. Alguma coisa havia mudado dentro de mim. A maldade em meu coração estava dando lugar ao sentimento que nutria por ela. E a sua dor começava a me incomodar. Tentei manter a máscara de homem perverso e tive medo que ela percebesse a minha fraqueza.

– É bom para lavar os olhos. – Consegui dizer com dificuldade e percebi que ela não havia colocado comida em seu prato. Sabia que adoeceria se parasse de comer. Ou poderia até mesmo morrer de desgosto... Isso está pior do que imaginava. Não suporto mais isso... Não suporto mais essa vingança... Deus!

– Trouxe uns documentos para assinar, neném! Acho melhor você me nomear o seu procurador. Do contrário terá que assinar muitos documentos. – Depois de um tempo calado, consegui finalmente tentar uma conversa. Mas ela permanecia fria como um gelo, deixando-me completamente incomodado com a situação. – Não vai comer? - Apenas negou com a cabeça. – Trata de comer algo. Não quero o meu neném doente. Precisa está sadia para me satisfazer. Além disso, não quero que sua família me acuse de deixá-la passar fome. – Tentei disfarçar o meu incomodo, mas ela continuava a me ignorar... Fria como gelo.

– Não tenho fome... – Sussurrou de cabeça baixa.

Você vai me deixar louco, Ness! Não posso permitir que morra por causa do FDP que sou! Vai comer por bem ou por mal. Nem que para isso tenha que te obrigar. Se você adoecer e morrer, nunca me perdoarei por isso... Nem sei se conseguirei viver depois que te perder. Não se faça de durona e colabore um pouco! Ah, "KA"! A última coisa que quero é te machucar hoje! Por favor colabora comigo!

– Se não comer por bem, comerá por mal. Não quer que enfie essa comida pela sua goela abaixo. Ou quer? - Tentei sorrir para ela não perceber o meu desespero. Então, me olhou com aqueles olhos cor de safira, arregalados quase chorando.

Ela começou a comer com má vontade, levando lentamente as garfadas a boca. Via que se quer mastigava a comida direito e já engolia. E eu, sem poder fazer nada, queria tentar ajudá-la a comer, queria fazer um carinho, ajoelhar diante dela e gritar que a amava. Estava quase chorando, já não agüentava aquela situação insustentável, precisava senti-la em meus braços novamente. Precisava amá-la como nunca fora capaz de fazer... Precisava acabar com a sua dor.

Apesar do meu desespero, uma força maior me dominava e em meu subconsciente ouvia a voz do meu pai dizer: “Os Cullens... Os Cullens!”

Ela terminou de comer e se levantou da mesa no mesmo instante em que os meus devaneios me levavam ao meu pai em seu último suspiro. Instintivamente segurei o seu braço e a impedi de sair. Sinceramente não sei o que deu em mim, pois coloquei força demais ao segurá-la, machucando-a novamente e correndo o risco de lhe deixar mais marcas roxas em seu braço. Então, cai em mim e a soltei, sentindo o arrependimento me esfaqueado mais uma vez.

– Não tem permissão para sair da mesa! Só pode sair quando eu permitir. Está claro? - A pedra de gelo finalmente derreteu e ela começou a chorar apavorada. Havia tanta dor naquele olhar, que só servia para aumentar ainda mais o meu desespero. Estava a beira da loucura, dividido entre o amor e a vingança, e simplesmente não sabia o que fazer. – Pode ir! Espere-me bem cheirosa e nem pense em trancar a porta do quarto. – Assim que ela saiu, coloquei as duas mãos sobre a cabeça e comecei a chorar toda a dor que sentia. Estava completamente perdido de amor, mas sofria por ter que maltratar tanto a minha esposa. Tudo aquilo era mais do que eu conseguia suportar, mais do que poderia supor ser possível para um homem. Estava desesperado para sentir o seu corpo, para dar o amor que estava negando e dizer que a amava. Ela precisava saber que eu a amava muito. Já não suportava viver com aquela mentira me sufocando.

Levantei da cadeira e fui para o meu quarto. Vi que as roupas sujas já não estavam mais lá e o banheiro estava arrumado.

Tirei as roupas, coloquei o hob e fiquei um tempo sentado na cama, para dar tempo de ela se arrumar para mim. Tempo depois, levantei, peguei o envelope sobre a cama, apaguei as luzes e fui para o seu quarto.

Abri a porta e ela fingia que dormia. Mas percebia pelos seus tremores que estava acordada e muito assustada... Com medo do monstro a tocar.

– Você não está dormindo, neném! Preciso que assine esses papéis para mim e depois vamos conversar mais intimamente. – Tentei falar com a voz calma, tirando toda a amargura e a malicia do meu tom. Ela se virou e se espreguiçou sobre a cama. Sua expressão era de muito medo. Parecia um gatinho assustado quando me olhava.

Quero te dar tanto amor, Ness. Não tenha medo de mim meu neném.

– Estou cansada e com preguiça de ler hoje. – Respondeu baixinho, escondendo o rosto com a mão.

Não me faz sentir pior do que já estou, amor. Por favor tenta relaxar essa noite. Se eu pudesse voltar no tempo...

– E quem disse que precisa ler? Não confia em mim? - Perguntei arqueando a sobrancelha e ela fez um sinal de negativo com a cabeça. Aquilo me deixou mal, mas saia que depois da nossa noite, toda a má impressão iria embora e ela relaxaria ao meu lado. – Acho que começamos mal, neném. – Caminhei até a cama, sentei ao seu lado, tirei os papéis e a caneta de dentro do envelope e coloquei sobre cama. Comecei a beijar o seu pescoço, deslizando os lábios suavemente pela sua pele. Senti o seu corpo estremecer e ficar mole em meus braços. Aproveitei a deixa e subi os lábios até a sua boca e comecei a movê-los lentamente. Pouco a pouco fui aumentando os movimentos, sentido uma sensação boa com o toque suave de sua pele e o gosto maravilhoso de sua boca. Pedi passagem para a minha língua e comecei a explorar cada canto de seu interior. Consegui me esquecer de tudo e me entregar totalmente ao beijo. Até que...

– Não... – Ela sussurrou após interromper o beijo
– Assina logo esses documentos para nós ficarmos mais a vontade, amor. – Ela estava completamente entregue e sem pensar muito, pegou o envelope, assinou seu nome nos lugares onde haviam "X" marcados e me entregou. Peguei a caneta e os papéis, levantei e os larguei sobre a mesa. Voltei até a cama e me sentei ao lado dela novamente, recomeçando as caricias, mas ela se esquivou novamente com medo de mim.

– Eu não quero, Jacob... – Havia tanto medo naquele olhar, estava tão apavorada que tive medo de prosseguir e tentar algo naquela noite. Mas a necessidade de fazê-la se sentir amada era tão grande, que precisava tentar romper aquela barreira e lhe dar o carinho que precisava. Não podia permitir que continuasse a me temer daquele jeito. Ela precisava me respeitar e não ter pavor de mim... Eu havia cometido em erro e precisava consertar ainda naquela noite.

OH Ness, me perdoa! Farei você esquecer o monstro que fui ontem... Eu só quero te amar... Amar muito, minha vida.

– Você não me quer? - Comecei a beijar o seu pescoço suavemente, percorrer todo o seu comprimento com a língua, me deliciando com a pele macia e cheirosa. Levei a mão até a sua perna e comecei a subir até o interior de sua coxa. Fiz leves caricias e a senti estremecer em meus braços. Subi a mão mais um pouco, até chegar em sua calcinha e ela me interrompeu.

– Você me machucou... – Vendo-a assim tão frágil e manhosa, tive vontade de cortar o meu “KA” fora. Ela não merecia ter como marido o homem mais canalha do mundo. Começava a me odiar por viver e fazer mal a criatura mais doce que existia. Um instinto protetor me dominou e tudo o que quis foi provar que a amava e estava arrependido.

Ah, Ness se eu pudesse mudar o passado, jamais teria cruzado o seu caminho para te fazer sofrer. Mas agora é tarde demais para nós dois. Eu preciso de você e tenho medo do mal que ainda posso lhe fazer. Isso está acabando comigo, amor.

– Perdão, neném! Hoje você vai gostar... Eu te darei muito prazer... prometo. – Ela fechou os olhos, parecendo concordar com as minhas investidas, por mais que ainda parecesse ter medo. Comecei a abrir o fecho do seu vestido e o tirei, deixando-a só de calcinha. Era a visão mais linda do mundo. Admirei o seu corpo e desejei beijar cada pedaço. Ela era minha mulher e eu seria um homem de verdade para ela. Precisava encontrar uma forma de lutar contra o instinto de vingança que me dominava e amar muito aquela mulher. Tirei o meu hob, debrucei o meu corpo sobre o dela e voltei a beijar o seu pescoço. Precisava que relaxasse e começasse a perder o medo de se entregar. As minhas carícias precisavam deixá-la relaxada, antes de fazer qualquer coisa. – Pode me perdoar, neném? - Comecei a descer os lábios, brincando com a língua em sua pele delicada. Beijei a sua barriga muitas vezes. Queria cobri-la de beijos e provar que estava sendo sincero. Desci mais um pouco e cheguei a sua calcinha. Seus olhos se arregalaram e senti seu corpo estremecer. Comecei a tirar lentamente e abri as suas pernas. Ela quase chorava com tanto medo... Como o seu pavor me fazia mal.

Levei a boca até o seu sexo e comecei a beijá-la. Ela fechou os olhos e parecia relaxar um pouco. Percorri a língua pelos pequenos lábios, sentindo o seu gosto maravilhoso e depois comecei a estimular o seu clitóris.

Ela gemia e se contorcia na cama. Vi um sorriso começar a se abrir em seu rosto e os espasmos em seu corpo fazendo-a se debater sobre a cama. Comecei a mover a minha língua de forma ávida, deixando-a totalmente entregue e relaxada. Percebi que gozou três vezes e fiquei satisfeito por dar prazer e não dor ao seu corpo. Mas precisava dar mais... Muito mais.

– É tão doce e tão gostosa, neném! – Ela jorrou outro gozo, fazendo sua nata invadir minha boca. Era uma satisfação tão grande que sentia vontade de gritar de felicidade. Comecei a subir os meus beijos, enquanto ela sofria os efeitos dos espasmos sobre o corpo, beijei suas pernas, joelho tornozelo... Beijei o seu pé.

Como você é linda, Ness! Linda! Cheirosa! Gostosa! Deliciosa!!! Como eu te amo, neném.

– Jacob... – Ela sussurrava o meu nome com satisfação e aquilo enchia o meu ego. Era surreal aquela sensação de vê-la gozar para mim.

– Geme meu nome, neném... geme... – Subi meu corpo e me debrucei sobre ela novamente, apoiando os cotovelos na cama. Ela abriu os olhos e eu sorri maravilhado com aquele brilho intenso e apaixonado novamente... Ela ainda me amava e eu estava feliz demais por isso. – Aconteça o que acontecer, neném... Te amo... Amo de verdade. – Abri suas pernas e ergui os seus joelhos. Começava a me encaixar entre eles, quando...

– Jacob, não! Vai doer... você me machucou... – Ela começou a chorar e a expressão de dor se formou em sua face novamente. Eu havia causado um trauma muito grande e tinha que ser paciente, agir com calma e tentar deixá-la relaxada.

Não vou te machucar essa vez, amor... Prometo!!


– Perdoa por ter sido tão bruto com você, neném... Serei carinhoso hoje. – Aproximei o meu rosto lentamente e beijei os seus lábios de forma bem calma, fazendo sutis movimentos sobre eles. Desci a minha mão e comecei a estimular o seu clitóris rapidamente. Consegui fazer com que gozasse e fui aumentando a intensidade do meu beijo. Encaixei o meu pênis em sua entrada e lentamente forcei a entrada, mas ela se contraiu.

Se fizer assim, vou acabar te machucando... Calma!

– Se você não relaxar e se contrair... – Levei a mão ao seu rosto e comecei a fazer carícias, mas ela ainda parecia apavorada de medo. – Assim vai doer, Ness. Tenta relaxar! Eu não vou te machucar novamente. Quero que isso seja prazeroso para nós dois. – Ela já chorava com medo de mim e me sentia angustiado com tudo aquilo. Sentia-me o pior homem do mundo e tentava encontrar uma forma de apagar o que eu havia feito... Não dava para passar uma borracha... Ela nunca esqueceria.

– Vai doer novamente... – Ela chorava manhosa e eu tentava me controlar para não explodir com o desejo que tomava conta do meu corpo. Senti o meu “KA” pulsando, mas precisava manter a calma. Não podia perder o controle novamente. Do contrário tudo estaria perdido.

Calma, Jacob! Calma! Ela está com medo, mas isso vai passar! Vai devagar e ela será sua mulher de verdade. Vai se entregar a você de corpo e alma.

– Só um pouquinho. – Comecei a penetrar lentamente e quando percebi a sua expressão de dor começava a sumir. Pouco a pouco fui invadindo o seu corpo e quando consegui colocar tudo dentro dela, parei de me mover e deixei que seu corpo se acostumasse com o tamanho e com a ardência. – Já estou todo dentro de você, neném. Ficarei aqui até seu corpo se acostumar com ele. – Iniciei um beijo lento e carinhoso. Era correspondido em cada movimento. Sentia suas mãos acariciando as minhas costas e comecei a me mover lentamente, tirando e colocando, tirando e colocando... Pouco a pouco fui aumentando os movimentos e sentia seu corpo mais relaxado e entregue. Ouvia os gemidos vindos de seus lábios e comecei a sentir um prazer surreal. Era como se fossemos apenas uma pessoa... Um só corpo.

Comecei a brincar com a língua sobre o bico do seu seio, enquanto a outra mão apalpava o outro. Pude me deliciar com o gosto de sua pele delicada, sentindo uma sensação que ainda não havia proporcionando ao meu corpo... Pela primeira vez na vida eu fazia amor... E não apenas sexo.

– Jacob... – Ela sussurrava o meu nome e aquilo era como música para os meus ouvidos. Se morresse naquele momento, iria completamente extasiado com tanta felicidade.

– Geme meu nome, neném... Geme...- Sugava um de seus seios com a mão e brincava com o outro.

– Woo Jacob... Ãnn ãnnn – Seus gemidos aumentavam e ela conseguia se mover junto comigo, como se estivéssemos em uma dança sensual. Seu corpo parecia completamente adequado ao meu. Parecia conhecer a forma perfeita de me dar prazer.... Estava literalmente no céu.

– Isso, neném!!! – Um vulcão explodiu dentro de mim com todo aquele prazer exalando em cada parte do meu corpo. Comecei a estocar cada vez mais rápido, enquanto ouvia os seus gemidos chamando o meu nome. Entrava e saia, entrava e saia, entrava e saia... Já não pensava mais.

– Jacob...

– Woowww Neessss eu te amo!!!

Todas as minhas forças foram sugadas para dentro dela através do meu esperma. Tirei o meu membro, ainda sentindo os espasmos em nossos corpos, deitei sobre a cama e a puxei para mim.

Não conseguia dizer mais nada. Simplesmente fechei os olhos, puxei seu corpo para o meu, deitei sua cabeça e comecei a lhe fazer carinho.

Tinha medo de que qualquer palavra estragasse tudo naquele momento. Era melhor deixá-la sentir o meu amor e não dizer nada.

Consegui cochilar um pouco e acordei ouvindo os seus sussurros... Fiquei completamente atônito.

– É tarde demais para nós dois. Eu também te amo, mas é diferente. Eu o amo! Eu o amo! Se eu pudesse me dividiria em duas e seria a Ness do Jacob e a Ness do Seth, mas eu não posso.

Tirei seu corpo do meu peito, deitei-a na cama e me levantei. Caminhei até a beira a cama, peguei a minha Box e coloquei. Então, fui até a cabeceira da cama, acendi a luminária, caminhei até o interruptor e apaguei a luz.

Ela ainda continuava a falar quando sai do quarto. Estava completamente atordoado com tudo aquilo. Resolvi beber algo para me acalmar e fui para a sala, onde havia o bar.

Peguei a garrafa de conhaque e novamente fui para a cozinha. Fiz o mesmo ritual da noite anterior e comecei a beber.

Eu preciso fazer algo da minha vida... Preciso! Não posso perder essa mulher para outro. Certamente se lhe negar carinho, cairá nos braços dele... Deus o que eu faço?

“Os Cullens... Os Cullens! Vi o meu pai aparecer na minha frente e começou a me acusar. “Você prometeu, filho! Vai deixar essa vadia te enfeitiçar? Vai fraquejar agora que conseguiu tudo? Não pode! Você prometeu para mim! Lembre-se da sua mãe! Foi culpa deles!

–NÃO!!! NÃO!!! ME DEIXEM EM PAZ! – Arremessei o copo e a garrafa para longe. O chão da cozinha ficou cheio de cacos de vidros. Dei a volta, desviando dos cacos, caminhei pelo corredor e cheguei a porta da casa. Vi que chovia muito do lado de fora, mas estava tão doido, que tirei o hob e sai só de Box no meio da chuva.

“Os Cullens... Os Cullens!”

– PARA DE ME ATORMENTAR! PARA!! INFERNOOO!!! EU SÓ QUERO AMAR!! PARA! – Cai de joelhos no chão,sentindo a água fria percorrer o meu corpo, uma dor enorme sufocava o meu coração, não conseguia encontrar forças para me levantar e entrar. Comecei a chorar muito deitado na grama.

– Não... Não... Me deixa em paz, pai! Por favor me deixa ser feliz! Não... – Senti uma mão tocar a minha cabeça.

– Você ficará doente assim! Precisa entrar, Senhor. – Era a voz de Sue, ela afagava os meus cabelos e tentava me ajudar.

– Eu preciso morrer... Preciso... Para o bem dela... Não quero fazer mal a ela...

– Venha! – Ela me ajudou a me levantar e caminhou comigo para dentro de casa, pegou meu hob do chão da porta e começou a me secar. – Vamos para o seu quarto. Precisa tirar essa sunga molhada e se deitar debaixo de um cobertor. Do contrário, ficará doente.

– Não deixe eu machucá-la! Não deixe! Não deixe! Eu preciso morrer!

– Você está bêbado, Senhor. Não diz coisa com coisa. – Tudo estava embaçado em minha frente. Tinha a consciência de estar andando, mas via tudo distorcido. Se não fosse pelos braços me ajudando, não sei se conseguiria entrar e ir para a cama.

– Eu preciso salvá-la... preciso. _ Repetia como se estivesse delirando.

Senti sua mão tirando o hob e a minha Box. Depois me conduzindo até a cama e me deitando.

– Vou chamar a Ness..

– Não! Não! Ela precisa ficar longe de mim! Sou um monstro! Eu a amo e não quero machucá-la... Não... Não... Por favor não.

– Tudo bem! Vou apagar a luz, descer e fazer um café forte para curar essa bebedeira. Daqui a pouco eu volto. – Aquilo foi a última coisa que ouvi antes de apagar completamente. Mas em minha consciência ainda ouvia: “Os Cullens... Os Cullens!

Behind Blue Eyes
No one knows what it's like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes
No one knows what it's like, to be hated
To be fated, to telling only lies
Ninguém sabe como é, ser o homem mal
Ser o homem triste, por trás de olhos tristes
E ninguém sabe como é, ser odiado,
Ser destinado, a contar só mentiras...
But my dreams they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance, that's never free
Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
passo horas, somente sozinho
Meu amor é a vingança que nunca é livre
No one knows what it's like, to feel these feelings
Like I do, and I blame you
No one bites back as hard, on their anger
None of my pain or woe, can show through
Ninguém sabe como é, sentir estes sentimentos
Como eu sinto, e a culpa é sua!
Ninguém ferroa tão ferozmente, em sua ira
Nenhuma das minhas aflições ou dores.. Podem transparecer
But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance, that's never free
Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
Passo horas, somente sozinho
Meu amor é a vingança que nunca é livre
When my fist clenches, crack it open
Before I use it and lose my cool
When I smile, tell me some bad news
Before I laugh and act like a fool
Quando meus punhos cerrarem, abra-os até quebrar...
Antes que eu os use e perca a calma.
Quando eu sorrir, me dê algumas notícias ruins...
Antes que eu sorria e aja como um tolo.
And if I swallow anything evil
Put your finger down my throat
And if I shiver, please give me your blanket
Keep me warm, let me wear your coat
E se eu beber de algo maligno;
Enfie seu dedo na minha garganta.
E se eu tremer me dê seu cobertor;
Me mantenha aquecido, deixe-me usar seu casaco.
No one knows what it's like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes
Ninguém sabe como é, ser o homem mal
Ser o homem triste, por trás de olhos tristes.

0 comentários:

Postar um comentário